Está gostoso?

Um conto erótico de Jorge Batalha
Categoria: Heterossexual
Contém 1229 palavras
Data: 28/04/2024 00:38:07

– Está gostoso? Eu ouvia sua voz bem próxima ao meu ouvido. Sentia seu corpo quente se apertando contra meu lado esquerdo; seus peitos roçando levemente em meu tronco, livre de meus braços amarrados na cabeceira da cama. Está, madame. Muito obrigado. E quando agradecia sentia seu hálito quente escapar em uma arfada ou leve gemido. Ela estava se masturbando. Já havia gozado mais de uma vez enquanto me submetia àquilo.

A verdade é que aquela situação já se prolongava por mais de uma hora, e era angustiante. Vendado e com os pés também amarrados, levemente abertos, ela me masturbava e me dizia que se gozasse de novo a punição seria pior da próxima vez. Ela parava por alguns segundos e sua mão retornava a deslizar pela extensão de meu pênis, auxiliada por mais lubrificante. Ela então acelerava; seu corpo levemente apoiado sobre meu tronco me fazia perceber que o esforço a fazia palpitar e se contorcer um pouco – Não goza, ouviu? E eu me desesperava. Como iria conseguir segurar assim? – Senhora, por favor, mais devagar, eu imploro – e ela ignorava meus apelos até que eles não fossem mais articulados, até que meu corpo reclamasse seu direito de gozar e cortasse minhas súplicas inúteis com um gemido abafado. Nesse sentido ela parava e afastava seu corpo de mim.

As reações seguintes à suspensão da masturbação e de seu contato eram todas imprevistas, já que se movia silenciosamente. Ela gostava de me surpreender nesses momentos. A mais comum era eu sentir uma pontada térmica em minha glande, que sempre me arrancava um gemido surpreso. O gelo então corria dali da base até ali, e quando retornava à glande ela o esfregava por mais tempo – Senti que você precisava esfriar um pouquinho, e se ria divertida e maldosa, ao que eu a agradecia pelos cuidados com minha situação. Meu pênis então amolecia com o contato com o frio, e ela tornava a se encostar em mim, perguntando coisas safadas e me masturbando lentamente, como no início.

Mais raramente, ao invés do gelo, ouvia por uma fração de segundos o som do ar sendo cortado e antes mesmo de processar sentia uma ardência na região do peito, cuja única resposta era um gemido involuntário, que eu tentava abafar quando conseguia, pois sabia que ela gostava. Certa vez contei a ela que ficava imaginando o que se seguiria, qual das sequências viria, e que por mais que isso me afligisse, também me preparava para o que viria. Esse aspecto de tortura antecipada a agradou. Quanto ao golpe em si, era realizado por uma vara fina, e mais causava surpresa que dor, exceto quando calhavam de aterrissar exatamente sobre os mamilos, e ali meu corpo respondia com um gemido mais alto e doloroso. Ela então perguntava em qual havia acertado, e o acarinhava, fazia uma massagem, repousava a cabeça sobre ele e o lambia, às vezes o chupava. Quando estava insatisfeita comigo o mordia de leve e prolongava minha dor.

