Um conto antigo, reescrito pelo Leo. Esta, na continuação, é a décima quarta parte da nova versão. Leia as outras partes antecedentes.
Naquela noite de domingo, depois de um sexo maravilhoso e um banho juntos, onde pude provocar a Liz com algumas questões que a deixavam insegura, eu tratei minha esposa com todo carinho. Beijei seu rosto e fiquei adulando, disse que ela era a minha paixão, que a amava muito. Liz foi se acalmando e adormeceu nos meus braços. Notei que com a provocação que fizera o furacão sexual dela havia perdido toda a força. E dormimos bem e serenos até no amanhecer da segunda-feira, quando despertamos para mais uma semana. Liz se mostrava bem carinhosa e atenciosa, foi preparar nosso café da manhã, e quando eu desci as escadas ela me esperava nua na copa-cozinha. Havia feito torradas, pasta de atum, frutas frescas, e um omelete. Reparei que ela estava se esforçando para me agradar e abraçando-a por trás, apertei contra meu peito, e beijando perto do ouvido disse que ela era uma mulher muito dedicada e cuidava muito do seu marido. Acariciei os seios de leve e senti ela se arrepiar toda. Havia percebido que ela se mostrava mais calada e eu tentava puxar conversa, mas ela, mesmo sorridente e carinhosa, não estava à vontade para falar. Respondeu de forma lacônica não prolongando os assuntos. Achei incrível como ela era sensível. Dei beijos nela, agradeci o desjejum e saí para trabalhar. Ela se despediu carinhosa e atenciosa, mas sem falar muito. Parecia amuada com alguma coisa.
Durante o dia, ela sempre mandava alguma mensagem, era costume dela, mas até perto da hora do almoço ela não mandou nada. Eu me preparava para ir almoçar quando chegou uma mensagem do Sil no grupo dos três. Ele perguntava: “Liz, tudo bem? Não deu sinal ainda? Cheguei bem e já estou trabalhando. Quando der manda um alô. ” Normalmente ela responderia de imediato, mas passou um tempo e o Sil mandou outra mensagem: “Liz? Gaspar? Tudo bem? ” - Tratei de responder: “Oi Sil, tudo bem. A Liz hoje acordou amuada, acho que é saudade. Está off desde cedo. ”
Fui almoçar e nada. Então, resolvi ligar para a Liz e saber se estava mesmo tudo bem. Deu ocupado. Esperei um pouco e me distraí almoçando, quando tocou o telefone e era o Sil.
- Alô, Gaspar? O que houve com a Liz? Liguei agora e ela disse que não queria falar, e me pareceu que havia chorado. Alguma briga? Ela não quis conversar, só disse que estava triste.
Eu contei por alto para ele a brincadeira que havia feito, apenas para provocar, e ela depois daquilo ficou amuada. Foi o Sil então que me alertou para uma questão que eu não tinha me tocado:
- Olha, o trauma da Liz, foi muito forte, quando nos separaram, e ela saiu de casa. Depois que eu reapareci teve a separação com você, depois da minha primeira visita, que a traumatizou muito. A Liz é assim, alucinada por carinho, atenção e sexo, pois é traumatizada com tudo isso que passou. Morre de medo de perder quem ela gosta. Perdeu a família, perdeu o namorado, e na separação quase perdeu o marido. Ela é muito frágil emocionalmente embora pareça uma mulher totalmente livre e independente. Nada disso. É muito carente. Toda essa fixação por sexo, é um impulso que ela tem para seduzir e prender as pessoas. Usa seu lindo corpo e sua habilidade no sexo para se fazer desejada. Você não imagina o drama que foi quando vocês se separaram. Ela adoeceu, sofreu, pensei que ia fazer uma besteira. Fiquei muito preocupado e pedi que o procurasse. Deu certo. E agora, dessa vez, embora estivesse muito feliz com a minha volta, ela me disse, naquela primeira noite de sexta que você nos deixou sozinhos, que estava morrendo de medo. Afirmou que você estava diferente, mais seguro, se afastando, deixando de gostar dela. Ela acha que quebrou o encanto e que vocês nunca mais serão os mesmos, tem medo de você perder todo o enlevo e o interesse nela. Não deixe isso acontecer. Cuida dela.
Fiquei abestalhado. Não imaginava que uma brincadeira viraria aquele problema para ela. Na hora perdi até o apetite, agradeci, desliguei e a seguir liguei para a Liz. Ela atendeu e eu perguntei se estava bem. Liz respondeu:
- Estou muito triste. Tenho saudade do Sil, falei com ele há pouco, mas o que me deixou mais triste é sentir que você não gosta mais de mim como antes.
