Depois de uma infância confusa e uma adolescência conturbada, eu percebi que eu não conseguia interagir satisfatoriamente com as mulheres da minha vida, porque eu não as compreendia nem um pouco. Passei, então, a procurar padrões nos comportamentos e discursos a fim de conseguir me situar nessas relações e, enfim, comecei a ter algum sucesso.
Foi assim que o meu primeiro beijo, no fim do colegial, precipitou o meu primeiro namoro, que, por sua vez, culminou em uma experiência desagradável. O que se seguiu foi uma sequência ágil de rejeições e relacionamentos, de vários tipos, todos com desfechos igualmente traumáticos.
Por causa disso, após quatro anos tentando e falhando, eu decidi que o melhor era ficar sozinho e, dessa forma, me garanti outros quatro anos bastante tranquilos com muita paz e até felicidade.
Mas, como a vida e o mundo são mais estranhos que qualquer obra de ficção, eis que, certa vez, eu tive contato acidental com um vídeo promocional de alta resolução sobre BDSM que despertou em mim uma simples verdade: eu gostava daquilo, eu gostei daquilo a vida inteira, embora eu nunca tivesse visto nada parecido antes. Imediatamente, iniciei uma sequência de pesquisas ininterruptas em noites mal dormidas para aprender mais sobre aquele universo e sobre mim.
Li, vi e ouvi tudo que pude, em vários idiomas, sobre BDSM, sexologia, psicologia, reprodução humana, zonas erógenas, pontos sensíveis, teorias de gênero e “natureza” feminina e masculina. Revisitei minha vida em minhas memórias e encontrei pistas espalhadas em cada instante do passado que provavam que o meu gosto por esse tema já estava, desde sempre, presente.
Só havia um problema: a violência. Tudo que eu encontrava era extremamente violento para os meus padrões e, logo, eu percebi que eu não era um sádico e não me sentia excitado provocando dor ou xingando as pessoas. No entanto, por algum motivo, eu também não encontrava nada, absolutamente nada, que não contivesse tais coisas. Violência, agressão, palavras chulas, excesso de paixão; era como se o que eu buscasse, simplesmente, não existisse (o que, eu sabia, não podia ser possível).
Mesmo assim, minhas pesquisas mudaram a minha vida e me levaram, em pouco tempo, a acumular um volume de experiência sexual fetichista que, até aquele ponto, eu nunca pensei existir. Perdi a conta de com quantas garotas eu transei e quantas delas foram mulheres que me rejeitaram antes para, em seguida, mudarem de ideia e iniciarem por conta própria seus flertes comigo.
O volume de moças com quem fiz sexo, sempre fetichista, de todas as idades e de todas as procedências religiosas, éticas, políticas, econômicas, étnicas... e a recorrência com que elas mudavam de ideia sobre mim e sobre tudo... com o passar do tempo, começaram a me enervar, cansar e entediar a um ponto em que eu passei a evita-las. Todas pareciam iguais e tudo se tornou repetitivo.
Iniciei, então, um acompanhamento com uma terapeuta — uma psicanalista renomada — para analisar minha constante insatisfação com meu excesso de sucesso e, por fim, dentre tantas opções disponíveis no mundo (todas parecendo tão iguais), eu decidi começar um namoro; um romance monogâmico que contrariava tudo em que eu acredito.
O nome de minha escolhida era Paula. Ela era minha amiga de infância, ex-colega de escola e grande amiga. Adorava esportes de todos os tipos e veículos de velocidade. Sabia tudo sobre trabalhos manuais, tanto sobre costura e bordado, quanto sobre reparos, reformas e construção de casas. Uma das pessoas mais inteligentes que já conheci (e conheci muita gente inteligente), Paula graduou-se em Psicologia, fez especializações diversas e montou o próprio consultório bem perto do apartamento em que morava. Ela era uma das muitas garotas com quem eu me relacionava na época e aquela a quem eu mais apreciava.
Logo em um de nossos primeiros encontros, eu a vi preocupada com alguém e, por isso, ela estava sempre mexendo no celular.
— Esquece essa pessoa e me entrega o telefone!
Eu disse isso com uma intenção jocosa usando um tom de impaciência fingido, mas ela imediatamente desligou e me entregou o aparelho para, em seguida, se ajeitar na cadeira. Não seria difícil para ninguém perceber que ali se manifestava um traço de personalidade submisso e, com a experiência que acumulei ao me relacionar com dezenas (sim, dezenas) de moças antes, a conclusão foi absolutamente óbvia. Mesmo assim, eu insisti:
— Por que você me entregou isso?
