Parte 29
Procurei me informar sobre o horário de transporte para a cidade, tinha um que saia no começo da tarde, como não encontrei nenhum restaurante, nem telefone no vilarejo, fiquei ali aguardando o transporte para poder seguir até a próxima cidade, que pelas informações que obtive a cidade que eu iria era a segunda maior do país e ficava a aproximadamente 4 horas de viagem, era menor apenas que a capital.
O ônibus, se é que aquilo podia ser chamado de ônibus, chegou por volta das 14 horas, tinha um número razoável de pessoas, poderia dizer mais para cheio do que para vazio, e algumas levavam animais dentro do ônibus, vi cabras, galinhas e até porcos. O calor que fazia e o cheiro forte dos animais tornavam o ambiente insuportável. Não preciso dizer que eu era o centro das atenções, a única branca ali e além do mais platinada. De pouco em pouco o ônibus parava pessoas entravam e outras desciam, já eram quase 19 horas quando o ônibus estacionou na cidade. A primeira coisa que fiz foi procurar um telefone público para ligar, o que não foi fácil achar, e o único número de telefone que eu tinha, que sabia de cor, era o da Renata, tentei ligar a cobrar, mas deu fora de área, aguardei mais um pouco e não tive sucesso. A noite estava caindo e achei melhor procurar um lugar para passar a noite e tentar novamente no dia seguinte.
Achei um hotel barato, que no Brasil, com toda certeza chamaríamos de espelunca, mas conseguiria passar alguns dias ali com o dinheiro que eu tinha, talvez 4 ou 5 dias. Comi algo, tomei um banho e desmaie. Na manhã seguinte, tentei novamente ligar para Renata, mas não tive sucesso. Precisei gastar mais um pouco, do pouco que eu tinha com roupas, afinal só me encontrava com a roupa do corpo. Comprei duas camisetas, duas calcinhas, um sutiã, um shorts e um chinelo tipo havaiana, tudo do mais barato que eu encontrei, e pensar que tinha deixado para trás um pequena fortuna.
Os dias foram passando e não conseguia ligar para Renata, sempre dando fora de área. E o pior as notícias que vinham e que os rebeldes tinham tomado de vez o País do qual eu tinha fugido e que o General Dume tinha sido capturado e estava preso. Estava ali perdida e sozinha, minha única opção nesse momento era a Renata. No quarto dia, já não tinha mais quase dinheiro só conseguiria alimento e pousada por mais um dia. Decidi tomar uma decisão radical, inclusive para não passar fome. Perguntei para o recepcionista do hotel, onde ficavam os bordeis daquela cidade. Ele me indicou um, com o nome da anfitriã, ou como aqui chamamos cafetina, decidi ir até lá para poder arranjar algum dinheiro para sobreviver.
Cheguei ao endereço passado pelo recepcionista e era um casarão velho, bem judiado, faltava pintura, a entrada era bem discreta, nenhuma placa indicando que se tratava de um bordel, apenas um senhor sentado numa cadeira na porta, que deveria ser o porteiro. Me aproximei do senhor e de forma delicada, para não ofender caso ali não fosse o lugar, perguntei pelo nome que me foi passado, ele pede para eu esperar, entra, e depois de um tempo volta, pedindo para que eu o acompanhasse.
Adentramos o velho casarão e um cheiro forte, ardido de mofo e creolina invadiu meu nariz. Nos cantos baratas disputavam lugar com a sujeira, na sala principal um sofá era disputado por uma dúzia de putas, todas andando só de calcinha e chinelo, dava para perceber o nível do estabelecimento só de olhar para elas, umas malcuidadas, outras de idade avançada, pelo horário, manhã, não havia muitos clientes, e os poucos que tinham era disputados a unhas e dentes, eles escolhiam suas amantes como quem escolhe um produto numa feira livre, vistoriando, apalpando a mercadoria.
Ele me levou até um tipo de escritório onde se encontrava a anfitriã do local, quem vim a saber depois que se chamava Leiza, ele nos deixou a sós. Depois de nos apresentarmos Leiza perguntou em que podia me ajudar. Contei parte de minha história, que trabalhava como cortesã no país vizinho e que por causa da guerra precisei fugir deixando tudo que tinha para trás e precisava de um “emprego” para poder me sustentar até a ajuda chegar, expliquei também que apesar de ser bem feminina, não era mulher de nascimento.
