CAP 19 – Somente os remédios me fazem sorrir
Depois que desligou o telefone Jonas chorou de raiva por um tempo. Sentia o estomago arder e inicialmente queria socar a cabeceira da cama. Com raiva entrou para debaixo do chuveiro, ligou a água e ficou sentado no chão enquanto seu corpo molhava. Abraçou os joelhos e ficou ali, quieto, até se acalmar. Quando a raiva cessou o sentimento de tristeza se apoderou do seu coração, mesclado com um intensa ansiedade e vergonha. Ficou mais de uma hora sentado no chão deixando a água quente cair. Estava perdido, estava com raiva. Já não sabia mais o que fazer.
Aquele talvez tenha sido o limite. Talvez seja difícil explicar em palavras o impacto que tudo teve em Jonas. Pode parecer excesso de drama de alguém que não chegou aos trinta ou de uma pessoa fraca, mas não era. E também a fonte desses desespero não era unicamente o ocorrido com Jorge e Adriano. Ele estava despedaçado por dentro, cansado de colar seus pedaços tantas vezes. Primeiramente sentia-se humilhado, um verdadeiro idiota por tudo que aconteceu. Se colocou em risco, permitiu que fizessem com ele todas essas coisas. Por que era assim? Por qual motivo queria ser tão humilhado, ferido e submisso a outro homem?
Depois veio a intensa solidão que sentia. Não tinha ninguém para conversar, ninguém para poder falar sobre. Ninguém para pedir ajuda. O que conquistou até seus vinte e cinco anos? Não tinha um mísero amigo! Será que era tão insuportável assim? Desde que tudo ocorreu não havia recebido se quer uma ligação de alguém, se morresse ali e agora só iriam descobrir quando o seu corpo começasse a feder. Sentia que sua vida era um lixo.
Para completar todo o misto sentimento Jonas sentia-se envergonhado, temia que seu esfincter estivesse machucado e que seu ânus estivesse arrombado devido a forma que Jorge lhe penetrou, visto inclusive que seu pau era enorme e grosso. Sentia-se sujo, estava com nojo de si mesmo. A vida sendo submisso sempre lhe trazia isso, mas dessa vez foi diferente. Sentia-se um verdadeiro merda com tudo que aconteceu. Foi feito de bobo, enganado, humilhado. Colocou sua vida em risco e tudo isso para quê? Para cumprir o desejo sexual? Por que nasceu daquele jeito? Por qual motivo desejava tanto uma relação de dominação tão degradante.
Esses últimos dias foram a gota d’água. Jonas já não via mais esperança e agora, no fundo do seu coração, já não desejava mais nada. Na verdade desejava sim: apenas dormir e não acordar mais.
Antes de dormir naquele tomou remédio para dormir. Não pensou duas vezes quando engoliu o comprimido. O sono foi pesado e tranquilo e veio em poucos minutos. Ele apagou como a luz sendo desligada e de repente os problemas pareceram desaparecer.
DIA 1
No dia seguinte acordou por volta do meio dia. Levantou da cama meio zonzo por conta do remédio. A casa estava muito limpa. Ele passou um café, sentou-se no sofá enquanto tomava olhando para o nada. Ligou a televisão, colocou um anime para assistir. Estava frio, ele puxou uma coberta fina e jogou por cima da cabeça. Logo ficou ali o dia todo, sem se mover, apenas olhava a televisão e não prestava atenção de fato no que passava. Não almoçou ou comeu qualquer coisa. Logo era noite, apenas a luz da televisão iluminava tudo.
A casa muito limpa, tudo escuro salvo a televisão ligada, ele enrolado na coberta não estando nem ali e nem em lugar nenhum.
Tomou remédio novamente para dormir naquele dia. Nem se quer tentou dormir sem tomá-lo. Em poucos minutos estava em sono pesado. Não era um sono bom. Em sua mente o medo de viciar era evidente mas sentia-se tão mal que isso não passava de uma preocupação distante.