— Você disse para eu parar e te entregar. Eu te obedeci.
Depois disso, eu introduzi, lentamente e com cuidado, Paula ao universo dos meus gostos específicos. Ela resistia, demonstrava insegurança, mas sempre cedia mais um pouco.
Sendo a mulher linda que sempre foi; tendo vencido muitos dos concursos de beleza de que participara na juventude graças a seu corpo curvilíneo de pernas, coxas e bunda fartas junto com sua pele escura achocolatada; e tendo tido tantos namorados quanto eu testemunhei... fiquei surpreso quando descobri que ela não havia experimentado quase nada em termos sexuais: nunca fizera sexo oral em ninguém, nunca recebeu sexo oral de ninguém, nunca fizera sexo anal com ninguém. “O que esses caras faziam?”, eu me perguntava.
Comecei a corrigir isso em uma noite na qual eu fiz sexo oral nela no sofá do seu apartamento e depois a pus para fazer algum carinho com a boca e a língua em meu membro. Tudo muito devagar e levando vários dias para respeitar os limites dela enquanto eu tentava alarga-los. Eu dizia quantos beijos e quantas lambidas ela devia dar e como fazer; ela obedecia e isso facilitava a próxima vez.
Avançamos para pequenas ousadias privadas, como fazê-la se masturbar (sozinha e para mim), usar vibradores, coleira... depois passamos para as ousadias ligeiramente públicas, como sair sem calcinha e comprar produtos eróticos em farmácias e lojas. Eu achava incrível que alguém tão bela nunca tivesse feito nada daquilo e sentisse tanta vergonha ao fazer.
Mas Paula era bem versada nas teorias feministas (assim como eu) e sempre estávamos discutindo os limites dos sexismos em nossas transações eróticas. Confesso que eu adorava esses debates. Eu aprendi bastante com ela sobre a perspectiva feminina da sociedade além de coisas como mansplaining. E ela também demonstrou aprender bastante comigo sobre como liberdade sexual e realização de fetiches considerados desviantes não se afastam do que pretende o movimento feminino.
Em um dos meus aniversários, Paula me recebeu em seu apartamento trajando apenas a fita vermelha que se usa para amarrar o papel de presente. Uma visão divina! (Verdade seja dita: nessa época ainda éramos apenas ficantes e ela não foi a única delas a realizar essa minha fantasia). Enfim, em pouco tempo, Paula era expert em sexo oral e em assumir posições típicas de submissão.
Acho que o ponto alto das experiências sexuais naquela época foi transar sentados na moto dela; eu tinha dúvidas de que conseguiríamos, mas, com cuidado e paciência, o cavalete central aguentou os movimentos feitos com delicadeza. Depois disso, eu, às vezes, colocava um bullet vibratório de controle remoto dentro dela quando ela pilotava. Tudo isso a tornava cada vez mais dócil e cooperativa; mesmo assim, ela sempre me dizia sorrindo:
— Eu não sou submissa. Eu tenho vontades.
Eu apenas retribuía o sorriso com condescendência.
Paula, aos poucos, passou a demonstrar ciúmes por estar em uma relação aberta e eu, que já estava cansado da rotina que levava, a pedi em namoro. Foram dois anos muito felizes até que a pedi em casamento.
Casamos em um cartório com uma cerimônia simples com meia dúzia de amigos (a maioria, amigas dela) e tudo parecia correr bem, exceto por um detalhe: fizemos um acordo verbal antes de casar que, após algum tempo, se revelou problemático.
Paula sabia de minha compulsão por aprender sobre o funcionamento da mente e das relações humanas, assim como ela também sabia que eu sempre tive um sério asco para com a noção de monogamia; mesmo assim, eu achava que ela valia a pena; por isso, ela fez a seguinte proposta:
— Você continuará realizando seus fetiches comigo e... também... você pode continuar as suas pesquisas com as outras garotas... desde que... não faça nada com elas.
— Você quer dizer que concorda que eu conduza diálogos e entrevistas para aferir minhas teorias?
— Exatamente!
— Concordo!
E assim começamos nossa vida matrimonial vivendo conversas interessantes e inteligentes, sexo fetichista intenso (mas ainda sem sexo anal) e pesquisas cúmplices sobre o funcionamento dos relacionamentos humanos.
