Imersão forçada no BDSM

Um conto erótico de Kherr
Categoria: Homossexual
Contém 12502 palavras
Data: 23/06/2023 16:14:57

Imersão forçada no BDSM

Aos 25 anos, trabalhando para um grande conglomerado de mídias do Estado americano em que nasci, como jornalista de assuntos internacionais, fui designado a cobrir a crescente tensão entre o Kremlin e Kiev que já vinha se arrastando desde 2014 envolvendo forças pró-russas e a Ucrânia, concentrada na Criméia e partes do território de Donbass. Durante a pandemia da Covid-19 as negociações diplomáticas caminhavam para um impasse que não encontrava solução. No início do ano de 2022 já se tinha como certo que a diplomacia não solucionaria o conflito e eu acabara de chegar na Ucrânia para cobrir o que estava suspenso no ar assinalando que em breve as tensões na região aumentariam. Eu não era o jornalista mais qualificado para a missão, pois havia apenas três anos que deixara os bancos da universidade, mas era o único disponível que dominava perfeitamente o idioma russo e conhecia razoavelmente bem a história, a política e a economia dos dois países, uma vez havia me aprofundado na pesquisa desses assuntos para uma série de artigos que escrevi para uma revista de economia. Enxerguei nessa missão uma oportunidade de consolidar minha carreira jornalística, e parti com toda a disposição típica da idade.

Sou oriundo de uma pequena cidade do meio oeste americano e, a primeira vez que a deixei, foi para ingressar na universidade na capital. Foi como se um novo mundo se abrisse diante dos meus olhos e, cheio de sonhos, esperava ficar famoso, talvez me tornar um escritor de sucesso, com o curso de jornalismo que abracei. Sempre fui um garoto tímido, o terceiro e último filho de um casal com carreiras bem consolidadas, o que me fez crescer num ambiente onde nunca me faltou nada, tanto do ponto de vista emocional quanto do financeiro. Conheci minha primeira namorada durante o segundo ano da universidade, Melissa, uma garota bonita e tão tímida quanto eu. Nosso primeiro encontro se deu na biblioteca da universidade. Ela estava no primeiro ano de Ciências Sociais e procurava por textos para um trabalho, quando acidentalmente topou comigo derrubando não só todas as minhas folhas de anotações, como o restante de um café quase frio que atingiu sua blusa. De tão afoito, fui me desculpando, mesmo não tendo sido o causador do desastre, e tirando apressadamente alguns lenços de papel da mochila, comecei a esfregá-los sobre os seios dela na tentativa de conter o líquido escuro que fazia crescer uma mancha em sua blusa.

- O que pensa que está fazendo? – questionou indignada e zangada, enquanto minha mão ainda se encontrava sobre seus seios quentes e macios.

- Oh, me desculpe, eu .... eu .... não pense mal de mim, eu ... eu ... eu só estava tentando ajudar! – respondi, corando feito um pimentão, pois o incidente havia chamado a atenção de outros estudantes que estavam por perto e tentando entender o que minha mão fazia nas tetas da garota.

- Você é um abusado! Não enxerga por onde anda? – protestou ela, afastando minha mão e colocando as dela recatadamente sobre os seios como que para protegê-los do ataque de um predador tarado.

- Já pedi desculpas! – exclamei em alto e bom som para os espectadores que nos encaravam soubessem que eu não estava cometendo nenhum ilícito, muito menos abusando dela. – Epa, espera aí! Foi você quem trombou comigo por não olhar por onde anda! Veja o que fez com as minhas anotações, estão nadando dentro do café! Sabe quantas horas dediquei a essa pesquisa, sua desastrada? – revidei, assim que vi meu trabalho espalhado pelo chão e coberto de café.

- É verdade, me perdoe! Sou mesmo muito distraída! Foi sem querer, eu juro! Vou te ajudar a recolher as folhas! – retrucou ela quando se deu conta do que fez.

- Estão encharcadas, mal se consegue ler o que escrevi, e o trabalho é para depois de amanhã. Se eu me ferrar a culpa será toda sua! – eu estava furioso, pois além desse eu tinha mais dois outros trabalhos para entregar nos próximos dias e estava atrasado com todos.

- Será que eu não posso te ajudar com alguma coisa? Peça o que quiser, eu faço! – afirmou

Esse – peça o que quiser que eu faço – vindo de uma garota bonita para um rapaz na minha idade, era um convite à sacanagem. Ainda sentindo a maciez e o calor dos seios dela na palma da minha mão, a primeira besteira que me veio à cabeça foi enfiar meu pau virgem no meio das pernas dela.

- O que foi? Diga alguma coisa! Posso ou não te ajudar a recuperar suas anotações? – questionou ela, enquanto meu cérebro esmiuçava a imagem dela nua entre os meus neurônios.

- É o mínimo que pode fazer! – respondi, só para criar uma oportunidade para um novo encontro.

Nos reunimos no dia seguinte numa das salas do grêmio estudantil, e a fiz digitar todo o trabalho para mim que já estava todo esboçado. Durante as quatro horas que roubei dela, fiquei admirando seus traços delicados, o cabelo sedoso que brilhava e lhe chegava sensualmente aos ombros, a boca pequena cujos lábios estavam cobertos por um gloss em tom suave que os deixava parecendo úmidos, o sutiã que aparecia sob tecido pouco transparente do vestido contra a luz. A todo momento eu precisava dar uma ajeitada no cacete para que ela não notasse minha ereção.

Ao que pareceu, ela também se interessou por mim. Afora minha timidez, que muitas vezes foi o maior empecilho com as garotas, elas me achavam um cara bonito. Apesar de não ser um praticante fanático de esportes, meu corpo alto e esguio era bem proporcionado, meus ombros largos não se pareciam com os de nenhum desses atores musculosos dos filmes de ação, mas tinham seu quê de sedutores. Os braços e as coxas eram bem torneados, embora carentes de pelos que lhes dessem uma aparência mais máscula e, a bunda preenchia generosamente os jeans que eu usava, atiçando tanto garotas e rapazes a beliscá-la. Eu já estava acostumado a isso, pois com dois irmãos mais velhos que tinham por hobby beliscar minha bunda desde criança, aquilo já não me fazia mais reagir com indignação. A Melissa se ofereceu a me ajudar com os outros dois trabalhos, o que nos levou a novos encontros e mais um tanto de horas conversando e nos conhecendo. Um mês depois, estávamos oficialmente namorando, o que me dava o direito de beijá-la na boca quando a deixava na porta de casa depois de algum programa. Eu estava nas nuvens, tinha finalmente uma namorada bonita e gostosa, e não via a hora de passar para o estágio seguinte, levá-la para a cama, e deixar de ser virgem, embora esse segredo ela não soubesse.

Não foi tão fácil como eu havia imaginado ser. A Melissa fora criada numa família religiosa, de uma religião que, apesar de ela já ter me dito mais de uma dezena vezes o nome, eu providencialmente me esquecia, pois era uma daquelas religiões que bitolam os seguidores proibindo isso e aquilo e condenando quase tudo como pecados capitais que levam os não cumpridores ao fogo do inferno. Minha família não era ateia, meus irmãos e eu fomos criados dentro de preceitos religiosos, mas não a exercíamos cega e fanaticamente. Quando eu recriminava a Melissa por ser tão beata e se deixar influenciar por tudo o que um padreco qualquer cuspia do púlpito em seus sermões sobre os infiéis, ela se zangava comigo e ficava uns dias sem me deixar tocar nela. Eu já mal podia segurar nas mãos dela, um toque casual em seus braços podia se transformar numa discussão, o que dirá então ficar sem seus beijos trocados no sigilo, que eram as únicas coisas que faziam aquilo ter cara de namoro. Uma ocasião, os pais dela estavam viajando, tinham ido visitar os avós e levado o irmão caçula dela, um pentelho que me vigiava como um cão de guarda contando cada lance do que viu para o pai. Ela me fez entrar na sala quando voltamos da última sessão do cinema, um filme de ficção científica que me deu sono, que só não veio porque eu roçava disfarçadamente meu braço apoiado sobre os ombros dela num de seus seios, enquanto a outra mão procurava desesperadamente escorregar pelas coxas dela debaixo da saia, e era invariavelmente rechaçada antes de chegar na calcinha dela. O fato de ter me convidado a entrar me fez crer que ela estava a fim de sentir minhas mãos bolinarem sua intimidade, e foi o que aconteceu quando nos sentamos lado a lado no sofá e eu consegui baixar uma das alças do vestido e deixar seu peitinho redondo exposto com o biquinho todo duro e excitado. Mas, quando minha boca estava prestes a se fechar ao redor do mamilo, ela deu um salto me afastou e me acusou de tarado e tantos outros adjetivos que lhe vieram à cabeça, alegando por fim que o filho da puta do pastor fulano tinha dito nas aulas de catecismo que trepar antes do casamento era o caminho mais curto para o inferno.

- Mande esse pastor à merda, Melissa! Melhor, mande-o a puta que o pariu! Aposto que desde moleque ele andava enfiando o pinto nas bucetas das garotas e agora vem pregar de moralista proibindo e ameaçando os outros por fazerem o mesmo. Foda-se você e foda-se esse filho da puta! – berrei raivoso, pois meu cacete estava tão duro e doendo há horas, e minha cueca estava toda melada do pré-gozo que não consegui me controlar.

- Você é um insensível, Trevor! Um insensível e abusado! – recriminou-me pela explosão de raiva.

- Insensível? Olhe para isso aqui, acha que sou insensível? – questionei, exibindo minha ereção dentro da calça.

Dessa vez fui eu quem a podou por mais de duas semanas. Eram as semanas de provas e eu teria mesmo pouco tempo para me encontrar com ela, mas não lhe dei essa informação, o que a fez me procurar insistentemente para uma reconciliação. Nosso namoro continuou naquele chove não molha mesmo depois de formados. A única coisa que mudou foi que anunciamos o noivado quando gastei o equivalente a quatro dos meus salários no jornal para lhe comprar o anel de noivado; colocado em seu dedo numa cerimônia familiar para oficializar o compromisso, poucos meses antes de ser designado para a cobertura do conflito no leste europeu. Ela o estava usando quando nos despedimos no aeroporto e eu, ao beijá-la, prometi que nos casaríamos assim que eu voltasse.

Em 19 de fevereiro de 2022 cheguei à Kiev com as credenciais de membro da imprensa internacional. O clima de expectativa e medo pairava por toda cidade, as negociações diplomáticas além de emperradas, já sofriam ataques de diversas organizações internacionais, descrédito dos próprios participantes e rejeição nos altos escalões dos governos de Moscou e Kiev. O fracasso era iminente.