DIA 2
O dia seguinte se repediu. Fez seu café. Sentou-se de frente para a televisão. Puxou a coberta e ficou vendo série. Por vezes durante o dia se encolhia abraçando os joelhos e deixava as lágrimas caírem. Ao menos sozinho não tinha vergonha de chorar. Ali estando longe dos olhos dos outros se entregava e chorava. Logo aquilo iria acabar? A tristeza apertava cada vez mais seu coração...
DIA 3
Foi somente no próximo dia que percebeu que não comia há quase quarenta e oito horas. Pediu uma pizza, comeu um pedaço e no escuro sem muita fome de fato. Assistia uma série de comédia, era o que tentava fazer para trazer algum ânimo. Não tomava banho há quase três dias. Ficava basicamente o dia todo olhando para a televisão com a coberta jogada sobre o corpo.
DIA 6
Uma semana havia se passado. A casa estava bagunçada. Quase não comia. Estava morto por dentro. Deitava na cama e puxava a coberta enquanto sentia o coração querer explodir de tão frio no peito. Lembrava de tudo enquanto se revirava na cama. Lembrava da infância, da adolescência. Lembrava dos relacionamentos falidos, da ausência de amigos, a frieza das pessoas, a péssima relação com os familiares, de como a vida era horrível. Ao menos a solidão estava ali fazendo companhia, essa sim nunca lhe deixava só.
DIA 10
O atestado havia acabado e ele estava faltando do trabalho. O celular estava desligado e ele não falava com ninguém. Olheiras fundas se formaram em seu rosto e sentia-se fraco na maior parte do tempo. O irmão não havia dado as caras. Isso era bom, não queria ver ele. Agora ele comia um miojo se forçando a deixá-lo na barriga. A coberta jogada sobre a cabeça para tampar um frio que não existia. O chão da casa já não estava tão limpo e a casa começava a cheira mal. A cozinha estava bagunçada e ele não abria a janela da casa há alguns dias. A única coisa constante era ficar no sofá com a televisão ligada, a casa escura e vazia.
DIA 12
Naquela noite o remédio já não fazia o mesmo efeito em termos de agilidade, a cartela estava acabando. O sono demorava para vir. Havia chorado tanto nos últimos dias que não havia mais lágrimas para cair. A mente começava a lhe pregar peças com pensamentos traiçoeiros. Estava comendo muito pouco também mas não sentia fome. O peito ardia muito e as vezes sentia dificuldade em respirar. Quando a televisão estava desligada tudo era muito silencioso e frio. Uma analogia a própria vida, pensou ele quando ficou de pé olhando a cozinha pensando se fazia algo para comer.
DIA 15
Já não levantava mais do sofá e já não sabia mais há quanto tempo não tomava banho. Estava sem comer há mais de um dia. Estava cansado de tudo…
Foi nesse dia que se lembrou de uma vez que um colega havia lhe dito que a única coisa que o fazia sorrir eram seus remédios, pois eles lhe davam paz. Talvez ele estivesse certo. Era seu único conforto nesses últimos dias. Ele tomou mais um comprimido para já sentindo uma sutil resistência do corpo. As coisas começavam a complicar e ele não sabia mais como conseguiria mais remédio. Talvez… somente talvez… eles não fosse precisar mais. De qualquer forma ao menos naquela noite estaria seguro nos braços de Morfeu. Nos próximos dias, quando o remédio acabasse daria um jeito de conseguir.
DIA 16
Era dez da manhã quando a campainha tocou. Jonas estava deitado no sofá com uma leve sonolência. Ele não fazia ideia de quem poderia ser. Ele ignorou, se fosse o irmão, queria que fosse embora, mas o mesmo insistiria e iria chamá-lo pelo nome. Novamente a campainha tocou e ele ignorou. Na terceira vez tocou umas cinco vezes de forma impaciente até que parou. Logo a pessoa tentou virar a maçaneta e a porta abriu. Havia esquecido a porta destrancada… Deve ter esquecido de trancar quando pediu algo para comer.
Jonas ergueu o olhar para saber quem era e sua surpresa foi tamanha que em situações normais teria dado um salto. Mas naquele momento se quer levantou. Ele deu as costas, virando-se no sofá de forma que seu rosto ficou virado para o encosto e suas costas, para a porta.
- Jonas… - a voz do homem soou com espanto.