Foi nesse período que Paula, com toda a sua sensibilidade e competência, percebeu que eu sou autista e que isso fora a causa de todos os problemas de relacionamentos que tive na vida, tanto em família quanto na escola. Graças a ela (e à minha terapeuta) eu agora estava sendo acompanhado por três profissionais especializadas no assunto que são muito competentes e interessadas.
Também foram elas (Paula e a terapeuta) que me convenceram a publicar as histórias que eu passei a vida escrevendo, mas, até então, estavam guardadas nas gavetas. Foram essas histórias que nos permitiram ganhar dinheiro suficiente para sair dos apartamentos pequenos nos quais morávamos e comprar a casa enorme na qual vivemos agora, com quase uma dúzia de quartos espaçosos, além da piscina grande; além de me permitirem investir na bolsa de ações e em títulos públicos.
Um aspecto curioso disso tudo é que todo mundo parecia pensar que existem mistérios operando sobre as emoções humanas, como se não pudesse haver previsibilidade no que diz respeito aos afetos, mas, a minha experiência mostrou, infalivelmente, que estavam todos errados e tudo era sempre muito previsível.
Em poucos meses, as amigas de Paula perceberam que as minhas conversas e perguntas sempre giravam em torno do mesmo tema e se convenceram de que eu estava flertando descaradamente com elas. Como o meu acordo com a minha linda esposa era um segredo só nosso, eu não podia fazer minha defesa nesse aspecto. A própria Paula, lentamente, começou a se comportar de uma maneira passivo-agressiva irritante.
— Raquel disse que você perguntou se ela ficaria contigo se você fosse solteiro e ela fosse hétero.
— Júlia disse que você teve um sonho erótico com ela.
— Luísa disse que você elogiou o corpo e o temperamento dela.
— Cátia disse que você está sempre elogiando a aparência dela.
— Jennifer disse que você a desafiou a ter relação sexual com ela.
— Thaís disse que você deu em cima dela.
A maior parte do que elas diziam nem era verdade, eram apenas amplificações moralistas do que as garotas julgavam que eu havia tentado, mas o nosso relacionamento começou a ficar tenso e as discussões a se repetir constantemente. Deixei o acordo de lado e passei o ano e meio seguinte tentando manter distância das amigas de minha esposa e das outras mulheres em geral a fim de conseguir alguma paz, porém a sensação de que eu fui injustiçado não me abandonou.
Após dois anos de casados, no dia do aniversário de 29 anos de minha esposa, todas as amigas dela (incluindo algumas que ela conheceu através de mim, como minhas primas) apareceram em nossa casa para celebrar. Tentando preservar a situação, eu mantive distância de todas elas e, logo, saí para caminhar.
Passei cerca de três horas caminhando por ruas e praças e praias até que me senti cansado e sonolento e resolvi voltar. Quando entrei, encontrei todas sentadas nos sofás da sala e fui recebido com comentários ácidos provocativos.
— Olha ele aí!
— Estávamos falando de você.
— Queremos ouvir tuas teorias! Vem contar pra gente como ser um pegador!
Aéreo por causa do sono, eu apenas segui para a escada a fim de chegar ao meu quarto no primeiro andar e perguntei indiferente:
— Por quê?
— Por que a gente gosta de rir de você!
Esse tipo de provocação eu já conhecia muito bem. Foi uma das primeiras coisas que aprendi de meus estudos e experiência: toda paixão vem da libido e possui a mesma intenção erótica não importa o quanto se disfarce de desprezo e puritanismo.
Àquela altura nenhuma das mulheres sentadas em minha sala representava mistério para mim; na verdade, eu já havia transado com boa parte delas antes de me casar (mas Paula não sabia os nomes das outras garotas com as quais eu me relacionara) e eu enxergava claramente como a mente de cada uma funcionava.
Não apenas cansado, mas irritado e entediado com a vida que eu estava levando, eu decidi, naquele momento, que mudaria a dinâmica inteira do meu casamento e das minhas relações com todas elas; na metade da escada, eu me virei e dei o pontapé inicial para essa mudança com a seguinte fala:
— Eu aposto com qualquer uma de vocês, e até com todas ao mesmo tempo, que levo qualquer uma pra cama a qualquer momento. E mais: faço ficarem bastante submissas e obedientes, como concubinas voluntárias em um harém.
— Harém?
— Sim! Aposto com qualquer uma e com todas! Conheço vocês muito bem; sei exatamente o que fazer. Só preciso que Paula concorde!
