Nathalia
Olho-me no espelho para verificar se correspondo aos padrões do meu dono, ajusto o bojo do cropped branco de renda do conjunto para segurar bem o volume dos meus seios, percebo que estou deslumbrante. Eu tenho a pele clara, mas ainda sim a lingerie contrasta com ela, o ar que a imagem transmite é angelicalmente sensual e desperta a luxúria nos olhos de quem ver. Quase me dá uma peninha cobrir a visão deliciosa de mim mesma, o meu corpo é delicado e natural, não frequento acadêmia, o meu corpo esbelto é reflexo dos jogos de vôlei amador aos fins de semana. Relutante, coloco o vestido de renda preto com forro de seda da mesma cor, é um modelo tomara que caia com longas mangas bishop, a cintura é alta e sua barra é larga, completando o meu visual calço um par de botas de salto fino. A maquiagem é leve, de modo a ressaltar os traços finos e do meu rosto delicado, mas o batom é de um vermelho bem fechado. Eu sei que meu senhor não pretende fazer nada comigo essa noite, mas, tenho licença vitalicia para lhe provocar. Tenho certeza que o Frank, também ficará extasiado com essa visão, espero que não ache vulgar demais. Pego a bolsa de mão e desço as escadas. Surpreendo-me ao encontrar um belo homem de cabelos grisalhos e aspecto gentil me aguardando, meu sogro, ao invés dele.
— Matheo, que prazer te ver - digo após abraçá-lo.
— O prazer é todo meu. Você está linda menina, meu filho vai ficar de queixo na mão.
— É essa a ideia, mas porque ele não está aqui?
— Está organizando algumas coisas para o jantar, pediu que eu viesse te buscar. Vamos?
— Claro! Como está Francine? - Pergunto ao caminharmos em direção ao logan parado a frente da casa.
— Está muito bem, tem se empenhado em cuidar dos trâmites legais da adoção da pequena Felippa. Ela realmente se encantou por aquela menina, se tudo der certo em breve ela estará morando conosco.
— Ela sempre sonhou em ter uma filha, imagino o quão feliz ficará com sua chegada. E você também, por mais que não demonstre, tem um olhar paternal sempre que toca no assunto.
— É verdade, só que isso ainda me assusta. Ser pai novamente aos 54 anos! Quem diria, o Frank já é um homem adulto construindo a própria história. Não me sinto preparado para viver tudo isso de novo, mesmo assim, faço tudo pela minha esposa.
— Não seja bobo, você será um ótimo pai para ela. Meu namorado é só mais uma prova disso.
— Obrigada Nath. Bem, chegamos! Pode entrar, vou colocar o carro na garagem.
— Por nada. Te vejo lá dentro - digo após descer do veículo.
Sempre que venho aqui, paro para admirar o jardim cuidado com muito zelo por minha sogra, lindas margaridas, orquídeas, bromélias e outras flores decoram a entrada dispostas de maneira singular. A casa tem a aparência de casa de vó, transmitindo conforto e segurança, em tons alegres de rosa e amarelo. Abro a porta e entro na casa, decorada com móveis rústicos e clássicos, na bela sala de estar não há ninguém, então me dirijo a cozinha, que exala um cheiro delicioso, onde sei que encontrarei dona Francine.
— Que cheiro magnífico, conte-me sogra o que pode cheirar tão bem? - ela larga a tampa das panelas e sorri para mim.
— Nathalia, que bom que você chegou querida! Você está magnífica. Como você está?
— Olha quem fala, a senhora está muito linda. Eu estou ótima, obrigada e você? — ela está usando um belo vestido midi na cor esmeralda, por baixo do avental de cozinha, ressaltando a beleza de suas curvas, combinando com a cor de seus olhos verdes e seus cabelos negros. Ela não é uma mulher alta, por isso quando á cor se perder de seus cabelos negros vai ficar parecendo uma vovó dignas de comercial de margarina.
— Obrigada! O pessoal está na sala de jantar de aguardando, o Frank deve está se produzindo ainda, mas os demais estão lá. Logo me junto a vocês.
— Tudo bem, vou encontrá-los então. E a senhora não demore, por favor.
— Não se preocupe querida - disse sorrindo antes de voltar para as panelas.
Caminho de volta pela sala de estar, escuto o barulho de outro carro chegando, mas, me atenho a seguir pelo corredor a esquerda rumo a sala de jantar. Ao entrar no ambiente, todos os presentes olham para mim deslumbrados. Meus pais, a minha cunhada Nina, meu irmão, meu sogro, alguns amigos e meu namorado. Todos estavam vestidos elegantemente em um desfile de beleza e elegância, até mesmo Nina que tende a vestir-se com rebeldia. Todos estavam de pé saboreando vinho tinto, na ampla sala de jantar, a mesa estava a um canto carregada de comidas feitas por Francine. Era uma imagem incomum ver essa casa tão cheia, o que me causou certa estranheza.
— Boa noite! Mamãe, papai, eu achei que estivessem viajando.
— E nós estávamos, mas o Frank foi muito insistente pedindo nossa presença nesse Jantar - disse mamãe me abraçando em seguida.
— Finalizamos nossas férias depois - disse o meu pai, com sua voz grave.
— Amor, você está simplesmente divina - ouço a voz de meu amado, que me olha todo bobo.