Na hora que ouvi aquilo eu fiquei meio atrapalhado. Para não deixar dúvidas eu declarei:
- Liz, deixa de besteira. Eu sou apaixonado em você. Cada vez mais. Não crie fantasmas que não existem. Qual marido que não gosta da esposa faria o que eu fiz? Permitir que você tenha esse caso de amor com o seu xodozinho? Tem que gostar muito para aceitar dividir.
Liz ficou um tempinho em silêncio, pensando, depois falou:
- Tá bom, amor, então não demora para vir para casa tá? Estou com saudade. Vou preparar um jantar gostoso.
Me despedi dela e fiquei um pouco mais tranquilo. O toque do Sil fora providencial. Fui trabalhar pensando que teria que ser muito cuidadoso com a fragilidade emocional e afetiva da Liz. Mas era um dado novo. A sensação que deu é que antes a Liz não era nem um pouco sensível, e tinha acontecido um processo gradual de fragilização. Da mesma forma que eu no início reagia muito mal a qualquer envolvimento dela com o primo, sentia ciúmes e insegurança, e depois aos poucos passei a entender melhor tudo aquilo, e aceitar mais o fato dela poder gostar de duas pessoas, sem detrimento de nada, já com ela parecia ocorrer o inverso. No início ela parecia a liberal, disposta a dividir e aceitar tudo, mas depois que nos separamos ela se deparou com a possibilidade de ficar sem nenhum dos dois, de perder tudo, e isso a marcou muito. Como eu passei a me adaptar, me harmonizei com o fato dela e do Sil poderem ficar juntos, e ainda consegui uma aproximação com a Marla, tudo indicava ter batido nela a paranoia de que a Marla, que é bela, sensual e já tem o Sil como marido, acabar levando vantagem e conseguindo conquistar também a mim, o que para ela poderia ser apavorante.
O resto do dia passou normalmente, e quando cheguei em casa no final do dia a Liz tinha preparado um jantar, com todo o carinho. Ela me recebeu com beijos, aparência feliz, e me levou para tomar banho. Ficamos de carícias, brincadeiras sensuais, ela se esfregava, me ensaboava com mãos provocantes, entre o saco, a virilha, e o pau, toda dengosa. Eu já estava habituado com o prazer que a Liz tinha de tomar banho e fazer brincadeiras sensuais, tanto fazia comigo, como com o Sil, ela adorava aquilo, mas nesse dia ela não buscava sexo, estava apenas demonstrando carinho e sensualidade. Eu não questionei nada, entrei na onda, mostrando que também estava muito feliz. Depois do banho, fomos jantar, ela fizera medalhões de filé fritos envoltos numa fatia de bacon, com molho Madeira e champignons, arroz branco e batatas cozidas. E também uma salada de tomate e palmito com molho shoyo. De sobremesa sorvete de creme. Jantamos em harmonia e a seguir lavamos a louça juntos.
Depois passamos um café fresquinho e nos sentamos na sala para assistir o noticiário. A gente sempre fazia aquilo, sentávamos no sofá, sem roupa, ela ao meu lado, e enquanto víamos as notícias trocávamos carícias suaves. Nos dias em que o tempo esfriava ela pegava uma manta ou edredom para se cobrir. Esse momento de intimidade suave, que ela depois repetiu com o Sil, era uma preliminar de intimidades, para depois fazermos sexo gostoso. Mas naquela noite quando nos sentamos no sofá ela me disse:
- Amor, eu tenho que falar uma coisa. Está me incomodando desde ontem.
Eu fiquei olhando atento, esperando que ela falasse.
- Sabe, eu tenho que confessar, morro de medo de você deixar de me amar, se desinteressar, e aos poucos se afastar. Sinto que você está mais frio e sossegado.
- Que isso Liz, de onde tirou isso?
- Não sei amor, senti isso, desde que o Sil voltou, você querendo ficar mais distante, na sua, não muito animado em estar com a gente, será que não está perdendo o encanto que tinha por mim?
Eu dei risada, pois queria aliviar o clima.
