O tesão de corno do meu marido salvou nosso casamento. Parte 2/4 - E agora?

Categoria: Heterossexual
Contém 3841 palavras
Data: 20/09/2024 09:34:39

Ainda acordando, olhei o relógio e eram 7h12min. Ainda tentava entender por que estava enrolado na toalha de banho do hotel. Sentei-me e peguei o celular. Vi uma mensagem da Cacau que não tive coragem, nem vontade de abrir.

Vi outra mensagem de um colega de trabalho dizendo que eu não me preocupasse, que ele faria as reuniões e que eu me recuperasse logo.

Vi que eu tinha mandado uma mensagem para ele, que não me lembrava de ter enviado, dizendo que não estava me sentindo bem e não poderia participar das reuniões do dia seguinte.

Tomei um banho, desci, tomei um café da manhã, fiz o checkout do hotel e fui para o aeroporto antecipar o voo que estava programado para aquela noite.

Pouco depois do meio dia estava em casa. Entrei e vi a casa vazia. Me sentia entorpecido e com os movimentos lentos e difíceis. Deixei a mala perto da porta de entrada e me sentei no sofá olhando para a televisão desligada. Não sei quanto tempo fiquei ali. Sai deste transe com o celular tocando. Era a Cacau.

— Oi meu amor, bom dia lhe mandei várias mensagens ontem à noite e você não respondeu, você está bem? Que horas você chega hoje à noite?

— Já estou em casa, estou bem.

— Em casa? Você não tinha várias reuniões hoje?

— Tive que cancelar, à noite conversamos!

— Está tudo bem?

— À noite conversamos.

Senti a voz preocupada da Cacau, não senti nem raiva, nem emoção falando com ela. Sensação estranha de entorpecimento. Ouvi o interfone, atendi e o porteiro estava dizendo que tinha um envelope do Sr. Bob, para mim.

Cacau chegou mais cedo em casa, eram cinco e meia da tarde, ela estava claramente preocupada comigo e com o que poderia ter acontecido. Uma preocupação genuína que me deixava mais confuso e incomodado.

Eu tinha trocado de roupa, continuava sentado no sofá, olhando para a TV desligada, com o envelope pardo enviado pelo Bob sobre a mesa de centro.

— O que aconteceu meu amor? Você está bem? Por que voltou mais cedo? O que houve?

Eu seguia sentado no sofá, sem forças ou energias para falar, para brigar, sequer tive forças para me levantar, apenas peguei o envelope, entreguei para ela e disse.

— Sente-se.

Ela pegou o envelope e sentou-se à minha esquerda, em um sofá em L ficando a 45 graus. Abriu e retirou as fotos, e todas as informações sobre a pessoa que ela tinha estado no motel na noite anterior. Olhava as fotos lentamente, passando as folhas, sem olhar para mim, sem levantar o rosto. Eu continuava sentado no sofá, mesmo local que fiquei quase toda a tarde, sem forças ou vontade de discutir.

Ela olhou os documentos, não precisava olhar em detalhes, ela entendeu tudo. Mantinha o rosto abaixado, olhando para o envelope. Colocou todas as fotos e documentos no envelope e ficou sentada, segurando o envelope sem dizer uma palavra.

Ficamos ali, parados, sem nenhum movimento. Respirei fundo, me levantei e disse:

— Eu não entendo, não faz sentido.

Olhei para a Cacau e vi uma lágrima correr de seus olhos e ela disse.

— Eu te amo, nunca traí seu amor, nunca deixei de amar e nunca deixarei.

Eram dezoito horas.

Eu me levantei e fui para o quarto de hóspedes, fechei a porta com chave e me deitei na cama.

Ouvi a Cacau bater na porta, mas não respondi, me virei para a parede e fiquei deitado em posição fetal, com o lado esquerdo na cama.

Silêncio.

Fiquei olhando para a parede por um longo tempo, sem pensar em nada, olhando um detalhe na parede, uma pequena mancha na parede, nunca tinha reparado nela.

Ouvi novamente batidas na porta, olhei no relógio e eram quase oito da noite.

