2 DE JANEIRO - A ENTREGA
Minha aventura começou no início do ano, numa terça feira. Havia completado 23 anos há alguns dias. Acordei cedo, como de costume. Estava um pouco escuro embora o relógio já estivesse marcando seis da manhã.
Tomei apenas um café rápido, me vesti e corri para a esquina, onde trabalhava como montador de móveis. Não era o melhor emprego do mundo, mas era o que mantinha as contas em dias, afinal morar sozinho nesta idade não é fácil.
Passei pela porta de vidro da entrada e logo avistei o meu chefe, Paulo. Com seus quarenta em poucos anos, barba cheia, a pele morena bronzeada principalmente nos braços, a roupa um pouco surrada já que provavelmente já estava com a mão na massa construindo novos móveis.
- Chegou cedo, Rony. Caiu da cama? - ele disse enquanto se apoiava na bancada da recepção, que estava vazia.
- Imaginei que teríamos muito trabalho. Começo do ano - respondi.
- De fato. Todo mundo já chegou, praticamente. Estão lá atrás abastecendo os caminhões.
O acompanhei pelo corredor até os fundos da empresa. Paulo parecia uma muralha comparado aos meus humildes um metro e setenta, muitas vezes me sentia intimidado quando ele ficava muito perto, mas eu gostava disso.
Ao chegarmos nas docas, avistamos três caminhões, cerca de onze colegas de trabalho já estavam lá, fardados como eu. Um grande macacão jardineira preto, uma camisa laranja por debaixo. Não estavam suados e não pareciam cansados. O serviço tinha acabado de começar.
- Hoje você vai comigo, o Diego já está carregando o caminhão. Deixarei você em lugar montando enquanto levo ele em outro lugar - Paulo disse.
Diego era um montador antigo, tinha quase a idade do Paulo. Eram inclusive parecidos, embora a barba do Diego fosse bem baixa, ele era mais forte também. Geralmente ficava de dupla comigo quando íamos realizar atendimento.
Subi atrás do primeiro caminhão. Diego chegou com umas peças pesadas, bem embaladas em plástico bolha e papelão. O ajudei a subir e organizamos todas as peças dentro do caminhão. Olhei para o relógio e já era oito e meia quando terminamos tudo.
O segurança da empresa começou a abrir o portão da doca. Ajudei a fechar a porta traseira e subi na cabine, o Paulo já estava ao volante nos esperando. Logo depois Diego subiu e fiquei entre os dois.
- Começamos pelo centro da cidade? - Diego perguntou ao Paulo.
- Isso mesmo. - respondeu.
Saímos sob o céu nublado. Ouvindo a música tocar no rádio.
Não conhecia muito bem a equipe e era muito tímido para puxar algum assunto, então permaneci em silêncio boa parte da viagem.
- Rony, pode fazer hora extra hoje? - Paulo perguntou.
- Eu meio que já estava preparado pra isso, então tranquilo - respondi.
- Vamos receber alguns materiais hoje, vou precisar de ajuda para carregar no fim do dia, pode me ajudar? - Diego perguntou.
- Posso sim, mas vou querer um lanche - respondi sorrindo. Diego sorriu também.
- Vou passar um café quando acabarmos - ele respondeu.
- Já serve, hehe.
Não conseguia dizer não para eles, sempre me ajudaram desde o início do meu trabalho na empresa, me sentia em débito. Também serviria para me enturmar um pouco mais. Apenas três meses na empresa não foram o suficiente para me sentir em casa, mas fazia o possível para estar presente.
Enquanto atravessávamos a ponte que descia no centro da cidade, fiquei observando o horizonte. Uma nuvem de chuva ainda maior se aproximava. Mais cedo ou mais tarde cairia uma tempestade. Esperava chegar no primeiro cliente o quanto antes, para descer tudo antes da chuva cair.
O rádio ficou mudo quando as primeiras gotas de chuva começaram a se chocar contra o para-brisas do caminhão. Antes mesmo de chegar ao fim da ponte, a tempestade começou. Paulo diminuiu a velocidade assim como o resto dos carros a sua frente.
Aos poucos fomos parando. O ar-condicionado do caminhão havia parado de funcionar no dia anterior, então o calor fazia o vidro embaçar rapidamente. Ficamos um tempo sem sair do lugar até começarmos a perceber que havia algo errado.
- Algum demônio não deve ter prestado atenção no caminho - Paulo disse com uma certa raiva no tom.
