J acordou suado, ofegante, "não de novo, putaqueopariu, que merda é essa!", e percebeu que a cueca estava melada novamente. Era a terceira noite seguida! Que raio de sonho era aquele que o estava perseguindo, e de quebra ainda o fazia gozar durante a noite, que trabalho limpar toda aquela porra, tinha que se levantar no meio da madrugada, com cuidado para não acordar a esposa, e ir ao banheiro se limpar e trocar de cueca. Isso quando o pau não escapava pela lateral e os jatos pegavam na sua perna, sujavam o pijama, o lençol, aí era de foder mesmo.
Por que ele estava sonhando tanto com o Fred naqueles dias? Ele caiu na tentação de pensar por um instante "será que ele está sonhando comigo também?”. Tão esperançoso, o J às vezes acredita nessa coisa de transmissão de pensamento, é até gostoso pensar nisso, né? Mas é claro que não era o caso, o Fred tá enfurnado no interior casado e com um filho de 1 ano, eles só se falam tipo 2 ou 3 vezes por ano, e não ficam trocando mensagens constantemente, eles praticamente só se falam pessoalmente mesmo, quando ele vem a São Paulo a negócios. A última vez tinha sido há 5 dias, a explicação óbvia era aquilo, a conversa tinha sido tão boa que destravou algumas memórias, e isso fomentou seus sonhos. Simples assim, racional e sem graça. Transmissão de pensamento de cu é rola.
Bom, pelo menos aquela gozada tinha sido perto das 5h da manhã, o horário em que J geralmente acorda mesmo. Menos mal, já aproveitou e fez sua rotina matinal. Abriu as janelas da sala, sentiu a brisa ainda gelada invadir o ambiente, chacoalhar as folhas das plantas e beijar seu rosto. Era como se a natureza estivesse dando bom dia. Ele adorava aquela sensação. Ainda mais quando era presenteada com um nascer do sol tão bonito como aquele - os tons de rosa e azul aos poucos ficando mais alaranjados e depois amarelados, as nuvens pintando a paisagem e deixando tudo ainda mais expressivo. J adora a vista daqueles janelões. Puxa aqui, estica ali, fez os exercícios matinais, preparou o café da manhã, o cheiro do café passando pelo filtro estava uma delícia, e lá foi ele mergulhar na rotina. Ficou feliz que era sexta-feira.
Chegando ao escritório, ele logo recebe uma mensagem. Era Fred. Ahn?
"Cara, tô indo pra São Paulo de novo, surgiu um compromisso de última hora e tals. Bora se ver de novo?", "Putz Fred, você sempre avisa assim de última hora, né? Seu porra", "E você sempre dá um jeito de dar certo, vai J, segunda vez no ano que a gente se vê, já é quase maio, nem sei quando volto aí depois", "Putz, pior que hoje não rola almoçar com você, tô todo atarefado aqui", "E amanhã? A gente podia fazer algo com mais calma, só volto segunda". J estranhou. Fred não era de marcar encontros mais demorados a dois. E sábado, domingo, bom, são dias de ficar com a esposa. Mas...ela tem todos os outros finais de semana, né? "Fechado, Fred...", J sentiu-se derrotado e ao mesmo tempo ansioso. "Fiquei sabendo de um festival de jazz que vai ter num parque aí, vamos lá??", "Claro!", respondeu J, já se segurando para não ficar animado demais. Mas era impossível. Naquela noite ele chegou em casa a mil, disse à mulher que passaria o sábado com o amigo, ela reclamou um pouco mas cedeu, e para compensar, os dois fizeram um sexo gostoso mas bem comportado, coisa de casados mesmo, sabem?
Sabadão chegou, J acordou cedo, foi treinar, dia lindo, aqueles de céu azul, sol estalando, passarinhos cantando, pouquíssimas nuvens no céu, cara que ia esquentar bem. Sorriso na cara, disposição nas alturas, o personal até perguntou qual era a boa notícia, e J inventou alguma coisa. Voltou para casa, tomou um banho bem caprichado, escolheu a roupa, ele achava que ficava bem com aquela polo goiaba, pegou as coisas e foi ao parque. Apesar de cheio, foi fácil encontrar Fred, e eles encontraram um canto no gramado um pouco mais afastado da multidão, mas que ainda assim propiciava uma vista legal para o palco, e o som chegava bem também. "Po J, você é muito planejado mesmo, trouxe até canga, cara?", "Ué, pra não sentar direto na grama...", "Algumas coisas não mudam mesmo! Hahaha! Abre espaço aí vai, divide comigo". Verdade, algumas coisas não mudavam, como a folga do amigo. "Tá, mas tira o tênis também, vem cá ó". E, com Fred, veio aquele perfume que deixou J todo nostálgico - memória olfativa é uma coisa incrível mesmo. Um ao lado do outro, ouvindo jazz, só comentários sobre as bandas, parecia que seria aquilo mesmo...ledo engano.
