Ceça: a menina dos orgasmos múltiplos

Um conto erótico de Álvaro Campos
Categoria: Heterossexual
Contém 1252 palavras
Data: 04/01/2017 01:07:35
Última revisão: 24/01/2017 19:43:00

Quando o que sobra das noites de amor são as lembranças, e mais nada, nem parece que os acontecimentos foram de verdade. Mesmo que a gente escreva que nosso relato se baseia numa história real, verídica, a memória nem sempre é tão confiável como muitos tentam fazer crer. Devo começar aqui confessando que se o acontecimento é verdadeiro, minha memória é sorrateira, gosta de apagar algumas coisas, enfatizar outras, e mistura com frequência os fatos.

Aos poucos surgem as lembranças: uma bar simples no centro do Recife, eu bebendo com dois camaradas, já meio alegre e com arroubos de sinceridade, e o aparecimento de Ceça, bebendo na mesa ao lado. A moça era simples e tinha um corpinho de menina, bem enxuto: 1.55 de altura, 50 quilos, a pele morena e um pouco queimada de sol. Um dos meus colegas era bem mais malhado do que eu, e ficou desapontado por aquela moça simples me preferir. É que Ceça não buscava apenas beleza, ou sexo, mas alguém para dividir uma vida de desamparos e, quando me viu falando o que pensava sem medir palavras, acho que preferiu a mim. Talvez o fato de eu estar desafogando mágoas fez com que ela me escolhesse.

Ceça era babá, chamava-se Maria da Conceição, havia sido criada num orfanato de freiras, tinha um problema de dicção que a fazia colocar a língua pra fora quando falava,e era muito ingênua. Quando chegamos no motel pela primeira vez, e ambos tiramos a roupa, vi Ceça rindo num cantinho do quarto, e perguntei o que havia acontecido. Ela me respondeu, apontando pro meu membro: "É que é a primeira vez que eu vejo um desses branco na minha frente. O dos meus namorados sempre foram morenos". Ela se aproximou do meu pau como se tivesse tendo contato com o sexo pela primeira vez. Eu tive que pedir: "Vem cá, pode tocar, ele não morde". Ela veio. Eu peguei a mão dela e fiz com que tocasse no meu corpo, não havia nada demais, e ela cedeu.

Pedi para tomarmos banho juntos, ensaboei o corpo dela, e pedi que fizesse a mesma coisa comigo. Quando ela viu que eu deixava que ela ensaboasse minha nádegas, estranhou. "Você deixa eu tocar na sua bunda?" Perguntei qual era o problema. Ela falou que o ex-namorado dela nunca deixava, dizia que era coisa de veado. Eu disse que era normal, não havia nada demais. Homem, na cabeça dela, não podia deixar uma mulher sequer se aproximar das suas nádegas.

Ceça tinha mais de vinte anos, mas a cabeça era inteira de menina. Tinha bastante experiência sexual, mas era como se ela estivesse brincando sempre, descobrindo algo pela primeira vez. Lembro que na televisão tinha um filme pornô e ela ficou nervosa, pedindo para eu mudar de canal. Pedi desculpas, e perguntei se ela tinha aversão a pornô, ela falou que não, até gostava, mas é que não podia ver filme do Alexandre Frota.

O melhor de Ceça, porém, não era seu jeitinho de menina, que às vezes até surpreendia por ser excessivo. Lembro dela chupando meu pau como se tocasse num objeto sexual pela primeira vez. Logo depois, vendo um filme pornô comigo, agora sem Alexandre Frota, ela disse que um ex-namorado adorava ver duas garotas se beijando dividindo o gozo de um outro homem. Era uma moça muito experiente sexualmente. Mas continuava menina. Eu não conseguia entender como podia ser tão ingênua e, ao mesmo tempo, assistir pornô com o namorado. Mas isso era Ceça.

O melhor, porém, veio no momento em que eu a penetrei. Aquele corpinho franzino me agarrou com força e, em pouco tempo, começou a se tremer inteiro. Eu nunca havia visto algo daquele jeito. Aquela menina parecia gozar com o corpo todo. E, depois que começava, os tremores não paravam mais, a cada cinco minutos eu sentia o corpo dela em êxtase, formando círculos de prazer ao redor do meu membro. Numa única transa, Ceça era capaz de gozar cinco vezes. Falou que possuía orgasmos múltiplos e uma vez havia perguntado preocupada a uma médica se aquilo era alguma doença. A doutora falou que não, disse que ela podia se considerar uma moça de sorte. E, realmente, aquilo que faltava de maturidade, ou esperteza, Ceça possuía em outro sentido. Seu corpo era sensível, aberto ao mínimo toque, como se tivesse milhares de zonas erógenas espelhadas por vários lugares ao mesmo tempo.

