Segunda-feira, 8 horas da manhã, chego até a borda da piscina, para começar nadar como fisioterapia para a coluna. Do mesmo lado, só que em outra ponta, vejo outro homem, ele acabava de ajeitar a toca de natação e os óculos e pula na piscina.
Recebi as instruções e fiz o mesmo, comecei as braçadas que duraria meia hora. Após terminar fui para o vestiário e quando entro vejo o mesmo camarada, com a sunga no meio das pernas, acabando de retirá-la e entrar em um dos box para tomar uma ducha. Mas, antes, ele me cumprimenta com os olhos. Eu retribuo o cumprimento, com um movimento de cabeça.
Estávamos sós no vestiário. Fizemos quase que tudo simultaneamente, como terminar o banho e começarmos a nos enxugar.
Ele neste momento, puxou papo, ainda estávamos nus, dizendo: “ é , segundona brava”, e deu um leve sorriso. Eu concordei, com um movimento de cabeça e disse: é, mas tenho o hábito de levantar cedo.
Embora estivesse começando o inverno, a temperatura não estava muito agradável para nadar. Ele acabou de se arrumar antes de mim e se despediu. Eu terminei e fui embora também.
Na quarta-feira, um pouco antes de começar as atividades, a fisioterapeuta de plantão, daquele horário, nos chamou e nos apresentou. Erámos quatro pacientes, eu e o camarada e duas outras mulheres. Nós nos cumprimentamos, estendendo a mão para todos, eu e ele fomos os últimos, ele me olhou no fundo dos olhos, arrepiei com seus olhos castanhos claros e sua voz dizendo: “ muito prazer, Benjamim”. Eu respondi que o prazer era todo meu, e disse meu nome Murilo.
A professora, ou fisioterapeuta falou que eles tinham essa pratica de apresentar todos os pacientes, eles achavam que poderiam trocar experiências e isso contribuía para o bom do andamento do tratamento.
Depois das formalidades, caímos na piscina. Eu quando acabei o meu horário e me dirigia ao vestiário, já encontrei com o Benjamim no caminho e já fomos conversando.
Nós tínhamos um biótipo semelhante, em altura e peso. Mas, fisionomia já eramos bem diferentes. Ele era branquelo, não com aspecto doente, mas a pele dele era clara e lisa. Ele tinha poucos pelos no peito, braços e pernas. Seus cabelos eram lisos e grisalhos brilhantes e um cavanhaque grisalho com fios pretos. Lábios finos, olhos que chamavam atenção, seus olhos eram de um castanho luminoso, sobrancelhas grossas e cílios abundantes. Quer saber o cara era um coroa pinta. Acho que também nossas idades se regulavam.
Eu sou médico, viúvo e tenho 54 anos, tem pouco tempo que voltei para a capital mineira, passei um tempo em um programa do governo de médico da família no litoral sul da Bahia. Foi uma experiência muito interessante. Estava desmotivado e procurei ser útil de alguma maneira.
Benjamim me perguntou por que estava fazendo fisioterapia e contei que machuquei. Aproveitei e voltei para me tratar, porque iria ficar de licença por muitos meses. Ele riu e disse o mesmo, que sofreu um acidente de moto em pleno trabalho e também resolveu voltar.
Começamos a nos apresentarmos, né, falando que o fazíamos e de onde nós viemos. Ele é engenheiro ambiental e trabalhava numa pesquisa no interior do Pará. Também ficaria de licença por um bom tempo. Vi que não usava aliança, assim como eu. Mas, ele falou da filha dele e do marido dela, que moravam na cidade e ela insistiu para que ele retornasse para se tratar aqui.
Eu falei que também tinha dois filhos, meu caçula mora em Londres, foi pra lá logo depois que minha mulher faleceu. Nesta hora, ele interveio e perguntou sobre, eu disse que ela teve um câncer que foi quase fulminante, entre a descoberta da doença e a morte dela, só se passou um ano e meio. Ele disse que sentia muito. Eu disse que já estava superado, se é que se superam essas coisas.