— Obrigado amor! Você também está lindo - meu moreno de olhos de um azul profundo, estava vestido em um belíssimo terno azul-marinho, que não conseguia ocultar o desenho dos seus músculos, dando-lhe a definição de grande gostoso. Dou-lhe um selinho carregado de amor.
— Boba, você merece o melhor. Eu vou até à cozinha ver se consigo arrastar minha mãe de lá, pode fazer companhia a todos para mim?
— Claro vai lá amor
Eu estava de costas, conversando com nosso amigos, quando senti o ar vibrar de maneira diferente, sensação que eu conheço muito bem. Ao virar-me, encontro exatamente quem faltava, quem eu ansiava ver. Ele estava magnífico em um terno preto, com camisa branca, sem gravata, me fitando com olhos surpresos que logo tentou disfarçar. Ele falou com todos, até que finalmente chegou minha vez. Abraçou-me só para poder chegar aos meus ouvidos:
— Você é mesmo o diabo em forma de cadela - sua voz grave me arrepiou inteira - Ele sabe que todo essa arrumação é para mim? Vadia — se alguém pudesse ver minha calcinha agora, constataria o quão molhada está.
— Ele não precisa saber, meu Dono - sussurro de volta e interrompo o abraço, visando me recompor.
Francine chega colocando uma travessa cheia de molho sobre a mesa. Em seguida, meu amado aparece, cumprimenta calorosamente o Luiz e vamos todos juntos para a mesa de jantar. Logo uma conversa calorosa inicia, sobre os mais variados assuntos, enquanto nos deliciamos com a comida. A minha sogra cozinha divinamente bem, cada prato ali fora preparado por ela com todo amor e carinho. Quanto estamos todos acabando a sobremesa, Frank se levanta, caminha até o centro da sala e pede a atenção de todos.
— Queridos familiares e amigos, gostaria de ter a atenção de todos vocês por um instante - seus olhos brilhavam - convidei todos vocês aqui para celebrarmos um momento especial. Querida pode vir até aqui?
— Claro amor - me levanto, curiosa para ver o que vai acontecer.
— Essa bela mulher que se encontra ao meu lado, vem sendo a razão do meu respirar todos os dias nos últimos 3 anos. Eu tenho me esforçado para fazê-la feliz, dando-lhe todo amor, carinho, respeito e reciprocidade que posso. E hoje, firmado na certeza de que meu coração pulsa por ela e o dela por mim — ele se ajoelha e tira um caixa do bolso, fico preocupada sabendo o que está por vir, procuro o olhar do meu senhor e encontro aprovação — gostaria de fazer um pedido, Nathalia Menezes você aceita se casar comigo?
— Sim! Sim, meu amor, é claro que aceito — ele coloca um belíssimo anel solitário no meu dedo indicador, levanta-se e me beija calidamente, ao som do aplauso de todos os presentes — Eu te amo!
— Eu também te amo querida - ele me beija novamente.
Todos formam uma fila para nos cumprimentar, alguns entregando presentes que estavam escondidos em algum lugar, o último da fila é o Luiz. Ele traz em suas mãos uma bela caixa de veludo vermelho e sorri para nós dois.
— Meu amigo, eu fico muito feliz que esteja aqui para prestigiar esse momento. Eu quero aproveitar para lhe fazer um convite. Você aceitaria ser nosso padrinho de casamento?
— Sim, eu ficaria muito chateado se você escolhesse outra pessoa. Para mim, é uma honra imensa prestigiar o amor de vocês dois. Eu sabia do pedido, mas não tinha certeza que seria o padrinho. Trouxe um presente, uma lembrança para Nath.
— Para mim? — surpreendi-me quando ele abriu a delicada caixa de veludo e quase fiquei de queixo caído ao perceber do que se trata. Na caixa uma linda gargantilha de ouro, de aproximadamente 2 cm de largura, com as iniciais do senhor Luiz gravada na parte frontal.
— Sim, eu pedi para a Laura Armani selecionar uma peça especialmente para você. Essa gargantilha é da linha Precious, que ela lançou no mês passado. Achei sinceramente muito a sua cara.
— Você acertou precisamente, ela ama colares assim — disse meu noivo, sem desconfiar nem por um instante do que aquilo significava.
— Posso colocar nela? — eu olho para ele assustada, esperando receber um não.
— Fique a vontade— afasto meus cabelos para que meu dono possa colocar o colar em mim, após pegar a peça com cuidado e colocar no meu pescoço, ele fecha delicadamente com uma chavezinha que estava na caixa.
— Realmente a laura tem bom gosto, ficou perfeito em você amor.
— Concordo com o Frank. Bem, mas agora preciso ir.
— Tudo bem, Luiz muito obrigada pelo presente — agradeço e me despeço.
— Tchau irmão, até logo.
Depois que o meu Dono foi embora, percebi que a chave não estava mais na caixa, ele a levou, agora não conseguirei retirar o colar. Se bem que acho que, na verdade, isso é uma coleira. Eu fico reflexiva durante o restante da noite, sentindo sensações estranhas no fundo do meu ser, excitada e inquieta com a situação. Ao fim da noite, só desejo minha casa, minha cama e o pau do culpado por me deixar assim, em chamas.
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Fala meu amores como vocês estão?
Cês virão a reviravolta nesse jogo? O que cês esperam que vai acontecer nessa história pela frente?