Diego abriu a porta do caminhão e colocou a cabeça para fora, conseguia avistar o fim da ponte. Fechou a porta, mas já havia molhando bastante o cabelo e a camisa.
- Engavetou, vai demorar - ele disse.
Então desengatou as alças do macacão e tirou a camisa, depois engatou novamente. Paulo fez o mesmo.
- O calor dos infernos! - Diego exclamou enquanto passava sua camisa molhada no para-brisas por dentro, para desembaçar.
Me controlei para não ficar olhando. Era algo muito bonito de se ver, mas precisava ser profissional.
Se passaram trinta minutos até que a chuva diminuiu, já era possível abrir um pouco o vidro. Os carros começaram a se mover lentamente, então saímos do lugar. Ao passar pelo final da ponte, avistamos três carros encostados, todos batidos. Os proprietários conversavam entre si, provavelmente ainda tentando achar o culpado pelo acidente.
Diego não parecia interessado no que acontecia lá fora. Estava mexendo em seu celular, olhando o mapa.
- Faz o retorno lá na frente e depois pega a segunda à direita - ele disse ao Paulo.
Logo chegamos nas ruas históricas do centro da cidade, onde o asfalto dava lugar a pedras retangulares bem desgastadas.
- Não cheguei a perguntar, mas qual o serviço aqui? - questionei.
- Nada muito complicado, desmonte o móvel da pia da cozinha e do banheiro e monte os nossos no lugar - Paulo respondeu.
Eu não gostava de desmontar móveis antigos, mas não tinha muita opção.
O caminhão finalmente parou. Eles colocaram a camisa novamente.
- Não é nesta rua, logo atrás fica a travessa Trindade, o caminhão caberia lá, mas bloquearia todo o fluxo - Paulo disse.
Descemos do caminhão e abrimos a porta traseira, a chuva já havia se tornado um leve chuvisco, então conseguimos prosseguir.
Retirei umas peças bem embaladas e segui o Diego, que também carregava algumas peças no ombro. Paulo vinha logo atrás com uma maleta de ferramentas. Um homem alto esperava no portão de uma casa.
Ele era branco, a barba repleta de fios brancos denunciavam que seus longos cabelos ruivos e bagunçados eram pintados, mas combinavam muito bem com seus olhos azuis.
Seu grande nariz estava cortado, seria um soco? Caiu? A curiosidade preenchia meus pensamentos. Ele vestia uma bermuda marrom, uma camisa de botões com estampas de plantas, seu peito avantajado mostrava que embora ele tivesse perto dos cinquenta anos, era alguém bem ativo.
- Fiquei preocupado com vocês. Tudo certo? - ele perguntou. A voz era um pouco grave. Ele parecia gentil.
- Um engavetamento na ponte atrasou a gente um pouco, nada muito grave - Paulo respondeu.
- Sempre tem um ou outro desavisado, enfim, podem entrar - ele respondeu abrindo o portão branco.
Fui entrando na casa carregando as peças com cuidado, pois tinha um pequeno corredor na entrada, que dava numa sala de estar. Encostei as peças na parede e voltei para pegar mais. Rapidamente colocamos tudo para dentro.
Nos reunimos na cozinha, que ficava de um lado da sala de estar, do outro havia um pequeno quarto, sem porta.
- Este é o Pierre, ele é dono da maioria das casas da travessa Trindade - Paulo disse nos apresentando.
- Sou o Rony - eu disse enquanto estendia minha mão para cumprimentá-lo.
Ele apertou com firmeza e logo voltou os olhos para uma pequena área externa que ficava ao lado da cozinha, separada por uma janela que ficava de frente para a pia e uma porta. Disse que iria chover novamente. Para não atrasar os demais atendimentos Paulo e o Diego foram logo embora.
- Volto em duas horas - disse Paulo ao passar pelo portão.
Então abri minha maleta de ferramentas e peguei uma parafusadeira elétrica portátil para desmontar armário que ficava debaixo da pia. Ao abri-lo, percebi que não estava vazio. De um lado tinha produtos de limpeza, no meio pratos e copos, do outro lado tinha panelas. Geralmente já encontramos tudo vazio.
- Devem ser dos antigos moradores, foram embora para outro estado e não levaram tudo, só móveis grandes e eletrodomésticos - Pierre disse - pode deixar tudo na sala, não tem nada lá - complementou enquanto tirava o celular do bolso e subia as escadas que ficavam depois da cozinha, ao lado do banheiro.