"J", disse Fred, virando-se de lado de repente, quebrando aquele transe musical em que estavam. "Oi", J respondeu, virando-se e ficando de frente para o amigo. "Cara. Queria te falar um negócio", a voz dele já dava uma falhada. Tum-tum-tum-tum, esse era o coração do J naquele momento, ele sentiu até que estava ficando vermelho, "Fala cara", tentou disfarçar o nervosismo da melhor maneira possível, "Vai soar estranho, mas...", porra, vai logo!!, "...mas eu tenho sonhado bastante com você nesses últimos dias". "Ah, é...?", J balbuciou, cadê o mantra, transmissão de pensamento de cu é rola, transmissão de pens..."J, olha pra mim, po!", "Ah, mal aí, tava distraído", e aqueles olhos claros o encaravam, pqp, o que ele vai falar?, "Lembra daquela balada em Berlim?"
Foi como se Fred jogasse uma bomba e abrisse umas gavetas que J queria que permanecessem fechadinhas. Ele nesse momento até levantou o corpo um pouco. Franziu a testa. "Claro que lembro né, Fred...e da conversa que veio depois também". "Você não sente saudade daquilo? Lembra do fiscal do banheiro batendo na porta? Acho que devíamos ter dado mais que 5 euros pra ele! Hahaha". Podia ser impressão do J, mas ele reparou que um volume surgiu no shorts do amigo. Era um verdinho claro com estampa colorida, bem de playboy, e curtinho.
A música já não importava mais, parecia até que as pessoas em volta tinham sumido, e J lembrou das noites daquele mochilão, em que os dois conversavam de pijama no hostel, Fred só de samba canção que às vezes revelava mais coisas..."Claro que sinto saudade, Fred". Onde essa conversa ia parar? "A gente era uma dupla e tanto, né?", e encarava o amigo com um sorriso lindo, e, se tinha dúvidas, agora elas tinham se dissipado, pois o pau do Fred estava claramente ereto e pulsando sob o shorts. "Aham, uma dupla e tanto...", mas agora os olhos de J estavam só naquele volume. "Tem mais alguém com saudade", disse Fred, abrindo mais as pernas e inclinando o corpo para trás, deixando a barraca toda exposta. J nesse momento só faltava babar. Era agora ou nunca. Sem pensar muito, esticou a perna, foi chegando mais perto do amigo, e seu pé, ainda com meia, encostou naquele membro pulsante. "AHHHH", esse gemido gostoso e abafado foi a senha para avançar, e J introduziu o pé pela boca do shorts até sentir aquele pau de novo, depois de tanto tempo. Seu pé o percorria por toda a extensão, indo e voltando, Fred jogava a cabeça para trás, os gemidos nem eram mais tão discretos assim, aquele footjob improvisado o levava à loucura, "Ahhhh caralho...hhmmmmm", J acelerava o vai e vem com o pé, que tesão da porra, o que tava acontecendo?? Será que alguém tava vendo?, ele só sabia que a adrenalina que estava sentindo era inebriante, seu coração estava disparado, ele não acreditava que estava fazendo aquilo em público! Mas ver o amigo se entregando daquele jeito, sentir o pau dele roçando no seu pé, dava pra perceber uma umidade na meia, o safado estava babando, eita pau babão que ele tinha! Que bom era reviver aquilo tudo. E os dois se olhavam com uma safadeza que estava tão nítida que qualquer um que olhasse perceberia. Era como se tivessem estampado "queremos transar" nas testas. Fred afastou o pé de J. "Vamo pra outro lugar, J!", e de repente eles estavam num quarto de hotel, desses de filme, de canto, moderno, todo envidraçado, e pelos vidros dava pra ver o parque e o festival de jazz lá embaixo, as pessoas curtindo a música e ignorando totalmente o que estava prestes a acontecer entre aquelas quatro paredes.