A sequência mais sofrida, no entanto, era quando ela aproximava seu rosto de meu pênis, para observar de perto minha glande enquanto voltava a massageá-la, mas exclusivamente nela e com um pouco mais de pressão do que de costume. A sensação era terrível; ela, que já estava sensível, recebia aquele carinho aflitivo sem resistências. Meu corpo se retesava involuntariamente, mas era impedido pelas amarradas, e eu sempre acabava por gemer angustiado e sem reclamar. Ela se deleitava em ver essa disputa entre minha mente e meu corpo. Sentia seu rosto muito perto do pênis, o calor emanando nele, e por vezes o seu hálito chegava à glande ou às bolas, a depender do ângulo que ficava. Nos dias mais frios era pior, pois essa presença sentida através do calor era mais evidente. Impossível não imaginar sua boca entreabrindo-se e o engolindo; ou mais ainda, seu corpo subindo no meu e recebendo-me. Nesse ponto já eram incontroláveis as imagens de um gozo forte através desses contatos, o que só tornava a aflição ainda pior – Por que não goza? Ela perguntava um pouco travessa, mas eu sabia que não deveria. Naquela posição, sujaria todo seu rosto e seria punido. Mesmo se desejasse, no entanto, talvez não conseguisse, pois aquela massagem na glande não tinha a função de me fazer chegar ao orgasmo: era como o gelo e a vara, afinal de contas. Era deliciosa, mas depois de tanto tempo de masturbação, era aflitiva na mesma medida. Era a pior das três pois era a que menos contribuía para diminuir minha excitação, e portanto, quando ela voltasse a me masturbar lentamente novamente, era a que mais rapidamente me levaria àquela situação de novo.

Toda essa punição pela qual passava ali foi meticulosamente planejada. Estava há três dias em castidade, ordenado a me masturbar até chegar ao mais próximo do orgasmo e parar. Depois que lhe contei que, nesses dias, tendia a dormir de barriga para cima para diminuir o atrito de meu pênis com a cama, ela acrescentou que não deveria o evitar. Compreende-se que estava muito sensível e excitado. Quando adentrei o quarto, contudo, ela avançou em minha direção. Suas mãos exploravam meu corpo, se livravam de qualquer roupa que encontrasse, e sua língua invadia minha boca, apenas parando para morder meus lóbulos ou meu pescoço. Eu recebia esses amassos angustiado, pois sabia que está muito sensível para esse tipo de contato e não havia sido autorizado a ter um orgasmo. – Senhora, eu não vou... – Calado. E continuava a me beijar de maneira ardente, agora acompanhado por mãos que segurava a base de meu pênis e começavam um movimento de masturbação. Eu suava frio, não havia o que fazer. Tentei me controlar, pensar nas coisas menos excitantes possíveis, mas como me desviar daquele corpo quente e daqueles amassos que chegavam até o fundo de minha cabeça, mesmo tentando fechar os olhos? Explodi em um orgasmo.

Palavras de decepção, lembretes de que eu não estava autorizado a ter um orgasmo, indicações de que deveria me limpar e seria punido. Já se passara uma hora desde então, novamente com o corpo o sensibilíssimo, imaginando se me levaria a outro orgasmo não autorizado e me puniria de novo – Sabe, sub, no começo eu havia imaginado te deixar nessa situação aqui, sem gozar, e sem autorização por uma semana, para aprender. Mas você é tão dedicado, está resistindo tão fortemente, vou te dar uma recompensa. E girou meu rosto de encontro ao seu, beijou-me com o mesmo desejo do início e começou a me masturbar ritmicamente, rapidamente; afastou sua boca da minha – Goza, eu te permito. Virei meu rosto para cima, gemendo rouco enquanto sentia seu corpo arfando ao meu lado, seus peitos se pressionando contra os meus e sua boca colando-se ao meu ouvido, intercalando entre sorrisos, mordidas em minha orelha e palavras de incentivo. Meu corpo tremeu e explodiu. As contrações involuntárias contidas pelas amarras, e meus gemidos se espalhando pelo quarto. Um tempo se passou, sua mão continuava repousada sobre meu pênis, fazendo movimentos levíssimos mas que me arrancavam pequenos espasmos; sua cabeça agora repousava sobre meu peito, e ela escutava com atenção meus batimentos cardíacos acelerados irem diminuindo pouco a pouco.

– Da próxima vez que gozar sem autorização não serei tão boazinha, está entendido? A próxima punição será inversão, esteja avisado. E eu soltava um sorriso involuntário, feliz por ter uma domme tão generosa – Muito obrigado, senhora.

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Comentários

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Não curto muito ler sobre submissão masculina mas seu conto me agradou bastante, muito bem escrito e autêntico demais a forma em que escreveu a ordem cronológica dos fatos.

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