Últimos suspiros de calmaria, ou não
Assistindo sessões macabras de tortura, dia e noite, nossa prisioneira já estava se acostumando com os horrendos gritos de sofrimento, os grunhidos de dor, e o cheiro mórbido de sangue e fluidos corporais que enojavam aquele escuro galpão quente e sem janelas. Já haviam cinco intermináveis dias que ela estava presa na mesma posição, saindo apenas do seu incomodo lugar e posição para se alimentar uma vez ao dia. Essa alimentação era sempre no meio da noite, fazendo com que ela não visse o Sol há quase uma semana. Ela estava imunda, descabelada, desidratada, com cheiro forte de urina, pois evacuava no chão, que estava sujo desde o dia que ela foi posta ali.
A alimentação que era oferecida a ela uma vez ao dia, estava cada vez pior, pois era praticamente o mesmo tambor de gosma do primeiro dia, acrescido de muitas larvas, e as baratas que estavam se misturando a nojenta mistura. Mas a posição em que deixavam sua cabeça, e o grosso funil tocando a úvula na sua garganta, impedia ela de recusar sua sopa, que tinha a única missão de deixa-la enjoada, com cólicas, diarreia e humilhada. As ânsias eram constantes, mas o vômito não saia, pois era barrado pela comida que descia empurrada, e quando estava já fora do processo de alimentação, qualquer fluido que tentasse sair, era barrado por uma mordaça em forma de pau, que era enfiada em sua garganta desde o terceiro dia ali.
Ela ainda não tinha sido castigada de forma efetiva, pois estava aguardando sua vez na próxima semana, mas isso não significa que ela estava livre, pois todos os dias, em algum momento, ela era estuprada por vários homens, inclusive no quarto dia com a ajuda de cavalos, que machucaram seu ânus. Sem contar que por várias vezes durante sessões de chicotadas e chibatadas das condenadas que estavam a sua frente, sobrava uma ou outra batida em suas pernas ou bunda.
Porém tudo mudou quando chegou o sétimo dia naquele maldito galpão, pois ela foi retirada ainda de madrugada de sua barra impaladora, e levada a uma sala aos fundos do galpão, onde vou retirada sua mordaça, e uma algema com uma longa corrente posta em seus pés e mãos. Ela podia se mexer, e permitiram que ela tomasse um longo e já inacessível para ela, naquela condição, um banho quente e relaxante. Ela foi arrumada, maquiada, e teve seu cabelo cortado como no dia que ela chegou a aquele lugar. Em seguida foi toda depilada, e recebeu um longo tratamento com cremes corporais, como uma princesa.
Destoando de toda nojeira que ela vinha sendo forçada a engolir, ela foi levada a uma mesa de metal velha, igual essas de bar, e ofereceram a ela uma refeição bem feita e confortável, saborosa e quente. Era um prato de macarrão, carne assada, purê e salada. Comida que ela já não comia a mais de um ano naquela escravidão. Ela já nem lembrava o gosto de uma comida de verdade, e aquilo foi suficiente para ela reviver boas lembranças, e sonhar com uma liberdade já esquecida.
Por um momento ela achou que seu martírio tinha acabado, e que seu sofrimento estava no fim. Ela acreditou, mesmo que involuntariamente, que sua vida iria mudar, e aqueles guardas iriam liberar ela para ir embora. Mas seus sentimentos ficaram ainda mais sensíveis e aflorados quando após a refeição, deram a ela uma macia e cheirosa cama king size, onde ela dormiu a o restante da manhã, e toda a tarde, emendando a noite entorpecida pelo cansaço. Era um sonho bom, e o fim de um longo e cruel pesadelo. Até uma camisola e cobertores ela ganhou para passar aquele momento inesquecível de conforto e carinho.
Tudo parecia muito bom, e para quem estava privada de liberdade e humanidade a tanto tempo, era como se ela tivesse se tornado uma princesa da Disney. Ela sentia um carinho pelos guardas, e sorria enquanto estava dormindo. Sua vida estava mudando, e nada mais seria como antes.