Fazia 15 anos que J não sentia aquele tesão doido pelo Fred. Depois daquela conversa na volta da balada de Berlim, em 2009, em que eles escolheram ficar na amizade, ele tinha bloqueado qualquer sentimento menos "puritano" pelo amigo. O que rolava eram algumas lembranças esporádicas, sempre solitárias, e esses sonhos doidos dos últimos dias. Mas, diante do amigo, ele vestia uma armadura. Até aquele dia, claro. Somente de cueca, jogando seu shorts bege no chão, Fred pulou naquela cama enorme, com jogo de lençóis todo branco, deitou-se de frente e, com aquele sorriso provocante, fez o convite: "Vem, J". E J foi. Coitado, nem tentou resistir. Mas...resistir pra quê? Pelo caminho, deixou a sua polo verde, sua bermuda, a resistência, a racionalidade, a armadura toda. Deitou-se sobre ele, só de cueca também. Os olhos sorriam um para o outro, e o perfume de Fred invadia aquele espaço entre eles, que foi diminuindo cada vez mais até desaparecer num beijo que no começo pareceu até dar choque. Caralho, como ele sentia falta daquilo! As mulheres que me perdoem, mas o beijo entre machos é incomparável. Ainda mais com a barba cerrada de J roçando no rosto do amigo. "Seu safado, me seduziu com o footjob, né??", "Eu que te seduzi, né? Sei...", "Para de falar e me beija vai", e nisso o clima foi esquentando, os paus duros roçavam por baixo das cuecas, até que Fred virou J, arrancou sua última peça de roupa, soltou um "Prepare-se" e caiu de boca no pau de J, que já babava absurdamente. Fred lembrava muito bem como dar prazer ao amigo, e J admirava bobo aquela cena, a cabeça de Fred subia e descia, ele chupava a sua cabecinha, fazia a pele descobri-la e recobri-la numa cadência perfeita, lambia toda a extensão do seu membro, descia até as bolas, chupava uma a uma enquanto punhetava o amigo, cacete, era muita vontade de mamar! Que língua quentinha, que boca de veludo que ele tinha, que delícia. Dava pra ver que o Fred estava com fome de caralho. Seu rosto até parecia brilhar, de tão feliz que estava. De repente, ele para, levanta, encara o amigo com uma cara safada e sorri. "J. Me come. Agora.", disse Fred, dando uma última chupada para deixar o pau de J bem babado e pronto para a meteção. "Vira, Fred, vai...", "Não. Não aqui. Quero ali", e apontou para as paredes envidraçadas. Ahhh, como J estava sentindo falta de uma safadeza dessa!!
Fred, peladinho, saiu da cama, com aquele corpo esguio e definido, mais maduro que antes, afinal estavam ambos com 36 anos, mas mesmo assim gostoso pra caralho, corpo de pai e chefe de família que se cuida. Que homem! O lençol branco o acompanhou até metade do caminho; ele chegou ao vidro, viu o parque lá embaixo e sorriu. "Você não vem?". J levantou-se, o pau em riste, chegou por trás com seu corpo peludo e moreno, em claro contraste com o do amigo, abraçou-o e fungou em seu ouvido. "Fred, você tem certeza...?", "Shhhh...hoje serei seu. Seu putinho, J. Aproveita". Como esse Fred mexe tanto com a cabeça de J?? "Então vamo botar pra foder, Fred!", e deu um sonoro tapa naquela bunda magra e firme, "empina essa bundinha, vai!", e o amigo sorriu satisfeito, esticou os braços, colocou as mãos contra o vidro, empinou o quadril e olhou pra trás. "Tá todo abertinho pra você, J, vem, me mostra que você continua bom, me faz de puto, vem!!", e pra atiçar ainda mais, deu uma reboladinha. J cuspiu no seu pau, mas quase não precisava de tão melado que já estava, colocou a cabecinha na portinha, Fred suspirou, apertou as mãos contra a parede, e sentiu aquele membro quente penetrando sua carne, "Isso, mete em mim, mete gostoso, vem!!", "Seu puto do caralho, tudo isso é vontade acumulada é??", "VEM J!! Faz 15 anos que não dou o cu, ele tá com fome, vem!", e J ia, "Faz 15 anos que eu não como um cu, seu puto, caralho, tá apertadinho, hmmmmffff", e, centímetro a centímetro, a pica de J entrou no buraco de Fred, e quando as bolas bateram na bunda do amigo, ele se sentiu completo, "Agora soca, J!! Soca que eu quero sentir você preenchendo meu vazio!!", e J obedeceu, que cacete de passivo mandão é esse?, pensava ele, mas não importava, ele até gostava daquilo, e bombava gostoso, o amigo gemia alto, aahhh, aahhh, estava até de olhos fechados, devia estar gostando, sua pica deslizava fácil naquele buraquinho quentinho, fechadinho, parecia de virgem, "Aguenta rola agora, seu puto!! Tava com saudade, né?", "Muita!! Não parava de sonhar com você me comendo, VEM!! Mete mais! Isso...aHHHhh, AaaahhHh", o corpo de Fred ia pra frente e pra trás, o final da tarde já se aproximava, a luz alaranjada entrava pelas janelas e deixava os corpos suados de ambos reluzentes, enquanto J metia, Fred ia ficando mais próximo da parede de vidro, até que ergueu os braços e encostou o corpo nela, sua boca encostada naquela janela, seus gemidos formavam círculos embaçados no vidro, J pegou na cintura dele, deu mais um tapa e meteu mais fundo, empurrava o corpo para frente enquanto socava, “Geme pra mim, seu putinho, mostra que tá gostando de levar vara!!”, “AAHHHHH J, vem sem dó, não se segura!!”, “PUTO DO CARALHO, puto do cuzinho guloso! Olha isso, seu cu tá me engolindo todo!”, “HMmmmffff, AHNN J!!”, e quando viu, Fred estava grudado na parede de vidro, e ele gemia, urrava de prazer, J continuava metendo, que delícia era aquele amigo, todo rendido ali, "Vou gozar, J!! Goza comigo! GOZA COMIGO!!!"