Era uma ameaça forte e eu sabia. Fiz de propósito.
Algumas apenas sorriram constrangidas, mas outras, como Raquel e Luísa, incentivaram Paula a concordar com a aposta. Porém a minha esposa ficou, apenas, em silêncio acanhado enquanto eu voltei a subir os degraus até o fim da escada e fechei a porta do meu quarto.
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Quando acordei, já era noite e a casa estava em silêncio. Verifiquei da porta do quarto e vi que não havia ninguém no corredor em cima nem ninguém na sala embaixo, então voltei e tomei um banho.
Prevendo o humor de Paula e o que aconteceria a seguir, eu peguei minha velha mochila e pus dentro dela alguns dos muitos brinquedos eróticos que eu tinha. Desci a escada, joguei alguns dos brinquedos sobre os sofás e no tapete da sala e atravessei o corredor do térreo até a cozinha. Paula estava lá.
Pus a mochila no chão, próxima à mesa e observei a mulher irritada cortando legumes na pia por um segundo.
— Tudo bem?
Ela me encarou brava.
— O que eu fiz agora?
— Você sabe muito bem o que você fez!
— Eu larguei todas as faculdades que comecei e você é uma terapeuta requisitada cheia de certificados e diplomas.
— E daí?
— Você é muito mais inteligente que eu. Por que não me explica?
Ela me encarou outra vez com a mesma expressão e voltou a fatiar o legume.
— E eu sou autista, lembra?
Ela olhou pra cima e suspirou pesado antes de dar um sorriso nervoso e falar:
— Você quer me provocar!
— Não. Eu só quero saber por que as tuas amigas podem me receber em minha casa com provocação e desrespeito dizendo com todas as letras que gostam de rir de mim, mas você escolhe ficar zangada comigo.
— Eu estou zangada com elas! Mas também estou furiosa contigo!
— Por quê?
— Por que você deu em cima delas! Você dá em cima delas o tempo todo!
— Faz mais de um ano que eu mal falo com elas. Hoje, elas me provocaram e eu reagi.
— Você começou isso! Há muito tempo!
— Nós dois tínhamos um acordo...
— Eu não ligo! Não quero saber de acordo! Eu dei a ideia, mas agora eu acho que é ruim! E eu sei que você detesta que a gente fique mudando de ideia, porque você nunca muda de ideia (e é isso que eu adoro em você), mas eu mudei de ideia! Eu sou imperfeita!
— Tudo bem! Custava ter me dito isso desse jeito antes? Você me trata como se eu tivesse te traído ou te enganado, mas isso nunca aconteceu! Eu não tenho culpa de que essas pessoas não entendem as coisas do mesmo jeito que nós!
— Eu sei! Mas eu não suporto o julgamento!
— Você não devia se deixar influenciar pelo julgamento.
— Mas eu deixo! Ok? Eu sou fraca, eu sei disso! Eu quero que você pare!
— Eu já parei há muito tempo.
Após um breve silêncio, eu continuei:
— Sabe o que mais me irrita em tudo isso?
— O que?
— Primeiro que toda essa empáfia das tuas amigas é pura hipocrisia. Eu não sei como você, sendo tão inteligente, não consegue enxergar isso! Segundo que eu fiz tudo certo, como combinamos, e, mesmo assim, você não confia em mim. Mas, terceiro, e acima de tudo, que eu tenha pegado leve todos esses anos e respeitado teus limites.
Ela permaneceu em silêncio, fatiando, e eu prossegui:
— Acreditei que, quando você estivesse pronta, você iria me avisar para experimentarmos certas coisas que ainda não pudemos, mas você nunca se manifestou. Eu esperava que você amadurecesse para tais circunstâncias sozinha, porém você nunca sequer tentou!
— São teus fetiches, não meus!
— Você também os deseja! Você já me disse isso! Não finja agora!
Paula sorriu nervosa e respondeu com ironia:
— Todas as minhas amigas em teu harém! Eu só preciso permitir! Eu, com certeza, desejo isso!
— Não tem nada a ver com isso!
— Eu não vou te dar o que você deseja, Douglas!
— Como assim?
— Eu já tenho tudo que preciso! Não preciso de mais nada!
— E o que eu preciso?
— Eu não me importo! Não é problema meu!
— Como?
Ela parou de cortar as hortaliças e se virou para mim com a faca na mão.
