Com Carlos Capítulo 10 - As Regras do Labirinto

Da série Carlos e Thais
Um conto erótico de Thais
Categoria: Heterossexual
Contém 886 palavras
Data: 20/04/2025 17:49:20

A porta do quarto se fecha atrás de você com um estalo seco.

Ela está em pé no centro do cômodo, vestida de preto. Rosto firme. Olhar afiado. Uma cadeira de madeira está posicionada sob a luz amarelada. Um colchonete no chão. Três cartões dispostos sobre a cama: olhar, toque, voz.

“Você entrou. Agora, o jogo começa.”

A voz dela é baixa, calma, mas absolutamente inquestionável. Ela aponta para os cartões.

“Escolha um. Cada um tem uma tarefa. Você não sai daqui sem cumprir todas.”

Você hesita — só um segundo. Escolhe o cartão "olhar".

Ela sorri de canto. “Perfeito. Tire a camisa. E sente-se no chão. Costas retas. Agora… me encare. Não pisque. Não desvie. E quando eu disser seu nome, você vai responder apenas com uma verdade que nunca teve coragem de me contar.”

Ela se aproxima lentamente. O salto dela faz um som marcado contra o piso.

Te observa como quem lê um livro antigo, que já conhece de cor… mas ama reler.

“Você se sente pequeno quando eu mando?”

“Sim…”

“Você gosta?”

Você hesita. Ela apenas ergue uma sobrancelha.

“…Gosto.”

A tensão no ar pulsa. O quarto inteiro é só um campo de energia entre os dois corpos.

Ela pega o próximo cartão: “toque”.

“Deite-se. Mãos ao lado do corpo. Nada de tocar. Nada de reagir. Eu vou te provocar. Até você me implorar.”

O comando é claro. E o desafio, cruel.

Ela se ajoelha sobre você, sem peso, sem pressa. Beija seu pescoço. Encosta os lábios no seu ouvido.

“Você vai ficar aqui… sentindo tudo… e não vai fazer nada. Só vai dizer o quanto precisa de mim.”

A cada gesto, você se contrai. A cada pausa dela, cresce em você a urgência de mais.

Mas ela não cede. Só observa o quanto você treme.

“Quer que eu continue?”

“Sim.”

“Quer merecer?”

“…Sim.”

“Então diga o que você é agora.”

“…Teu.”

Ela se afasta. Lenta, satisfeita. Pega o último cartão: “voz”.

Ela se senta na cadeira. Cruza as pernas. E aponta o chão à sua frente.

“Ajoelhe. E diga. Com clareza. O que você mais deseja que eu faça com você… e por quê.”

Você se curva. Não por humilhação, mas por entrega. E finalmente… fala.

Não há gritos. Não há pressa.

Só respiração. Palavras que queimam de tão íntimas.

Ela se levanta. Encosta os dedos no seu queixo, te olha nos olhos como se te colocasse num pedestal — e ao mesmo tempo te lembrasse quem manda.

“Agora sim. Você está exatamente onde precisa estar.”

A luz do quarto ainda está acesa. Mas algo em você se apagou. Ou se acendeu.

Você não sabe ao certo.

Só sabe que não quer sair do labirinto.

Ela caminha até a cômoda. Abre uma gaveta com calma. De lá, tira um lenço preto, algemas acolchoadas e um cronômetro digital.

“Ainda temos tempo. E você… ainda tem verdades engasgadas.”

Ela gira o cronômetro e ajusta para cinco minutos.

Jogo 4: O Peso do Silêncio

Ela manda você deitar-se de bruços. Prende suas mãos nas costas com as algemas e usa o lenço para vendar seus olhos.

“Cinco minutos. Eu vou explorar cada parte sua. Mas você não pode gemer. Não pode implorar. E não pode se mover.”

Você ouve o bip. O tempo começa.

A respiração dela se aproxima. O toque não vem de imediato. O primeiro castigo… é a expectativa.

Então vem: leves toques com as unhas nas costas, na nuca, atrás dos joelhos. Beijos úmidos em locais improváveis. Um leve arranhar de uma colher de madeira no peito. O inesperado é a arma dela.

Cada provocação te aproxima da ruptura.

“Se quiser terminar antes… há um atalho. Basta dizer: 'Eu sou fraco diante do seu poder.'”

O tempo passa. A tensão cresce. Você resiste.

Mas quando a língua dela percorre a curva da sua orelha, você cede.

E sussurra: “Eu sou fraco… diante do seu poder.”

Ela sorri. Você sente.

“Boa resposta. Não pela fraqueza… mas pela coragem de dizê-la.”

Jogo 5: A Marcha dos Sete Passos

Ela posiciona sete marcas no chão, em linha reta até a cama. Em cada ponto, uma vela acesa.

“Você vai caminhar nu, em silêncio, até cada vela. Em cada uma, eu farei uma pergunta. Só poderá seguir adiante se a resposta for crua, verdadeira e… dita olhando nos meus olhos.”

Você vai até a primeira. Ela se posiciona atrás da chama.

“Qual é sua maior insegurança quando está comigo?”

Você engole seco. Mas responde.

Segunda vela.

“O que você deseja que eu faça… mas tem vergonha de pedir?”

A resposta arde mais do que a chama. Mas você fala.

Na quarta vela, ela segura seu rosto entre os dedos:

“Se eu te usasse como meu brinquedo por horas, sem te dar nada em troca… o que você sentiria?”

Você hesita. Ela vê.

“Fale.”

“…Vontade de implorar.”

“E orgulho disso?”

“…Sim.”

No último passo, ela se senta na cama. Puxa você pela cintura até seus joelhos tocarem o chão.

“Última pergunta: quando foi que você entendeu… que ser meu é mais verdadeiro do que ser seu?”

Você fecha os olhos. Respira fundo.

“…Agora.”

Ela apaga todas as velas com um sopro demorado. O quarto mergulha na penumbra e no calor de tudo que foi dito.

Quer saber mais Veja no blog toqueescarlate.blogspot.com, até o próximo capítulo.

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