Como a crise se mostrava mais visível e sensível nas Repúblicas Populares de Luhansk e Donetsk, cujas autonomias sofriam severas críticas do Ocidente, foi para esta última que me transferi logo pela manhã do dia seguinte. Eu queria estar no epicentro dos acontecimentos. Na madrugada do dia 24 uma ofensiva russa ordenada por Putin fez com que explosões fossem ouvidas em cidades da bacia carbonífera de Donbass. Uma delas, Mariupol, onde eu estava naquela madrugada, teve vários edifícios atingidos e parcial ou totalmente destruídos pelos mísseis de cruzeiro que o governo russo alegou estarem sendo disparados contra bases militares ucranianas, o que não era completamente verdade, pois muitos dos edifícios atingidos eram residenciais e civis precisaram abandonar suas casas sem ter para onde ir. Simultaneamente, tropas russas tomavam a cidade e, numa coordenação pouco organizada, muitos civis, idosos, mulheres e crianças, foram simples e friamente assassinadas nas ruas pelos soldados russos. Com minha câmera em punho, eu registrava a tragédia acontecendo, com o coração disparado dentro do peito, pois nunca tinha visto pessoas sendo assassinadas tão barbaramente a sangue frio. Na verdade, nunca tinha visto um assassinato que não estivesse enquadrado numa tela de televisão ou cinema, e aquilo me abalou. Eu estava cercado por mais quatro colegas da imprensa internacional quando um comandante russo ordenou que fossemos capturados e nossas câmeras confiscadas e destruídas. Percebendo que a situação estava fora de controle, corremos em direção aos carros para fugir antes de sermos capturados, pois nossos coletes com a palavra – PRESS – estampada no peito e nas costas já não valiam mais nada e não garantiam nossa integridade. Dirigi feito um louco pelas ruas da cidade sem saber para onde estava indo; meu único pensamento era não ser capturado. Desconhecendo completamente a região, cheguei a uma estrada e, com toda a velocidade que o Skoda Octavia me permitia rodar disparei rumo ao desconhecido com duas viaturas militares no meu encalço. Sem saber, eu estava indo direto para a fronteira russa. O inverno fazia o dia escurecer no meio da tarde e, ao final dela, num breu total, eu me achava em Novocherkassk em território russo, onde minhas credenciais e meu passaporte valiam tanto quanto um pedaço de papel higiênico. Assim que me aproximei do Arco Triunfal na entrada da cidade, fortemente patrulhada por militares, fui obrigado a parar e passar por uma revista na qual me foram confiscados os documentos. Meus argumentos de pertencer à impressa internacional não demoveram o oficial no comando de me enviar a uma sede onde teria que justificar a invasão do território russo sem um visto ou autorização para tal. Eu estava preso e nada do que alegava tinha qualquer importância, os trâmites burocráticos seriam seguidos à risca, para meu azar.

Fui interrogado por quase vinte e quatro horas, nas quais cinco inquisidores se revezaram tentando extrair informações que eu não tinha. Fui propositalmente impedido de ir ao banheiro na frequência que minha bexiga pedia, sendo apenas autorizado quando já estava prestes a me mijar nas calças. Com a boca e garganta secas de tanto me explicar, um copo d’água de aparência duvidosa só me foi servido depois de muita insistência. Fisicamente esgotado e psicologicamente abalado com a prisão, comecei a me recusar a repetir as mesmas respostas a perguntas feitas centenas de vezes, o que se mostrou um erro. Quando já se fazia noite novamente, eu continuava sentado numa cadeira dura diante uma mesa velha e desgastada atrás da qual se encontrava um oficial de quarenta e tantos anos, aparentemente o mais graduado de todos que haviam me interrogado até então, pois nas duas vezes em que ele foi interrompido por um militar entrando na sala e lhe cochichando algo no ouvido, o fizeram com muita deferência servil. Era um homem grande e forte, certamente com mais de 1,90 metro de altura e 120 Kg, que o uniforme coberto de insígnias cuja importância eu desconhecia, fazia parecer ainda maior e mais imponente. Seus traços faciais eram grotescos, embora muito másculos, o que a barba hirsuta e mal escanhoada fazia parecer agressiva e sisuda. Seus olhos escuros eram fundos, tinham um brilho enigmático e ao mesmo tempo perverso. A voz grossa e retumbante parecia aflorar diretamente do tronco maçudo, e era intimidadora. Suas mãos enormes, com as quais tamborilava de quando em quando o tampo da mesa, e dedos grossos com pelos negros sobre as falanges, se assemelhavam a patas de urso. Eram as maiores mãos que eu já tinha visto. Durante as cinco horas que me interrogou, o que pude comprovar pelo relógio circular na parede atrás dele, e que era a única coisa naquela sala que parecia não se importar com o que era dito entre aquelas quatro paredes claustrofóbicas, ele se manteve sereno, escondendo a raiva que crescia dentro dele a cada resposta minha que não acrescentava nada ao que eu já havia dito aos inquisidores anteriores.

- Então, senhor ... – ele fingiu precisar consultar meu passaporte para se lembrar do meu nome. – Senhor Trevor Kay Hartley, o senhor é cidadão americano em missão como repórter jornalístico em pleno território russo, é isso, não é? – o cinismo dele era irritante.

- Minha missão não é em território russo, fui compelido para cá durante uma perseguição. Meu único objetivo é registrar e reportar o conflito crescente na Ucrânia. – respondi, já nem me lembrando quantas vezes.

- E durante essa sua missão, resolveu fazer uma visita ao meu país! Sem um visto ou permissão para cruzar a fronteira!

- Já expliquei mil vezes que fui compelido a cruzar a fronteira sem saber que o estava fazendo. Estava sendo perseguido, não foi intencional!

- Entendo! Mas agora o senhor está aqui! Não é nosso convidado, não é nosso hóspede, como quer que o tratemos, senhor .... senhor Hartley? – ele se fazia novamente de idiota ou de distraído, o que já não fazia mais diferença.

- Como membro internacional da imprensa, em exercício de suas funções, eu espero sua compreensão quanto ao fato de ter cruzado a fronteira de seu país sem uma permissão expressa e ser liberado para voltar a Ucrânia e continuar meu trabalho. – respondi. Ele caiu na gargalhada, alta, sonora e debochada.

- É com isso que está contando, senhor Hartley? Contando com nossa compreensão? O senhor é uma pessoa muito divertida, senhor Trevor! Muito divertida! – caçoou. – Nossa compreensão, é muito engraçado! – repetiu, com a fúria prestes a lhe explodir pelos olhos fixados em mim. Depois disso, fez-se um silêncio que durou 10 minutos, como apontou o ponteiro do relógio para o qual desviei meu olhar com receio de ele interpretar um encaramento como uma afronta. – Tire as roupas, senhor Trevor! – a calma controlada em seu tom de voz não podia ser mais ameaçadora.

- Como? – minha voz mal saiu.

- Tire as roupas! Agora! – já havia menos paciência em sua voz.

- Eu já fui revistado por seus homens, não transporto nada comigo! – afirmei

- Tire as roupas, caralho! Ou, eu mesmo as arranco, puta merda! – berrou, desferindo um soco na mesa que, se fosse dirigido contra meu corpo certamente me colocaria a nocaute.

- Como jornalista eu estou amparado pelo Direito Internacional Humanitário, pelas Convenções de Genebra e seus Protocolos Adicionais, aliados ao Direito Internacional Consuetudinário em nenhum desses direitos sou obrigado a ficar pelado diante de qualquer autoridade, além disso ... – não concluí minha resposta, pois a bordoada que ele me deu com as costas da mão me fez cair da cadeira.

- Sabe onde você enfia esses direitos, moleque? No seu cu! Os teus direitos sou quem define enquanto estiver na minha jurisdição. – berrou ele, vindo me pegar pelo pescoço ao me levantar e me atirar de encontro a mesa. – Agora obedeça e tire as roupas! – emendou, enquanto minhas mãos trêmulas desabotoavam o único botão restante da camisa rasgada.

- Isso é completamente arbitrário! Vou fazer uma queixa formal aos órgãos internacionais competentes. – foi a última frase que pronunciei antes de receber mais duas bordoadas que quase arrancaram a minha cabeça do pescoço. Só então percebi o tamanho da encrenca em que estava envolvido, e sem nenhum amparo legal que fosse respeitado. A partir daí, fiquei com medo a abrir minha boca, e fiz o que ele mandou.

A calefação da sala era precária, à medida que tirava as roupas, comecei a tremer de frio, talvez não só de frio, mas também do que seria feito comigo. Ele me encarava de modo sombrio, repentinamente o nome dele parecia estar encravado na minha mente, general Alexei Mikahilovich Sorganov. Guardei-o por extenso quando o inquisidor anterior me disse que ele seria o próximo a me interrogar. E agora, mais do que nunca, esse nome teria que ficar gravado na minha memória, pois seria contra ele que levaria meu protesto até fosse preciso.

- Você tem dificuldade de compreender uma ordem, moleque? Eu disse para tirar tudo, por que continua com a cueca? – questionou. Tirei-a, pois meu rosto ainda ardia com as bordadas anteriores, e cobri meu sexo com ambas as mãos, o que era fácil, dado seu tamanho inexpressivo do qual sempre me mostrei inconformado.

O general Alexei ficou me observando, ordenou que eu me virasse e permaneceu naquele silêncio constrangedor por alguns minutos. Algo me dizia que sua mente diabólica estava a tramar coisas das quais eu certamente não ia gostar. No entanto, a mim, naquela situação e posição, não restava o que fazer.

- Está carregando alguma coisa no corpo? – a pergunta me pareceu descabida, o que eu poderia estar carregando quando ele podia ver meu corpo inteiro completamente nu a sua frente.

- Não! – respondi lacônico, quanto menos eu falasse menor a chance de ser agredido.

Ele caminhou até a porta, abriu apenas uma fresta e chamou por alguém de nome Dimitri, tornando a fechar a porta e voltando para próximo de mim. O sujeito, alto e magro, de rosto anguloso e cadavérico não demorou a entrar, fazendo as mesmas deferências servis dos outros na presença do general. Usava um jaleco branco sobre as vestes amarrotadas e trazia uma pequena valise com os cantos esfolados e gastos, de onde tirou um par de luvas de látex e as vestiu.

- Debruce-se sobre a mesa, senhor Trevor! – ordenou o general. Uma ideia aterrorizante passou pela minha cabeça.

- O que vai fazer comigo? – atrevi-me a perguntar, sem cumprir a ordem.

- É isso aqui que vou fazer com você, porra! – berrou, socando meu rosto contra o tampo da mesa e mantendo-o esmagado ali com a força de sua mão.