— Eu quis você desde que éramos crianças. Agora, eu tenho. Não preciso de mais nada.
Paula me deu um sorriso perversamente vitorioso e eu senti tanta raiva que decidi que havia chegado o momento de assumir o controle. Rápido, quase correndo, contornei a mesa e avancei até ela; agarrei seus longos cabelos pretos lisos e os puxei com firmeza.
— Ah! — ela gemeu baixinho.
— Solta a faca! Agora!
Ela jogou o objeto para o lado sobre a pia.
— Vê como você é obediente?
Eu a girei e pus de costas para mim debruçada sobre a pia. Dei um tapa na bunda.
— Ai! — ela choramingava manhosa.
Eu a puxei, de novo, pelos cabelos e a levei até a cabeceira da mesa de mármore. A pus de bruços com as palmas das mãos espalmadas para baixo e dei outro tapa.
— Pára, Douglas! — ela reclamou choramingando de novo.
— Eu também não gosto disso, mas hoje você está merecendo e vai aprender uma lição! Se eu exagerar, você diz “açúcar”. Entendeu?
Ela choramingou mais uma vez e eu exigi:
— Entendeu?
— Entendi!
— É pra falar o quê?
— Açúcar!
— Ótimo! Hoje você vai experimentar de tudo, vai sentir de tudo e, quando eu tiver terminado, vai ser a garota mais obediente que existe.
Baixei a calça e a calcinha dela e comecei a chupá-la com dedicação e intensidade. Paula gemia dengosa em intervalos curtos tentando se conter. Não demorou para todo o seu sexo encharcar.
Isso é uma coisa curiosa: a maioria das mulheres jovens realmente demora para entrar no clima e atingir o clímax em situações normais, mas há duas exceções interessantes. Quando uma mulher atinge idade avançada, a alteração hormonal, normalmente, faz com que, se ela tiver vida sexual ativa, claro, alcançar o orgasmo se torne muito mais rápido. A outra situação é que, se ela estiver em um relacionamento com parceiro fixo e guardar excelentes memórias das transas passadas, as lembranças adiantarão bastante o percurso até o êxtase, facilitando o processo.
E eu tinha dado a Paula muitas lembranças férteis nos últimos quatro anos; por isso, mesmo tentando se conter para não soar escandalosa, a minha esposa já esticava as pernas ficando nas pontas dos pés enquanto as carnes de suas coxas tremiam. Levantei e dei outro tapa nela.
— Hum! — ela gemeu sensual.
Tirei toda minha roupa e peguei na mochila um vibrador, um plug e um lubrificante. Brinquei com meu pênis na entrada da gruta dela e depois fui girando e enfiando o vibrador com cuidado, enquanto manipulava seu grelo. Ela gemia baixinho. Fiz um vaivém com o objeto e o liguei. Ela ofegou.
— Vamos tirar isso aqui. — eu falei quando comecei a tirar sua blusa e sutiã.
Massageei um pouco os seios dela, deslizei as mãos por todo seu corpo e dei outro tapa leve, dessa vez com as duas mãos, em ambas nádegas. O gemido de Paula foi delicioso.
Puxei sua cabeça pelos cabelos e sussurrei em seu ouvido:
— Quando eu terminar, você vai me chamar de “dono” e “senhor”.
— Não...!
— Sim! E não haverá mais limites.
Ela choramingou um gemido curto e baixou a cabeça.
Eu voltei a abaixar atrás e entre suas pernas e brinquei com o vibrador enquanto beijava e lambia seus lábios e seu clítoris. Eu podia ouvir a respiração intensa e os gemidos suaves contidos de Paula.
Peguei o plug e o lubrifiquei, depois passei lubrificante ao redor e na entrada do ânus dela. Isso a fez despertar um pouco.
— Ahn? O que você está fazendo?
— Vamos experimentar o plug!
— Não! Vai doer!
— Não vai.
— Açúcar! Açúcar! Açúcar!
— Ok... por enquanto, vamos esquecer. Mais tarde, tentaremos de novo.
Ela relaxou gemendo e eu a bolinei um pouco enquanto a erguia pelos cabelos e lhe arrancava um beijo molhado demorado. O vibrador ainda pulsava dentro dela.
