Chácara de amigos. Luau. Altas horas, começo de madrugada. Fogueira ardente no terreiro, todos ao redor – bebiam, cantavam, beijavam-se... Lua linda tudo acobertando, com seu manto coiteiro.
Eu tinha tomado algumas doses. Estava leve. Acabara de tomar um banho frio, para dissipar o álcool e o calor. Larga bermuda era tudo que me vestia. Estava encostado no muro da varanda escura, à distância do fogo: não queria calor nem fumaça. A luz débil do luar não conseguia atravessar a espessa folhagem da romanzeira à minha frente.
Observava a alegria dos amigos – decerto amanheceriam o dia e cumprimentariam o sol num bom banho de cachoeira. Eu não me importava em ser o único distante: estava feliz com eles, ante meus olhos, e toda a varanda me pertencia. Pênis ereto, olhando a farra lá embaixo, em pouco tempo eu gozaria.
Baixei lentamente a bermuda e tocava suavemente a minha dureza. Havia besuntado meu cu, para rebolar e extrair mais prazer da minha sessão de masturbação, que prosseguia, sem pressa alguma.
Foi quando pressenti algo ou alguém atrás de mim, mas os reflexos estavam mais lentos por causa da bebida; quando dei por mim, havia uma mão sobre a minha mão, sobre a minha pica, acompanhando a lenta carícia.
Quis me virar, me recompor, dar alguma explicação... e experimentar um constrangimento sem tamanho, que me estragaria o final de semana. Preferi fechar os olhos e sentir até onde aquilo chegaria – até porque a mão suave que substituíra a minha sobre a rola tesa era divina.
Tentei adivinhar, pelo cheiro, se homem ou mulher. Perfume gostoso, sensual, mas neutro. Tive a confirmação ao sentir a nudez de um corpo encostar em meu dorso: não havia pelos, mas também não havia seios; um rígido cilindro roçou em minha bunda, ratificando o gênero.
Pus a mão para trás e abarquei aquele membro pulsante. Não era grande. Nem grosso. Mas rígido, e mais rígido ficou ao meu toque, que se transformou em suaves carícias... Eu o teria mamado avidamente conforme exigia minha natureza naquele momento, mas algo me dizia que, se me virasse, poderia quebrar o encanto, e aquilo virar mais uma trepada trivial.
Então afastei um pouco as pernas, facilitando o caminho do meu explorador, e encaminhei seu instrumento à entrada lubrificada de minha caverna. Sem pressa alguma, a cabeça de sua rola roçava meu buraquinho, despertando-me raios de prazer. Eu rebolava feito uma vadia, e aos poucos fui engolindo aquele mastro... ou sob seu impulso foi entrando em mim, não sei bem...
Em pouco tempo, senti-o inteiramente no meu interior. Seu corpo colado em minhas costas. Leves mordiscadas em minha orelha, lambidas na minha nuca (a me arrepiar inteiro), a mão acariciando meus mamilos duros – e a outra sem largar minha pica, que estava a ponto de gozar, não fossem a estratégicas paradas que ele fazia.
As estocadas suaves, sem qualquer pressa ou ansiedade, davam-me a sensação exata do paraíso. Não sei quanto tempo durou aquele vai-vem, mas de repente senti sua rola inchar dentro de mim, pulsando com mais intensidade. Ele então a tirou e passou a se esfregar intensamente em minhas costas. Eu sentia aquele canudo rígido e quente sobre minhas nádegas, ao mesmo tempo em que sua mão acelerava a minha punheta.
O primeiro jato quente e leitoso sobre meu corpo coincidiu com o primeiro que partiu de mim e se perdeu na planta à frente. Outros se sucederam, unindo nossos corpos, feito cola, enquanto novas golfadas partiam aos saltos da minha rola, envolta pela sua mão.
Jamais senti tanto prazer em minha vida. O cansaço que tomou conta dos dois corpos ofegantes fez que comungássemos por segundos o calor que nos unia. Senti seu cabelo macio em minhas costas, recebia sua respiração forte em minha pele, enquanto eu mesmo bufava baixinho, minhas pernas trêmulas, quase a desabar.
Lentamente, ele largou minha rola a meio mastro, descolou seu corpo do meu, beijou-me na nuca e foi se afastando, sem fazer qualquer barulho. Resisti até o fim em olhar para trás. Para quê? Eu tinha acabado de viver a mais inusitada experiência prazerosa de toda a minha vida. Ia estragar tudo com minha curiosidade?