Enquanto isso, o sujeito do jaleco enfiou nem sei quantos dedos no meu cuzinho e eu comecei a gritar feito um alucinado quando senti meu ânus se dilacerando e, a mão do desgraçado adentrando nas profundezas íntimas do meu cu. Do que pude ver ao olhar para trás, ela estava atolada até punho no meu rabo, e se movia tateando em círculos nas minhas entranhas. A dor era tamanha que achei que fosse desmaiar.

- Aaaaaaiiii! Aaaaaiiiii! Aaaaaiiii!! Meu cu! Meu cu, tira isso do meu cu! Socorro, meu cu! – gritava eu, tentando me livrar das mãos do general que me mantinham debruçado sobre a mesa. Dois dos meus chutes acertarem o sujeito, a vingança veio sob a forma de um soco no meu cuzinho com o punho cerrado da mão que o vasculhava, quando a dor me fez perder a consciência.

Tudo estava nebuloso quando acordei, com os pés e mãos atados a algemas, deitado nu no banco de trás de um carro, enquanto via pelas janelas os postes de iluminação da rua passando depressa. O motorista usava um daqueles grandes chapéus militares de abas largas, e demorei a perceber que se tratava do próprio general. Os flocos de neve, muito finos e leves, flutuavam por todo lado ao redor do carro que começou a reduzir a velocidade e parou não mais do que alguns segundos diante de um portão corrediço que se abria enquanto um militar saído de uma guarita batia continência para o general. O carro rodou mais alguns metros, fez duas curvas e estacionou diante de uma imensa construção retangular com fileiras de janelas pequenas e desproporcionais ao tamanho do edifício.

- Desça! – ordenou, ao mesmo tempo em que me arrancava do banco.

- Minhas roupas! – balbuciei, sem obter resposta.

As algemas dos pés interligadas por uma corrente curta, não me permitiam dar passos normais, e como ele me puxava pelo braço, cheguei a tropeçar algumas vezes pelo caminho antes de entrarmos por uma porta metálica lateral que rangeu as dobradiças quando foi aberta por um soldado pelo lado interno. O soldado não tirou os olhos da minha nudez, e um grito do general ecoou no corredor escuro de teto baixo pelo qual ele me arrastava – mando-lhe arrancar os olhos, filho da puta, se voltar a olhar nessa direção – o soldado afundou o olhar para o chão. Chegamos a uma sala onde três militares de aparência sonolenta se puseram em pé assim que o general entrou. Apenas um não tinha as patentes de oficial sobre os ombros, e se mostrou o mais assustado.

- Providenciem tudo o que o prisioneiro precisa! – ordenou o general. Então eu agora era um prisioneiro, pelo menos isso estava claro.

Um dos oficiais pegou o telefone e instruiu alguém do outro lado sobre vestimentas, artigos de higiene, e roupa de cama, o que não demorou nem cinco minutos para ser posto em minhas mãos. O outro oficial nos acompanhou até uma porta, a destrancou com um cartão magnético pendurado ao seu pescoço, e seguiu à nossa frente por um corredor mais largo que o primeiro, ladeado por celas lotadas de homens com uniformes maltrapilhos, alguns sem a parte de cima, outros apenas com ceroulas na parte de baixo. Uma gritaria desenfreada começou quando passei diante das celas, onde houve uma corrida até as grades para ver o novo prisioneiro chegando. Assobios, gritos, ameaças de que iam foder minha bunda gostosa dentro em breve e, pedidos para que eu fosse chupar suas cacetas que exibiam despudoradamente, revelavam o tesão refreado daqueles homens de todas as idades.

- O que acha de eu te jogar numa dessas celas? Amanhã de manhã será um homem casado, senhor Trevor! Bem casado! – ironizou rindo, o general, extraindo um sorriso malicioso do oficial que seguia a nossa frente e, aos palavrões, mandava a turba excitada se calar.

Eu nem me atrevia a olhar para os lados. Imaginando que seria jogado para dentro de uma daquelas celas, senti as lágrimas rolando pelo rosto, com a certeza de que seria estuprado durante horas por aqueles homens pouco afeitos a seguir as leis. No entanto, o oficial destrancou uma das três portas que se achavam no final daquele corredor, e ao ser conduzido para dentro notei que se tratava de um quarto de aproximadamente 15 metros quadrados, com uma fileira de janelas gradeadas junto ao teto alto, uma cama, uma mesa pequena, duas cadeiras e um móvel bastante mal construído que deveria ser um aparador, num dos cantos; separado por uma parede sem porta, havia um vaso sanitário e um chuveiro elétrico de plástico.

- Esse é seu novo lar, senhor Trevor! O presídio estatal de Volvogrado! Jornalista com um monte de direitos internacionais garantidos - ironizou o general.

O oficial nos deixou depois de um aceno do general, fechando a porta atrás de si. Eu tinha pressa de cobrir minha nudez e, colocando a pilha de coisas que me foram entregues na entrada sobre a cama, comecei a procurar o que vestir. Basicamente, o uniforme da prisão era composto por uma calça folgada ajustada na cintura por elástico e uma espécie de jaleco de mangas longas, ambos num tom de cinza mortiço.

- Descanse, senhor Trevor! Em breve lhe farei uma visita, ainda temos muito a conversar! – disse o general, aproximando-se de mim e apertando meu queixo com sua mão vigorosa. – O senhor tem lábios muito carnudos e sensuais, senhor Trevor! Tenho a certeza que devem ser muito apetitosos! – afirmou. Fui tomado por um terror insano. Nem mesmo quando ele me deixou sozinho aquela inquietação passou. Eu sabia que estava fodido.

Nas duas semanas seguintes eu recebia duas visitas diárias dele, geralmente por volta da hora do almoço, quando me trazia a refeição, e a noite quando, aparentemente a intenção era a mesma. Na primeira ele se demorava cerca de uma hora, ficava sentado numa das cadeiras me observando e só vez ou outra me dirigindo a palavra. A visita noturna era mais demorada, ele me esperava terminar a refeição, se aproximava, tocava meu corpo que, por exigência dele, tinha que estar sempre nu quando ele entrava na cela. Nas primeiras vezes me recusei a tirar as roupas, fui esbofeteado até aceitar que ele as arrancasse do meu corpo. O mesmo acontecia se, por acaso, eu esquecia de me despir tão logo ele apontasse na porta. Era estapeado até ficar zonzo e voluntariamente expor meu corpo. Tudo isso acontecia comigo acorrentado pelo pescoço com uma corrente fechada por cadeado, comprida o bastante para que pudesse alcançar o vaso sanitário quando necessitasse, ou o chuveiro. Na inserção dela junto a parede, havia um fio elétrico saindo de uma tomada, cujo controle ficava fora do meu alcance, e que ele acionava quando eu lhe respondia agressivamente, quando não lhe dava uma resposta a alguma pergunta ou quando como dizia ele, eu era um menino mal-educado. Os choques intermitentes tinham a capacidade de serem fortes o bastante para causar dor e espasmos sem serem fatais. Quando ele os descarregava, meus gritos desesperados ecoavam pela cela e através dela até os corredores, onde os demais prisioneiros passavam a saber que uma sessão de tortura estava em andamento. Em quinze dias naquelas condições, meus pensamentos já careciam de clareza, meu raciocínio e minha moral estavam profundamente abalados, e medo e raiva viviam de braços dados.

Seguido a esse período inicial, o general Alexei começou a me tocar, tanto no rosto, onde sua mão pesada me envolvia ou seu polegar roçava sobre meus lábios, quanto na nudez, onde os dedos grossos tinham uma predileção pelos biquinhos saltados dos meus mamilos, e pelos glúteos carnudos e roliços onde a pele alva, lisinha e quente era amassada com força e volúpia. Igualmente, nas primeiras vezes, sem conseguir controlar o ódio que me assomava ao olhar, eu desviava de sua mão ou a afastava com brutalidade. As bofetadas e alguns socos que me deixavam estirado ou na cama ou no chão, era a resposta dele ao meu atrevimento. Tal como um animal, eu tinha a sensação de estar sendo adestrado; meus brios foram sendo extirpados e, por fim, eu obedecia submisso e temeroso a tudo que aquela voz autoritária me dizia. Às vezes, o sentimento de raiva era seguido do de impotência, e me sobrevinham as lágrimas que nem a custo eu conseguia esconder, e que o deixavam feliz fazendo surgir em sua face um risinho de sarcasmo.

- Um garoto lindo como você, Trevor, não deveria jamais verter uma lágrima! – dizia ele, enxugando-as delicadamente com seu polegar, o que só fazia com que elas aflorassem em maior abundância.

Certa noite dessa fase, ele trazia a bandeja com a janta e uns apetrechos que não identifiquei de imediato. Assim que ouvi a chave sendo colocada na fechadura, me despi rapidamente, e estava nu quando ele me mandou deitar de bruços sobre a cama, e algemou minhas mãos nas costas.

- Hoje você vai precisar fazer por merecer sua janta, Trevor. – começou ele, o me fez sentir uma descarga de adrenalina e pavor. – Vejamos se você já aprendeu algumas lições! Empine bem essa bundinha, vamos ver quantas dessas bolas seu cuzinho vai aceitar. – tremendo da cabeça aos pés eu olhei para o que ele segurava na mão, uma espécie de colar de borracha onde as contas eram cinco esferas cujo diâmetro aumentava progressivamente terminando no que se parecia com a cauda afilada de um cão.

- Não! O que vai fazer comigo? Não, eu suplico, não! – comecei me negando a permanecer de bruços e tentando me sentar na cama, a reação dele foi a mesma de sempre, uma bordoada com as costas da mão que me fez voar contra a parede fria.

Mesmo assim, atordoado e com o ouvido zunindo, eu comecei a desferir socos nos braços peludos e vigorosos dele, irritando-o a ponto de ele soltar o apetrecho e partir com tudo para cima de mim. Pensei que ele ia me matar quando um dos socos atingiu meu abdômen e fiquei sem conseguir respirar. Vendo que eu já não tinha mais forças para nada, ele voltou a me colocar de bruços e enfiou a primeira esfera de borracha no meu cuzinho apertado. Eu gritei num misto de choro e raiva, enquanto meus esfíncteres rompidos se fechavam abruptamente engolindo a esfera. Com o general apertando meu pescoço, a segunda esfera foi introduzida no meu ânus, e assim sucessivamente até todas as cinco estarem alojadas no meu cuzinho distendido, só permanecendo aquele rabicho de fora brotando do meu reguinho apertado. Levei minhas mãos ao abdômen pois me sentia preenchido como se houvesse deglutido um boi. O general me soltou e caminhou até a mesa onde tinha deixado a bandeja com a janta.

