Narrado pelo Padre
Saí da sacristia com o pau latejando na calça, duro, a pressão crescendo a cada passo no corredor abafado. A escuridão engolia tudo, mas o que me seguia era mais que sombra: era o cheiro dele grudado na pele, o peso do corpo que encostou no meu, o tesão aceso no toque que não era pra ser. A porta ficou pra trás, a vela ainda tremulava na memória, mas o fogo vinha de outro lugar — do instante em que o agarrei no susto, quando os passos soaram no pátio e precisei calá-lo antes que saísse correndo.
Não foi premeditado. O impulso veio seco, direto, só pra contê-lo. Mas o corpo dele se moldou ao meu com uma facilidade que me quebrou. Costas magras encostando no peito, a bunda firme roçando no pau já acordado — e então foi como se tudo tivesse ruído. Não dava pra negar a reação. O calor subiu rasgando, sujo, impossível de controlar. Empurrei a porta do quarto, o ferrolho bateu seco, e o ar parado me acertou com cheiro de poeira e madeira velha. Mesmo assim, o que impregnava tudo era outro: ele, Gabriel, grudado em mim como febre.
Fechei os olhos. O pau pulsava, pressionando o tecido grosso, e nem tinha força pra tirar a roupa ainda. A cabeça só rodava em torno da cena — ele parado, sem fugir, sem gritar. Sabia o que tinha acontecido. Tinha sentido também. A forma como ficou entre meus braços, como respirou contra meus dedos, como tremeu quando o segurei, dizia mais do que qualquer palavra. E eu também senti — a pele quente dele contra a minha, o aroma subindo do pescoço, um suor jovem misturado com alguma coisa doce, quase terra molhada, mas viva.
Levei os dedos ao nariz. Aqueles que cobriram a boca dele. Ainda quentes, ainda marcados. O cheiro grudado ali: salgado, suave, um toque de sabão simples, mas por baixo... era ele. Cru. Animal. Um cheiro que parecia sair da alma. E me acertava como um soco direto no centro do peito.
A textura da pele dele ficou gravada nos dedos — macia, firme, o suor escorregando quente na palma quando apertei a boca dele pra calar qualquer som. Os lábios, cheios e úmidos, roçaram minha mão quando soltei, um toque leve, lento, quase um beijo invertido que me fez tremer por dentro. O pau enrijeceu mais só com a lembrança, pulsando como se tivesse memória própria. Beijei a palma que tocou ele, sentindo o gosto salgado ainda marcado ali. Um traço fraco, mas suficiente pra acender o desejo bruto de provar mais — a boca dele, o pescoço, a pele que se encaixou em mim com uma precisão perigosa. O tesão era demais, espalhado nas pernas, fervendo no peito, martelando a cabeça. Não dava mais. Soltei o cinto, os dedos atrapalhados nos botões, e deixei a calça cair pesada no chão, um som seco ao entrar em contato com o piso frio. O pau saltou livre, duro, quente, balançando no ar abafado do quarto. O alívio veio misturado à urgência, a vontade de me tocar com força, de trazer ele de volta, mesmo que só na memória.
Deitei, o colchão rangendo alto, o lençol áspero arranhando as costas molhadas de suor. O peito nu arfava, os pelos grudados na pele. Fechei os olhos e deixei a cena voltar. O roçar do meu pau nas nádegas dele — redondas, firmes, a carne jovem cedendo levemente quando o puxei pra perto. Era sem querer, eu repetia, mas o corpo gritava outra coisa. A curva da bunda encaixando, o calor ali, macio, quente, pressionando direto na minha fome. Quis mais. Quis rasgar as roupas, meter de verdade, sentir o interior dele abrindo pra mim. Levei a mesma mão ao nariz, respirando fundo o cheiro que ainda grudava na pele. Depois, beijei, lambi, cada dedo tremendo com o tesão que não dava trégua.
Deslizei a outra mão pelo abdômen, os dedos roçando a pele molhada, os músculos ainda tensos da estrada. O calor subia em ondas, o peito arfando, o ar pesado preso no quarto. Fui descendo devagar, sentindo cada detalhe do caminho — os pelos da barriga, o suor escorrendo como óleo quente, o pulsar crescendo à medida que a mão se aproximava. Quando agarrei, foi como segurar o próprio bicho: duro, quente, latejando, a pele esticada brilhando na penumbra. Molhado, cabeça inchada, escorrendo um fio espesso que sujava meus dedos. O cheiro subiu forte — sal, couro, homem — misturado ao ranço abafado das paredes. Um soco no estômago. Aquilo era puro instinto, o corpo queimando, a mão firme, o pau vivo entre os dedos.