Ele me contou que ele era separado, e que a eis mulher dele tinha se mudado para a Alemanha, porque a mãe dela tinha se casado depois de velha com um alemão que conheceu em Salvador, ele riu e fez uma piadinha: “minha eis sogra era uma velha muito assanhada”. Ele não via e eis esposa, há mais de 4 anos. Eu interrompi a fala dele para dizer que era mais ou menos esse tempo que estava fora daqui, só tinha vindo duas vezes para o nascimento do meu neto e mais outra vez.
Tínhamos a mesma idade, ambos 54 anos, eu passei 23 anos casado. Ele um período parecido. Tínhamos dois filhos e agora, estávamos os dois “fudidos” e sozinhos...depois de chegarmos a essa conclusão começamos a rir. Começaram a chegar gente, no vestiário e nossa conversa foi diminuindo, mas acabamos de nos vestir e saímos do complexo esportivo ainda trocando uma ideia. Quando percebemos que já tinha uma hora que estávamos nos confidenciando os fatos mais importantes das nossas vidas.
Nós nos despedimos e na aula de sexta, nos encontramos no vestiário antes de irmos para a piscina. Ele usava uma bermuda cinza e uma cueca vermelha. Achei curioso a cueca vermelha, que ele usava, mas isso ficou só em pensamento. Já começamos a nossa conversa intensa, e depois já íamos passando da hora de entrarmos na piscina, rimos do nosso atraso, mas que foi providencial porque ficamos lado a lado nas raias.
Eu praticava natação quando morava na Bahia, nadava no rio e no mar, então nadar em piscina para mim era mole. Ele disse que também sempre praticou natação. Que nessa temporada que passou fora manteve a pratica.
Eu tenho 1,80m, e peso 80 kg, como disse anteriormente, nossos pesos e medidas são semelhantes. Mas, eu estou bem bronzeado, nadava ao ar livre e muitas vezes nadava nu no mar, as praias eram muito extensas e ficava muito sozinho. Eu tenho cabelos pretos e alguns fios grisalhos, tenho pelos no peito e pernas, fios finos e escuros. Ele comentou do meu bronzeado, sem dizer que era bom ou ruim, só observou. Eu falei que nadava ao ar livre e muitas vezes nu.
Voltamos a falar sobre as nossas famílias, eu disse que sempre tive o carinho dos meus filhos, meu filho, durante os quatro anos que morei na praia, me visitou, na última vez veio com a garota inglesa que o fisgou, agora com 21 anos mora junto com ela e esta curtindo a vida por lá. Minha filha que também se casou muito cedo, seguindo o exemplo do pai, mora aqui na capital e sempre é muito atenciosa comigo, assim como o meu genro.
Ele disse que a filha mais velha dele, que também mora aqui e é empresária junto com o marido, também é atenciosa com ele. A mais nova, tomou as dores da mãe e foi para Alemanha atrás da mãe e da vó.
- “Falo com ela por Skype e telefone, mas, não nos vemos há dois anos.”
Neste dia conversamos até quase a hora do almoço, falamos da fome e ele me perguntou onde costumava almoçar, eu disse alguns restaurantes e em casa também. Ele falou que preparava ou a diarista também deixava alguma coisa pronta. Perguntou se não topava almoçar, topei e fomos para um rodizio que ambos conhecíamos.
Morávamos em bairros próximos, como era perto do centro esportivo que fazíamos fisio. Almoçamos e conversamos muito ele quis sobremesa, eu disse que não queria, mas, ele não me deu ouvidos e trouxe para mim também dizendo que aquele quindim estava com a cara boa. Ele tinha razão, estava bom mesmo. Fomos pagar a conta e ele de repente tomou a minha comanda da minha mão, não me deixando pagar, eu recusei no susto, mas depois concordei e disse que a próxima era minha.
Ele me perguntou se eu gostava de café, eu disse que sim e ele me chamou para tomarmos um café num local que ele conhecia. Aceitei o convite, a companhia era agradável e nosso assunto não terminava nunca. Parecia que queríamos contar tudo um pro outro e, além disto, trocávamos opiniões sobre os fatos atuais e na maioria das vezes concordávamos um com o outro.