Ainda na mesma posição, por trás dela, eu retirei o vibrador e esfreguei a glande para cima e para baixo na entrada da sua vulva. Mais uma vez, ela ofegou liberando um gemido incontido. Penetrei; com calma, com firmeza, até o fim. Paula gemeu mais alto. Outra vez, a puxei pelos cabelos e a beijei com intensidade; e, enquanto a beijava, iniciei um lento movimento de vaivém dentro da vagina dela — que gemeu com um prazer desavergonhado. Meu pênis deslizava facilmente em seu interior ao mesmo tempo que as paredes pulsavam ao redor dele para abraça-lo. Permaneci nisso por algum tempo: penetrando e beijando; até que me desvencilhei e busquei na mochila uma coleira preta fina.
— De pé. Mãos na cabeça. Segura o cabelo.
Paula obedecia aos comandos bem ágil.
— Vamos ver como você fica linda usando isso e, assim, começar a deixar as coisas mais claras. — Aproximei a boca do seu ouvido. — Você é submissa?
Ela suspirou.
Eu pus as mãos em sua xana e bolinei, enquanto ela, obediente, permanecia imóvel.
— Isso te excita?
Ela confirmou com a cabeça murmurando:
— Muito!
— Ficar parada enquanto eu te bolino, toco e manipulo?
— Sim.
— Acha que isso é diferente de submissão?
Eu a fiz girar e ficar de frente para mim.
— Linda! Essa coleira realça tua beleza!
Ela sorriu mordendo os lábios mantendo a posição.
— Mãos nas costas.
Ela obedeceu.
— Senta na mesa.
Ela sentou e eu, imediatamente, a penetrei. Segurei por um momento o seu pescoço para mantê-la ereta olhando nos meus olhos enquanto eu a penetrava.
— Você é minha.
Ela fez uma expressão intensa, sua respiração alterou e seu corpo todo estremeceu.
— Parece que falar também te anima.
Ela mordeu os lábios e eu a deitei de costas na mesa. Continuei movimentando meu membro dentro dela.
Minha intenção não era, ainda, leva-la ao orgasmo, mas fazê-la sentir ao máximo o prazer em se submeter. Por isso, tirei o pênis e a mandei se tocar sozinha para eu ver se ela havia aprendido direito como eu ensinei. Paula, dócil, levou a mão até sua vulva e massageou o clítoris. Voltei, mais uma vez, à minha mochila e busquei um massageador tipo varinha mágica e entreguei a ela, que o recebeu e ficou me encarando enquanto continuava a se masturbar.
— Usa!
Ela ligou o aparelho e aplicou no próprio sexo. Paula gemeu e se contorceu, enquanto eu apenas admirava. Ela era linda!
Fui até a geladeira, pus um cubo de gelo num copo e voltei para a mesa. Penetrei minha esposa excitada enquanto ela se masturbava com o aparelho e permaneci me movendo por muito tempo, inclusive depois que ela teve o primeiro orgasmo e largou o mecanismo. Passei com delicadeza o gelo por seus grandes lábios e ouvi seu mais alto gemido. Depois, massageei com suavidade usando apenas os dedos e soprei de leve a região; Paula apenas gemia e estremecia.
Penetrei por mais um tempo enquanto a beijava e, enfim, sussurrei:
— Está vendo qual é a sensação de ser obediente? Você só precisa ser uma boa menina.
Ela me encarava com a boca entreaberta e expressão de contido enlevo.
— Você vai ser uma boa menina?
Ela assentiu com a cabeça e seus lábios articularam a palavra “vou”, mas o som não saiu.
Novamente, eu a virei e a deitei de bruços com as pernas pendendo da mesa. Fiz carinho na área gelada intumescida pelo êxtase, dedilhei seu grelo e a penetrei com um e depois com dois dedos. Lubrifiquei meu dedo indicador, com o lubrificante, até deixa-lo lambuzado e, massageando o clítoris dela, penetrei seu ânus.
— Ahn! — ela gemeu rendida e surpresa.
O agrado no clítoris logo a fez relaxar e o vaivém no rego lhe arrancou novos gemidos devassos. Quando a situação se tornou normal, eu peguei o vibrador, enfiei na vagina dela e liguei.
— Ah...! — Paula gemeu bastante alto sem pudor, totalmente depravada.
Continuei brincando com seu rego e com seu clítoris. Abaixei, beijei, lambi e mordisquei. Ela continuava gemendo, embora sempre, sem conseguir, buscando o comedimento.
Tirei o vibrador e tornei a penetrá-la. A única coisa que eu queria era inundá-la com estímulos. Então, invadi seu buraco com um segundo dedo, devidamente lubrificado. Ela emitiu um gemido que pareceu um ganido prazeroso.