Pensava nele. Gabriel. O cheiro limpo misturado ao suor novo. A pele clara contra a palma, a bunda redonda roçando meu quadril, a respiração quente quando tapei a boca dele. Porra, que tesão! O corpo inteiro tremia, o sangue batendo alto, a cabeça girando num fogo que não dava trégua. Sabia que não dava pra parar, não agora. Ele me rondava mesmo longe, mesmo quieto. Guiava cada movimento, cada pensamento. Era ele que eu sentia, que eu queria.
Comecei devagar, a mão subindo e descendo num ritmo que nascia das entranhas. Cada passada firme puxava mais fundo, subia pelas pernas, explodia no peito. Os pensamentos vieram sujos, cravados de imagem. Deixei vir. O corpo guiava, sem rédea, sem arrependimento. Se seu João não tivesse aparecido, se o barulho da praça não tivesse quebrado o feitiço, eu teria tomado ele ali mesmo. Tinha certeza. Rasgaria tudo, meteria fundo, faria ele me sentir inteiro.
Imaginei ele ali, na sacristia. As velas tremendo na mesa, luz fraca desenhando sombras no rosto vermelho, suado, olhos arregalados me encarando enquanto o virava contra a parede. A mão deslizando mais rápido no pau, o polegar roçando a cabeça latejante, o líquido escorrendo pelos dedos como óleo quente. Via tudo. A camisa subindo devagar, costas magras expostas, pele quente e macia brilhando no suor. Puxava a calça, sentindo o tecido ceder, e então a curva que tanto me queimava — redonda, firme, acesa pela luz da vela. As nádegas dele surgiam nuas, pedindo toque.
O ritmo acelerava. O aperto ficava mais forte. Sentia a tensão crescer no corpo. Imaginava as mãos afundando naquela carne, abrindo ele devagar, sentindo o calor dali, o tremor do corpo espremido contra a parede. A respiração dele escapando em pedaços, curta, descontrolada, enquanto eu me encaixava por trás.
Levei a outra mão à boca, a mesma que calou os gemidos. Lambi devagar. A língua roçou a palma, o gosto já quase sumido, mas ainda vivo, ainda dele. Tinha sal, pele, ranço, desejo. Raspava os dentes nos dedos, sentindo a lembrança dele ali, quente, grudada em mim. Queria a boca dele. Os lábios cheios que roçaram minha mão quando o soltei. Lambi de novo, mais fundo. O tesão explodindo.
Imaginava tirar a mão da boca dele, virar seu rosto pro meu, agarrar aquele cabelo preto colado de suor e enfiar a língua na boca quente. Provar. Tomar. Sentir ele se abrir, a língua cedendo, o gemido nascendo no fundo da garganta. O corpo dele derretendo no meu, entregue.
A mão subia e descia mais rápido agora. O líquido escorria pelo punho, sujando tudo, quente, espesso, impossível de parar. Um gemido escapou. Baixo. Rouco. Encheu o quarto abafado.
Vi ele de novo, encostado na parede, a calça caída nos tornozelos, as pernas frágeis tremendo sob o peso do que vinha. Me esfregava nele, sentia o pau roçar a bunda firme, a pele quente cedendo só um pouco, o suficiente pra enlouquecer. Apertei na base, subi devagar até a cabeça, o polegar espalhando o líquido, imitando o que queria fazer de verdade — sentir o corpo dele se contorcer, ouvir o gemido abafado quando eu empurrasse devagar, o calor me engolindo inteiro.
Lambi de novo os dedos, a língua deslizando como se limpasse o que era pecado. O gosto dele voltava na mente, quase real. E a imagem final me atravessou: a boca aberta contra a minha, o ar quente entre as línguas, a mão apertando o pescoço dele, sentindo a veia pulsar forte. Não ia fugir. Ia ceder. E eu ia tomar tudo.
O tesão batia surreal, incendiando o corpo todo. Cada nervo vibrava. A pegada no pau apertava, os dedos escorregando no líquido quente. Via ele se virando na minha mente — olhos escuros cravados nos meus, a cara ainda vermelha de desejo, suada, a boca entreaberta implorando sem palavra. Imaginava o impulso: jogava ele na mesa da sacristia, as velas tombando, o fogo morrendo no chão, e as pernas dele se abrindo no escuro, trêmulas, vulneráveis.