- Agora seja bonzinho como um cãozinho obediente e venha engatinhando para receber sua recompensa! – ordenou. De tão abalado, não ousei desobedecer.

Me enxerguei mesmo como um cachorro indo de encontro ao seu dono para receber um petisco. O rabicho, que se movia a cada movimento que eu fazia, se parecia com a cauda agitada de um cão feliz por estar com seu dono. Quando estava junto às botas do general, ele acariciou minha cabeleira e sorriu.

- Isso, bom garoto! Agora fique de joelhos que vou colocar as garfadas em sua boca! – exclamou num êxtase cruel. – Sou seu amo e senhor, Trevor! Habitue-se a não me contrariar, a me obedecer e ser gentil comigo, assim não precisarei te castigar! Seremos bons amigos, você vai ver! – se pudesse, eu lhe enfiaria uma faca na garganta, só para vê-lo se esvaindo em sangue até que seu coração parasse de bater.

- Meu ânus dói! – afirmei.

- SSSHHH!! O que foi que eu disse? Seja bonzinho! Preciso que seu cuzinho se acostume a aceitar coisas grossas sem reclamar. – sentenciou com ironia. – A partir de agora, você vai me chamar de Alexei! Só Alexei! Nada de general ou de senhor, combinados?

- Sim, sen ... – engoli a silaba antes dele se preparar para uma nova bofetada. – Sim, Alexei, como você quiser!

Se um dia senti orgulho por ser um jovem estudioso e aplicado, responsável para com meus deveres e compromissos, respeitoso para com todos, esse orgulho se perdeu naquele primeiro mês dentro daquela cela sob os desmandos e abusos daquele psicopata, cujas insígnias sobre os ombros o autorizavam a dar vazão aos seus delírios.

Esse ritual de engatinhar até ele para receber minhas refeições se transformou em rotina. Houve ainda apenas uma vez em que me mostrei indignado e rebelde, achando que talvez, se me impusesse, ele desistiria de me subjugar. Foi outro engano que me custou caro. Nesse dia, ao invés das esferas de borracha costumeiras, ele socou umas metálicas no meu cu, frias e bem mais pesadas, que terminavam numa corrente, ao invés do filamento semelhante a cauda de um cão, e que ficava pendendo entre as bandas da bunda. Foi através dela, conectada ao fio elétrico que ficava preso à corrente ao redor do meu pescoço, que ele descarregou a sequência de choques. Eu gritava como nunca, sentindo a descarga elétrica contraindo minhas entranhas até eu perder o controle da minha bexiga e me mijar todo.

- Viu o que acontece quando você é um mau menino! – exclamou ele, acionando mais uma vez o controle para dar a última descarga no meu rabo, enquanto meus gritos se perdiam sem encontrar eco nem despertar pena em qualquer pessoa.

- Perdão, Alexei! Perdão! Não desobedeço mais, juro! – aí estava o que ele sempre quis ouvir; a submissão total, a anulação do último resquício de brio, a desmoralização completa.

A partir daí, passei a ter medo até de encará-lo, pois sabia que a crueldade dele não conhecia limites, e baixava submissamente o olhar toda vez que ficava diante dele. Aquilo parecia excita-lo, dava-lhe tesão me ver tão assustado e tremendo, e ele levantava meu rosto pelo queixo, abria um sorriso e me dizia que nunca tinha estado com um garoto tão bonito quanto eu. Isso me apavorava, pois parecia o prenúncio de que coisas ainda mais escabrosas estavam por vir. Como, de fato, vieram.

Certo dia, ele trouxe duas presilhas, do tipo jacaré, interligadas por uma correntinha metálica de contas pequenas, do tipo que os dentistas usam para fixar o babador ao redor do pescoço do paciente durante os procedimentos. Depois de ficar um tempo manipulando os biquinhos dos meus mamilos, amassando-os entre os dedos e tracionando-os até ficarem ligeiramente inchados e bem rijos, ele prendeu as presilhas neles. Seus olhos brilhavam, sua respiração tinha algo de excitada, assim como a expressão da face. Quando deixei escapar um – Ai – ao sentir o serrilhado da presilha amassando meu biquinho, e do qual logo me arrependi, ele colocou o dedo indicador sobre meus lábios, o que era sinal de eu não inventar de protestar. Ao prender o segundo biquinho, apenas comprimi as pálpebras para suportar a dor. Foram quatro descargas intercaladas por um breve período de descanso, os choques chegaram a abalar a frequência dos meus batimentos cardíacos, enquanto eu gritava e ele, impassível, observava eu me contorcendo de dor. Quando se deu por satisfeito, soltou as presilhas dos meus mamilos e me apertou contra seu tórax largo, peludo e sólido, que estava nu por ele ter começado a se despir ao vir ter comigo na cela, afirmando que eu não precisava temer, que estava seguro em seus braços, que ele sempre ia cuidar de mim.

- Por favor, Alexei, me mata! Me mata de uma vez, eu não estou mais suportando isso! – implorei, deixando-me escorregar por seu ventre peludo até cair de joelhos aos seus pés enlaçando suas pernas.

- Não diga bobagens, meu garoto! Ninguém vai te matar! Vou sempre estar ao seu lado te protegendo, confie em mim! Não se esqueça, sou seu Alexei! – parte de mim já estava morta, o que era difícil de aceitar.

Diversas organizações internacionais de apoio e proteção ao trabalho jornalístico, como a Federação Internacional de Jornalismo, a Organização Internacional de Jornalistas, além de ONGs, principais mídias de diversos países, como também a Sociedade de Jornalistas Profissionais dos EUA, e a empresa para a qual eu trabalhava estavam se mobilizando para cobrar das autoridades ucranianas, russas e demais países filiados um posicionamento quanto ao meu paradeiro após os ataques russos à cidade de Mariupol quando diversos jornalistas foram perseguidos pelas tropas russas. Alguns dos colegas que estavam comigo naquele dia e que debandaram à esmo para salvar suas vidas, tinham reportado que haviam visto meu carro sendo perseguido pelos militares russos. Infelizmente, dois desses colegas foram sumariamente assassinados juntamente com a população civil. O Skoda Octavia com o qual empreendi a fuga, tinha sido encontrado abandonado numa estrada vicinal nos arredores de Novocherkassk, o que reforçava as suspeitas de eu ter sido capturado pelos russos. Desde aquele dia e, passados mais de três meses, cogitava-se que eu tivesse tido o mesmo fim. Autoridades de ambos países alegavam não ter notícias do meu paradeiro, nem registros de passagem por hospitais ou prisões. A mobilização e as exigências para uma explicação iam num crescente dentro dos gabinetes governamentais, cada vez mais pressionados pela mídia internacional e pelos órgãos dos direitos humanos. Cartas de membros da ONU chegavam aos mais importantes líderes mundiais pedindo que se posicionassem e cobrassem o destino do meu paradeiro. Enquanto isso, sem saber de toda essa mobilização, eu continuava naquela cela do presídio de Volvogrado, onde não havia sequer um registro oficial de eu estar encarcerado naquele lugar. Apenas algumas pessoas sabiam que eu era mantido preso pelo general Alexei Mikahilovich Sorganov, numa condição muito particular, sem acesso a outros presos e, sem que quase ninguém, à exceção de três ou quatro homens de sua confiança, tivessem acesso a mim. Para todos os fins, eu não existia.

Após quatro meses, eu já começava a ansiar pelos horários de visita do Alexei. Eram os únicos momentos do dia em que eu ainda me lembrava de ser uma pessoa, e ter outra por perto, por mais que essa pessoa estivesse me humilhando, subjugando e torturando aliviava de certa maneira aquela solidão. Eu já estava bem adestrado, ficava pelado quando o ouvia chegar, cumprimentava-o com um sorriso, mesmo que forçado, mas que evitava de levar umas bordoadas, deixava-o bolinar meu corpo com suas mãos asquerosas, e respondia às suas eventuais perguntas com prontidão e sem objeções, isso evitava de apanhar. Ele estava cada vez mais satisfeito comigo, especialmente quando tocava meu corpo sem que eu protestasse. Mas, ainda se valia de recursos para me manter dócil. Suas visitas sempre começavam com ele se livrando de boa parte de seu uniforme, costumando ficar apenas com as calças, talvez pensasse que ao exibir seu físico avantajado e atlético, eu me convencesse de sua dominância, ou me sentisse atraído sexualmente por sua masculinidade. Em seguida, ele colocava uma coleira de couro no meu pescoço, atava uma corrente, me mandava abrir as pernas e introduzia as esferas ou de borracha ou de metal no meu cuzinho e passeava comigo de quatro pela cela, como se eu fosse seu cãozinho de estimação. Depois, me deixava fazer a refeição sob seu olhar atento e interessado, quando às vezes, conversava comigo sobre algum assunto que lhe vinha à cabeça. A visita do meio-dia se encerrava cerca de uma hora, ou um tanto mais, depois de ele voltar a me acorrentar pelo pescoço à corrente fixada na parede. Até a visita da noite, que eu já não sabia mais a que horas acontecia, pois tinha desistido de lhe perguntar as horas quando ele se enfurecia com a pergunta e me agredia, eu ficava acorrentado nos limites do comprimento da corrente. Nessa visita noturna, após eu ter comido o que ele trazia, é que aconteciam as práticas de bondage, disciplina, domínio e submissão. Ele as praticava com requintes crueldade e prazer, não consensuais, apenas forçadas. Como dominador, ele tinha total controle físico e psicológico sobre mim, através das regras e punições que controlavam meu comportamento submisso. Alexei era mestre em aplicar os castigos, tanto os físicos que me causavam muita dor e deixavam marcas pelo meu corpo, quanto os psicológicos como a humilhação que estava aniquilando a minha personalidade, me fazendo aceitar tudo sem contestar.

Até então, afora a exibição de sua masculinidade, ele nunca tinha dado a essas visitas um cunho sexual, embora a maneira libidinosa como me tocava e, as vezes em que me mostrou seu membro grosso, já explicitassem esse objetivo. Minha timidez com as garotas e meu insucesso em levar a Melissa para a cama, devido a sua crença e fanatismo religioso, ainda me mantinha virgem aos 25 anos. E isso, o Alexei conseguiu farejar naquele fatídico interrogatório a que fui submetido quando detido. Era esse corpo esguio e dotado de curvas generosas sem nenhuma experiência que o alucinava, e do qual ia se valer sob o manto daquelas insígnias que carregava sobre os ombros.

