Cheguei na casa de Loren e me sentei ao sofá com as crianças, que me agarravam empolgadas.
— Cadê a mamãe? — Mih perguntou assim que terminei de beijá-los.
— Ficou em casa descansando — falei.
— Ela falou que tá com uma alergia... A quê? — perguntou meu Lorenzo, e Victor riu.
— Não sabemos ainda — menti, após algum tempo.
Durante as férias, o colégio deles promove uma socialização diferente, onde os próprios alunos montam o roteiro do que vão fazer. É como um acampamento de verão. Tem anos que eles participam, outros não — depende muito da rotina que Juh e eu estamos levando. Eles haviam frequentado alguns dias, mas, teoricamente, não estariam presentes na despedida. Seria no limbo entre o Natal e o Ano Novo, e nós estaríamos na pousada.
— Mãe, a gente esqueceu de convidar os coleguinhas para o jiu-jitsu — me informou Kaique.
Como havia poucas meninas na academia, Milena quis convidar as colegas. Eles ampliaram o convite para toda a turma porque acharam injusto excluir os outros.
— Ano que vem vocês convidam — falei como se fosse óbvio, apertando as bochechas dele.
— A gente tem os números, liga, por favooooooor — pediu Mih, dando pequenos pulinhos e me entregando uma agenda.
— Huuuum, depois faço isso — falei.
Passei um olho rápido e observei um nome familiar.
— Vocês acham que a mãe da Lalá vai querer falar comigo? — perguntei, rindo.
— Não... — respondeu Kaká, sem graça.
— Mas ela é a que mais quer participar... — disse Mih, chateada.
— Eu peço para o sensei ligar — falei, para animá-la. E funcionou.
O pessoal estava animado no pré-jogo e, por mais que pensar nas últimas palavras ditas pela minha mulher me entristecesse, eu consegui me conectar com o espírito esportivo que aquele ambiente exalava.
O jogo corria muito bem, o Flamengo jogou muito e nos impressionava a cada momento. Não esperávamos um jogo equilibrado. Depois de muitos sustos, positivos e negativos — inclusive um possível pênalti para o Liverpool — infelizmente, Firmino encontrou o caminho para o gol antes dos dez minutos do primeiro tempo da prorrogação, e o nosso sonho de ver nosso time campeão do Mundial de Clubes foi por água abaixo.
Antes do final do jogo, minha cunhada se levantou e foi em direção à porta.
— Vou dar um beijinho em Juh — disse Sarah.
Aquilo soou como uma ameaça para mim. Além de Júlia não estar nem um pouco afim de interagir, era Sarah — a pessoa que estava comigo no carro no dia em que meus sogros comentaram do desejo de adotar. Definitivamente, não era alguém com quem minha gatinha queria conversar. E minha cunhada não fazia ideia do estado de fúria ou melancolia que poderia encontrá-la.
— Pera! — exclamei e fui até ela, que me pareceu assustada com minha atitude repentina.
— O que foi? — Sarah me questionou.
Fui bem direta enquanto caminhávamos para fora.
— Sarah, lembra daquele dia em que fomos para o sítio com meus sogros, a caminho do que seria o seu noivado? — perguntei.
— Claro, lembro de tudo daqueles dias — ela me respondeu, com um encanto no olhar.
Óbvio que minha cunhada se recordava. Foi uma pergunta tola, apenas para introduzir o assunto.
— Lembra da nossa conversa sobre adoção? — a questionei.
— Lembro, sim — ela confirmou.
— Então... — falei.
As expressões dela foram mudando segundo a segundo. Sarah parecia visivelmente entender o que ocorrera, juntei as peças.
— Não... Eles? Meu Deus... Que... Ótimo!!!!! — ela exclamou, agora com um sorriso.
Digamos que entendeu apenas metade.
— Juh não está feliz, e está chateada porque aparentemente “todos” sabiam desse desejo e ela não — concluí.
— Ohhh, eles não contaram antes... — ela começou dizendo, e logo a ficha caiu. — Juh está puta comigo, não é? — finalizou me perguntando.