Removi tudo rapidamente e deixei organizado onde ele pediu. A chuva começou a se intensificar, podia ver claramente através da janela da cozinha, mas a água não entrava lá pois a chuva ia na direção contrária. Desmontei peça por peça e fui colocando tudo do outro lado da sala.
Depois fui para o banheiro, não tinha nada no armário debaixo da pia, então foi mais rápido.
- QUER ÁGUA? - Pierre gritou do segundo andar.
Respondi que sim. Estava muito quente lá dentro porque a maioria das janelas estavam fechadas, o ar não circulava. Pierre desceu com um copo de vidro cheio de água. Estava com os dois botões de cima da camisa abertos, provavelmente estava quente no andar de cima também.
- Obrigado! - eu disse enquanto pegava o copo, a água não estava gelada - Você vai morar aqui ou vai alugar? - perguntei.
- Vou morar aqui por enquanto, estou na idade de ir mais devagar. Apreciando a vida com calma, nos pequenos detalhes.
Ao terminar de beber a água, percebi pequenas bolhas no fundo do copo. Imaginei que não estivesse bem lavado, mas não estava com gosto forte de sabão, então não me importei. Agradeci e deixei o copo na pia.
Uma hora se passou desde que eu cheguei, já havia montado o armário do banheiro e estava finalizando o da cozinha. Em vários momentos me peguei pensando na visão do Pierre perto de mim, com a camisa um pouco aberta, mas precisava controlar a excitação, ainda tinha trabalho a ser feito.
O suor já havia deixado meu cabelo completamente encharcado. Me aproximei da porta da cozinha e coloquei a cabeça para fora, resfriando na água que caía forte ainda. Pierre apareceu na cozinha.
- Preciso que deixe as coisas que retirou do armário no portão da saída, vão passar para buscar - ele disse de forma autoritária.
Então parei o que estava fazendo e fui fazer o que ele pediu. Ele não saía do celular, parecia estar resolvendo alguma coisa, mas ainda tinha tempo, então não me importei de ir lá carregar tudo novamente. Depois voltei para a cozinha. Ele continuou em silêncio. Quando terminei de montar tudo, ainda faltava trinta minutos para que viessem me buscar. Então guardei as ferramentas e fiquei novamente perto da porta da cozinha, tomando ar.
- Você tem tempo para desmontar outro armário? - Pierre perguntou - Te dou um extra.
Somente balancei a cabeça em tom de afirmação, tinha tempo, tinha as ferramentas e é sempre bom ganhar um extra.
Abri novamente a caixa de ferramentas e peguei a parafusadeira, depois o segui ao andar de cima. Apenas um lance de escadas indo e outro voltando. Avistei somente um grande quarto com uma janela aberta e uma rede pendurada, um armário do lado da janela e um do lado esquerdo do quarto. Podia jurar que em cima era maior.
Pierre deitou-se na rede e apontou para o armário do lado esquerdo. Era este que precisava ser desmontado. Estava velho e tinha alguns copos de vidro iguais ao que ele me serviu a água, mas não tinha bebedouro no quarto. De onde veio a água?
A chuva mudou um pouco o sentido e começou a entrar no quarto pela janela, mas Pierre não se movimentou, só me observou e depois voltou sua atenção para o celular. Então fechei a janela e acendi a luz. Carreguei aos poucos os copos de vidro para o portão na entrada da casa. Não era distante, mas estava tudo quase fechado na casa, o calor só aumentava.
As vezes sentia uma corrente de vento, mesmo com a janela fechada, parecia vir por debaixo do armário que ficava ao lado da janela.
Quando Pierre desceu para fazer uma ligação, aproveitei para dar uma olhada. Tentei empurrar o armário, mas era muito pesado, a madeira era boa. Antes que eu pudesse perceber, ele já estava de volta ao andar de cima.
- Melhor não remover este aí, está uma bagunça do outro lado - ele disse.
- O que tem lá? - perguntei.
- Apenas dois banheiros pequenos e um outro quarto grande, mas está muito sujo, vou deixar isolado por hora.
Não prossegui com o diálogo, voltei ao trabalho. Rapidamente desmontei tudo e deixei na sala do andar inferior. Depois retornei ao andar de cima. Ao subir a escada, encontrei Pierre com a mão dentro da bermuda, fingi não ter visto, como se estivesse subido com o rosto virado para o outro lado. Quando me virei, ele já estava de pé, na frente da rede. Fingia estar procurando algo nos bolsos.