Nova semana, nova vida
Após dormir seguidamente por pelo menos umas 14 horas, nossa prisioneira foi acordada por uma mulher, que era desconhecida para ela, e que estava em pé ao lado da cama, e apenas disse que ela precisaria estar em pé em 5 minutos, pois era importante para ela. Após isso a mulher desconhecida virou as costas, e foi embora. Ela não sabia, mas era Edna que estava lá sendo forçada a trabalhar no galpão. Achando que ela seria libertada, prontamente ela se colocou em pé.
Já em pé, ela viu pela tênue luz amarelada, provavelmente de velas, que entrava pela porta, que dois vultos corpulentos entravam naquele quarto. E sem nenhuma palavra, ela se viu rodeada por dois guardas, que traziam em mãos um rolo de grossas correntes, que em pouco tempo ela viu enrolada em sua garganta, abraçando seu pescoço, seus punhos e seus tornozelos.
Ali nossa prisioneira percebeu que não seria libertada, e que o que foi dado para ela, foi a última refeição, e um último momento de paz, somente para deixar ainda mais dolorosos os castigos que ela viveria nessa semana que estava começando. Ela chorou, sentiu em sua boca um amargo sabor, que era o sabor de sua condenação, e da sua vida passando como um filme a frente de seus olhos marejados. Ela sabia que seu fim estava próximo, e que nada ia impedir que ela sofresse. A saudade de sua família machucou mais que qualquer ferida, e ela entrou em estado de choque nesse momento.
Ela estava tentando fugir da sua dor, mas agora é que iria começar seu show naquele maldito galpão do tormento.
Dias dantescos
Após ganhar sua algema e sua nova corrente no pescoço, nossa prisioneira foi levada ao pátio do galpão, onde viu um dourado pôr do Sol, e viu ao horizonte um homem vindo em sua direção. Com um olhar sisudo e um corpo forte e arcado, ele é o mais velho dos guardas que estão naquele lugar, e também o mais mal encarado deles. Talvez o chefe e mais experiente dos carrascos. Ele olha para a prisioneira, e sem nenhum sorriso ou demonstração de simpatia, dirige-lhe as mais ásperas palavras que já ouviu em toda sua vida.
- Então é aqui que começa o seu inferno! Aqui termina sua boa vida de vadia nessa fazenda, né? Agora você começará a sentir na pele e no seu corpo o que é ser rebelde, e como deve ser tratada para aprender a respeitar os homens. Esse foi seu último dia como mulher, e de agora para frente, vai implorar para morrer. Mas será em vão, pois meu prazer e o de todos os homens aqui só se satisfaz com sua dor e seu choro. Seu sangue é um afrodisíaco para nós. Aproveite sua última semana de existência meu anjinho. Você vai gritar e gemer muito daqui para frente. Se sobreviver, estará livre depois de sete dias.
As palavras do carrasco cortaram sua alma, e um longo e maligno arrepio percorreu sua coluna, causando arrepios e um suor involuntário de medo. Um medo que era compreensível, pois ela já vinha vendo terríveis torturas e mutilações nos últimos dias, e sabia que sofreria igual ou até mais que as mulheres que ela viu sendo destruída em sua frente. Ela só imaginava o que tinha feito para merecer tão cruel destino. E sentia muita saudade de suas irmãs e mãe.
O mau penetrava pelos narizes das prisioneiras, estava no ar daquele horrendo galpão, e o último dia com um tratamento de princesa, apenas piorou sua mente, pois fez ela reviver momentos bons, que agora causavam mais dor ainda ao ser privada de todos os direitos. Ela temia pela sua vida, e principalmente pela dor que iria vivenciar daqui para frente.
Então ela foi despida novamente, amarada com os braços e pernas para trás, e foi deixada no frio do relento, nua e indefesa, com uma noite com garoa e muita umidade, em meio a uma grama alta e mal aparada, que causava mais frio e arrepios em seu corpo pálido e magro. Mesmo com sofrimento, ela ainda tinha como dormir, e acabou desmaiando de cansaço, dando para a natureza uma companhia insalubre para aquela aguada noite de reflexão sobre seu fim.
Ela não sabia, mas essa era a sua última noite de sono, e a última sem horripilantes dores e sensações. Pois ao nascer da próxima alvorada, os demônios iriam brindar a sua condição de escrava. Que terão muito tempo para destruir seu corpo e mente.
(Como o texto rendeu, ao invés de 3, serão 4 capítulos sobre esse momento da fazenda. Em breve posto o final)