Saio do banheiro enxugando o cabelo com uma toalha, enrolada em outra. Ele tá com a gaveta de relógios aberta, escolhendo. Passo ao seu lado, e pego um vestido azul royal de cetim na minha parte do closet. Vou pro quarto, jogo o vestido na cama, a toalha num aparador, volto. Uso o secador de cabelo e a escova rapidinho, meu cabelo não precisa de muito. Começo a escolher a maquiagem ainda enrolada na toalha. Ele finalmente decide por um relógio. Confere a hora dele pelo celular, e abotoa no pulso.
-Pare.
Eu sabia que estávamos no limite do tempo. Mas ele falou daquele jeito, que sempre me deixa arrepiada. E molhada. Petrifiquei, não movi nenhum músculo sequer.
-Escolha uma gravata pra mim.
Quase me permiti um sorriso. Pra chegar às gravatas eu teria que ficar exatamente entre ele e o armário. Era um espaço apertado. Deliciosamente apertado. Me virei de frente pra ele, mas de olhos baixos, e pus as mãos cruzadas na bunda. Andei na direção do armário, me virei de lado, me espremi ali:
-Com licença, senhor.
É claro que ele se virou, pra ficar com o peito colado nas minhas costas. Minhas mãos sentiram-no rapidamente, mas eu tinha uma tarefa a cumprir. Abri a porta de correr, olhei as gravatas penduradas, passando a mão em cada uma. Tons, cores, estampas, larguras. Decidi por uma não muito estreita, azul bem escuro, com losangos brancos pequeninos. Ele apertou minha cintura no que parecia uma aprovação, e isso me deixou feliz.
-Posso senhor?
-O que?
-Fazer o nó?
-Pode.
Ele andou até o espelho, e alisou a barba antes de abotoar e levantar a gola da camisa. Fiquei em sua frente, e estendi a gravata. Como eu já esperava (e desejava), ele puxou minha toalha, me expondo pra si. Passou as mãos pela minha cintura, agora desnuda, desceu pra minha bunda, e deu um tranco, me puxando de uma vez, pra ficar colada nele.
-Melhor assim. Seja rápida.
Terminou a frase esmagando minha bunda. Passei a gravata em torno do seu pescoço. Medi corretamente o comprimento, e comecei a fazer o nó. Uma volta na esquerda. Uma mão espalmada começou a subir pelas minhas costas, o couro do relógio me tocou suavemente. Uma volta na direita. A outra mão, ainda lá embaixo, me apertou ainda mais contra sí, me fez sentir seu desejo. “Vou deixar a calça dele melada desse jeito”, pensei, dando a volta final na gravata, e apertando. Baixei a gola e alisei, passando a mão em torno do pescoço pra conferir se a gravata toda tava no lugar. Foi quando a mão das costas chegou no meu pescoço. Segurou minha nuca. Fechei os olhos.
Senti sua boca debaixo da minha orelha. Respiração lenta e quente. Uma mordidinha. Mais uma apertada na bunda. Outra mordida, mais perto da orelha. Soltei o peso da cabeça. Mordeu a pontinha da minha orelha, sussurrou baixinho:Continue lendo em https://goo.gl/hmBMDt
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