- Devo ter deixado minha carteira no banheiro lá embaixo. Deve ter cinquenta reais. Desça lá, abra a carteira e pegue o valor, é todo seu. Estou um pouco cansado para descer novamente.
- Certo, obrigado pelo extra - respondi sorrindo.
Desci e fui direto para o banheiro, realmente a carteira estava lá, em cima da pia. Abri e avistei várias notas de cinquenta, mas peguei somente uma. Em um bolso menor, havia uma camisinha e um sachê com o nome "lub me". "Precavido", pensei.
Subi lentamente com a carteira. Mais uma vez o encontrei com a mão dentro da bermuda, ele estava virado para o outro lado, não tinha como me ver subir. Subitamente senti meu membro crescer e formar um volume no macacão. Então coloquei minha mão por dentro do macacão pela lateral e o segurei. Logo estava completamente rígido.
Uma buzina cortou o silencio abruptamente. Pierre tirou a mão de dentro da bermuda e eu fiz o mesmo. Me abaixei e desci na ponta dos pés. Não era o Paulo, o som da buzina do caminhão era diferente. Ao chegar no portão me deparei com um homem quase da minha idade, talvez um pouco mais velho. A pele negra. O cabelo raspado quase na zero. Seus braços eram enormes. Ele carregava uma caixa nas mãos.
Abri o portão com destreza e ele logo entrou.
- Valeu, essa chuva está demais - ele disse.
- Sim, acho que sua caixa já era - respondi.
- Está vazia. Tá tudo certo. É pra colocar essas coisas aqui na porta. O Pierre disse que era só procurar por você quando chegasse. Você é o Rony, certo? - perguntou deixando a caixa no chão.
- Isso mesmo.
- Sou o Luke - disse colocando a mão no meu ombro - pode colocar tudo na caixa, vou falar com ele e já desço pra levar.
Não pensei muito sobre isso, apenas fiz o que pediu e coloquei tudo com cuidado na caixa. Fiquei um tempo esperando no portão para ver se os rapazes apareciam. Já tinha passado tempo o suficiente para que chegassem. Já passava do meio dia.
Pouco tempo depois Luke retornou. Abriu o portão, entrou no carro e abriu a janela.
- Coloque a caixa no porta malas - ele disse.
Me abaixei, segurei a caixa e carreguei até a traseira do carro, a chuva ainda estava forte, mas o Luke logo abriu o porta malas, que subiu sozinho. Coloquei a caixa em cima de umas cordas que estavam lá, depois fechei tudo e retornei ao portão, do lado de dentro da casa.
Pelo vidro fumê pude observar Luke me olhando enquanto saía com o carro. Ao olhar para baixo, percebi que ainda estava excitado. "O Luke percebeu?", "Isso que ele ficou olhando?".
Esperei o meu corpo voltar ao normal e depois subi para buscar minha caixa de ferramentas. Tirei a carteira da bolso e entreguei ao Pierre, que ainda estava deitado na rede.
- Bom garoto - ele disse.
Me controlei ao máximo para não deixar transparecer o quão excitado fiquei ouvindo isso.
- Obrigado pelo extra. Se tiver mais algo que eu possa fazer por você, só falar - eu disse.
Ele abriu um pouco a boca deu um breve suspiro.
- Na verdade eu preciso sim. Você limpa? - perguntou enquanto se levantava para ficar sentado na rede.
- Bem, posso dar uma geral se tiver as ferramentas certas.
Já estava começando a ficar com fome, mas queria ficar o tempo que pudesse perto dele, agradá-lo como fosse possível. Me trazia uma certa satisfação. Além do mais, ainda estava aguardando a minha carona.
- Tem uma vassoura e uma pá no quarto lá embaixo, talvez tenha um balde e um pano - ele disse.
- Deve bastar - respondi.
- Se estiver com calor, pode tirar a camisa. Fique a vontade - Pierre falou enquanto deitava na rede. Não demonstrou a intenção de me observar tirando-a.
Parecia apenas uma gentileza, uma mera preocupação como qualquer outra. Então desci, tirei a camisa e fiquei apenas com o macacão. Deixei a camisa na área externa pendurada em um pequeno varal improvisado por fios telefônicos. "Aqui a chuva não pega", pensei.
Os materiais de limpeza estavam todos no quarto, como Pierre havia informado. Comecei varrendo o quarto, o suor não parava de escorrer. O macacão era bem justo, então soltei as duas alças, para ficar como se fosse uma calça.