Naquela noite ele estava particularmente bem-humorado, conversou bem mais que de costume, tinha um brilho diferente no olhar, que atribuí a um leve excesso de vodka, e tinha me puxado diversas vezes contra seu corpo me abraçando com a testosterona a lhe insuflar o tesão que provocou uma enorme ereção da qual ele estava visivelmente orgulhoso. Após o passeio me conduzindo como seu cachorro de estimação, ele tirou a calça ficando só cueca, sentou-se numa das cadeiras, abriu bem as pernas musculosas e peludas, tirou o cacetão que já havia melado a cueca para fora e mandou que eu me aproximasse engatinhando até o meio de suas pernas. Na hora eu soube que estávamos entrando em um novo estágio daquele relacionamento doentio, e obedeci sem pestanejar. Quando me vi entre as pernas dele, minhas narinas foram invadidas pelo cheiro almiscarado que vinha do caralhão melado.

- Chupa meu cacete, garotão! Você vai me mamar até sentir o sabor do meu leite! – ordenou, terminando de me puxar pelos ombros até minha cabeça ficar encaixada a centímetros de sua virilha revestida de densos pelos encarapinhados.

Com a mão trêmula, peguei no cacetão pesado e grosso, os poucos segundos que hesitei o fizeram agarrar e puxar meus cabelos, repetindo a ordem.

- Chupa!

O melzinho viscoso que minava da cabeçorra já melava meus dedos quando a coloquei na boca e comecei a chupar, a consistência albuminosa daquele fluido me fez sentir engulhos, mas respirando fundo, consegui controlá-los e continuei sugando. O Alexei acariciava meu rosto sem tirar os olhos da verga enfiada na minha boca. À medida em que eu chupava, o caralhão ia se tornando mais rijo e difícil de movimentar, eu o sentia pulsando forte e quente na minha mão. Os dedos dele estavam entre as mechas do meu cabelo que ele puxava com brutalidade e me faziam gemer. Com o pauzão completamente duro, no qual se podia ver as veias grossas completamente cheias, ele começou a socá-lo na minha garganta, erguendo simultaneamente a pelve e afundando minha cabeça em seus pentelhos. Eu respirava com dificuldade, o ar que puxava pelo nariz era insuficiente para encher meus pulmões.

- Isso, mama minha putinha! Mama o caralho do teu macho, seu garotão tesudo de merda! Aqui estão seus direitos de jornalista, uma pica bem suculenta para você se fartar! – grunhia ele, deliciado pelos movimentos da minha boca quente e macia sugando seus fluidos.

Não sei quanto tempo fiquei chupando aquele cacetão, submisso e empenhado, pois a passagem do tempo naquela cela já não me dizia muita coisa. Para mim pareceu uma eternidade, para ele, com o tesão a lhe consumir, foi o necessário para sentir o gozo se formando numa onda crescente que lhe retesava toda a pelve. Enquanto seu urro gutural ecoava entre aquelas paredes frias, os jatos espessos de esperma de sabor amendoado iam enchendo minha boca, obrigando-me a degluti-los para não engasgar.

- Engole, veadinho! Engole a minha porra, a porra do teu macho! – rosnava ele, lançando a cabeça para trás como que para melhor desfrutar daquele prazer conquistado.

Me surpreendi com a quantidade de sêmen que ele ejaculou num único gozo. Quando me masturbava nunca cheguei a esporrar tanto, o que me fez pensar que talvez ele tivesse se imposto um período prévio de abstinência, acumulando sua gala para aquela ocasião. Quando aquilo terminou, eu senti certo alívio por ter conseguido fazer tudo conforme as expectativas dele, sem aborrecê-lo. Porém, o gosto daquela porra toda continuava presente na minha saliva e, a cada deglutida, era como se um novo jato estivesse escorrendo garganta abaixo. Não consegui mais segurar e, num rompante, o vômito jorrou da minha boca esparramando os grumos aglutinados de esperma esbranquiçado pelo chão.

- Agora você vai aprender a não desperdiçar nunca mais a porra de um macho, seu desgraçado! Eu te dei minha porra para você não sentir minha falta quando me ausento, e o que você faz com esse líquido preciso, desperdiça-o como se não o quisesse. Toma, veado do caralho! Toma por ter malgasto minha virilidade! – berrava ele, enquanto socos e bofetadas eram desferidas contra a minha cabeça, me fazendo perder a noção de onde estava e para onde deveria correr. Eu só a cobria com os braços e implorava perdão.

- Perdão, Alexei! Perdão! Foi mais forte do que eu, não pude segurar, eu juro! Não me bata, por favor, Alexei, não me bata! Eu prometo que vou fazer melhor na próxima vez! – suplicava eu, aceitando a degradação e até pedindo por mais só para me salvaguardar.

Naquela noite passei o tempo todo acorrentado à parede, nem as esferas ele tirou do meu cuzinho e, como ele algemou minhas mãos não consegui arrancá-las lá de dentro. Fez uma noite fria, nu debaixo do cobertor, tremi até minhas forças se extinguirem e não foi no sono que caí quando já não sentia mais nada, foi simplesmente um desmaio. Sem a menor noção do tempo que fiquei desacordado, era meu estômago quem me confirmava que ele não trouxera o almoço no dia seguinte. Eu me sentia fraco, acometido de uma vertigem quase me estatelei no chão quando fui mijar. O ar estava tomado pelo cheiro de desinfetante e o vômito que havia ficado no chão tinha sido removido bem como uma limpeza em toda a cela havia sido feita enquanto estive inconsciente. Certamente alguém estivera ali enquanto eu estava desmaiado, e assim, perdi a chance de pedir que alguma alma caridosa se apiedasse de mim e me ajudasse a sair dali. Caí num choro convulsivo e, num surto de insanidade, comecei a pedir que o Alexei voltasse e me tomasse em seus braços.

Numa das vezes em que o chupei e já não sentia mais engulhos com sua porra, o que o deixava imensamente contente, pedi que ele me trouxesse uns livros ou algo com que pudesse me distrair, pois sentia que a cada dia estava perdendo parte do meu juízo. Ele me atendeu, desde que eu o chupava quase diariamente, ele estava mais generoso, afagava meu rosto com mais frequência e lascívia.

- Teus lábios são tão lindos e carnudos, Trevor! Gosto quando me beija e mama meu cacete com eles! Você é um garotão tão tesudo! – dizia ele nessas ocasiões, e eu me retraía, me sentia cada vez mais um objeto sexual e não me importava com isso, desde que ele continuasse a me tratar sem me dar tantas surras ou pegar mais leve nas práticas de bondage.

As temperaturas estavam mais amenas, bem como as nesgas de um céu mais azul e brilhante que entravam pelas estreitas janelas próximas ao teto, o que me indicou que estávamos no verão. A estação também parece ter influenciado o humor do Alexei, ele estava mais expansivo e falador. Eu não queria admitir, mas começava a sentir empatia por aquele homem que ia da extrema violência para comigo, à mais explícita demonstração de carinho. Ultimamente predominavam essas, por isso fiquei apavorado quando ele, numa noite em que se demorou bastante comigo, resolveu instalar um aparato no meu pinto que já tinha usado outras vezes, pelo qual me dava choques elétricos intermitentes simultaneamente no pinto e no saco. As primeiras vezes a descarga elétrica tinha sido bastante forte e eu gritava a plenos pulmões com a dor que se espalhava na minha virilha.

- Por favor, Alexei, não faça isso comigo! Eu faço o que você quiser, é só mandar, mas não use isso, dói demais, Alexei! – implorei, enquanto ele preparava o dispositivo para uso. – Eu te chupo, Alexei! Chupo bem gostoso, para te deixar contente, para você esporrar bastante, me deixe chupar, Alexei! – continuei, lançando-me aos pés dele e tirando o cacetão para fora da cueca.

- Seja um bom menino! Você sabe que precisa ser disciplinado para ficar bem obediente, portanto, seja bonzinho! Eu te amo, só vou fazer você sentir isso, para que também consiga me amar mais! – retrucou ele. Não sei como nunca alguém percebeu que o lugar desse homem era num hospício.

Com as mãos algemadas às costas, cada um dos meus tornozelos amarrados aos pés da cama, o que me forçava a ficar com as pernas bem abertas, pois a cama era bastante larga, ele enfiou o cordão de esferas metálicas no meu cuzinho e fixou uma presilha à glande do meu pinto e mais duas, uma em cada testículo, ligadas aos fios que conduziam até o controle onde ele regulava a intensidade dos choques. Antes mesmo do primeiro ser disparado, eu estava chorando e implorando para que não me machucasse, encarando-o para ver se algum resquício de humanidade ainda sobrevivia dentro dele.

- Aaaaaiiiii! Aaaaaiiii! Pelo amor de Deus, Alexei, não! Pare, por favor, pare! – meus gritos eram ouvidos por todo presídio e ecoavam no adiantado da noite silenciosa.

- Mandei se comportar, você me desobedeceu, precisa ser castigado! – exclamou, indiferente ao meu sofrimento.

Consegui contar até 248 apertando os olhos e os lábios, enquanto me contorcia e a descarga elétrica que percorria meu pênis e meu saco, repercutindo nas esferas metálicas que preenchiam meu cu. Durante as reiteradas sessões a que me infligiu essa tortura eu havia me convencido de que ele me castrou, meu pinto e meus testículos já não deveriam servir para mais nada. Se um dia voltasse a me encontrar com a Melissa ou qualquer outra namorada, teriam que se contentar com um homem estéril, ou o que seria o mais provável, me abandonar por não ter nenhuma serventia como macho. O tempo todo o Alexei ficou me encarando, me vendo estrebuchar enquanto os espasmos elétricos percorriam meu corpo, nada o abalava. Pelo contrário, ele se regozijava com meu sofrimento, dando longas baforadas no charuto que costumava degustar especialmente nas visitas noturnas, e que empesteava o ar com cheiro sufocante de nicotina. Seu olhar estava focado no meu pênis, dava para perceber os neurônios fervilhando no cérebro dele. Sem pressa, ele se levantou de onde estava sentado, tirou a presilha que estava no prepúcio alongado da minha glande, uma vez que eu tinha fimose e nunca fui operado, tracionou-o até eu gemer e movimentou a ponta em brasa do charuto ao redor dele, amputando minha fimose por cauterização. Gritei até perder os sentidos, tamanha dor que queimava sobre aquela região tão sensível. Por duas semanas agonizei com meu pinto circuncisado e inchado mal podendo urinar ou tocá-lo sem ser acometido de dores lancinantes.

