Entrei nervoso na sala do apartamento e notei que era quase igual a sala da minha casa. Bernardo fechou a porta e veio com passo lento atrás de mim e antes de me virar para voltar a vê-lo ele disse:
_ Quer sentar um instante, ou você que ir até a varanda ou quer alguma coisa...???!!!
Eu tava uma pilha de nervos e não deixaria que o nervosismo dele atrapalhasse a minha curiosidade...
_ Na verdade queria apenas saber por que você me chamou pra vir aqui, uma vez que nunca nos falamos por aí e nem mesmo jamais fui chamado pra jogar bola com seus amigos que também são meus??/!!!
Ele apenas me olhou e pense rapidamente que jamais teria uma resposta dele, aí ele resolvei falar...
_Você quer a verdade por mais estranha que ela seja, ou eu posso dizer qualquer coisa e você aceitará da mesma forma?
Quase pulo de alegria ao ver o seu nervosismo que ficou bem mais evidente pela maneira que ele me respondeu... Ele fez uma pergunta...
_ A verdade sempre será a melhor das frases numa conversa, né? E sustentei seu olhar.
_ Você não saiu mais da minha cabeça desde a madrugada quado te vi na cozinha de tua casa fazendo a mesma coisa que eu fiz aqui na cozinha do apartamento. Eu nunca tinha te visto. Eu jamais falei com você e isso você mesmo pode confirmar... Só que ver você me olhando me fez sentir uma coisa boa aqui... E ele espalmou a mão direita em cima do peito esquerdo.
Eu quase tive um treco, só que eu não me mostraria da mesma maneira que ele estava fazendo e tratei de quebrar o clima um pouquinho só pra ver até onde ele iria com esse papo estranho de " coisa boa após te ver "...
_ Na verdade o coração não fica do lado esquerdo apesar da leve inclinação pra esse direção. Ele é um músculo mais centralizado...
Ele já estava em cima de mim e juro que não notei a aproximação... Sua voz era hipnotizante, seu olhar me prendeu de vez e sentir o cheiro de seu hálito me desarmou por completo... E eu só soube de tudo isso porque gelei imediatamente as mãos quando ele antes de me tocar com seus lábios disse:
_ Depois me você me ensina sobre isso... Agora cala a matraca e me beija, chapa.
Seus braços me envolveram, seus olhos fecharam na mesma proporção que sua boca cobria a minha que estava semi aberta na maior expectativa... Bernardo me envolveu num abraço apertado e macio ao mesmo tempo. me senti protegido mesmo quando sua língua morna e irrequieta me invadiu a boca como se fosse uma sonda escaninhando toda a parte interna a procura de algo precioso, até achar a minha língua quer passou a ser chupada e lambida por ele... Eu o envolvi da mesma forma e me senti ser puxado lentamente para junto dele até colar literalmente em seu corpo que já aquecido por conta do nosso desejo... E esse primeiro beijo foi a coisa mais extraordinária que me aconteceu nesses últimos dezessete anos de minha vida.
Ele ora chupava a minha língua e deixava a sua perdida dentro de minha boca, como se indicasse o que eu teria que fazer para que ele também tivesse prazer em estarmos juntos. Ele me chupou os lábios com calma e desejo e tratei de imita-lo demonstrando o quanto de vontade eu tinha em fazer isso. Seus braços me prenderam totalmente junto a seu copo e pudemos confirmar a intensidade de nossos desejos ao sentir que nossos membros estavam duros e quentes na mesma medida.
Lembro de tê-lo abraçado pela cintura e senti uma de suas mãos me segurando a nuca enquanto a outra me segurava a bunda, sentindo sua boca me castigar do jeito que queria e mentalmente pedindo a Deus que esse momento não acabasse junca mais. Só que...
Ele separou de mim mesmo não querendo e após se desculpar, atendeu ao seu celular:
_ Fala parceiro... E quando vai ser isso... Porra cara, e só agora que tu fala... Tenho que levar alguma coisa?... Posso te pedir uma coisa, parceiro? Posso levar um amigo junto?... Beleza meu chapa... Pode apostar que as dez horas em ponto estaremos aí. Valeu chapa.
Bernardo voltou a me abraçar e dessa vez sorrindo me disse:
_ Será que você amanhã pode ir comigo na casa de praia de um amigo pra uma festinha? E me olhou cheio de esperança.
_ Na verdade nem sei Bernardo. Aos domingos todos lá em casa vamos pra missa lá na Matriz do bairro e amanhã em especial almoçaremos na casa de meu avô Moisés por conta de seu aniversário.
_ Ah não chapa, não diz que não pode... Você sabe que seria uma maneira de ficar junto com você um dia quase todo, né?!
_ Você não acha que isso esta muito rápido? Quer dizer, essa vontade de estar junto, esse convite? Eu não nego que o que acabou de acontecer foi a coisa mais incrível de toda a minha vida, pelo menos até agora e...
Ele não me deixou terminar a frase. Voltar a sentir a maciez e agora a urgência de seus lábios sobre os meus, me desarmou por completo e voltei ao confortável mundo do desejo e dos sonhos junto com esse garoto que desde a madruga não saiu mais da minha cabeça...