— Mais comigo do que contigo, com certeza... Eu esqueci completamente... — falei, com desânimo.
— Acha que é uma má ideia eu ir até lá, não é? — Sarah perguntou, e eu confirmei, balançando a cabeça positivamente. — Se você não se importar... Gostaria de ir mesmo assim... — ela completou.
— Não vou te impedir... Qualquer coisa, me liga — disse-lhe, e minha cunhada seguiu.
As crianças ficaram bem tristes com a derrota, mas mostrei o lado positivo. Eles acompanharam um ano incrível e iriam se lembrar para o resto da vida. Fiz questão de citar título por título e momentos marcantes, e logo o sorrisinho bobo havia voltado aos lábios deles. Para completar, os deixei dar banho no Brad antes de voltarmos.
Quando chegamos na frente de casa, bem no nosso lixo tinha um grande saco preto e, ao lado, uma caixa que eu conhecia muito bem. Deu uma dor no coração e imediatamente me veio uma dúvida à cabeça: Será que, se o resultado do jogo fosse diferente, Júlia se lembraria tão bem da maldita aposta? Acredito que não...
Subimos para o quarto e eu não sei quem chegou primeiro em cima de Juh: Brad, Kaique ou Milena. Eles a encheram de beijinhos e notaram os olhinhos inchados, associaram à alergia e se mostraram preocupados, porém ela disse que logo estaria bem novamente.
Sarah se despediu com um beijo no topo da cabeça de Júlia, que retribuiu com um na bochecha, e eu senti uma inveja tão grande da minha cunhada, que conseguiu se resolver em uma rápida conversa... Ela nem imagina! Sarah me abraçou de forma mais demorada que o normal e fez um leve carinho nas minhas costas. Acho que ela quis me desejar forças.
— Mamãe, o Flamengo perdeu — disse Mih, de maneira melancólica.
— Eu vi, amor... Mas não fica assim, tem jogos que nosso time ganha e outros que perde... Temos que estar prontos para todas as possibilidades porque é uma competição... Também é como a vida: às vezes estamos muito bem e outras, nem tanto... Mas temos que prosseguir para ir em busca de novos dias... — ela concluiu pensativa, enquanto fazia carinho neles.
Eles ficaram no quarto e eu desci. Meu pai ia me atualizar sobre o que soube da obra. Anoiteceu e nós ainda estávamos conversando. Infelizmente, ia demorar mais do que nós dois imaginávamos, porém, com o meu coroa no pé, dificilmente alguém conseguiria dobrá-lo.
Mih e Kaká desceram para tomar café conosco e depois meu pai retornou para a casa de Loren.
— A mamãe não vai descer? — perguntei para eles.
— Ela disse que tá sem fome — me respondeu o meu filho.
Olhei o plano alimentar dela que estava preso com um ímã na geladeira. As opções eram: sopa de legumes com tofu ou soja, ou salada crua com beterraba ralada e semente de girassol. Eu ri olhando para aquilo... Em que planeta Júlia ia seguir aquilo? Praticamente impossível.
Resolvi fazer algo que eu considerasse bom, sem que aparentasse ser tão sem graça.
Bati iogurte natural com uma colher de mel e, em poucas quantidades, sementes de abóbora, de girassol, canela em pó, chia e gergelim. Cortei morangos e amoras e coloquei um pouco mais de mel por cima. Escrevi: “Eu te amo muito, gatinha” em um guardanapo e pedi que as crianças levassem.
Antes de dormir, havia como opção um copo de leite de amêndoas ou chá de camomila, e eu resolvi fazer o chá para nós duas. Subi com duas xícaras e coloquei a dela na mesinha de cabeceira.
— Obrigada... — Juh disse, erguendo um pouco a tigela.
— Por nada, amor — respondi.
— Não vai dar um beijinho? — perguntou Mih, com uma cara cínica, sorrindo.