Já eram três horas da tarde, como não tínhamos nada para fazer nem vimos às horas passar, mas por algum motivo incutido, nos sentimos culpado pela nossa falta de ter o que fazer e fomos embora. Cheguei em casa percebi que bobagem que tínhamos feito, que poderíamos ficar mais tempo juntos.
Queria comentar isso com ele, mas percebi, que nesses dias, apesar de nossos longos papos, não tínhamos trocado os números dos nossos telefones. Esperei até a próxima aula para que isso acontecesse.
Parecia que estávamos vivendo as fases de se conhecer um colega, na infância, passando pela fase das desconfianças e já entravamos na pré- adolescência.
Quando nos encontramos no vestiário na segunda-feira, ele foi chegando e falando assim: “pô, doutor Murilo, qual é seu número de telefone?”, neste momento comecei a rir e fui falando e ele anotando e eu pegando o dele e falando, pois é também quis falar com você e não tive como. Ele falou: “amigão, meu único compromisso, nos últimos tempos é a fisioterapia, estou de licença por quatro meses, minha casa está reformada e prontinha, filhos criados, eu estou com o tempo todo para curtir”. Eu na hora, disse que a minha situação era a mesma, estava aposentando, que tinha sido médico no exército e tinha encerrado minha participação no programa de governo, agora, só mesmo voltar atender na clinica, mas quando estivesse bom, não tinha presa.
Nós nos víamos pelados sempre no vestiário e claro, que nos observávamos. Ele apesar de brancão tinha uma marca de sungão. A bunda dele era lisa, não só por falta de pelos, mas a pele era bem lisa, e o pinto mole tinha um tamanho normal, pentelhos lisos e poucos, só que às vezes ele não puxava o prepúcio e a glande ficava encoberta pela pele. Ver o pinto dele com a cabeça encoberta me dava uma vontade de pegar e arregaçar, puxar a cabeça pra fora.
Eu já tinha minha cabeça sempre exposta e meu pinto era mais moreno e a cabeça do meu pau era rosada. Tinha mais pentelhos que ele e meu pau é grosso, mesmo mole.
Era plena segunda-feira, almoçamos juntos e depois fomos para o cinema no shopping. Ele estava de carro, porque o problema dele era, justamente nos pés, exatamente, pé direito, por isso não podia fazer exercícios de alto impacto. Nadar era a atividade mais recomendada para ele, que tinha que manter o peso, não podia engordar. Só paramos de falar quando entramos na sala de cinema e ele ria e fazia gentilezas. Isso era uma característica dele constante, pra eu conseguir pagar as contas eu tinha que me antecipar, porque ele queria sair pagando tudo. Acabou o filme e estava apertado para mijar, ele me acompanhou e quando fui para o mictório ele veio para um do meu lado. Mijávamos e ele me observava, achei engraçado e estranho, mas como estávamos nos conhecendo, achei que estava valendo.
Depois do cinema, ele propôs que tomássemos um chopp, eu topei, ai nessa hora um hábito foi revelado. Ele queria fumar, ele me disse que só quando bebia, dava essa vontade nele. Eu não gosto de cigarros, mas não tinha o direito de falar nada, ele perguntou se topava ir para outro lugar, fora do shopping, pois lá não poderia fumar. Sem retrucar fomos para uma choperia, dessas grandes com lugar para fumantes, que na verdade eram os locais mais concorridos por lá.
Passamos o dia todo juntos, ficamos até noite e ele me deixou em casa. Eu moro em casa, onde morei com a minha família, como disse, era em bairros próximos. Passou alguns minutos e ele me ligou dizendo que já estava em casa e percebi que era perto mesmo.
No outro dia, estava eu lá sozinho, quando meu celular tocou e era ele, todo brincalhão e perguntando se topava almoçar. Topei, estava pensando a mesma coisa que iria almoçar sozinho. Ele estava sempre tomando a iniciativa, não que eu fosse tímido, mas ele era rápido com as decisões e como agia muito por impulso, ele já ia logo providenciando o que queria.