Ela ouviu tudo em silêncio, pensou um pouco e disse que já tinha ouvido falar da fortaleza e das pessoas que frequentavam lá, que já tinha tido umas duas meninas que trabalharam para ela e que foram funcionárias da fortaleza, trabalhando na limpeza e cozinha. Que eu era muito bonita, mas que os homens daquele lugar eram muito preconceituosos, e não saberia se daria certo, e ainda tinha a questão das outras meninas que iriam me ver como uma ameaça, e que ali não tinha todo luxo e segurança da fortaleza, e por fim que os valores cobrados ali eram muito baixo, que nem bem dava para a comida, então não achava uma boa ideia.
Com os olhos lagrimejados implorei para ela que me deixasse trabalhar lá até conseguir ajuda e voltar para o Brasil, acho que por pena ela mudou de opinião. Ele me levou até um quarto que ficava no segundo andar, na verdade era um quarto dividido por tapumes em cubículos de uns 3 metros quadrados, onde tinha uma cama de solteiro e um armário sem uma das portas, no cubículo ao lado uma garota prestava seus serviços, isso era facilmente identificado pelo barulho do gemido que vinha das finas tabuas que dividiam o quarto.
Os valores dos programas não chegavam a um dólar e a casa ficava com metade, para as despesas de lavagem de roupa de cama, limpeza e aluguel. O pano, por cima do colchão, pelo qual iria pagar a manutenção, parecia nunca ter sido lavado. A comida era a parte se eu quisesse comer ali, almoço e janta, deveria pagar o equivalente a seis programas diariamente. As folgas era apenas uma por semana e de meio período, como não tinha opção aceitei as condições. Se não conseguisse contato com Renata passaria o resto da vida ali, fazendo programas em troca de comida e teto. Como minha vida mais uma vez tinha mudado radicalmente.
Leiza me mandou descansar e observar o local, pois começaria a trabalhar no dia seguinte, que amanhã de manhã eu estivesse pronta na sala, apenas de calcinha. E antes de sair pediu que fosse comer algo, que a comida de hoje era por cortesia da casa. Arrumei as poucas peças que eu tinha no armário. Desci achei a cozinha, que não fugia aos padrões da casa, faltando pintura, os azulejos que ainda tinham força para se sustentarem na parede estavam num tom amarelado por causa da gordura. Uma barata circulava tranquilamente sobre a mesa, brincando de subir e descer no pão que ali se encontrava. Uma senhora bem idosa, estava no fundo da cozinha, assistindo um programa numa televisão preto e branco, uma novela mexicana. Sem tirar os olhos da televisão disse: “Você deve ser a nova menina, a comida está na panela o prato e talhares no armário se serve e depois que terminar lave tudo e guarde no lugar”. Comi porque a fome era muita, mas aquela gororoba não podia ser chamada de comida.
O banheiro que ficava no final do corredor era o pior de todos os ambientes, não conseguiria descrever tamanha imundice, os papeis usados ficavam ao lado do vaso jogado no chão. Uma banheira nojenta servia de barreira para que a água do chuveiro não se esparramasse em grande quantidade pelo chão. O mau cheiro era quase insuportável fazendo com que grande quantidade de mosca habitasse o local. Tomei um banho rápido, e o pior que não me senti limpa, e fui me deitar. Dormi pensando nos acontecimentos dos últimos dias, principalmente de qual seria o meu futuro.
Acordei por volta das 7h30, estava pegando uma calcinha quando Dona Leiza entrou, mandou que eu me virasse, desse uma voltinha para avaliar o material, olhou minha depilação em forma de “R”, descolorido, achou aquilo muito bonito, mas que ali havia muita incidência de “chato”. Me chamou para o banheiro, fui vestir algo ela disse que não precisava, bastava pegar uma toalha, chegamos no banheiro ela umedeceu o pelos, passou um sabonete e pegou um aparelho de barbear jogado em um canto e começou a raspar, as laminas estavam cegam e dóia a cada passada, raspou até deixar sem nenhum fio. Me enxuguei, pela primeira vez na vida estava completamente lisa. Voltei para o quarto, coloquei a calcinha, calcei um chinelo e desci.