- Liz, eu participei com vocês. E foi muito bom. Mas a maior parte do tempo eu preferi deixar vocês aproveitarem. Mas já que tocou no assunto, vamos lá... vou lhe dar uma resposta que talvez entenda melhor. Você é encantada no Sil, e tem muito tesão e saudade de dar para ele, trepar com ele. O cara é um bem-dotado, fode bem pra caralho, um “animal sexual” como já me disse, e faz você delirar. Eu sei de tudo isso, reconheço que não sou páreo para ele nessa área, e aceito, pois gosto de você e sei o quanto isso lhe faz bem. Mas se ponha no meu lugar. Você fica toda hora repetindo, dizendo que deu sua bocetinha de monte, que ele fodeu de todo jeito, que você gozou demais, fica toda marcada e me mostra, me faz sentir o cheiro do gozo dele em você, e afirma que foram as melhores fodas da sua vida. Imagine se eu fosse ficar ofendido ou me sentir diminuído com isso? Eu entrava em crise. Me jogava na linha do trem.
Liz olhava assustada, novamente segurando as próprias mãos com ansiedade. Quando eu parei e fiquei esperando ela dizer alguma coisa Liz disse num fio de voz:
- Mas eu pensava que isso deixaria você excitado, com tesão.
- E deixou, e deixa, mas tem hora para tudo, e tem momento que certas comparações são inevitáveis. Eu já tive que entender e aceitar que você gosta dele, tanto quanto gosta de mim, ou até mais. Já é um grande baque. O problema é que ele é casado, e tem filho, e você também é casada. Isso já impede que vocês deixem tudo pra trás e fiquem juntos definitivamente, o que talvez aconteceria se ele fosse solteiro e livre. Ele ia querer você, e você certamente iria querer a ele. Mesmo gostando tanto do marido. Ou a gente virava um trisal, eu aceitando a chegada dele na relação, ou eu saía da relação. Essa é uma verdade que eu entendi lá atrás. Então, o arranjo que fizemos, é a forma de nenhum de nós perder, e só ganharmos. Foi isso que me fez aceitar. Mas não tenha dúvidas que eu cedi, e cedi muito. Tive que me reeducar. Só sendo apaixonado por você acima do normal para aceitar isso. Acontece que tem momentos que eu também posso sentir alguma fragilidade, insegurança, ciúme, e nem por isso estou entrando em parafuso.
Notei que a Liz estava vermelha, como se sentisse vergonha ou nervosismo. Ela apertava as mãos e fez cara de choro. Novamente falando baixo ela pediu:
- Ah, amor, me perdoa. Eu sou uma atrapalhada mesmo. Gosto tanto de você que queria provocar, excitá-lo, e nem percebi que estava abusando. Desculpe.
Aproveitei o momento e perguntei na lata:
- Imagine se a Marla vier aqui, e ela quiser ficar comigo? Qual será a sua reação? Pensa e diga. Como você acha que irá reagir?
Liz estava séria. Notei que em volta de sua boca o sangue havia faltado, deixando um anel branco, indicando grande estado de nervosismo. Ela me olhava, mas não me via. Estava longe. Esperei que ela pensasse e focasse:
- Ah, amor, eu fico apavorada com isso. Na hora que o Sil está perto eu finjo que está tudo bem, que vou aceitar. Mas não me sinto à vontade. Morro de medo.
Pronto, eu acabava de ter a resposta para as reações de insegurança da Liz. Perguntei:
- Você tem medo que eu fique com outra, e goste?
- Ah, sei lá amor, só de eu imaginar você beijando, sendo carinhoso e recebendo carinho dela já me dá um frio na barriga. Fico insegura, apavorada. No fundo eu não gostaria que outra mulher tivesse o privilégio de tocar em você. Ou ser tocada.
- Mas você pode e eu não? Como é isso?
- Amor, eu sou uma putinha vagabunda, você me conheceu prostituta, viciada em sexo. Eu me prostituía e gostava. Nunca fui nada, só uma vagabunda gostosa. A separação do Sil foi tão brutal que eu queria dar para todos os homens que eu encontrasse. Se não fosse o sexo, a droga acabaria comigo. E você foi o homem, o príncipe encantado que apareceu e me salvou, que me amou, que me fez viver a maior paixão, e única princesa...
Eu não resisti e disse:
- Mesmo assim, você me dividiu ao se dividir. Ao resgatar o Sil você de certa forma admitiu que não era exclusividade...
Liz teve repentinamente uma reação inesperada. Me abraçou forte se pendurando em meu pescoço, colada em meu corpo, ainda recostados no sofá, só que ela virada ficando de frente e me beijou forte. Ficou beijando longamente, apaixonadamente. Ao parar falou:
- Amor, estou com medo, será que eu quebrei o cristal do encanto que você sentia por mim? Eu me mato se isso acontecer. Será que eu estraguei meu maior tesouro? Agora começou a falar em ficar com outras mulheres...
