Entre Linhas e Silêncios Parte 2

Um conto erótico de MalevoloMagnus
Categoria: Heterossexual
Contém 919 palavras
Data: 16/04/2025 19:17:00

Entre Linhas e Silêncios

Parte 2 – Narrado por Rodrigo

Larissa se tornou um vício de toque. De presença. Mas, acima de tudo, um vício de pensamento.

Às vezes, estou em reunião com um cliente, respondendo e-mails ou lavando uma xícara, e de repente, sem aviso, ela invade minha cabeça. O jeito como geme meu nome, os olhos semicerrados quando está quase go…

A mente foge antes da moral conseguir puxar de volta.

É como se, depois dela, tudo tivesse mudado de cor. O resto do mundo perdeu o brilho. Até o próprio casamento virou um borrão, uma rotina de diálogos vazios e corpos que já não se procuram.

Amanda se distanciou com os anos. E eu me deixei distanciar. A culpa é nossa. Mas Larissa... ela preenche o que ninguém mais toca.

E isso, por mais errado que soe, me mantém vivo.

Há três dias, ela passou pela sala usando apenas uma camisa minha. Não sei se foi intencional — com ela, nunca sei. A camisa descia até o meio da coxa, e quando ela se abaixou para pegar algo no chão, o tecido subiu o suficiente para revelar que não havia nada por baixo.

Na mesma hora, levantei do sofá e fui atrás.

Ela entrou no quarto, fingindo procurar um brinco. Fechei a porta devagar.

"Você faz isso de propósito", murmurei.

Ela virou-se de lado, com aquele sorriso de canto que carrega uma resposta sem palavras.

"Você me quer agora?", perguntou.

A voz calma, mas os olhos… famintos.

Fui até ela e a abracei por trás. Minhas mãos foram direto para os seios, acariciando por dentro da camisa. Ela se arqueou no meu toque. Me roçou por trás. E já estava pronta.

Deitei-a na cama, sem tirar a camisa. Só levantei o tecido. Lambi seu sexo devagar, com ela deitada de lado, uma perna sobre meu ombro. Gosto, cheiro, calor. Tudo nela me viciava como se fosse feito sob medida.

Penetrei-a assim mesmo, de lado, com meu peito colado nas costas dela. Um gemido abafado, uma respiração acelerada. O barulho da cama, o som dos corpos molhados em atrito. Ela gozou primeiro. Depois eu. A camisa ficou molhada de suor e prazer.

Quando me levantei, ela ainda ria baixinho, com o rosto enterrado no travesseiro.

"Você me possui até quando tenta se controlar", ela sussurrou.

E era verdade.

Naquela noite, sonhei com ela me puxando para o banheiro da casa da praia. Nossos amigos e família no andar de baixo. A água quente do chuveiro escorrendo entre nossos corpos. Eu ajoelhado no chão, ela apoiada na parede, me entregando tudo o que tem entre as pernas com olhos fechados e a boca aberta.

Acordei com a ereção mais dolorida da minha vida.

Ela tinha esse poder. Mesmo sem estar no quarto. Mesmo sem me tocar.

Larissa me comanda sem palavras. Só com a lembrança.

O pior — ou o melhor — é que ela entende isso. Usa isso. Me provoca com precisão cirúrgica. Às vezes, deixa o batom na minha xícara só pra me ver nervoso. Outra vez, colocou um bilhete dobrado dentro da minha pasta de trabalho. Quando abri, li:

“Às 18h30, no seu carro. Eu sem calcinha. Você com sede.”

Foi uma das vezes mais intensas que tivemos.

Esperei por ela no estacionamento de um supermercado, onde ninguém desconfiaria. Ela entrou no banco de trás sem dizer uma palavra. Subiu no meu colo. Me beijou com a fome de uma semana inteira. Me guiou com as mãos até dentro dela. Estava quente. Molhada. Firme. Eu gozei em menos de cinco minutos, com a testa grudada na janela e os dedos cravados em suas costas.

E mesmo com toda essa luxúria, existe algo mais profundo. Intangível.

O jeito como ela me olha depois. Como se dissesse que não está só me fodendo — está me consumindo por dentro. Está me transformando.

E está.

Sou outro homem desde que provei dela. E não sei se quero voltar a ser o que era antes.

Mas existe o medo. O peso da escolha.

Amanda, apesar de tudo, ainda é minha esposa. E mesmo que não haja mais amor como antes, ainda há o pacto. Há Linara. Há o mundo externo. O julgamento.

Às vezes, quando estou com Larissa, penso em tudo isso. E mesmo assim... continuo.

Porque o que temos é mais do que uma transgressão.

É uma necessidade.

Um impulso que não se controla, só se vive.

Ontem mesmo, ela me encontrou no escritório. Tranquei a porta assim que ela entrou. Estava com a saia justa, sem calcinha — já percebi pelo jeito como andava. Se aproximou da minha mesa, olhou por cima do ombro, e disse:

"Hoje, quero ser sua sem pressa."

E foi.

Deitei-a sobre a própria mesa de trabalho. A língua explorou cada canto. Lambi suas coxas por dentro até ela implorar. Fiz questão de beijá-la enquanto a penetrava devagar. Ela me puxava com as pernas, gemia meu nome com a boca no meu ouvido.

Transamos como se não houvesse amanhã.

Mas depois… depois ela se deitou sobre meu peito, e por alguns segundos, o mundo pareceu certo. Mesmo sendo tudo, menos isso.

O que me assusta é o quanto me sinto em paz com o erro.

Como se o maior pecado fosse não tê-la.

E, cada vez mais, tenho certeza de que, se um dia tudo ruir…

Se Amanda descobrir. Se Larissa quiser outra vida.

Eu vou aceitar. Vou pagar o preço.

Mas vou guardar nela tudo o que eu fui.

E tudo o que ela me ensinou a ser.

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