A mão ganhava velocidade, o ritmo frenético, descontrolado. O polegar esfregava a cabeça inchada com precisão. E eu via — o pau dele duro, latejando sob a luz morna, a glande brilhando de suor. Me abaixava entre as pernas dele, língua deslizando pela pele quente e salgada. Chupava como se fosse a última coisa que me restasse. Sentia ele se contorcer, gemer alto, retesar as coxas. O gosto dele enchia minha boca, marcava minha garganta, quebrava qualquer noção de controle.
Levei a mão à boca outra vez. Lambi, mordi. A palma ainda guardava traços dele, tênues, mas vívidos o suficiente pra me empurrar até o limite. O corpo tremia. O colchão rangia sob o peso. O suor corria solto, encharcando o peito, colando nos pelos da barriga. A mão no pau não parava — subia, descia, girava no topo. O líquido espesso lambuzava os dedos, o cheiro animal subindo e se misturando ao ranço mofado do quarto abafado.
Via a cena com nitidez suja: ele deitado na mesa, as pernas escancaradas, o cuzinho exposto, piscando, quente, à espera. Me encaixava devagar. Sentia ele me apertar, o calor dele me sugando centímetro por centímetro. Via o grito preso na garganta dele, os olhos fechados, o lábio inferior mordido, tentando conter o que transbordava.
A mão seguia o delírio. Apertava a base, descia com força, subia alucinada. O polegar esfregava a ponta encharcada. Lambi os dedos outra vez, em busca do gosto dele, da boca que imaginei, da entrega que só existia na minha cabeça — mas que queimava real.
O gozo se anunciava. Subia pelas coxas, invadia o baixo ventre, explodia no peito. O coração batendo forte, quase doendo. A mão correndo rápido, o pulso queimando. O polegar torturando o topo sensível.
Na cabeça, era ele. Gabriel. A sacristia mergulhada na penumbra. As velas mortas no chão. O cheiro de cera e suor pesado no ar. O corpo dele rendido à mesa de madeira, coxas abertas, o calor do cuzinho me puxando pra dentro. Os gemidos abafados, o rosto enterrado entre os braços, o corpo se abrindo por completo — pra mim.
O tesão batia como febre. Corpo inteiro em chamas, a mão acelerando, dedos escorregando no gozo. Via Gabriel se virando, olhos fixos nos meus, escuros, intensos. O rosto suado, a boca entreaberta pedindo mais. Jogava ele na mesa da sacristia, as velas tombando, o fogo se apagando enquanto eu abria suas pernas, as coxas magras tremendo sob minhas mãos.
O aperto ficava mais firme, o movimento mais rápido, o polegar girando sobre a cabeça latejante. E via — o pau dele rígido, pulsando sob a luz fraca, a glande brilhando. Me abaixava. Lambia. A língua percorria a pele quente, salgada. Sentia o corpo dele se arquear, os gemidos subirem, a carne vibrando na minha boca. O sabor tomava tudo. Me atravessava.
Lambi a mão de novo. Mordi a palma. O gosto já fraco, mas ainda dele, ainda suficiente pra me empurrar até o limite. O corpo tremia, o colchão rangia sob meu peso. O peito ardia, coberto de suor. Os pelos da barriga colavam na pele.
Via ele ali, sobre a mesa, pernas abertas. O cuzinho exposto, quente, pulsando como se chamasse. Eu o tomava devagar, sentindo o calor apertar em volta, a carne viva me engolindo por inteiro. Ele gemia, mordia os lábios, os olhos fechados enquanto eu avançava, fundo, sem piedade. A mão seguia o ritmo do pensamento. Apertava na base, subia com força. O polegar rodava sobre a glande úmida, e a língua buscava o gosto da lembrança na palma molhada. Ele, inteiro, em mim.
Estava perto. O calor explodia nas coxas, subia pelo abdômen. O coração disparava. O corpo à beira da ruptura. A mão frenética. O polegar esfregando a cabeça, cada toque uma batida a mais. E dentro da cabeça — sempre ele. Gabriel. Deitado na sacristia escura. As velas apagadas no chão, o ar pesado de cera e suor. A mesa velha rangendo sob o peso dele. As pernas abertas, o corpo rendido. O cuzinho apertando forte, me puxando pra dentro com desespero.