Meu pau ainda estava com uma cara esquisita após duas semanas; quando olhava para ele se parecia com a cabeça glaba e lustrosa de um franciscano que só tinha uma coroa de cabelos ao redor, simbolizados pela crosta escura que se forma nas feridas. Estava horrível, mas era meu e ainda estava lá onde deveria cumprindo sua função. O confinamento prolongado e as torturas constantes me fizeram perder peso e a circuncisão bárbara sem o menor cuidado com a assepsia me deixou ainda mais debilitado. Por essa razão, numa de suas visitas noturnas, o Alexei veio acompanhado daquele sujeito alto e magricela que parecia estar com o mesmo jaleco branco do dia dos interrogatórios de tão amarrotado e com algumas manchas visíveis, quando fistou meu cuzinho virgem metendo nele o punho cerrado. Eu tinha para mim que ele era médico ou enfermeiro, embora se parecesse com um carniceiro. Assim que o vi entrar, já completamente despido como exigia o Alexei, corri na direção do general, me atirei a seus pés abraçando suas pernas e comecei a implorar.

- Não, Alexei! Tenha piedade de mim, Alexei! Estou fazendo tudo o que me manda, não permita que ele me torture! Não permita, Alexei! Meu cuzinho não, Alexei! – o sujeito esquadrinhou o olhar sobre mim e, certamente, teve dúvidas quanto à minha sanidade mental.

- Venha, levante-se, Trevor! Ninguém vai te machucar! Lembre-se, eu estou aqui com você, nada de ruim vai te acontecer! – afirmou o general, me puxando de encontro a si. Por uns instantes senti falta da nudez daquele torso que parecia mais quente a acolhedor quando minha pele tocava em seus pelos.

- Deite-se na cama, meu rapaz, eu só vou te examinar! Não se preocupe, não vai doer, garanto! – disse o sujeito.

- Alexei! – balbuciei, procurando decifrar o olhar do general para ver se havia algo sórdido camuflado nele.

- Venha, não tenha medo! – disse ele, me conduzindo até a cama, o lugar mais inseguro daquela cela, onde eu já tinha sofrido de um tudo.

O sujeito me examinou em silêncio, a proximidade me permitiu sentir o forte odor de tabaco que ele expelia pelas narinas ao respirar. Meu corpo não conseguia parar de tremer, como se estivesse esperando que, a qualquer momento, aquelas mãos esquálidas o fossem agredir.

- Ele está levemente desidratado, um pouco desnutrido e, provavelmente, com uma anemia leve. – firmou o sujeito, após uns 15 minutos me palpando e me auscultando com um estetoscópio que parecia ter saído de um museu. – Você está se alimentando corretamente? – perguntou, voltando-se a mim.

- Sim! – respondi, depois de procurar na expressão do Alexei autorização para responder.

- Sugiro que receba uma alimentação balanceada e mais substancial, vou prescrever algumas vitaminas e aconselho que ele fique ao menos uma hora ao ar livre e se exponha ao sol. O quadro deverá se reverter com esses pequenos cuidados. – disse o médico, afastando suas mãos de mim, o que me causou um grande alívio.

- Viu só, meu querido! Vamos seguir essas orientações e você vai se sentir novinho em folha! – exclamou o Alexei, sinalizando para o sujeito que ele estava dispensado.

Fiquei observando estarrecido o Alexei se despir, após a saída do sujeito. Será que ele acreditava mesmo que eu voltaria algum dia a me sentir “novinho em folha”? Nem eu mesmo me reconhecia mais, não sabia quem era aquele Trevor, só sabia que não era mais eu.

Sentado na cama, com as pernas bem abertas que permitiam ver seu caralhão flácido com a cabeçorra exposta deitado sobre o sacão peludo, o general ficou me encarando enquanto eu devorava o jantar daquela noite; reforçando para que eu não deixasse nada no prato como sugerira o médico, e me garantindo que passaria a cuidar pessoalmente do preparo das minhas refeições dali para a frente, e que me levaria para passeios onde eu pudesse respirar um ar mais saudável. Ao terminar de comer as batatas assadas, os legumes cozidos e o pedaço de frango grelhado, eu caminhei até ele, sentei-me em seu colo e passei os braços em torno de seu pescoço, dócil como um cãozinho afetuoso, afaguei o rosto barbado dele. Ele me apertou em seus braços, acariciou o contorno do meu rosto pálido e sem vontade própria, colocando um beijo lascivo sobre a minha boca, que abri lentamente quando a língua dele a penetrou cheia de cobiça.

- Ah Trevor, meu garotão cheio de direitos, você me faz tão feliz! – sussurrou ele no meu ouvido, enquanto o lambia.

Aos poucos ele foi me reclinando, acomodou-se às minhas curvas encaixando a virilha pentelhuda nas minhas nádegas lisinhas, comprimindo a ereção no meu reguinho fundo e apertado. Ele me fazia elogios sobre meu corpo, que eu ouvia calado e estático, enquanto suas mãos acariciavam meu ventre e meus mamilos, amassando meus biquinhos entre o polegar e indicador. A mão que alisava meu ventre deslizou lentamente pelos flancos em direção às nádegas, descendo pela coxa que ele apertou e afastou da outra me abrindo e expondo a bunda numa posição vulnerável. Fortemente agarrado ao meu tronco, lambendo e chupando minha nuca, o Alexei fazia o caralhão melado deslizar pelo meu rego. Como um cãozinho agradecido que se deita e expõem sua barriga aos afagos do dono, eu o sentia se apoderando de mim. Com a chapeleta se demorando um pouco sobre a minha rosquinha anal virgem, ele a forçou para dentro com uma estocada bruta, rasgando algumas pregas e se instalando no meu cuzinho antes dos meus esfíncteres reagirem com uma forte contração e aprisionarem parte de seu cacetão descomunalmente grosso no meu cuzinho. Quando meu grito escapou, a mão pesada do Alexei apertou minha boca, enquanto ele me estocava com uma força selvagem, grunhindo à medida em que o caralhão deslizava para dentro do meu cu. Foi uma experiência estranha, afora a dor lancinante no cuzinho rasgado, eu não sentia nada. Era como se meu corpo estivesse entorpecido por uma droga anestésica, frígido, alienado, não responsivo, apenas se deixando usar como se não fizesse parte de mim. Nem aos grunhidos guturais e animalescos do Alexei junto ao meu ouvido, cada vez mais intensos e vorazes, meu ser interior reagia. Quando se transformaram num urro primitivo, com ele estremecendo e o cacetão inchando nas minhas entranhas, ao se derramar dentro de mim, junto com os jatos de esperma viscoso molhando meu cuzinho, senti duas lágrimas quentes e plangentes gotejarem dos meus olhos; aquele homem, chamado Trevor, de antes estava definitivamente morto.

- Misha, meu querido Misha, finalmente posso te abraçar outra vez! Juro que nunca mais vou deixar alguém te tirar de mim e rasgá-lo em pedaços. Eu vou te proteger, meu doce Misha! Vou te dar a minha vida se for preciso, nunca mais vamos ficar distantes um do outro! – eu não estava compreendendo absolutamente nada daquelas frases que o Alexei murmurava, tomado de um sentimento saudosista e dolorido como expressava o tom de sua voz condoída.

Minha primeira conclusão foi que o general estava delirando num estado psicótico, até que me lembrei de já ter ouvido esse nome, Misha. Busquei-o por alguns minutos em minha memória, sabia que já havia lido algo onde esse nome aparecia, até encontrar a resposta. Misha fora o ursinho símbolo dos Jogos Olímpicos de 1980 na Rússia, quase 20 anos antes de eu nascer.

- Onde foi parar o Misha? – perguntei

- Está aqui, nos meus braços! Eu o encontrei outra vez! Meu pai o arrancou de mim e o destroçou, mas ele está inteiro novamente, e é todo meu. Ninguém vai tirá-lo de mim, ninguém! – respondeu o Alexei, em pleno transe de loucura.

O general permaneceu ainda por um tempo dentro de mim, seu falo murchava devagar usufruindo ao máximo do aconchego daquele casulo úmido e morno. O sabor de seu sêmen assomou à minha garganta. Ele arfava todo suado, com os pelos do peito grudando na pele das minhas costas. Eu afagava seus braços peludos nos quais estava aninhado e desfrutava daquela segurança que seu corpão enorme me proporcionava. Senti-lo abraçado e aninhado a mim era algo inegavelmente bom, assim como sentir aquela umidade formigando tépida no meu cu. Passamos a fazer sexo quase que diariamente. O Alexei permanecia comigo na cama até quase o alvorecer, geralmente me deixando com um beijo colocado na testa pouco antes de partir. Só me restava descobrir quem eu era agora que o antigo Trevor já não existia mais.

Após uma de suas visitas, na qual fizemos uma longa e demorada caminhada pelos arredores de Volvogrado, para que pudesse ficar exposto ao ar livre como sugerira o médico, apenas o general e eu, longe das vistas de curiosos, ele deixou a edição do Moskovskij Komsomolets que havia trazido consigo quando veio me buscar. Ele nunca deixava os jornais na cela, devia ter se esquecido. Como não estava acorrentado à parede, pude chegar até ele sobre a mesinha. A manchete estampava aspectos da guerra com a Ucrânia. Num canto lateral a fotografia de Putin e um subtítulo com afirmações polêmicas atribuídas ao presidente. Mas, o que mais me chamou a atenção foi a data logo ao lado direito das letras azuis MK, 29 de março de 2023. Tive uma crise de choro. Exatos 390 dias preso entre aquelas quatro paredes, sendo transformado numa pessoa que eu não conhecia. Eu não fazia mais parte desse mundo, pessoas, amigos, minha família, a Melissa, ninguém mais devia acreditar na minha existência, para todos eu devia ser tão somente uma lembrança. Nunca, até então, a certeza de que eu morreria ali esquecido pelo mundo se mostrou mais concreta. Jamais seria libertado, jamais voltaria a caminhar para onde bem desejasse, jamais estaria com alguém mais do que o Alexei.

Quando ele terminou de me foder naquela noite, voltei a lhe fazer o pedido que já tinha feito quando ainda me restava um pouco mais de lucidez.

- Posso te fazer um pedido, Alexei? Estou sendo bonzinho, não estou? Faço tudo que você gosta e estou me comportando bem. Não se zangue comigo, por favor! – comecei, dando voltas para que ele não tivesse um de seus rompantes de fúria.

- Você é muito bonzinho Misha! Muito bonzinho e gostoso! Peça o que quiser! – respondeu ele, quando seu cacetão ainda estava dando uns pinotes no meu cuzinho depois de tê-lo encharcado de porra.

- Mande me matar, Alexei! Ou, destroce você mesmo o seu Misha! – exclamei.

- Não! Nunca, Misha! Não posso te perder outra vez! Nunca vou deixar que alguém o tire de mim! – devolveu ele, agarrando-se com força ao meu tronco.