— Gábi, abre a porta, por favor, vamos conversar.

Eu não queria, mas tinha que falar com ela. Fiquei deitado mais um pouco e apoiando a mão direita no colchão me ergui, sentei na cama e respirei fundo.

Levantei-me lentamente e abri a porta do quarto. A Cacau estava ali, encostada na parede em frente ao quarto. Tinha tomado um banho e estava de camiseta verde clara e shorts preto curtinho. Estava linda de cabelos molhados, camiseta sem sutiã, com seios provocantes e isso me entristeceu mais ainda. Fechei os olhos, passei por ela e fui para sala.

— Gábi, podemos conversar?

Me sentei no sofá, no mesmo local que já tinha passado horas e disse:

— Não entendo Cacau.

— Quero que você saiba que eu te amo, que não tenho nenhuma outra pessoa que eu queira estar junto e compartilhar a minha vida, eu escolhi você para ser meu companheiro de toda vida.

E continuou.

— Estes encontros não mudam o que eu sinto por você, não mudam meu amor por você, não mudam o meu respeito e carinho por você, não mudam e não diminuem tudo que eu sinto por você. Mas é verdade que eu gosto de ter experiências novas, gosto da aventura, da adrenalina, da sensação da conquista e de me sentir desejada por outros homens, mas eu amo somente você e só você é a pessoa que eu quero ao meu lado.

— Cacau, eu realmente não entendo. Uns quatro anos atrás eu lhe falei da minha fantasia de você transar com outros homens na minha frente, junto comigo, e você foi claramente contra isso, disse que não queria isso, e que tinha receio de afetar nosso relacionamento, que preferia a nossa vida a dois, sem nenhuma outra pessoa.

Insisti algumas vezes e você sempre foi taxativa de que não tinha nenhum desejo nisso. E agora, descubro isso? Por quê?

— Eu disse que não queria isso, pois tinha receio de você não suportar me ver com outros homens, de me ver empolgada e adorando transar com outros homens, e isso afetar nosso relacionamento. Eu queria evitar qualquer situação de risco em nosso relacionamento, exatamente por que eu te amo demais e quero ficar com você a minha vida toda. Essas aventuras são fugazes e meramente físicas, pelo tesão, pela aventura, sem amor, sem nada além do sexo. Mas você, você é tudo para mim, você é meu companheiro, meu apoio, meu amor, não queria arriscar isso e por isso sempre neguei.

Ficamos os dois em silêncio, ela abriu novamente o envelope e folhando os documentos disse:

— Não sabia de praticamente nada disso que está aqui, não me interessa, foi uma aventura, foi pelo prazer, não tenho interesse nessa pessoa, não me interessa nada do que está aqui.

— Cacau, toda minha proposta, de ver você com outras pessoas, era baseada na confiança, no respeito e cumplicidade. Tudo isso acabou aqui, pois foi exatamente o que você não teve comigo. Não teve respeito, não teve cumplicidade, não teve companheirismo e não sinto confiança em você neste momento.

Esperei alguns segundos para ela entender, e completei:

— Você poderia ter dito que tinha receio do que estas aventuras poderiam causar no nosso relacionamento, poderíamos ter falado sobre isso, mas você achou melhor negar, recusar a proposta como se fosse algo horrível e inaceitável, enquanto saia com outras pessoas, traindo minha confiança.

— Eu errei sim, mas não por desrespeito ou falta de amor, foi por receio e por lhe amar demais, por não querer arriscar nosso relacionamento!

Novamente o silêncio pairou pesado naquela sala. Olhava pela janela vendo os prédios distantes, vendo que tudo parecia igual, mas dentro de mim as sensações haviam mudado, estava ainda entorpecido pelo impacto, como quando se perde alguém próximo, nos primeiros momentos a sensação é de torpor, de não reconhecimento da realidade dos fatos.