Peguei o plug e o lubrifiquei, em seguida, lubrifiquei a região inteira do seu ânus.
— Então, minha boa menina... está pronta para ser plugada agora?
Paula gemeu um choramingo.
— Espero uma resposta!
— Faz o que você quiser! — ela disse gemendo com dengo. — Eu sou tua!
— Bom saber.
— Você que manda! — ela murmurou manhosa.
Com calma, introduzi o plug devagar e com firmeza até encaixar por completo. Voltei a me mover dentro dela. Seu gemido ficou diferente; mais alto, lascivo e demorado; Paula estava rendida.
— Levanta. Mãos nas costas.
Ela obedeceu lentamente, pois sua mente estava claramente embargada por tanta provocação sensorial. Ficou ereta com as mãos juntas para trás. Bolinei um pouco, enquanto ela tentava, como sempre, se conter, olhando para o chão.
— Então... tem algo a me dizer?
Ela lambeu os lábios, inspirou pesado e engoliu em seco.
— Se tem, eu quero ouvir.
— Eu... Eu... Eu sou submissa.
— Muito bem! Que bom ouvir um pouco de verdade! Como se sente dizendo isso em voz alta?
— Bem. — Seu corpo estremeceu. — Eu me sinto bem.
— E quem sou eu?
Ela me encarou, mas logo desviou os olhos.
— Você é o meu dono.
Sua voz soava mansa e fraca.
Mostrei o vibrador a ela e mandei:
— Coloca e liga.
— Sim, meu dono.
Paula segurou o aparelho, estimulou a si mesma e o encaixou. Ligou e levou um instante paralisada para se acostumar, tanto com a vibração quanto com a sensação de estar duplamente preenchida.
— Ajoelha.
— Sim... meu dono.
Ela ajoelhou e eu me aproximei até deixar meu membro bem perto dela.
— Chupa.
Ela segurou meu pênis e o lambeu. Depois sugou, beijou e engoliu.
Fiquei admirando sua cabeça bonita se movendo, enquanto eu apenas a tocava com leveza. Aguardei que ela passasse um bom tempo fazendo aquilo e puxei seu cabelo para que ela olhasse para cima.
— Beija meus pés.
— Sim, meu dono.
Paula se prostrou e deu um selo em cada pé. Sem sair daquela posição, ela olhou para cima e perguntou doce e mansa:
— Satisfeito, meu dono?
Confirmei com a cabeça.
Puxei-a pelos cabelos e a pus de volta chupando meu pênis, mas apenas por alguns instantes, pois, logo, a conduzi, de quatro para um novo ambiente. Eu puxava Paula pelo cabelo, enquanto ela me seguia engatinhando completamente nua, usando em seu corpo apenas uma coleira, um plug e um vibrador pulsando. Da cozinha, passamos para o corredor; abaixei um pouco, toquei em seu queixo e perguntei:
— Como se sente? Tudo bem?
— Muito excitada! — ela balbuciou. — Tá tudo bem.
— Que bom! Você acha agora que eu estava certo desde o início e você sempre foi submissa, mas não se entendia?
— Sim.
— Será que isso quer dizer que eu te entendo melhor do que você mesma?
— Sim.
— E o que faremos a respeito?
— Eu... vou te obedecer. Sempre.
— O tempo todo?
— Sim.
— Não importa local ou contexto?
— Eu vou te obedecer, o tempo todo. Você é meu dono. Nada mais importa.
— Vem!
Continuei guiando minha linda esposa submissa pelos cabelos através do corredor até chegarmos à sala. Deixei-a parada de quatro, empertigada. Fiz carinho bem devagar por todo o seu corpo e, em seguida, retirei o vibrador para fazer-lhe sexo oral caprichado, suave e demorado. Paula gemeu, choramingou, ofegou, esticou os dedos e, por fim, estremeceu. Gozou alto e livre, mas não se mexeu, como uma garotinha obediente.
— Você está se saindo bem como uma submissa recém autodescoberta.
— Obrigada, meu dono!
Me ergui e a penetrei. Ela aceitou a falta de descanso resignada e sempre gemendo.
— Está pronta para o primeiro sexo anal de tua vida?
— Estou pronta para o que você quiser, meu dono.
— Ótimo! Cabeça no chão, bunda pra cima.
— Sim, meu dono.