Fora dali, do edifício austero da prisão de Volvogrado, a pressão internacional diretamente sobre o alto escalão do governo russo, tinha chegado a um ponto insustentável, após um jornalista russo que não compactuava com o delírio da cúpula governamental quanto a guerra contra a Ucrânia e seus inúmeros desdobramentos e consequências, ter publicado artigos na imprensa internacional sobre a prisão e assassinato de jornalistas estrangeiros em prisões russas. O próprio presidente russo, com a imagem completamente abalada e tido como o grande vilão do conflito com a Ucrânia, que gerou uma das maiores crises humanitárias da Europa moderna, ordenou que fosse feita uma inspeção e devassa em todas as prisões russas à busca de jornalistas estrangeiros presos, e que os mesmos fossem libertados dando ampla divulgação do fato ao mundo para que fosse visto não como um criminoso como o acusavam, mas como um estadista que só visava o bem de seu país.

Dois dias acorrentado à parede sem ter recebido nenhuma visita do Alexei, tinham acentuado minha depressão e enfraquecido meu corpo devido ao jejum forçado. Cheguei a rezar pedindo que ele viesse me ver, que viesse me foder, só para poder sentir a segurança e o calor que seu corpo e seus braços me proporcionavam. Debilitado, eu sentia mais sono do que o normal. Fiquei esperando por ele sem ter a noção das horas, depois que o céu através das janelas estreitas tinha escurecido. Ao sentir minhas pálpebras pesando, me despi e entrei debaixo do cobertor, receando ele aparecer e eu não estar nu à espera do coito, deixando-o zangado. Fazia frio, a nudez sem o calor do Alexei aumentava essa sensação, o que me levava a cochilar de tempos em tempos. Durante um desses cochilos, demorei a perceber que estavam destrancando a porta e, ainda meio sonolento, me apressei a ficar em pé para recebê-lo. Porém, o primeiro rosto espantado com que me deparei não era o do Alexei, muito embora o sujeito estivesse metido num uniforme igualmente cheio de insígnias. Seguiu-se um segundo, depois um terceiro e um quarto rostos, cada um com uma expressão mais estarrecida que o outro.

- Trevor Kay Hartley? O senhor é o jornalista Trevor Kay Hartley? – repetiu a voz. Havia meses que ninguém pronunciava meu nome, muito menos por extenso, pronunciando da sílaba com certa dificuldade e um forte sotaque russo.

Caí de joelhos e comecei a chorar, ou seria morto dali a instantes, ou tinham descoberto meu paradeiro, ambas situações representavam o fim daquele suplício e, diante disso, só conseguia chorar.

- Estamos aqui para resgatá-lo. – disse o sujeito, que gesticulava para os demais com certa impaciência para que me tirassem da corrente e cobrissem meu corpo nu e enregelado.

- Me tirem daqui, por favor! Me tirem daqui! – balbuciei em meio aos soluços convulsivos.

- O senhor está bem, senhor Hartley? Estamos aqui para isso! Sou o Marechal Yuri Stepanchikov. Uma denúncia anônima nos indicou que o senhor estava sendo mantido em cativeiro pelo general Sorganov, que foi preso esta manhã quando tentava fugir para Saratov. – revelou.

Nas horas que faltavam para amanhecer, fui submetido a um interrogatório intenso, não agressivo como o primeiro, mas detalhado para que aqueles homens pudessem entender o que havia acontecido comigo naqueles treze meses de encarceramento. Quando o carro que me conduzia, ainda vestido provisoriamente com as roupas do presídio, e com o Marechal Stepanchikov ao meu lado derramando uma série de instruções de como deveria me comportar e o que deveria dizer quando fosse entrevistado por repórteres de diversos meios de comunicação, após chegarmos ao hotel para onde estavam me levando e, onde eu receberia roupas adequadas, depois de ser examinado por um médico e tomar um banho decente; eu só conseguia olhar pela janela do carro em movimento e admirar o céu que estava particularmente azul naquela manhã de sol fraco. O ar fresco que eu inspirava com vontade, tinha aroma de liberdade.

Meu voo para Londres partiu na noite daquele mesmo dia. Outro encontro com a imprensa estava agendado para que eu pudesse esclarecer as condições arbitrárias da minha prisão. Embora isso tivesse me esgotado, foi o telefonema dos meus pais que mais me abalou. Tão logo ouvi a voz serena do meu pai, comecei a chorar e não conseguia prosseguir.

- Pai! Pai! Pai! – era tudo que eu repetia, enquanto as lágrimas desciam pelo meu rosto.

- Estamos te esperando, filho! Você não sabe como estou feliz por ouvir a sua voz! Estou aqui, filhão querido, estou aqui! – dizia ele, tão emocionado quanto eu.

Finalmente o voo para casa, aquele pelo qual ansiei desde que fui feito prisioneiro. Alocado na classe executiva, algumas pessoas me reconheceram pelas imagens da televisão, e me perguntavam como tinha suportado todos aqueles meses numa prisão russa. Como as pessoas imaginam meses de confinamento, seja numa prisão russa ou noutra qualquer, quando se é inocente e só estava exercendo sua profissão? Eram perguntas tão descabidas que eu me limitava a esboçar um sorriso e acenar com a cabeça. Ao pousarmos nos Estados Unidos, pedi que me deixassem sair por uma saída na qual não teria que me deparar com repórteres e curiosos, preservando minha privacidade. Fui conduzido a uma sala privada do aeroporto onde meus pais me aguardavam, junto com o diretor da empresa para qual eu trabalhava, antes de seguir com meus pais para casa.

Minha mãe, alegando que eu estava muito debilitado e ainda psicologicamente abalado por tudo que aconteceu, impediu que a Melissa e seus pais viessem me visitar. Eu já tinha assinalado que romperia o noivado tão logo me encontrasse com ela.

Mais essa prova de superação aconteceu uma semana após meu retorno. A Melissa e os pais vieram para o que consideravam uma visita social, e como se aqueles treze meses nunca tivessem acontecido. Para eles, o compromisso continuava como no dia em que me despedi dela para cobrir os acontecimentos na Ucrânia. Tudo pelo que passei parecia não significar nada para eles.

- Não vou mais me casar com você, Melissa! – minha afirmação foi seca e distante, quando recusei que me abraçasse.

- Por que? Estava tudo acertado, você prometeu que quando voltasse íamos nos casar! – questionou ela, apoiada pelos pais.

- Porque o Trevor que te fez essa promessa está morto!

- Como morto, se você está bem aqui diante dos meus olhos?

- Nem te ver mais eu quero, Melissa! Quero que me esqueça, quero que me deixe em paz! – afirmei com tanta ênfase que ela se pôs a chorar. Até onde aquele choro tinha um fundo de verdade era difícil saber, e eu não estava interessado em descobrir.

Passei dias, semanas, recluso a alguma parte da casa, sentado por horas intermináveis em estado catatônico. Era como se tivesse nascido de novo, já adulto, e não soubesse como continuar, o que dizer, como interagir, o que fazer. As páginas iniciais do livro da minha vida tinham sido arrancadas, e as que estavam adiante estavam totalmente em branco.

Certa noite, com a intenção de visitar um amigo que já tinha me ligado e me procurado algumas vezes desde que voltei, estava passando diante de uma casa noturna gay. Nunca tinha estado num lugar assim, e demorei a entregar as chaves do carro ao manobrista que me esperou impaciente sair do carro. O lugar estava lotado, era uma sexta-feira à noite, e eu devia ter previsto que as pessoas continuavam a se divertir como sempre, alheias ao que acontecia mundo afora. À medida que rompia as rodinhas de homens e rapazes dançando quase colados uns nos outros e me dirigia ao balcão do bar, notei como alguns me encaravam num misto de curiosidade e cobiça, ora sorrindo, ora dando uma piscadela.

Um dos garotões parrudos e sem camisa atrás do balcão veio me atender com um sorriso no rosto. Fazia tempo que ninguém sorria para mim e, por uns instantes, receei aquela demonstração de gentileza. Ele não demonstrou pressa quando fiquei a encará-lo um tanto quanto perdido naquele lugar estranho.

- Um gim tônica! – consegui pronunciar depois de um tempo, sem estar com a menor vontade de tomar um drinque.

- Saindo um gim tônica no capricho para o bonitão de olhos azuis! – exclamou ele, para que todos à volta pudessem ouvir. Eu sei que corei, pois sentia as faces afogueadas. Não sei porque, pois não havia motivo para isso.

Dei o primeiro gole e voltei meu olhar para o ambiente. A um canto do pequeno palanque, onde dois garotões faziam uma performance com seus cacetões cobertos apenas por uma jockstrap, avistei-o junto com outros dois caras. Como o lugar era bastante eclético, ninguém dava muita importância a idade dos frequentadores, que ia de garotos mal chegados à maioridade, a quarentões que tinham sua idade camuflada pela virilidade. Ele devia estar me observando desde que sentei no balcão e, quando o notei, ele firmou o olhar sobre mim enquanto os dois lhe diziam alguma coisa muito provavelmente a meu respeito, pois também estavam olhando na minha direção. Ele abriu um sorriso e ergueu o copo que tinha na mão, como se estivesse brindando. Eu apenas devolvi o sorriso, e nem sei bem porquê. Não demorou e ele veio caminhando sozinho na minha direção, até ficar bem próximo, se inclinar e falar no meu ouvido superando a altura do som que o DJ tinha posto a tocar fazendo a galera dançar.

- Dolan! Muito prazer! – disse com a voz grossa.

- Trevor! – respondi.

- É a primeira vez que o vejo por aqui! Está sozinho?

- É porque é a minha primeira vez! – exclamei.

- O que significa essa “primeira vez”? Fiquei curioso!

- Em tudo! Nunca estive num lugar desses antes, nunca estive com gays, estou meio deslocado, perdido eu diria.

- Se descobriu gay há pouco? Dizem que no começo é assim mesmo, há muitas dúvidas e expectativas.

- Não sei se sou gay! Quem te disse que o começo é confuso? Você não é gay? Está numa balada gay! O que faz aqui?

- Os meus amigos gays quando saíram do armário passaram por uma fase conturbada, por isso pensei que também estivesse passando por ela. Sou bissexual, até há pouco mais de um ano estava de casamento marcado. – revelou

- Eu também! O que o fez desistir, se não se importar em responder?

- Importa-se se formos para um lugar mais tranquilo, mal ouço a sua voz? Conheço um café aqui perto, pode ser? - sugeriu

Fora de todo aquele burburinho, e sob uma luz mais clara, deu para observar bem o Dolan. Um macho grande, musculoso, braços peludos que surgiam enormes da manga da camiseta, um tronco largo de aspecto maciço, pernas muito robustas as quais o jeans se amoldava com sensualidade. Um rosto viril e amistoso completava o que deveria ser um homem bastante cobiçado.