Segurei Liz pela cabeça, parte das minhas mãos sobre seu pescoço, para que me olhasse firme, e dei um beijo rápido, mas carinhoso antes de dizer:
- Liz, não perdi o encanto, fico a cada dia mais apaixonado. Mas eu preciso ajudar você a superar esses medos e traumas. Do mesmo modo que você fica com o Sil e não deixa de me amar, acontece o mesmo comigo...
- Você já ficou com outra para saber?
Liz parecia intrigada, mais interessada em saber aquilo do que entender o que eu tinha a dizer. Resolvi colocar ela à prova. Peguei meu celular e disse:
- Não fiquei com ninguém. Você é a minha paixão. Mas quero que veja isto.
Mostrei as fotos que eu fiz da Michelly na praia. A morena sorrindo aquele sorriso tão lindo quanto o da Zezé Mota no papel da Chica da Silva. Era uma beleza que impressionava. Liz passou as fotos com o dedo olhando atenta enquanto eu disse:
- Encontrei essa moça na praia, ficamos conversando um bom tempo. Ela é simpática, me cantou descaradamente muitas vezes. Eu não entrei no jogo, embora ache que ela é uma mulher linda e muito sexy. Mas não estou em busca de mulher, de sexo, de nada. Apenas fui simpático e aceitei conhecer a moça. Estuda direito, e se prostitui para viver. Eu sou o seu marido e você me satisfaz. Mas eu fiquei pensando: o que você faria se eu dissesse que tenho vontade de ficar com ela?
Liz largou o celular no sofá como se estivesse em brasa. Ela me olhava admirada. Pensou alguns segundos e sua expressão foi mudando, de admirada para meio implicada, depois meio angustiada, e por fim com cara assustada falou:
- Amor, juro, não estou preparada. Não sei... vou sofrer muito.
Passei a beijar com carinho, vencendo uma resistência inicial dela, em ceder. Falei:
- Você é a minha paixão, meu tesão. Não tenha medo. Se você não se sente bem, eu não farei. Não preciso, nem quero. Relaxa...
Liz tremia um pouco, depois foi se acalmando. Ela falou baixinho:
- Que negra linda! Por favor, nem chegue perto. Vou morrer de ciúme.
Eu dei risada, e continuei beijando, acariciando seus seios, notando que ela ia ficando mais quente e mais arrepiada. Eu disse:
- Nenhuma mulher vai despertar tanto tesão e paixão quanto você.
Liz já correspondia aos beijos e as carícias, aos poucos nossa relação entrou no terreno que ela dominava, a arte do sexo, do prazer. Passamos para carícias mais intensas, nosso fogo foi nos consumindo, e fomos nos entregando. Tivemos ali na sala um sexo muito intenso, chupei-a demoradamente, e gostoso, penetrei-a em várias posições e ela teve orgasmos seguidos em cada uma delas. Mas nada abaixava nosso fogo, e foi uma noite onde nos possuímos por mais de uma hora, até que ela me fez gozar profundamente em sua xoxota. E depois me pediu para que a chupasse gozada, e teve mais um quinto orgasmo na minha língua. Ao terminarmos ela estava totalmente largada sobre o sofá, saciada. Peguei-a no colo e carreguei para nosso quarto. Liz gemeu:
- Amor, que delícia! Eu sou a mulher mais feliz do mundo!
Coloquei-a na cama. Me deitei junto dela e fiquei trocando beijinhos. Liz antes de dormir falou:
- Amor, promete, você será só meu? Eu sou capaz de abrir a mão do Sil se for essa a sua condição.
Eu sorri e falei:
- Eu já tive dezenas de amantes antes de você, e posso até ter outras. Nenhuma será nada perto de você. Deixa de ser insegura. Relaxa. Não estou esperando nenhuma prima aparecer na minha vida. Nem quero que você deixe de aproveitar com o primo que tanto gosta. Agora o Sil faz parte da nossa vida.
Liz me abraçou forte e falou:
- Você realmente não existe. É meu grande amor, não tenho o direito de abusar dessa sua bondade. Mas não me faça sofrer.
Fiquei calado, apenas acariciando seus cabelos e com outra mão acariciava um dos seios. Liz adormeceu nos meus braços. E eu não esperava tudo aquilo. Fiquei intrigado, os pensamentos agitados, acabei adormecendo de cansaço.
A noite passou voando.
Continua...
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