Eu me deixei envolver completamente pelos seus braços e pela dureza de seu peito que me acolheu de forma confortadora e protetora. Quando nos separamos lentamente, meu lábio inferior foi a última parte de meu corpo que ele largou...
_ Você é sempre assim, J B? Me fala de uma vez, por que seu eu vou ter que me acostumar a esse seu jeito racional demais, e olha que isso para um garoto mais novo que eu é um pouco demais, eu juro que não vou me importar...
_ Assim como? Medroso, você quer dizer? Olha Bernardo eu sou um garoto que terá que se acostumar com muita coisa que estava guardada bem lá no fundo do meu pensamento... Eu fui criado pra ter e ser responsável por tudo aquilo que minha vida me levasse a viver... Quebrar de uma hora para outra o meu comportamento e minha rotina por algo que nem eu e muito menos você sabe no que vai dar, é pediu demais... Acha não?
_ Você pelo visto não me ouviu, né J B? Chapa, tu não saiu mais aqui do meu juízo. Eu sei que você é mais novo, tem que dar satisfação pros teus pais de todos os passos que sempre dá, só que se eu puder te pedir uma coisa e já vou pedir, me responde... Você me ajuda a descobrir até onde essa nossa estrada vai nos levar? E antes de sua resposta que vai me deixar louco de ansiedade, devo dizer que nunca havia sentido isso por nenhum cara antes...
_ Eu não sei, Bernardo... Eu vim aqui porque quis te ver de perto, queria sentir teu cheiro e voltar a ver teu sorriso e de repente... Bem, você me deu tudo isso e muito mais... Eu tenho apenas 17 anos de idade. Você já é um homem feito, é militar, tem sua vida, com certeza pode ter quem quiser...
_ Ei cara, o Tom Cruise e o Brad Pitt moram em outro País... Será que dá pra você me olhar de verdade... Eu nunca senti por ninguém o que senti nessa madrugada ao ver você pelo vidro da nossa janela... Eu entendo teu medo, tua ansiedade, o terror em ser descoberto por alguém por ser o que é... Só que eu também já tive esses mesmos medos e resolvi a partir do momento que tive a primeira oportunidade, que eles seria todos jogados pra fora de mim. Você é um garoto de 17 anos de idade lindo. O garoto mais pé no chão que já tive a oportunidade de conhecer, e tudo isso me atraiu de uma forma que ta me fazendo dizer coisas que jamais pensei em dizer a alguém...
_ Você então esta disposto a...
_ Com você sim. Se você me der uma chance... Eu juro e prometo que mergulho junto . Você quer?
Ele estava lindo ao me dizer essa última frase. Era visível o desejo, o querer cuidar, a segurança em suas palavras e o mais legal, o nervosismo quase palpável na espera de minha resposta...
_ Só te peço pra ir mais devagar com tudo isso... Quero muito mergulhar com você, Bernardo. Você não tem noção de como quero mergulhar com você...
Ele me abraçou e voltou a procurar minha boca.
Fiquei em sua casa até por volta das 22:30 h da noite. Conheci o restante do apartamento. Seu quarto era um verdadeiro sonho de consumo pra mim e tive que ir pra casa antes da chegada de sua família... Na verdade eu não queria vê-los nesse primeiro dia.
Bernardo me prensou na porta de saída e voltou a me chupar a língua com muita vontade... Assim que voltamos a nos separar ele perguntou sussurrando em meu ouvido esquerdo:
_ Quer ser o meu namorado? E sua pele quente roçou na minha e no segundo seguinte dessa excelente sensação, seu olhos me fitaram...
_ Você esta certo disso? Perguntei com a voz rouca e trêmula... Fiquei emocionado nessa hora. Por favor preciso de um desconto de cada um de vocês que ler este conto... Lembrem que eu tinha apenas 17 anos de idade e era um gay não assumido que morava co meus pais e jamais tive um sonho realizado antes na vida...
Ele apenas acenou afirmativamente com a cabeça...
_ Quero.
E nossos lábios voltaram a se tocar para mais um maravilhoso beijo.
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Meus queridos...
Confesso que estou imensamente feliz pela grande acolhida nessa volta. Vocês sempre foram incríveis para comigoProcurarei sempre retribuir da melhor maneira possível toda e qualquer forma de carinho, amizade e amor que ler em cada comentário que vocês fazem questão de deixar ao final dos capítulos.
Vocês notaram que nesse início ainda não agradeci de maneira pessoal a nenhum de vocês e a razão é muito simples... Eu fico EMOCIONADO e simplesmente não consigo.
Sabe o que sempre me lembro? Da minha primeira tentativa ao escrever o conto que homenageava o querido e saudoso Guilherme Bastos. Apesar da grande diferença em ser ou não aceito, esse momento me faz lembrar de tudo isso que já passou e no quanto que sou querido e esperado por vocês... E simplesmente acho que não mereço.
Quem me conhece ja sabe... Não tô nem aí pra nota, ranque, classificação e equivalentes. Eu sempre quis ter amigos. Na verdade, iguais que se emocionassem e lesses as muitas experiências de vida que muitos de nós ja viveram e que sempre procuro contar aqui de uma forma mais humana e que tudo pode ser vivido sem tanto sofrer...
Prometo que no momento certo falarei com cada um de vocês...
Por enquanto fiquem com meu beijo, meu abraço, minha amizade e amor. Nando Mota.