Eles sempre estiveram tão acostumados a fazermos tudo com esse carinho, que fica estranho quando não tem.
Me aproximei bem devagar. Não sabia se minha muié ia querer aquele beijo, e, como ela apenas fechou os olhos, eu depositei um selinho em seus lábios.
— Eu também te amo... — Juh respondeu ao meu bilhetinho, e sem resistir, eu a abracei forte e enchi o pescoço dela de beijos.
Eu ficaria ali por horas, mas Júlia me afastou de forma sutil logo em seguida e eu entendi o recado.
Deitei do outro lado da cama e percebi que a equipe médica que estava atuando naquele quarto estava, como sempre, comprometida. Era uma colherada para Juh, duas para Milena e três para Kaique... Assim não dá!
— Essa divisão tá certa? — perguntei, e eles riram.
— A gente só tá ajudando a mamãe porque a senhora pôs demais — justificou Mih, fazendo Júlia sorrir.
— A senhora quer um pouquinho também? — perguntou Kaká, já enfiando a colher na minha boca, e até que estava bom.
— Agora dá para a mamãe ou ela vai ficar com fome — falei, e ele sorriu, levando mais uma porção para ela.
Se Júlia tomou, estava minimamente bom, porque ô paladar difícil!
— A gente pode dormir aqui hooooooje? — pediu Mih, deitando sobre a barriga de Juh e olhando para mim, com as mãos postas e aquele olhar manhoso.
— O Flamengo perdeu e a gente está triste — argumentou Kaká, fazendo um biquinho.
— Vocês estavam rindo agora — falou Juh, achando graça da dramatização dos dois.
— Também acho... E eu quero descansar um pouco — disse-lhes, tomando um gole do meu chá.
— Por favor, por favor, por favooooor... — eles repetiam sem parar, e acabamos cedendo.
— O primeiro que me chutar, eu derrubo da cama — brinquei, enquanto eles comemoravam.
Após o nosso banho, voltamos para a cama e eles pediram para colocar a final da Libertadores na televisão. A gente ia fingir que era a final do Mundial. Eles dormiram na metade da partida. Júlia posicionou Kaká estrategicamente no nosso meio e Mih já estava abraçada com ela do outro lado, mas mesmo assim eu consegui tirar uma casquinha ao esticar o meu braço até Milena.
— Não quero ir no final do ano para lá — Juh disse, com a voz carregada, como se tivesse pensado bastante naquilo e tivesse sido uma decisão muito difícil de ser tomada.
— Então não iremos — respondi.
— As crianças estão percebendo... A gente... — ela comentou.
— Pois é... — concordei, a encarando.
— Quero ficar bem, mas não consigo, simplesmente não consigo. Eu ainda estou bem chateada com tudo — Júlia concluiu.
— E Sarah? — perguntei, afinal, nossos “erros” haviam sido parecidos.
Júlia não me encarou, ela me fuzilou com o olhar, visivelmente magoada, e foi então que eu percebi que era melhor ter ficado calada.
— Você não entende, né? — Lágrimas surgiram em seus olhos. — Não é só não ter me contado, é muito mais por quem você é para mim! — ela exclamou, com a voz cortada.
— Boa noite e desculpa qualquer coisa — falei, desliguei a televisão e passei o braço em volta de Kaique, que estava totalmente agarrado a mim nesse momento.
Dentro do possível, foi uma noite tranquila em respeito à movimentação na cama. Infelizmente, não posso dizer o mesmo sobre a minha cabeça, pois ela não desligou nem por um segundo. Próximo do amanhecer, resolvi levantar e, enquanto olhava para o céu, resolvi correr um pouco. Fui sem roteiro ou cronômetro, apenas apreciando a vista e, quando retornava, percebi, ao olhar no relógio, que já estava há quase duas horas e meia longe de casa.
Bem próximo do condomínio, um carro buzinou para mim e, quando olhei para dentro, eram Sr. José e D. Jacira. Eu havia acabado de pacificar o meu dia, contudo, notei que ele não seria nada calmo com aquela visita.