- Você é lindo! – disse ele, tão logo nos sentamos frente a frente no café. Corei pela segunda vez naquela noite. - Então também estava de casamento marcado? – continuou, ao notar meu embaraço.

- Estava noivo! – esclareci. – E você, por que desistiu?

- Percebi que me sinto mais realizado sendo o macho de um homem do que de uma mulher. – respondeu.

Foi uma conversa que fluiu tão espontânea e tranquila que me senti livre para expressar uma porção de coisas que vinha sufocando dentro de mim. Em nenhum momento ele me reconheceu como o jornalista sequestrado e mantido prisioneiro clandestinamente num presídio russo, cuja imagem havia estado em praticamente todos os meios de mídia do país. O que foi bom, pois assim não precisei falar sobre aqueles dias sombrios. Toda vez que reparava no corpão do Dolan, a comparação com o do Alexei era inevitável, embora fosse alguns anos mais jovem que o general. Creio que foi isso que o levou a me convidar para sua casa, e eu aceitei.

Sob os acordes apenas orquestrados de Estate ecoando na sala do apartamento mergulhada numa luz suave, vi minhas vestes sendo tiradas do meu corpo sob um olhar ávido do Dolan. Onde suas mãos me tocavam a pele parecia queimar. Seu corpão se revelou em todo esplendor e energia, com o cacetão endurecendo como se fosse uma grua sendo içada, fazendo meu cuzinho piscar. Levado para a cama, deixei que me fodesse até estar completamente saciado e meu cu encharcado com sua porra viscosa. Quando ele me abraçou forte, enrodilhando seu corpo ao meu em conchinha, esperando o caralhão relaxar, meus olhos estavam marejados e eu voltei a me sentir seguro e protegido.

Eu estava doente, muito doente, porém não sabia se queria me curar.

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Comentários

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is it a translation from an original English text? Melhor que os do fuckme, mas ainda soa phony.

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I can assure you that it is certainly not a translation of any text in English, and I also don't care if it sounds like "phony" or anything else.

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Fascinante! Sofri muito com essa história. Pensar que essas realidades existem é angustiate. Kherr, você nos brinda com textos muito bem construídos, impecáveis. Esse foi "pra torar", expressão que usamos em Pernambuco quando uma coisa é muuuuuuito forte.

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Pois é PauloPE, a mente humana não conhece limites tanto para o bem quanto para o mal, infelizmente. E obrigado por me ensinar mais um vocábulo. Já estive em PE algumas vezes, mas nunca ouvi essa expressão, talvez por não ter me deparado com algo tão intenso e forte a ponto de alguém a mencionar. Super abraço, meu querido!

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Puta que pariu fiquei imaginando esse general tesudo musculoso peludo pentelhudo adoro macho assim pena que seu corpo não foi explorado faltou citações de sua bunda de macho cabeluda seu culhao o perinio peludo adoro as partes dos países baixos masculino o jornalista deveria ter aberto o cuzao cabeludo do general os russos têm muito pentelho em suas bundas e seus culhoes já reparei isso em filmes pornos faltou descrever o rabo o cu virilha e o perineo do general Alexey puta que pariu iria devora lo com minha língua faminta até saciar minha fome de rabo de macho

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Você tem razão Dudujp, talvez eu tenha sido um pouco conciso na descrição do Alexei; mas vejo que mesmo assim, você conseguiu captar bem o tipo de macho que ele é. Abraço carinhoso!

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Amei o desfecho! Me doeu ler as torturas com choque. Foi excitante e ousado 👏👏👏

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Pois é augustolincoln3, a mente humana é uma caixinha de surpresas que não encontra limites de crueldade. Obrigado por ler meu conto! Abração!

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Nossa, sei nem o que dizer, não consegui parar de ler até terminar, acho que esse conto ainda vai ficar na minha cabeça por muito tempo 😅

Parabéns Kherr por mais um conto espetacular!

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Muito obrigado RenanDaCasa! Feliz que tenha gostado. Abração!

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Como representante da área, embora não exerça plenamente a profissão... Não posso deixar de dar os parabéns pelo tema abordado. Aos demais leitores, não posso deixar de dizer que isso não acontece só em países em guerra. O Brasil é um dos países que mais mata jornalistas. Muitos deles com torturas também. Esse tipo de violência acontece todos os dias em nosso amado e exaltado país de paz! E não só com jornalistas.

Dito isso: Queridão hoje é domingo, dia de botar a leitura dos contos do Kherr em dia...rsrsr

Texto maravilhoso, embora duro demais, mas fala da realidade. Há pouco tivemos um jornalista esquartejado vivo, na Turquia, a mando do governo Saudita. Não faz muito tempo Tim Lopes, jornalista brasileiro foi queimado vivo no RJ.

Com relação ao sexo, sei que o sexo é muito diverso e tem gostos pra tudo, mas, às vezes, me assusta gente que gosta desse tipo de ritual sexual por livre e espontânea vontade.

Queridão já falei demais! Aplausos para você mais uma vez.

Beleza de texto. Um texto muito importante em todos os sentidos.

Abraços deste seu fã confesso!

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Falou tudo Tito JC! Nem sei se todo estudante candidato a uma vaga de jornalismo na universidade sabe que é das profissões mais perigosas do mundo. Meu conto abordou uma situação extrema, durante um conflito, mas o jornalista pode se tornar uma vítima por uma mera matéria que desagrade um empresário fraudulento, um político corrupto, ou um cidadão comum que simplesmente não gostou de se ver incluído numa reportagem e sai a busca de vingança. Mais uma vez, muito obrigado por seu comentário! Abraço carinhoso, meu amigo!

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Sem querer ofender ninguém, vocês dois, Tito e Kherr dão substância ao site. Muito poucos aqui, Tito, saberão quem é Kashoghi ou MBS, e suas atrocidades. Mande contato, gente com conteúdo deveriam se comunicar e conhecer mais. (PS, também sou escritor, mas não full time). contato: bimwmike@yahoo.com (sem br, ok).

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Muito obrigado Mike Filho por tanta consideração ao meu trabalho que também não é full time e sim, um hobby! Com certeza suas duas menções são um enigma para uma grande maioria de leitores, infelizmente. Se meu trabalho amadorístico puder trazer um pouco de luz e cultura para quem os lê, já me sinto recompensado! Super abração, meu querido!

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Pedindo licença ao Kherr para responder ao Mike, aqui na página dele... Obrigado queridão, é uma pena que temas dessa relevância seja tão pouco conhecidos, mas a literatura, mesmo a erótica, tem esse papel importante de divertir e também informar... O Kherr faz isso muito bem. Abraços e obrigado pelo elogio!

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Comecei lendo e brigando comigo mesmo pq não queria continuar a ler mas uma coisa forçava eu terminar e terminei. Não sei se dou parabéns ou mando matar o escritor que na parte melhor parou. Faço as minhas palavras como o Gilberto_abreu TB sou curioso.

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Zezinhodiv1 não me mate, por favor, ainda pretendo fazer muitas coisas! 😅😅 Para responder à sua curiosidade, vale a mesmo que escrevi para o Gilberto, o Trevor se apaixonou à primeira vista pelo Dolan, o cara que fisicamente se parece com seu algoz, mas que o aninha e o protege com um sentimento completamente oposto ao do Alexei. Vale lembrar que não é incomum, quando alguém se vê por muito tempo sob ameaça, tortura, sequestro ou perseguição que se forme uma ligação sentimental ou de empatia com o algoz e vice-versa, no que é conhecido como Síndrome de Estocolmo. O Trevor viveu essa experiência com o Alexei, e depois, já liberto deixou que sua homossexualidade latente viesse à tona com o Dolan. Abração, meu querido!

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Ganhei minha semana sendo chamado de meu querido vc é que é meu querido a partir de agora. Bjs no coração

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História que me fez ter um misto de sensações. Adoro suas histórias que retratam contextos políticos, e esse é sem dúvidas MUITO recente e atual, o que faz dele um olhar para o conflito na ucrânia (e em outras partes do mundo que possuem prisioneiros de guerra) com outros olhos. Eu experimentei com esse texto, que está muito bem escrito como sempre, a dor da prisão forçada; a angústia de não poder sair de um cubículo e ser torturado de tantas formas. Infelizmente o Travor não teve bons momentos em 90% da história, mas os piores momentos também servem para que a gente - leitores - possamos entender que nem sempre tudo vai ser flores. Obrigado pela história, Kheer!

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Sou louco pra comer o Ben 10 vc parece com ele? Contato?

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Dudujp seu tarado! Eu sou comprometido, e muito bem comprometido!! Deixa meu parceiro saber que um dos meus leitores é um tarado de plantão! 🤬🤬🤬 Abraço! De longe, para vc não se aproveitar! 😅😅😅

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Olá rixerboo! Me vali de acontecimentos recentes para embasar o conto porque a situação que o Trevor viveu é mais comum do que se imagina. Nesses conflitos muitas pessoas são feitas prisioneiras de forma arbitrária, torturados e abusados por pessoas diabólicas que se escondem por trás de um suposto ideal político para darem vazão ao que há de mais cruel no ser humano. Nem sempre esses prisioneiros têm o final feliz do Trevor, a maioria sucumbe no anonimato. Abração e grato por seu comentário!

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Que história espetacular!

Kherr não me recordo de já ter lhe dito isso, mas você é excelente no suspense e no terror, não sei se são gêneros que te dão algum prazer na hora de escrever, mas deveria investir mais nesse estilo.

Sua história foi perturbadora (no bom sentido viu!), me deixou com o coração na boca, e extremamente ansioso pelos desdobramentos.

Gostaria de lhe fazer uma indicação, você já leu o livro Red Sparrow do autor americano Jason Matthews?! Ele era um ex funcionário da CIA que após a aposentadoria se tornou escritor, esse romance em especial, conta a história de uma agente russa que se torna espiã para americanos. E detalhe, o Putin é um personagem presente na história, e toda a corrupção do governo dele é muito bem retratada, no mais, parabéns por mais um conto impecável. Grande abraço.

Ahh já ia me esquecendo, mate minha curiosidade: o Trevor conseguiu reencontrar a felicidade com o Dolan após o fim da história? Sou curioso, e adoraria a sua confirmação.

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Oi Gilberto! Mais uma vez muito obrigado por seu comentário. Sim, eu já li o livro Red Sparrow, do qual inclusive foi feito um filme. É uma história fascinante, sem dúvida. E, matando sua curiosidade, a frase que encerra o meu conto é a dica do futuro do Trevor, quando ele admite que não quer se curar daquilo que ele ainda encara como uma doença, ao estar aninhado ao Dolan por quem se tomou de amores. Abração!

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