Terminei meu banho num misto de nervoso e ansiedade. Hoje é um dia especial pra mim. Pra nós. Enxuguei o cabelo, passei creme, fiz uma trança. Me olhei no espelho de corpo todo do quarto. Segurei meus seios nas mãos, massageei de leve. Olhei minhas coxas. Nenhuma marca. Virei de lado, olhei a bunda. Lisa também. Pensei em dar um tapa, mas isso não cabe a mim. Tenho quem me faça esse carinho.
Andei até a cômoda e olhei os frascos de perfume, até que tomei coragem pra pegar um frasco específico. Espirrei um pouco da mão esquerda, esfreguei na direita. Passei entre as pernas, na virilha, até perto, bem perto. Passei no pescoço também, atrás das orelhas. Fechei os olhos, respirei fundo, pensando no que me aguardava. Percebi que meu corpo todo tava tremendo levemente, como sempre. A expectativa é tão excitante…
Me ajoelhei e puxei uma mala debaixo da cama. Abri o zíper, e olhei tudo ali dentro. Hoje foi me dada a regalia de escolher, mas eu sabia que isso teria um preço. Sempre tem. E eu me orgulho de ser boa pagadora. Peguei o chicote de tiras. Um plugue. Dois pares de algema. E um vibrador clitoriano. Me arrepiei pensando nas possibilidades. E decidi levar o jogo mais além. Fechei a mala, e empurrei pra baixo da cama de novo. Tateei debaixo dela, perto da parede da cabeceira, até que encontrei o que eu queria, e que faz meses que não uso. O afastador de pernas.
Passei a mão por dentro das alças de couro, macias como na minha memória. Fivelas grandes e fortes, presas à haste de madeira envernizada por argolas de metal. Ouvi lá fora o som do carro chegando, mas não me preocupei. Ainda teria um tempo só meu.
Arrumei tudo na cama. O afastador perto do final, plugue e vibrador lado a lado no meio, algemas sobre os travesseiros. Mais barulho, agora na cozinha. Tilintar de copos. Minha respiração acelerou um pouco. Conferi todo o quarto de novo e de novo. Tudo em ordem. Me olhei no espelho outra vez. Peguei minha trança e puxei o mais forte que consegui. Firme como deve ser. Passos perto da porta. Pararam. Agucei o ouvido. Farfalhar de tecido. Parou. Vi a maçaneta se mexer.
Quando a porta abriu, eu estava de frente pra ela, de joelhos no piso frio, com as mãos cruzadas nas costas, e olhando pro chão. Como sempre, pude acompanhar seus movimentos pelo reflexo difuso do porcelanato. Passos macios, lentos, calculados. Fechou a porta. Foi para a cômoda, deixando lá anel e relógio, enquanto respirava fundo, farejando o ar. Vi quando fez um aceno de negação com a cabeça. Se virou pra cama, fazendo a inspeção, conferindo minhas escolhas. Gostou do que viu, pois não fez nenhuma observação. Tirou o sapato. Colocou ao lado da porta do banheiro. Veio andando até mim, cada passo demorando cem anos, até que parou bem na minha frente, os pés paralelos aos meus joelhos. Passou as duas mãos na minha cabeça, eContinue lendo em https://goo.gl/DRqHdh
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