- Juro que de todas as pessoas que esperava aparecer você foi a que se quer cogitei – disse Jonas puxando a coberta.
- O que aconteceu jovem? – perguntou o homem tentando disfarçar o espanto. - Meu Deus! - disse provavelmente sentindo o notável cheiro de casa fechada, a bagunça e o estado deplorável de Jonas.
- Não aconteceu nada – disse Jonas.
- Eu fiquei preocupado, não vai trabalhar há mais de duas semanas. Tomei conhecimento do ocorrido, imaginei que precisasse de um tempo, mas vejo – disse ele dando um pausa. - Pensei que as coisas não estivessem bem.
- Eu pareço bem? - questionou Jonas.
- De certo modo…
- O que você quer Alexandre – disse chamando-o pelo primeiro nome. - Se for com relação ao trabalho, podem me dispensar por abandono de função.
- Nem cogitei tal coisa – disse o homem. - Na verdade não vê-lo na empresa me causou espanto. Você é extremamente correto com tudo. Sabia que algo não estava bem.
Jonas não respondeu.
- Vou fazer um café – disse ele indo para a cozinha - e dar uma arrumada nessa bagunça. Isso tudo está parecendo um chiqueiro.
Após um tempo ele retornou sentando-se ao lado de Jonas. Logo a xícara de café aquecia a palma da mao de jonas e o cheiro do café, ao seu modo, o reconfortava.
O homem em questão era seu chefe, dono do escritório de advocacia que ele trabalhava. Era um homem alto e mais velho, com algo em torno dos sessenta anos. Estava usando calça preta e camisa social branca sem a gravata. Tinha a barriga grande, barba por fazer e olhar extramente enérgico. Tinha um porte de remetia alguém atlético durante a juventude, mas agora, as noites bebendo haviam cobrado seu preço e barriga evidente se fazia notada. Ele era muito rico e dono de um dos maiores firmas de advogados da cidade, talvez do país.
- Quer me contar o que aconteceu? – perguntou ele a Jonas. Que agora dava um gole no café amargo que ele havia feito.
- Não… - disse Jonas de forma direta e seca.
- Entendo – disse ele dando uma pausa. Parecia pensar no que diria a seguir. - Talvez eu deva dizer...
- Pois diga – disse Jonas impaciente.
- Estou preocupado com você Jonas, muito preocupado – disse ele com pesar na voz. - Não sei o que aconteceu, na verdade entendo que nem seja da minha conta. Mas sinceramente, não quero vê-lo dessa forma.
- E por qual motivo se importa comigo? – disse Jonas. - Trabalho há dois anos naquela firma conversamos poucas vezes.
- Porque sei que é uma pessoa honesta, acima de tudo – disse ele. - Sei que vive aqui sozinho e precisava muito do emprego. Sei que iria dar tudo de si pois aprendeu cedo a se virar sozinho… Sei que seu pai sumiu no mundo e sua mãe não tem condições de criar e você veio sozinho para cá. Sei que esse imóvel é seu e que comprou com a ajuda do seu padrinho e trabalha duro para pagar as prestações.
Jonas se surpreendeu, o olhar fixo na xícara de café, que estava metade.
- Sei muitas outras coisas. Sei que tem um irmão que não da muito certo com você. Sei que é gay, sei que conheceu uma pessoa recentemente e que aparentemente não deu certo. Sei do assalto, da coronhada e que ficou desmaiado alguns minutos perto de uma linha férrea. Sei de como é sozinho nesse mundo e como a solidão te moldou forte como é. Mas eu sei que momentos como esse são mais impactantes e cruéis para pessoas solitárias, pois a solidão se torna mais evidente… pensei que… talvez toda essa situação estivesse mexendo com você – disse Alexandre como a voz firme e empática. - Eu sei de todos que trabalham comigo Jonas, de cada detalhe. Investigo todos os meus colabores e associados.
Jonas não disse nada por um tempo. Apenas olhava o café dentro da xícara. Em outro momento estaria a beira de uma ataque, mas agora, pouco se importava com o que ouviu. Jonas de fato lidava com alguns clientes estratégicos do escritório, alguns com altos recorrentes. Não realizava nenhum trabalho importante de fato mas sempre estava envolvido em algo. Então fazia sentido o homem investigá-lo. Talvez...