Naquele momento, J ficou com a impressão de que os frequentadores do festival se viraram para o prédio deles e encaravam a janela onde eles estavam encostados, "Olha J, acho que o show somos nós agora! Capricha!!", e J intensificou ainda mais o ritmo, o amigo nem falava mais, só gritava de prazer, a plateia delirava naquele show, e Fred, com pressa de gozar, começou a empurrar e empinar a bunda para trás, sincronizando quando J metia, o que fez o ploft ploft ploft ficar ainda mais alto, "J TO GOZANDOOOOO", e os jatos de Fred vieram fortes, um, dois, três, quatro, cinco potentes jorros que bateram na parede e começaram a descer pelo vidro, nesse momento a galera foi à loucura, estavam batendo palmas, e começaram um coro, "Goza, J! Goza, J!", e, ouvindo aquilo, J não segurou mais e esporrou como há anos que não fazia, tão intensamente que sentiu até as forças indo embora, as pernas tremeram, sua porra encheu o cuzinho de Fred e transbordou, escorrendo pelas pernas do amigo, que ofegava feliz. Depois de o pau amolecer e sair do cuzinho do amigo, J o virou, prensou-o contra a parede, grudou sua bunda contra o vidro, a apertava, abria suas bandas, a massageava gostoso, e a porra que saía de seu cuzinho se juntou aos jatos que já escorriam pelo vidro, e tascou um beijo de língua guloso, gostoso, quente, apaixonado. O público do show não se aguentou e começou a urrar, delirante, alguns casais se pegavam também, que loucura era aquela?? E os dois se beijavam, sorrindo, felizes, completos. J então encarou o amigo.
E, olhando aqueles olhos, que dependendo da luz ficavam esverdeados, mas que naquele momento estavam de um cinza profundo, desses de te tragar para a tempestade, J enxergou...a calmaria. Viu, naqueles instantes que parecem demorar uma eternidade, a vida que poderiam ter tido juntos, se naquela conversa de 15 anos atrás eles tivessem deixado o amor florescer. Se eles tivessem tido a coragem de enfrentar, juntos, o que viesse pela frente. Viu os dois de beca, na formatura da faculdade, beijando-se enquanto os capelos voavam pelo ar. Viu os amigos os abraçando, orgulhosos, pois aquilo sim era coragem, mostrar-se para o mundo todo, para o auditório lotado, o ar de solenidade sendo perturbado por aquele casal cheio de paixão. Viu os dois escolhendo um apartamento para morarem juntos, as discussões em torno da reforma (nem tudo são flores, ainda mais quando se fala em reforma!), as conversas à noite, o cuidado um pelo outro. Viu até um pedido de casamento - onde seria? - de fazer qualquer um chorar. E viu os momentos do dia a dia, os sorrisos despretensiosos, os beijos cotidianos, o sexo que surge do nada. Viu os dois continuarem a cozinhar juntos, a fazer compras juntos, a planejarem viagens juntos, como na época do intercâmbio. Viu o amor deles amadurecer.
J fechou os olhos e suspirou, um suspiro profundo, e, ao abri-los, percebeu. Aquela realmente poderia ter sido a vida dos dois. Não o foi por uma escolha, muito consciente, de ambos. E que sorte a deles de terem tido a chance de escolher os próprios rumos, não é mesmo? Tanta gente que não tem esse privilégio, e mais tanta gente que se deixa levar pela vida, pela escolha dos outros, pelas desculpas.
E, quem escolhe uma vez, pode algum dia escolher diferente, né? Afinal, nem tudo é definitivo – na verdade, as coisas são muito menos definitivas do que imaginamos. J sentiu-se leve. Um sorriso abriu-se em seu rosto. Aquele suspiro lavou sua alma.
Pareceu até um sonho.
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Pessoal, tive esse "momento de recaída" com a escrita, pois tem coisas que só ela consegue aquietar. Espero que tenham gostado, estava bem enferrujado rs. Vocês lembram que eu adoro comentários e estrelas, né? ;)