O Autor do Meu Desejo - Parte 4 - Chamas que se Acendem e se Apagam

Um conto erótico de Charlie Taylor
Categoria: Heterossexual
Contém 898 palavras
Data: 11/04/2025 06:57:22

Aquela manhã de sábado começou com um despertar lento, mas terminou em fogo.

Olivia ainda estava deitada de lado quando Charlie acordou com o movimento suave de sua mão deslizando por seu torso, descendo até encontrar o que procurava. Ele estava semi-ereto, quente e pesado em sua palma, e quando ela começou a massageá-lo com movimentos precisos—aqueles mesmos que havia aperfeiçoado anos atrás—ele soltou um gemido rouco.

— Bom dia pra você também — ele murmurou, virando-se para ela, sua voz ainda grossa de sono.

Olivia sorriu, subindo por cima dele num movimento fluido. Seus seios balançavam levemente enquanto ela se acomodava em seu colo, sentindo-o crescer completamente contra sua pele úmida.

— Faz tempo que a gente não faz isso de manhã — ela sussurrou, roçando-se nele, já molhada, já pronta.

Charlie não resistiu. Suas mãos agarram seus quadris enquanto ela o guiava para dentro, afundando devagar, até que ele estivesse completamente nela. Os dois suspiraram ao mesmo tempo—era como se o corpo dela se lembrasse exatamente como acomodar o dele, e vice-versa.

Ela começou a cavalgar, devagar no início, depois mais rápido, seus músculos internos apertando-o de um jeito que o fazia perder o fôlego. Charlie sentou-se, envolvendo-a em seus braços, e começou a ajudá-la, socando de baixo para cima enquanto ela se debruçava sobre ele, seus lábios se encontrando em beijos molhados e desesperados.

— Eu tava com saudade disso — ele rosnou no ouvido dela, suas mãos descendo para apertar sua bunda, puxando-a mais forte contra ele.

Olivia gemeu, sentindo o orgasmo se aproximando, aquele calor familiar se espalhando da barriga para todo o corpo.

— Vem comigo — ela ordenou, e Charlie obedeceu.

Ele explodiu dentro dela ao mesmo tempo que seu corpo tremia de prazer, os dois grudados, suados, ofegantes. Por um momento, ficaram assim—Olivia com as pernas ainda tremendo em volta dele, Charlie com o rosto enterrado no pescoço dela—como se o tempo tivesse parado.

Mas, como acontece com tantos casais, a chama que se acendeu tão intensamente naquela manhã logo começou a se apagar novamente.

— Você vai sair de novo hoje? — Charlie perguntou algumas semanas depois, enquanto Olivia se arrumava em frente ao espelho, passando um batom vermelho que ele nem reconhecia.

— Tem um casamento grande no vinhedo. Vou ficar até o final — ela respondeu, sem virar-se para ele.

Ele suspirou, olhando para a pilha de provas sobre a mesa da sala. "Mais uma noite sozinho", pensou.

— A gente podia marcar alguma coisa, só nós dois — ele tentou, levantando-se e aproximando-se dela.

Ela finalmente olhou para ele, mas seu sorriso era mais cansado do que animado.

— Charlie, você sabe como tá corrido agora. Depois que passar essa temporada de eventos…

— Sempre tem uma temporada — ele cortou, a frustração escapando em sua voz.

Ela franziu a testa, mas antes que pudesse responder, o celular tocou. Buffet – Chefe apareceu na tela, era seu chefe Ricardo querendo informações sobre o cardápio do evento.

— Preciso atender — ela disse, pegando a bolsa e saindo do quarto sem sequer um beijo de despedida.

Charlie ficou parado, ouvindo o barulho da porta se fechando.

Quando Olivia chegou naquela noite, a casa estava escura. Charlie estava deitado na cama, fingindo dormir. Ela se moveu em silêncio, tirando a roupa com cuidado, escovando os dentes, deslizando sob as cobertas como se fosse um fantasma.

Ele sentiu o colchão ceder, o calor do corpo dela a centímetros de distância—e ainda assim, parecia que um oceano os separava.

— Você tá acordado? — ela sussurrou depois de um tempo.

Ele não respondeu.

Os dias se arrastaram assim. Conversas curtas, olhares evitados, noites em lados opostos da cama.

Até que uma noite, depois de semanas sem se tocar, Charlie decidiu tentar.

Ele se aproximou dela no sofá, sua mão descendo pelo braço dela.

— O que você tá fazendo? — ela perguntou, confusa, afastando-se levemente.

— Achei que a gente podia… — ele começou, mas a expressão dela já dizia tudo.

— Tô cansada, Charlie. Hoje não.

Ele engoliu seco, retirando a mão.

— Tá sempre cansada.

— E você tá sempre impaciente — ela revidou, levantando-se e indo para o quarto.

Ele ficou ali, olhando para as mãos vazias, perguntando-se quando exatamente tinham se tornado estranhos sob o mesmo teto.

O sexo, que havia sido tão intenso antes, tornou-se raro novamente. Quando acontecia, era rápido, funcional—como se estivessem cumprindo uma obrigação conjugal, não uma celebração do desejo que ainda existia entre eles.

Uma noite, depois de semanas sem intimidade, Charlie tentou mais uma vez. Ele a beijou no pescoço, suas mãos explorando o corpo que um dia conhecera tão bem.

Olivia permitiu, mas seu silêncio era mais doloroso do que qualquer rejeição.

— Você nem tá aqui, tá? — ele perguntou, parando no meio do ato.

Ela olhou para ele, seus olhos cheios de algo que ele não conseguia decifrar—culpa? Tristeza?

— Desculpa — foi tudo o que ela disse, virando-se de lado.

Charlie deitou de costas, olhando para o teto, sentindo um vazio que nem o orgasmo mais intenso poderia preencher.

As semanas viraram meses e meses.

O apartamento que antes era cheio de risadas e gemidos abafados agora era silencioso. Eles ainda se amavam, ainda se importavam, mas o fogo que um dia os consumira agora era apenas brasas fracas, mantidas vivas mais por hábito do que por paixão.

E então, numa noite qualquer, enquanto Olivia dormia ao seu lado, Charlie olhou para ela e perguntou-se:

"Quando foi que paramos de tentar?"

Continua...

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