Nos cumprimentamos e entramos juntos.
— Como ela está? — perguntou o meu sogro.
— Ainda é um assunto sensível — respondi com sinceridade.
— Lore, você pode chamá-la? Queremos ter uma conversa mais honesta e transparente com ela.
— Tem certeza de que acham isso uma boa ideia? Juh está bem triste ainda, acredito que seja melhor esperar que ela se sinta à vontade — falei.
— Nós temos um pedido também para fazer a ela... — minha sogra complementou.
Antes que eles me contassem, resolvi levantar. Não queria saber mais nada antes da gatinha.
Entrei no quarto e os três estavam grudados em um sono pesado.
— Júlia — a chamei algumas vezes.
— Hum... — me respondeu, sem abrir os olhos.
— Seus pais estão aí e querem falar com você — a informei, e fui em direção ao banheiro, já tirando a camisa.
— Não quero falar com eles — ela disse, em um tom ávido, levantando-se.
— Então vai lá dizer para eles — falei, já ligando o chuveiro.
Ela ficou me encarando, sem acreditar no que eu estava fazendo. Não é do meu feitio jogar esse tipo de coisa para cima dela, principalmente em momentos de vulnerabilidade, porém, eu já estava cansada de tudo, e a maneira como estava sendo tratada não contribuía.
~ Quem sobrevive sem carinho é o Mumuzinho, não eu 🤣
Mas foi só eu fitá-la mais uma vez que mudei de postura. Júlia tirou o olhar de mim e olhou para o seu reflexo no espelho, bem rapidamente, pois logo se desesperou e começou a chorar apoiada na pia.
— Ei, ei... Calma... — falei, já arrependida, e indo em sua direção. — Eu tentei fazer com que essa conversa não acontecesse agora, não acho que seja o momento, tá tudo muito recente e você ainda precisa digerir as informações... — Nesse momento, a abracei bem forte. — Mas eles parecem ter algo importante a te dizer, a te pedir... Embora eu queira que vocês se resolvam, não sei se é uma boa ideia fazer isso agora — finalizei, alisando seus cabelos.
— Não me deixa sozinha, eu estou com medo — Júlia praticamente implorou, enterrando o rosto em mim.
— Eu fico com você, eu fico... Calma... Vamos tomar um banho... Eles nos esperam... — falei, passando as mãos de leve em suas costas.
Após o banho, descemos para a sala. Juh sentou no lado oposto de onde eles estavam e eu me acomodei por trás dela, com a intenção de deixá-la confortável perto de mim. Toquei suas mãos e as apertei; elas estavam frias e um pouco trêmulas. Enquanto eu a observava, seu corpo inteiro se retraiu, fazendo com que Júlia apertasse as minhas mãos de forma repentina. Olhei para frente e entendi que sua reação foi apenas porque o Sr. José e a D. Jacira se levantaram e agora vinham até nós.
— Você está com medo de mim? — meu sogro perguntou, sentando-se ao nosso lado.
— Claro que sim! Se a Lore não entrasse no meio da gente, eu não sei o que o senhor ia fazer comigo — ela respondeu, em um tom ríspido, já chorando novamente.
— Minha filha... Eu quero começar pedindo desculpas por isso. Eu não pensei na hora e acabei agindo mal — disse o Sr. Zé, visivelmente arrependido.
— Esqueceu totalmente que eu não sou mais uma criança — completou Juh, e ele se calou, apenas acariciando a mão dela, que estava junto à minha.
— É bom a gente manter o tom dessa conversa o mais brando e respeitoso possível, porque eu não quero presenciar mais uma briga. Acho que podemos dialogar numa boa e tentar ir resolvendo aos poucos. As crianças estão dormindo, e eu também não quero que presenciem um desentendimento envolvendo as pessoas que mais amam — disse-lhes, e todos concordaram.
— Júlia, nós tomamos uma decisão, mas precisamos de você para prosseguir — falou minha sogra, se aproximando.
Ela se agachou à nossa frente e juntou suas mãos às nossas.