Um dia, ela perguntou se eu já havia experimentado o sexo anal. Eu, muito jovem ainda, disse que não. Ela me falou que o ex-namorado já havia tentado, mas tinha o membro muito grande e ela tinha sentido muita dor. Perguntei se tentaria comigo e ela falou que achava que sim. Acho que tudo que eu pedisse a Ceça, ela acabaria aceitando. Não tinha muitas restrições. Embora, como Geni, possuía muitos caprichos. Uma vez saiu com um coroa, porque estava passando necessidade e o homem prometeu recompensá-la bem, mas não conseguiu transar com ele. Trancou-se no banheiro e só saiu de lá quando o homem desistiu de tudo.

Acho que foi isso, e uma certa compaixão que eu sentia por ela, que fez com que nós nos encontrássemos ainda mais algumas vezes. Ceça me falava da vida no orfanato, da crueldade das freiras, de como as amigas riam dela e a achavam boba, do amor que sentia pela criança de quem era babá, mesmo ganhando menos de um salário mínimo, de como se sentia desamparada, das vezes que precisou até pedir comida para não morrer de fome. Me falou de muitas coisas. Mandava mensagens para mim com milhares de erros de ortografia. Sonhava em poder comprar uma casinha, queria que eu fosse seu namoradinho, mesmo que eu deixasse claro que não queria nada sério com ela. E tinha um segredo que não podia me contar.

Um dia fomos a um barzinho de noite. Eu estava sem carro e ela também. Ela me pegou pela mão e me fez seguir o ritmo de músicas que normalmente eu não dançaria, por considerar vulgares. No fim da noite, me falou que podia voltar sozinha para casa, sem problemas. Nos despedimos. Uma hora depois, Ceça me liga desesperada, com medo de ser assaltada. Tive que chamar um táxi para ir pegá-la e deixá-la perto de casa. Por fim, meu celular foi roubado, perdi o número com que me comunicava com ela, e nunca mais soube do seu destino. Rezo a Deus para que não esteja precisando de nada.

Até hoje lembro com carinho daquele menina humilde que tocou no meu membro como se fosse pela primeira vez e se tremeu toda dentro de mim, repetidas vezes, entregando-se completamente ao prazer. Nunca transei com uma mulher capaz de gozar 4, 5, 6 vezes, como ela conseguia. Nunca senti um outro corpo se tremer na cama como o dela. Ceça tinha uma entrega fantástica ao sexo. Talvez porque não racionalizasse muito. A vida havia tirado tantas coisas dela que acho que não sentia muito medo de ser considerada uma moça vulgar. Acho que nem pensava nisso. Tinha medo de morrer de fome. Medo de não ter ninguém para ajudá-la. Medo de perder seu emprego. Mas não tinha medo do sexo e se entregava por completo. A vida que havia lhe retirado tantas coisas, tinha dado a ela a compensação de ter orgasmos múltiplos. Fico feliz em pensar que muitas dondocas ricas, cheias da grana, nunca terão metade do prazer que aquela moça simples tinha quando ia para cama.

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Comentários

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que conto maravilhoso e toda a graça desda menina mulher me encantou esta leitura

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A estória com a Ceça foi linda. A ingenuidade junto à força de mulher e a experiência na vida fazem dela uma mulher muito forte e bem resolvida. Eu fiquei apaixonada pelos personagens e acho que dava uma continuação super boa. Risos altos! Visita os contos da Káren (são só quatro) e deixa teu comentário tá? Grata pela visita. Beijinho da Lá

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Alvaro Campos, termino a leitura de seu conto e fico meio que sem saber o que dizer. Fico olhando para a tela lamentando que tenha terminado. Senti tanta empatia que acabei sentindo a mesma saudade, não de Ceça, claro, mas de alguma mulher lá no meu passado. Enquanto lia seu relato "ouvi" músicas que marcaram de cicatrizes meu coração apaixonado: The Passion Love Theme, Boate Azul, Our Love Dream... Parabéns pelo excelente conto (como todos os que escreveu) e obrigado por me proporcionar essa viagem sensual paralelamente à sua. Parabéns, abraços. Nota DEZ!

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Uma preciosidade este relato! Magnificamente narrado e bem diferente dos outros estilos do site. Senti sua sinceridade, sua compaixão e seu desejo durante a descrição. A sua introdução já me despertou uma vontade grande de saber mais sobre a história. Essa garota deve mesmo ter algo especial para ser tão sexual e tão ingênua. Nota 10. Adorei!

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Essa menina pode não saber de muitas coisas, mas sabe se entregar ao prazer como ninguém. Nota 10.

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Adorei essa Ceça: simples e cheia de prazeres. Ótimo conto! Nota 10!

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Caro Cora Casado, obrigado pelos elogios. Não contei o segredo porque também não sei. Ceça, mesmo com minha insistência, nunca me disse.

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