Nossas conversas foram ficando cada vez mais intimas, comecei falando que meu casamento, só tinha sido bom mesmo no inicio, depois que tivemos os nossos filhos minha mulher ficou distante, se preocupava em atuar como mãe e nossa relação ficou em segundo plano. Ele me disse que no caso dele, nunca soube mesmo se gostou da mulher e confessou que teve amante, mas que na época pareceu uma coisa natural, que ele tinha muita vontade de fazer sexo e nem sempre queria com a eis esposa. Ela desconfiou de uma das traições dele e isso infernizou o relacionamento.
A conversa sobre sexo começou ser recorrente entre a gente. Às vezes era sobre sacanagem mesmo, descrição de transas e muitas engraçadas, desde a adolescência, até algumas puladas de cerca, como também, tentativas de compreender as relações amorosas e o quanto gostar de alguém era importante. Contei para ele de uma parte que chamo de selvagem da minha vida, que foi logo quando minha filha nasceu estava trabalhando com colegas bem loucos e que em plantões nós enlouquecíamos e usamos umas drogas que a gente achava que tínhamos o controle. De repente tive uma nostalgia de um grande amigo, que faleceu de acidente e que éramos muito chegados e tínhamos uma amiga que completava o trio de jovens médicos e monstros. Alguns fatos ocorridos com nós três ficaram escondidos no mais obscuro lado das nossas memórias. Lembrei que revi uma foto nossa e como éramos bonitos.
Resolvemos ir ao cinema de novo e na fila de compra dos ingressos tinha dois garotos namorando. Nós dois olhamos e não fizemos nenhum comentário, depois ele falou do nada: “é meu amigo, as coisas mudaram.” Entramos e assistimos ao filme. Dentro da sala escura, sempre nos tocávamos sutilmente, tipo encostávamos os ombros, os cotovelos, os braços e as pernas. Apos o filme ficamos conversando, resolvemos comer uma pizza, no inicio da noite e depois fomos pra casa.
No caminho, ele me levando, ele tocou no assunto, de repente ele me perguntou: “ o que você acha de relacionamento entre dois homens, igual aqueles garotos que vimos na fila do cinema?” Eu demorei para responder e ele foi logo se manifestando: “ você viu, não viu? Aqueles dois meninos trocando carícias e de mãos dadas na fila?” eu respondi que sim, que tinha visto. Falei que isso já acontece algum tempo, como médico atendi muitos homossexuais...nessa hora ele começou a rir, gargalhar mesmo e eu perguntei o que houve?
Ele respondeu: “ o jeito de você falar homossexual, risos, não pode falar gay?” eu comecei a rir também e falei que ele tinha razão, ficou parecendo que estava falando para alguém que não conhecia. Nossa intimidade estava só aumentando, mas, ainda parecia algo distante, que não seria uma amizade duradoura.
Nossos encontros foram se tornando cada vez mais necessários, primeiro pela companhia, segundo, o que um tinha para colaborar com o outro era sempre de bom grado e por fim, pelo conforto das conversas e descobertas dos pontos incomuns. Procurávamos fazer programas de cinema, café, livraria, comer e beber, shopping. Ele curtia carros mais que eu e ele ia me ajudar a escolher um.
Numa noite estávamos num Outback, e tomamos uma frozen marguerita e ele falou que achava corpo com pelos bonitos. Ele se enrolou, para dizer isso, mas enfim, ele queria me dizer que achava meu corpo bonito, ficou dando uma desculpa que eu era cuidadoso, saudável...ri muito. Eu queria sacanear com ele e perguntar se ele estava me chamando de gostoso, mas ainda achei demais para fazer essa piada com ele.
No outro dia, eu já querendo sair de casa, liguei para ele. Ele me convidou para ir a casa dele. E se ofereceu para me buscar, eu respondi que não precisa que iria por minha conta mesmo, já que estava sem carro. Quando cheguei entendi porque ele tanto se orgulhava da casa dele, era uma pequena cobertura duplex, onde ele fez uma verdadeira área de lazer, o famoso spa, com hidro, sauna, ducha, churrasqueira. Era um ap maneiro, com uma decoração funcional e moderna.