Peguei o lubrificante que havia deixado no tapete mais cedo e a lambuzei para poder tirar o plug. Depois de algum carinho e mais um pouco de vaivém dentro de sua vagina, eu lubrifiquei bastante a região do ânus e, também, o meu pênis e, com cuidado, entrei.
— Lembra que se doer demais, você tem a palavra de segurança para dizer.
— Meu corpo é teu, meu dono. Meu rabo é teu. — ela respondeu carinhosa.
Movimentei meu falo dentro do rego dela, que gemia falhando em se conter. Alcancei um novo massageador tipo varinha de condão que estava por perto, liguei e o pressionei contra o clítoris dela. O gemido dela ficou mais alto outra vez. Eu me movia devagar para frente e para trás ao mesmo tempo em que girava o aparelho ao redor do grelo de Paula. Após algum tempo, ela gemeu como se fosse uma gata sobre o telhado durante o cio.
— Açúcar... Açúcar...
Eu a liberei e seu corpo caiu leve para o lado. Me aproximei e acariciei seu rosto.
— O que foi?
— Não aguento mais gozar! — ela disse com voz rouca.
— Tudo bem! Você se saiu bem! Estou orgulhoso de você! Foi um bom presente de aniversário?
Ela riu.
— Sim. Foi maravilhoso, meu dono.
Permiti que ela descansasse por uns minutos e, depois disso, travei uma trela na coleira e a conduzi, engatinhando, escada acima até o quarto.
Fiz com que subisse na cama e posasse, ainda de quatro, de forma rígida por algum tempo. Como ela não conseguia mais gozar por enquanto, eu a levei para um banho no qual eu mesmo a ensaboei e lavei seu cabelo. Bolinei um pouco para manter o clima de excitação, mas não abusei. Pus a coleira de volta em seu pescoço junto com a trela e a conduzi de volta à cama.
Com seu cabelo ainda um pouco molhado, após esse descanso, eu a fiz cavalgar de frente para mim. Paula me olhava, fechava os olhos, olhava para cima, ofegava, mexia nos cabelos e se apoiava em meu peito, enquanto rebolava subindo e descendo. Depois a deixei me chupar por um longo período de tempo. Ela me encarava, fechava os olhos, lambia de frente, lambia de lado e fazia a cabeça subir e descer ritmada.
Por fim, eu decidi que estava na hora dela dormir. Algemei suas mãos nas costas, introduzi um plug vibratório em seu ânus, um vibrador em sua vagina, prendi seus tornozelos juntos, pus uma mordaça em sua boca e amarrei a trela da coleira à cabeceira da cama. Avisei que acrescentaria venda para os olhos e abafador para os ouvidos e que ela dormiria assim até eu liberá-la pela manhã.
— Sim, senhor, meu dono.
— Logo cedo, você ligará para a sua secretária e suspenderá seu atendimento pelo resto desta semana e toda a seguinte.
— Sim, senhor, meu dono.
— Eu quero você o tempo inteiro comigo para esse treinamento ser bastante adequado e definitivo.
— Sim, senhor.
— Então... o que você sabe agora que não sabia antes?
— Que eu sou submissa e o senhor é meu dono.
— Muito bem!
— E que eu sou a primeira concubina do teu harém.
— Você quer isso?
— Sim, meu dono. Eu quero. Eu sempre quis.
— Impressionante o quanto as pessoas podem ser levianas... Você sabe o significado de “aquisição hostil”?
— Não, senhor.
— É quando algo está sendo vendido no mercado de ações sob certas regras e o comprador burla essas regras; o que o leva a adquirir o produto, que é uma empresa, de modo agressivo.
Ela esboçou um sorriso.
— Foi o que você fez comigo.
— Exatamente. E esse é o plano para tudo que vem a seguir.
— Eu vou adorar participar de suas outras aquisições, meu dono.
— Perfeito! Feliz aniversário!
— Muito obrigada, meu dono.
Pus a venda nos olhos e o abafador nos ouvidos. Liguei os vibradores e ouvi seu primeiro gemido; ela gemeria algumas vezes antes de, finalmente, pegar no sono. Seu corpo estava apoiado contra o meu para que pudesse se sentir segura; sua cabeça na altura do meu queixo.
Acionei a TV e prestei atenção às notícias sobre política nacional. Nada que vi no jornal abalou o meu humor naquela noite. Eu estava, pela primeira vez, no controle da minha vida e a festa estava apenas começando.