Varri os outros cômodos do andar inferior e subi as escadas para o andar superior. Pierre apenas se levantou e desceu, mantendo o olhar fixo em mim por uns instantes. Logo terminei de varrer tudo, retornei para pegar o balde, que enchi de água e comecei a passar pano.
Era por volta das duas e meia quando concluí tudo, depois de ir em todos os cômodos percebi que Pierre não estava na casa. Verifiquei o portão da frente e estava aberto, o cadeado estava solto no chão, então poderia sair sem me preocupar caso minha carona chegasse. A chuva se mantinha forte, criando um grande fluxo de água na rua.
Peguei o meu celular e mandei uma mensagem ao Paulo.
14:32 Irão demorar?
14:40 Paulo?
14:42 [PAULO] Opa. Chegamos às 16:30. O Pierre disse você iria desmontar uns móveis no andar de cima e pediu para retornarmos este horário, então aproveitamos para ir em mais duas entregas. Você já concluiu?
Eu não lembrava de ter combinado algo assim com o Pierre, mas fiquei animado em poder ficar um pouco mais com ele. Só me faltava descobrir onde ele estava. Então decidi responder como se tivesse combinado o que ele havia acabado de dizer.
14:43 Ainda falta um pouco, era só pra saber se iam chegar no horário combinado mesmo.
14:43 [PAULO] Não se preocupa, chegaremos pontualmente.
14:44 Beleza!
Fui na área externa ao lado da cozinha e peguei uma cadeira que tinha lá, deixei na cozinha mesmo e fiquei sentado nela aguardando. A barriga roncava um pouco, mas a excitação falava mais alto. Como o chão estava limpo, retirei o meu sapato e minhas meias e deixei-as de canto.
Retirei o macacão, o deixei perto da porta da área externa e me aproximei do corredor da entrada para ver se dava tempo de me vestir caso alguém chegasse. "Tranquilo", pensei. Então retirei a cueca e deixei na cadeira. Sem nem ao menos me tocar, já estava ereto. A sensação de perigo, a adrenalina. Estava me divertindo.
Fui para a área externa e deixei a chuva me lavar, o impacto da água em alta velocidade na minha pele me excitava ainda mais. Fechei os olhos e comecei a passar a mão pelo meu corpo que não era grande e definido como o de Pierre, mas me imaginava como se estivesse tocando-o.
Comecei a me masturbar aos poucos, para não acabar logo com a diversão. Eu queria passar o dia ali, mas meu tempo estava acabando. A chuva ficou mais forte que antes, estava começando a sentir frio quando escutei o som do portão abrindo, então corri para a porta e coloquei o macacão até a cintura, depois corri para o banheiro.
Após alguns minutos, Pierre bate na porta do banheiro.
- Rony? - perguntou.
- Oi, só um momento - respondi.
Coloquei as duas alças no macacão. Estava mais apto a sair sem demonstrar estar excitado, então abri a porta, mas ele não estava lá. Fui na cozinha e me deparei com a cadeira encostada na parede no lado contrário da porta da área externa, minha cueca também não estava lá. Subi as escadas devagar e avistei Pierre deitado.
- O senhor viu algum pano jogado lá pela cozinha? - perguntei.
- Acredito que não. Era para limpar algo?
- Não, não. Deixa pra lá - respondi - Já concluí a limpeza.
- Bom garoto, você é bem eficiente. Aqui está a recompensa - disse estendendo a mão com uma sacola branca de plástico.
Ao abrir encontrei apenas metade de um pão. Esperava ter recebido dinheiro, mas não contestei.
- Sente-se e coma - ordenou.
Sentei encostado na parede e comecei a comer aos poucos. Pensando no que ele queria que eu ficasse fazendo até o resto da equipe chegar. Por qual motivo ele iria mentir para me manter mais tempo lá? Quando terminei de comer, Pierre se levantou e caminhou em minha direção até ficar bem próximo. O nervosismo tomou conta de mim, mas tentei não tremer. Estava tão perto que podia sentir seu cheiro, singular, algo amadeirado.
Ele colocou seu polegar da mão esquerda na minha boca e segurou o meu queixo com o resto da mão. Podia sentir seu dedo tocar em minha língua. Observei aos poucos um grande volume surgir em sua bermuda.
- Está confortável? - perguntou.
Apenas balancei a cabeça afirmando.
- Ótimo, pode fazer mais por mim?
Afirmei novamente balançando a cabeça. Então ele soltou as alças do meu macacão, deixando o meu peitoral exposto, assim como a minha barriga.
- Ajoelhe-se! - ordenou.
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