Ele me recebeu muito bem, calorosamente. Elogiei a casa dele e ele fez questão de me mostrar tudo. Ele me disse que tinha sentido uma dor de leve no pé, ele achou que precisava aquecer o pé. Eu concordei e disse que era verdade, que era um bom tratamento, que uma massagem seria bom. Eu me ofereci para fazer uma massagem no pé dele, confesso que na hora nem pensei em nada, acho que por instantes ficamos constrangidos, mas logo estávamos rindo e massageei o pé dele por alguns minutos. Achei gostoso tocá-lo e ele sorria com uma cara de safado e agradecido ao mesmo tempo.
Ele me perguntou se topava sair e beber, que poderíamos ir ao varandão do clube. Realmente, lá era um lugar agradável e o serviço era bom. Ele falou: “ vamos de taxi, porque assim, posso beber sem ficar preocupado em dirigir na volta.” Eu ri e falei: Camarada, tá querendo encher a cara hoje, no meio da tarde. Ele só respondeu que não queria ser responsável pelos atos dele. Rimos demais e fomos para rua e logo pegamos um taxi.
Quer saber, nós bebemos muito, misturamos Cointreau com chopp e ainda arrematamos com um conhaque. Fomos ficando bêbados. Divertimos e fizemos mais declarações camufladas como cada um de nós estava sendo importante para o outro. Como amizade era uma coisa boa na vida de um homem, que amizade é tudo. Papo de bêbados, né? Na verdade nem bebemos tanto assim, misturamos um pouco mais de duas doses e deixamos nossos sentimentos aflorarem. Ao longo de nossas vidas, dedicamos à família, trabalho e não pensamos em nossos sentimentos, sujeitamos aos interesses de filhos e esposas e da nossa vida profissional. Agora, sim, estávamos podendo questionar o que fizemos e como ainda poderíamos ser felizes nessa altura de nossas vidas. Nossas atitudes eram sempre muito fraternais e cuidadosas como se quiséssemos agradar um ao outro o tempo todo.
No final de semana, teria jogo, como estávamos nos encontrando só em lugares públicos, ele me perguntou se não topava ver o jogo à tarde na casa dele, que ele poderia fazer um churrasco para nós. Eu disse que topava sim, mas que iria almoçar na casa da minha filha, que já tinha me comprometido, mas que sairia de lá tempo de ver o jogo com ele. Foi assim que aconteceu, almocei com minha filha e um pouco antes das 4 horas peguei um taxi e fui para casa dele.
O tempo estava nublado, ele tinha ligado a tv na cobertura. Ele me recebeu com uma cervejinha geladamente providencial. Tinha também algum tira-gosto.
Mas, além da gentileza do meu caro anfitrião e amigo, ele estava com a aparência diferente. Ele tinha cortado o cabelo e aparado o cavanhaque. Quando percebi fui logo falando: ah, o rapaz foi no salão e cortou o cabelo e cuidou da barbicha, risos. Ele: “pô, Murilo, não me sacanea, não?” Percebi que ele ficou corado, como se algo a mais estivesse sendo revelado.
Naquele momento, eu queria era poder fazer um carinho nele, mas não era o caso, resolvi fazer uma brincadeira, forçando na intimidade, nem sabia se iria colar, mas como já tinha tomado uma cervejinha na casa da minha filha, fui espirituoso e falei: vem cá, garanhão, me deixa passar a mão nessa barbicha. Ele respondeu sem pensar como um macho tendo a sua honra defendida: “tem outra coisa aqui pra você pegar” e deu uma segurada no saco nessa hora. Começamos a rir os dois, parecia que tínhamos ouvido a coisa mais engraçada do mundo, mas na verdade, estávamos percebendo como estávamos agindo como adolescente.
Voltamos a nos dar um abraço, desta vez, mais afetuoso que o de quando cheguei a casa dele. Acho que estávamos ambos nervosos, por motivos obscuros, ou seja, que não queríamos aceitar o que rondava aquele nosso relacionamento. Como nos tornamos tão dependentes da companhia um do outro e qual era o motivo daquela atração toda.