Imaginava o som da pele contra a pele, o estalo surdo, o gemido abafado. O rosto dele pressionado contra a madeira. Os olhos cerrados enquanto eu rompia tudo — pudor, medo, silêncio.
Na cama, o primeiro jato veio forte, quente. Subiu em arco e caiu direto no peito, respingando nos pelos, o cheiro espesso invadindo o quarto — salgado, animal, puro instinto. Na cabeça, era ele. Gabriel, curvado sobre a mesa da sacristia, o corpo tenso apertando em volta de mim. O calor dele me sugando, o pulsar interno me rasgando por dentro enquanto eu gozava fundo, empurrando até onde dava, sentindo a carne dele me aceitar toda. A mesa rangia sob o peso, o ar denso cheirando a cera, suor e pecado.
A mão voava. O segundo jato escapou mais grosso, mais quente, acertando a barriga, grudando nos pelos úmidos, escorrendo devagar entre os músculos que tremiam sob o esforço. Gemido saiu alto, rouco, sem controle — um urro quebrado que explodiu no silêncio do quarto. E ele ainda tava lá, dentro da minha cabeça. Virava o rosto, os olhos escuros me pegando, a boca entreaberta, o som dele misturado ao meu. Tremia sob mim. O corpo entregava tudo. A porra escorria entre as coxas dele, pingando na madeira da mesa, o altar improvisado onde consumávamos o que não devia existir.
Naquele instante, só existia isso — ele me apertando por dentro, o prazer rasgando o corpo, o pecado selado no calor do outro. Escuro. Cru. Verdadeiro.
O terceiro jato veio mais fraco, quente, espirrando no peito, escorrendo pela lateral, lento, denso. A mão apertava, os dedos escorregando no que sobrava, o corpo inteiro tremendo contra o colchão áspero. Na cabeça, Gabriel se contorcia sob mim. Via o cuzinho dele piscando enquanto eu recuava devagar, a porra escorrendo grossa, brilhando sob a luz fraca da vela. O cheiro — suor, pele jovem, tesão misturado ao meu — enchia a sacristia imaginária, denso, quase palpável. O peito dele subia rápido contra o meu. Os limites dele destruídos. Os meus também.
Na realidade, o quarto girava devagar. Suor escorria da testa, a porra grudava no torso, escorrendo pela barriga, encharcando os pelos. A luz fraca pela janela deixava tudo meio fosco, quente demais pra pensar. Soltei um gemido — rouco, grave, rasgado. A mão desacelerava, o pau ainda duro, ainda pulsando mesmo depois de gozar. O líquido escorria entre os dedos, pingava no lençol sujo.
Joguei a cabeça pra trás. O colchão rangeu com o peso. Respiração quebrada, o fogo agora se desfazendo em brasas espalhadas pelas coxas, pelo peito. Lá dentro, naquela sacristia mental onde tudo aconteceu, puxava Gabriel contra mim. O corpo dele mole, suado, respirando contra meu pescoço. A porra escorrendo entre as coxas dele, o calor grudado na minha pele, o silêncio depois do rompimento. O pós gozo.
No quarto, o sêmen esfriava no peito. Grudava. Escorria pelos lados. Os pelos da barriga colavam na pele úmida. O cheiro enchia o ar — forte, sujo, um misto de gozo e mofo, suor e madeira velha. Gemi de novo. Baixo. Um som animal, abafado. O prazer ainda vibrava em mim. A mão caiu pro lado, sem força, os dedos sujos lambuzando o lençol.
Fiquei ali. Parado. O corpo mole. O pau murchando aos poucos. O peito subia e descia devagar. E a imagem dele não ia embora. Gabriel, curvado, entregue. A bunda firme. O cuzinho quente escorrendo minha porra. Os olhos dele me encarando depois — perdido, quebrado, meu. Tudo isso ainda colado na pele, mesmo com o silêncio pesado no quarto.
Urrei uma última vez. Baixo. Quase só um sopro de voz rasgada. O som morreu no calor abafado. E o que restou foi isso — um corpo vazio, mas cheio dele. Gabriel. O seminarista que não toquei, mas tive na mente, na mão, na carne que explodiu. Fechei os olhos, o peso me afundando no colchão. Sabia que aquilo que fiz — o que quis, o que imaginei — não ia embora. Não naquela noite. Talvez nunca.