- Eu continuo a não entender porque você se importa – perguntou ainda Jonas talvez um surpreso com tudo que ele disse e se questionando se sabia sobre Adriano ou Jorge.
- Sinceramente – disse ele dando um gole no café. - Futuramente pode ser um grande advogado e não resta dúvidas de que vai me fazer ganhar dinheiro. Confesso, sendo muito sincero, que meu único interesse em você foi esse. Pessoas com seu perfil tendem a ser mais leais e a se esforçar mais e a pedir menos. Então é por isso que me importo. Claro, isso não quer dizer que você não saia ganhando disso também.
Jonas deu uma risada seca. Metade dele acreditava no que ouviu, a outra metade não.
- Como pode ver, eu não pareço alguém que vai te fazer ganhar dinheiro – disse Jonas remetendo ao seu estado atual. - Na verdade pareço alguém que vai te fazer perder dinheiro.
- Não hoje talvez – disse ele dando outro gole no café. - Mas amanhã é outro dia. Outros dias virão. Outros dias sempre vem.
- Não tenho certeza disso – disse Jonas.
- Eu tenho. Sou velho, tenho duas vezes a sua idade. Mas o que sinto é que você precisa de ajuda rapaz – disse Alexandre um ar preocupado. - E eu posso te ajudar. Peça-me o que você quiser e vou te dar. Se não quer me contar o que aconteceu, ok! Mas me peça algo que possa ajudá-lo a sair dessa.
- Você não tem nada que eu queira nesse momento, Alexandre – disse respirando fundo, os olhos encheram-se de lágrimas. O coração apertou sem ele saber. Não queria demonstrar fraqueza.
- Vamos lá, eu sou uma pessoa com muito dinheiro, com muitos recursos, muito influente – disse Alexandre. - Com certeza tem algo que deseja que eu poça lhe dar. Independente do que seja.
Jonas pensou por um instante e respirou de forma exasperada. Aquela proposta foi um tanto estranha e por um momento Jonas pensou se poderia de fato pedir qualquer coisa. Percebeu o leve enfoque nas palavras “independente do que seja”. De fato ele era rico, tinha muitos contatos. Talvez poderia pedir para dar um jeito no Jorge… Mas vingança… ele não era assim, abominava tudo que era errado. Não… não teria coragem de pedir que fizesse mal a alguém. Ele também não sabia o teor da proposta do chefe, apesar de algo lhe dizer que poderia pedir isso. De todo modo não queria pensar a respeito.
- Eu quero que vá embora – disse Jonas sem olhar para ele. - É o que quero agora.
Talvez aquilo tivesse pegado seu chefe de surpresa pois ele excitou. Depois sem dizer nada Alexandre se levantou.
- Como quiser… mas eu vou voltar – disse Alexandre. - E isso não está em discussão.
- Faça como quiser - disse Jonas deitando no sofá de costas para ele, puxando a coberta até na altura da nuca.
Tudo ficou em silêncio. Jonas nem sabia se Alexandre havia saído ou não. Mas depois de alguns minutos a sua voz rompeu o silêncio e ele percebeu que Alexandre ainda estava na sala.
- Não desista de viver Jonas, você tem uma vida inteira pela frente. Fique bem! – depois disso jonas ouviu a porta se fechar gentilmente.
Naquela tarde tomava um gole de café olhando a rua enquanto pensava nas palavras de Alexandre: pessoas como jonas tendem a ser leais, trabalhar muito e exigir pouco. Isso o definia de certo modo. Sozinho, sem a quem recorrer. Logo o trabalho se tornava importante para sobreviver, dar duro no trabalho era algo essencial. Também, quando apareciam pessoas para ajudar o sentimento de gratidão acabava surgindo. Se lembrava bem que quando conseguiu aquele emprego dava tudo de si para manter ele. Trabalhava mais que qualquer outra pessoa e recusou sair por um sentimento “errôneo” de gratidão. A leitura do velho estava certa. E ele sabia explorar isso nas pessoas.