Consegui, neste momento, passar as costas da mão pelo rosto liso dele e rimos dos carinhos que trocávamos um com o outro. Achei bom, todos aqueles tolos acontecimentos, porque parece que saí da condição de passivo na nossa relação para quem tomava as atitudes e isso o deixou sem ação, era uma situação nova para ele. Eu queria era demonstrar meu carinho por ele, embora estivesse parecendo que eu estava só zoando com a cara dele. Mas, nos apaziguamos logo, mantendo um equilíbrio entre os nossos atos e talvez pondo nos trilhos o melhor que tínhamos para dar um para o outro. Acho que esta troca de carinho entre nós estava retesada, por sempre estarmos em lugares públicos.
Ficamos bem pertinho um do outro, sentamos na mesma poltrona para dois, sendo que tinha outra no espaço, mas por algum motivo, ficamos próximos e também perto dos tira-gostos que estavam numa mesinha em frente. O jogo começou e ficamos ali trocando leves toques e aproveitando a bebida que estava subindo rápido e falávamos palavrões. Com carinhos na cabeça, toques na nuca e nas pernas, toques de costas de mão no peitoral e tudo regado com muito sorriso e camaradagem.
Por mais experiente que fosse eu confesso que não sabia lidar com um relacionamento com outro homem e ainda mais um homem que passei a ter uma admiração muito grande. Ele me inspirava confiança, generosidade, era atencioso e afetuoso e completando tudo isso era um baita de um macho bonito e gostoso.
Vi algumas fotos dele e tinha uma que me chamou atenção e perguntei quem era e ele me respondeu: “sou eu, porra!” “não reconhece o galã não?” Era uma foto dele aos 20 anos, o cara era um verdadeiro galã, através daquela foto fiz mil conjecturas, porque o casamento dele não durara e também imaginei que ele deveria ser muito assediado como deve ser até hoje. Rimos e depois de um curto tempo de reflexão, que fiz quanto à beleza que ele possuía na juventude. Ele não foi com o assunto pra frente e sim, começou a falar das mazelas que lhe aconteceram. Eu achava que era uma choração infundada de homem manhoso.
Neste momento, tomei outra iniciativa, abraçando e passando uma mão no pescoço dele e beliscando a bochecha e falando: pobrezinho, que cara sem sorte... Ele riu e falou: “você hoje tá engraçadinho, né?” “Depois a gente faz uma loucura e chamam a gente de louco”. Eu imediatamente, perguntei: que loucura você faria?, falando direcionando para o rosto dele.
Ele só respondeu: “ que tal essa?” e me tascou um beijo na lateral dos meus lábios. Instantaneamente, ri e falei: isso é tudo que você sabe fazer de loucura? Ele respondeu já abafando os meus lábios com a sua boca: “que tal essa? Mais essa? E essa outra?” Todas acompanhadas de beijos na minha boca, que em nenhum dos três beijos ainda tinha aberto a boca de verdade e compartilhado com a língua aqueles beijos todos.
Já de olhos fechados, me aproximei e deixei a língua dele invadir a minha boca, transformando em um beijo estonteante e inimaginável até então na minha vida. Sensação entorpecente e desencadeadora de milhões de faíscas elétricas, que me arrepiaram e me causaram uma sensação de desmaio agudo. Nessa hora, nossas forças se concentraram nos braços e ambos seguraram o tronco um do outro, em um abraço envolvente. Nossas respirações estavam alteradas e quando encerramos o beijo e nossos olhos abriram uma luz penetrante vinda do espanto dos olhos dele me invadiu. Eu pude imaginar que expressão também estava no meu rosto.
Ele mudou o tom de voz e invocou o meu nome: “Mu, cara, puta que pariu”. Eu impedi que continuasse e voltei a beijá-lo. Desta vez o nosso descontrole só piorou e em gestos até bruscos começamos a despir um ao outro. Ele usava uma camiseta polo azul com detalhes em vermelho e bermuda bege e tênis. Eu estava de calça jeans e camisa de manga comprida azul clara com camiseta branca por baixo. Nossos movimentos eram cheio de energia, pois nos tocávamos, beijávamos e tentávamos tirar a roupa um do outro ao mesmo tempo.
Fiz uma coisa seguida por ele que foi procurar seu pau com as mãos, senti que estava ficando duro assim como o meu. Estava sentindo um tesão, que andava adormecido em mim, ele já estava sendo reacendido mentalmente, quando pensava no Benjamim, quando estava só, mas não tinha ideia se isso seria concluído.