— O quê? — perguntou Júlia, após algum tempo, tirando as mãos para limpar as lágrimas e não retornando-as.
— A gente quer que você vá até a pousada... — começou a explicar minha sogra, mas Juh a interrompeu, negando.
— Não, não, não! Eu não volto lá — ela dizia repetidamente.
— Deixa sua mãe explicar, por favor — pediu meu sogro.
— Temos uma última visita técnica, dessa vez com toda a equipe. Eles iam explicar essa nova fase e também queriam te conhecer... Isso já estava marcado para o dia 23. Lá nós dissemos que desistimos, mas antes só queremos cumprir o que combinamos. Tudo bem para você? — perguntou D. Jacira.
Ficou um silêncio no ar durante um bom tempo.
— Por que desistiram? — Juh questionou, com novas lágrimas no rosto, dessa vez mais calmas.
— Porque não faz sentido para a gente ganhar um filho e perder outra — respondeu meu sogro, chorando também.
— Porque você é o que nós temos de mais importante. Se a gente imaginasse que tudo isso aconteceria, não íamos, de maneira alguma, sequer pensar em concretizar esse desejo... — completou minha sogra, com os olhos marejados.
— A gente esperava que você sentiria ciúmes, filha. Nos preparamos para isso... Essa rejeição nos impactou. Você é o que importa, então, desculpa. Mas, por favor, vem com a gente para juntos acabarmos com essa história de uma vez — falou Sr. José, tocando em suas mãos novamente.
Júlia permaneceu pensativa, porém logo respondeu:
— Eu vou, mas vou para ajudar a concretizar esse desejo de vocês com esse filho. E depois vocês se dedicam à sua nova família — ela falou decidida ao levantar-se.
— Não, assim não. Vem cá... — D. Jacira a impediu de prosseguir, também levantando-se e a abraçando.
E aí, a bichinha se desmanchou inteira.
— Por que no dia 23? — ela perguntou de repente. — Nunca vi ninguém da Vara da Infância trabalhar nessas datas. Não é uma armadilha pra eu passar o final de ano lá, não, é? — Juh finalizou, brava.
— Não, não... — respondeu minha sogra, rindo e dando um beijinho em sua testa.
— Pela nossa idade, demos prioridade para um atendimento mais humano... Até porque o outro tinha muita tecnologia, e a gente não ia conseguir progredir no processo... É mais demorado, porém foi mais fácil para nós assim... — explicou meu sogro.
— Tá bom... — a gatinha pareceu aceitar a justificativa.
— Mas o final de ano... Vocês vão ficar, não é? Por favor... — pediu meu sogro, olhando para mim.
— Só se a Juh quiser... — falei.
— Lá nós veremos, mas o pessoal vai. As coisas deles já estão até lá — Júlia respondeu ao pai.
— Nós organizamos tudo em cada quarto já. Tá tudo pronto para receber vocês. Por favor, fiquem — suplicou minha sogra. Contudo, Juh não respondeu mais nada.
Depois dessa conversa, eles subiram para dar um beijinho nas crianças dorminhocas, tomaram um cafezinho comigo e se despediram.
Juh voltou a dormir. Quando ela acordou, eu ia chamá-la para conversar e saber como ela estava, mas minha mãe chegou. Imediatamente ela notou que havia algo de errado. Não perguntou o que estava acontecendo, mas Juh, ao abraçá-la, falou: — Meus pais inventaram que querem mais um filho.
E logo minha mãe entendeu tudo.
Ela ficou dando carinho à minha mulherzinha, que mais nada disse, só ficou triste e pensativa, deitada em seu colo.
Milena e Kaique acordaram, e eu os levei na obra, para que não ficassem preocupados com a mamãe. Também levamos o Brad. Talvez não tenha sido uma boa ideia... Eu tive que me dividir entre crianças brincando em um andaime e um cachorro que comeu a bandeja de cachorro-quente dos pedreiros.
Será que isso se configura como canibalismo? 🤣