Jonas acordou no dia seguinte por volta das onze horas da manhã. Era um sábado e o dia prometia não ser tão frio quanto os que se passaram. A noite anterior foi levemente melhor que as demais. Talvez a visita de Alexandre tivesse sido boa. Levantou enrolado na coberta e saiu do quarto arrastando a mesma pela casa. Ao chegar na sala viu que tudo estava arrumado. Um leve aroma de desinfetante no ar, misturado com omelete e café. A casa estava limpa, o café estava sobre a pequena mesa e ao lado da garrafa de café e duas xícaras brancas de porcelana.
- Enfim acordou – disse Alexandre. Ele estava de frente para o fogão aparentemente limpando-o.
- Você vem muito aqui – disse Jonas emburrado caminhando até a cadeira. Logo, antes de se sentar encheu a xícara com café – e seu café e amargo de mais.
- Agora que descobri o caminho não esqueço mais – returcou ele. - E esse café amargo e para te despertar.
- Eu pareço alguém com sono? - perguntou Jonas.
- Parece alguém que morreu e esqueceram de enterrar – disse ele sentando-se de a mesa. - Dei uma geral nessa zona que você mora. Muitos anos que não sabia o que era arrumar casa – disse dando os ombros. - Mas acho que ficou bom.
Jonas deu uma olhada na casa e viu que de fato estava organizada. Em outros tempos teria vergonha de tudo mas naquela altura não se importava com nada.
- E eu posso saber o motivo da visita? – perguntou Jonas.
- Quero você trabalhando na segunda feira – disse Alexandre sem rodeios.
Jonas não respondeu.
- E não quero ouvir um “não” como resposta. Sei que está em processo delicado mas o trabalho vai te fazer bem – disse ele sério. - Tenho um caso e vai me acompanhar na segunda feira. Um cliente bem estratégico da firma, um dos maiores. Acho que vai ocupar bem a sua cabeça. Um inventário com herdeiros querendo se matar, cada dia uma coisa nova. Parece uma novela. Um filho gay é fica com o primo, a mãe traia o pai com o porteiro e o pai traia a mãe com uma funcionária que apareceu grávida no velório. Uma loucura. Deixei todos os dados impressos para você estudar.
- Ok – disse Jonas sem saber ao certo porque estava concordando. O olhar voltava para o café.
Logo ele provou o omelete e viu que estava muito bom. Na verdade não comia algo tão gostoso ha muito tempo.
- Uma das poucas coisas que sei cozinhar – disse ele provavelmente notando o semblante de Jonas.
- Está bom mesmo – disse provando novamente.
Após um tempo Alexandre puxou um cigarro do bolso.
- Olha, eu vou te dizer algo que perdi a oportunidade de dizer uma vez – disse Alexandre respirando fundo. Ele ascendeu o cigarro e tragou antes de continuar - Eu não sei o que aconteceu com você para ter chegado a esse ponto, mas sei que esse ponto e aquele que você repensa de deve continuar ou não. Está no seu olhar que está a ponto desistir, mas com muita vontade de continuar.
“Acho que você deve respirar fundo e seguir em frente. Olhar para o seu passado como uma historia que tem momentos bons e ruins. Por mais que seu olhar seja para frente, deve olhar para trás com orgulho do que viveu. Deve fazer as pazes com sua historia, se apaixonar por ela, olhar para trás e ver o homem que se tornou hoje. Mesmo esse, que esteve a ponto de desistir, mesmo o que trabalha duro e está se tornando um excelente advogado, esse tímido, esse humilde, esse que vai atrás do que quer e se permite viver experiencias por acreditar que elas podem te fazer feliz. Foi essa passado difícil que te trouxe aqui hoje. Tem muitas batalhas para você travar daqui para frente, mas a maior deles começa na nossa mente. Descansa hoje, descanse amanha e segunda feira você começa um capitulo novo da sua vida. E eu vou estar lá para te acompanhar de perto. Eu prometo que vou estar sempre com você.
Jonas engoliu seco, respirou fundo e acenou positivamente com a cabeça. Ele não queria mas algumas lágrimas escorreram de seus olhos e seu coração, enfim, se aquietou, levemente quente.