Ele segurava meu pau por cima da calça e com a outra mão forçava meu pescoço para junto da boca dele. Conseguimos a nos desvencilhar das nossas roupas da parte de cima e ainda não tínhamos abertos as nossas braguilhas. Assim que conseguimos e fomos abaixando as nossas calças, vi que ele usava uma cueca vermelha. Dei um sorriso e ele me perguntou o que é eu respondi a cueca, e ele: “que cueca?” Um dia no vestiário vi você usando uma cueca vermelha e não sei porque me chamou atenção. Rsrsrs... Ele:” ahh, tava de olho em mim, né?” Eu: sim, olhava sua bunda. Falei isso só para sacanear. Porque não era verdade.
Estávamos inebriados, não só pela bebida, mas o contato do carinho e do sexo que estava acontecendo entre nós. Tiramos toda nossas roupas, mas ele foi mais ágil que eu e me ajudou a puxa minhas calças e cuecas. Estávamos com tesão e um pouco descontrolados. Nos abraçamos e nos beijamos. Colamos nossos corpos. Eu sentia o calor do corpo dele junto ao meu. Era uma sensação diferente de tudo que já tinha sentido. Tinha coragem, tesão, sentimentos.
Roçávamos o pau um no outro, a barriga e os nossos lábios juntos, como se nunca tivéssemos beijado na vida. Nossas ereções foram se despontando e eu sentia o cacete duro e quente dele no meu. A força dos nossos braços era de um conforto uterino.
Caímos na poltrona e continuamos a nos beijar, sem palavras, só gemidos e movimentos. Segurávamos o pau um do outro. Começamos a nos masturbar e continuamos nos beijos intensos. Nossos gemidos foram acelerando e sentimos o gozo vindo e mordíamos os lábios e fomos tendo cada uma reação com o gozo, como eu entonava: uhm...uhmmm, uhuuummm... e ele : “ahhhh...ahhhhhh....aaaahhhhhh.”
Escorria esperma nas mãos, entre os dedos e brotava suor, pelo nosso peitoral e testa. Continuamos nos beijando e sussurrando por um tempo após o gozo. Depois começamos um sorriso de satisfação e relaxamento. Eu estava encantado com ocorrido,
Estávamos melecados e rindo. Fomos relaxando e escornando na poltrona, nus. Ficamos calados, só encostados e de mãos dadas. Nossas respirações foram se estabilizando. Ele sussurrou no meu ouvido: ”vamos descer e tomar uma ducha, vamo?” Movimentei minha cabeça afirmativamente e ele me puxou escadaria abaixo e fomos para o banheiro do quarto dele. Voltamos a falar e cantarolar e ele me mostrava o xampu e ensaboava meus cabelos e pedia para eu fechar os olhos como se faz com um bebê. Tinha um aroma marinho que penetrava as minhas narinas e me enfeitiçava. Estava entregue como um adolescente experimentando seu primeiro desejo sexual. Fui fazendo o mesmo com ele e quando o virei de costas e fui massageando as costas dele e cheguei a bunda. Passei suavemente a mão no rego dele e sorriu como se quisesse demonstrar um falso incomodo e eu perguntei: o que? Ele riu e disse: “nada, estou só te provocando.”
Pegava o pau dele e passava espuma e movimentava o prepúcio que tanto deseja arregaçar. Ri nesta hora. Ele foi ainda mais abusado comigo, colocou a ponta do dedo na entrada do meu cu, sem forçar. Ri e ele também. Já estávamos falando o tempo todo e mantendo os nossos corpos numa proximidade siamesa. Continuamos a nos enxugar no quarto e caímos na cama. Ficamos o equivalente a uma eternidade de 5 segundos com os nossos corpos longe um do outro e ele me puxou para deitar nos peitos dele, que fui com um grande prazer. Ficamos sonolentos por alguns minutos e emudecemos.