A sala já tinha várias meninas, e movimento ainda fraco, procurei ficar no meu canto não falar muito, nem fazer amizades, sentei-me em uma cadeira e ali fiquei. Pouco tempo depois entrou um senhor na faixa de 40 anos, observou as meninas, apertou um seio aqui outro ali, ficou me olhando, não tinha dúvida que eu me destacava naquela sala, pele branca, cabelos lisos e platinado, chamava atenção, uma vez que estávamos em um país africano e todas as mulheres daquele puteiro eram negras, algumas muito bonitas, apenas faltando cuidados, que provavelmente seria o meu futuro, falta de cuidados, se não saísse logo dali. Sabia que o meu estereotipo seria uma vantagem, mesmo não tendo o que muitos homens procuravam ali, uma xana, mas também era uma enorme encrenca poderia causar a ira das outras putas.
Esse senhor chegou perto de mim, tocou meus seios, meu corpo se encolheu ao forte aperto que ele deu no bico direito, me senti como uma mercadoria, era nítido o interesse dele. Uma das putas falou de forma que ele ouvisse, sempre gostou de mulher agora vai querer viado. Ficou clara a vergonha nos olhos dele e se afastou de mim, pegou uma puta e foi para o quarto. Percebi que a disputa por clientes era mais pesada do que eu pensava já aproximava do almoço e se eu quisesse comer, mesmo que fosse aquela gororoba teria que arranjar três clientes para pagar o almoço.
O maior movimento era durante o dia, quando maridos vinham trair suas esposas, tendo uma rotatividade maior durante o almoço, quando muitos deixavam de fazer suas refeições em troca de uma aliviada rápida de seus desejos sexuais.
Clientes foram entrando eram nítidos os olhares para mim, mas ficavam receosos e procuravam uma mulher. Um grupo de jovens entrou na casa, na faixa de 20 a 25 anos, começaram a soar, apertavam os seios, davam umas encoxadas, falavam besteiras, até que um se aproximou de mim, apalpou meus seios, apertou minha bunda e falou: “O que é capaz de fazer?”. Precisando da grana, respondi na hora: “Te levar as nuvens”. Os olhos dele brilharam, um dos amigos o provocou dizendo, vais ficar com essa biba, e ele deu um sorriso safado e disse, olha o material, e além do mais só quero foder essa bicha, aliviar o tesão, não vou me casar.
Nunca me senti tão humilhada, com vontade de chorar, mas contive as lagrimas, segurei sua mão e o puxei para o quarto, não podia perder a oportunidade. Entramos no quarto, sentei-me na cama, ele imediatamente tirou o pau para fora e eu comecei a mamar, ele tinha um pau normal, mas de bom diâmetro, estava dando um bom trato naquele pau precisava de clientes e propaganda. Passava a língua por toda a estação, engolia suas bolas e devora seu pau de forma faminta, fazendo ele imaginar que era o homem mais gostoso do mundo. Depois de uns 5 minutos mamando ele mandou eu ficar de 4 se posicionou atrás e enviou, bombava com vontade, e eu rebolava naquele e pau e pedia para ele me foder, me fazer de sua cadela, gemia, fingindo estar adorando ser comida por ele, mas na verdade torcia para que ele gozasse rápido, não demorou até descarregar tudo em mim. Não passou de 15 minutos o tempo que ficamos no quarto. Ele pós o pau para dentro da calça e saiu sem dizer nada. Peguei uma toalha e me limpei, pois não era sempre que dispúnhamos de água, faltava água quase o dia todo e a noite tinha fila para o banheiro.
No primeiro dia trabalhei das 8h00 às 23h00 e atendi 6 clientes, um deles, com certeza, mais de 70 anos, mas ainda bem viril. As fodas eram rápidas de 10 a 20 minutos, e quase não havia conversa, eles entravam escolhiam a puta, tiravam o pau para fora, comiam, guardavam o pau e iam embora, muitos voltavam para as esposas. Consegui pagar as duas refeições. No segundo dia 10 paus entraram no meu rabo, e dia após dia meus clientes aumentavam. Mas por outro lado a cada dia dormia com a bunda mais dolorida, e toda melada, sem contar que para dormir era um sacrifício, os gemidos e gritos ecoavam pela casa toda, quando não havia alguma briga ou discussão.
No meu primeiro dia de folga, sai na cidade, fui até um mercado comprei algo para comer, para substituir aquela comida da casa, comprei uns lenços umedecidos na farmácia, e tentei ligar para a Renata, mas mais uma vez não consegui.
Na semana seguinte a média de atendimento foi de 20 clientes por dia, a Dona Leiza estava muito satisfeita, em compensação as outras meninas queriam minha pele, me matar. Em todas minhas folgas tentava ligar para Renata, e nada.
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Continua ...
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