Eu sonhava envolto em uma névoa branca e despertei com ele corrigindo a posição e me apertando mais forte nos seus braços. Passaram-se um pouco mais de meia hora daquele relaxamento. Ele me perguntou: “tá com fome?” Antes mesmo que respondesse ele já foi dizendo que estava e que ia buscar algo para gente comer. Deixou um sorriso para trás e se levantou e foi. Não aguentei ficar nem um minuto na cama e fui atrás dele. Pelados e descalços ele foi me vendo e me olhou como se já estivéssemos sem nos ver por um longo tempo. Parou imediatamente o que fazia e me abraçou.
Ficamos abraçados e dizendo coisas agradáveis baixinho, um para o outro. Ele me perguntou o que gostaria de comer e eu disse que ele poderia escolher, mas sempre, pedindo o meu consentimento. Tomamos água. Quando vi estávamos com muita coisa e ele só me perguntou se topava comer no quarto. Ri e concordei e caminhamos com as mãos cheias para cama.
Estávamos no mês de setembro, um pouco mais de quatro meses que nos conhecemos. Aproveitamos que a noite estava quente e ficamos nus na cobertura sem luzes acessas, conversando, hora com os braços nos ombros e cinturas um do outro. Tomávamos cerveja e depois entramos e descemos para o quarto. Ficamos conversando abraçados na cama e dormimos.
Era muito cedo ainda, despertamos por perto de duas horas como se fosse pela manhã. Acordamos com tesão e começamos nos beijando e depois o sarro foi ficando mais entusiasmado. Ele começou a mordiscar meu corpo, meu pescoço, depois peitoral, chegando a minha barriga e apertava forte o rosto todo nos meus pentelhos e cheirava e murmurou um elogio ao meu corpo, dizendo que minha pele bronzeada era muito tesuda, que a minha pica era bonita e por fim disse: “esse seu jeitão de Raí, eis jogador de futebol me deixa louco.” Rimos muito nessa hora, ele foi até a minha boca e voltou com os beijos, depois escorregou o rosto pelo meu peitoral e abdômen até chegar ao meu pau e beijou a cabeça, depois envolveu toda ela com a boca.
Ai, ai, ai...descontrolei e remexi instintivamente e depois ele deu uma leve mordidinha e eu urrei baixinho. Ele me chupava ferozmente, sua língua remexia excitantemente, parecendo que iria me levar ao orgasmo a qualquer momento, sem que eu tivesse o menor controle.
Eu tomo as rédeas e mudo de posição para chupá-lo também, me parecia uma grande prova de amor meter o pau de um cara na boca. Como a primeira vez que chupei uma bucetinha, a fim de desvirginar a parceira. Ele gemia com a minha chupada, lambi o corpo do cacete dele e fui para as bolas e pus uma pressão que ele gritou. Depois começamos um 69, achei estranho imaginar que em poucos minutos minha boca poderia estar cheia com o seu gozo, quando realmente passou do pensamento para a realidade, nós dois gozamos, quase que juntos na boca um do outro. Tudo isso no primeiro dia de transa. A gozada foi tão gostosa que ficamos nos curtindo. Estávamos numa bolha romântica e de prazer. Levantamos e fomos ao banheiro, depois voltamos para cama e ficamos namorando. Dormimos mais um pouco até amanhecer.
Ele viu a minha movimentação e começou uma argumentação bem convincente comigo, que foi: “Amigão, você não está pensando em levantar e me deixar aqui sozinho sem a única pessoa que quero estar que é você, não é?” Isso com um tom manhoso e doce ao mesmo tempo, que funcionaram como um elemento sedutor, impossível de não atendê-lo.
Passamos o dia juntos, café da manhã preparado por nós, banho juntos com punheta e depois fomos almoçar num restaurante fazendinha, na montanha no meio do mato. Voltamos no final da tarde e não tínhamos enjoado um do outro, a vontade de ficarmos juntos não passava. Ficamos com a cara de bobo, que não queríamos nos despedir e mais uma vez ele tomou a iniciativa e disse: “deixa eu dormir na sua casa essa noite?” começamos a rir e eu falei: rapaz, ainda bem que você existe, eu não quero muito mais que isso.
Fomos até a casa dele antes e pegamos as coisas que ele queria, porque amanhã seria segunda-feira e teríamos natação.