Distraído ouvi a Cacau dizer:

— Gábi, eu errei, eu sei, mas eu quero que você entenda que jamais lhe desrespeitei, jamais lhe diminui ou deixei de lhe amar. Eu recusei sua proposta por receio, por zelo, por amor. Eu amo você, eu sinto desejo por você, eu quero passar minha vida com você, mas sinto necessidade de variar, de aventura, de adrenalina, da sedução e isso não afeta em nada meu amor por você.

E completou

— Eu adoro nosso casamento, eu te amo, eu jamais faria algo para afetar o que eu sinto por você, mas eu gosto de experimentar situações e pessoas diferentes. Eu deveria ter lhe contado, mas não fiz, por medo de afetar nosso relacionamento.

Olhando para as folhas nas mãos, disse novamente:

— Eu não me interesso por saber nada disso, não sabia e não me interessa, foi uma aventura, que lamento muito você ter descoberto desta maneira.

Ela largou as folhas sobre a mesa de centro e novamente o silêncio pesou sobre o ambiente, levantou-se e veio em minha direção.

Em um ato reflexo, estendi a mão esquerda, forçando-a parar e voltar para o mesmo lugar no sofá.

Silêncio pesando sobre os ombros dos dois até que pude ouvir um leve choro da Cacau ao meu lado.

Eu não sentia quase nada, estava anestesiado. Me levantei e voltei para o quarto de hóspedes, tranquei a porta e entrei no banheiro. Liguei o chuveiro e fiquei, com as duas mãos na parede, a água batendo na cabeça. Fiquei ali por uns dez minutos. Sai do banho e me deitei novamente na cama, olhando para o teto. Lembrei que não tinha comido nada desde que havia chegado, mas estava sem fome.

Deitado imóvel passei a noite, entre rápidas e leves dormidas, acordava o tempo todo, mas acabei cedendo ao cansaço de duas noites mal dormidas.

Quando acordei, olhei no relógio e eram 5h15min, começando a clarear e me levantei, vesti a calca e camisa que havia deixado ao lado da cama, escovei os dentes e antes das 5h30min, peguei uma mochila que já havia preparado no dia anterior, destranquei a porta do quarto e sai, sem fazer barulho. Abri a porta da sala, chamei o elevador e desci. Peguei um Uber e fui para um hotel, não muito longe dali, que tinha uma modalidade de locação mensal. Antes das 6h estava instalado no hotel. Enviei uma mensagem para meu chefe informando que não estava me sentindo bem e não poderia trabalhar nos próximos dias. Como eu tinha férias atrasadas, pedi quinze dias de férias. Depois, desci para tomar um café, mas antes de sair, desliguei o celular.

Depois do café, fui dar uma caminhada pela região, perdi a noção do tempo caminhando, só percebi que era tarde quando notei o sol forte sobre a cabeça. Voltei ao hotel, tomei um banho, olhei no relógio ao lado da cama e vi que eram quase meio dia. Liguei para minha terapeuta.

— Alô Regina? Preciso falar com você.

— Olá Gábi, sua voz está estranha, que telefone é este? Quase não atendi!

— É o telefone do hotel.

— Hotel? Que hotel? E por que não ligou do seu celular?

— Está desligado.

— Esse papo está bem estranho, vou cancelar um compromisso meu às 15h e conversamos. Até lá.

— Obrigado.

Deitei na cama e relaxei um pouco pensando em tudo que estava acontecendo.

Fiz terapia com a Regina por um bom tempo, mas não falava com ela já fazia aproximadamente três anos. Ela é do Rio de Janeiro, mas às vezes está em São Paulo e atende em Perdizes, alguns poucos clientes.

Desci, almocei no hotel mesmo e chamei um Uber.

No Uber do Brooklin até Perdizes, uns bons quarenta e cinco minutos. Nesta viagem fiquei pensando nas etapas que passei durante o processo terapêutico com ela.

A primeira vez que falei com a Regina, não tinha claro meus sentimentos, tinha mais um desconforto e vergonha de gostar de imaginar minha esposa tendo prazer com outros homens. Fui em busca de uma terapia para entender porque desta fantasia e tentar “corrigir” esta sensação.

Demorei para tocar neste assunto com ela e quando consegui, ela comentou que tem recebido muitos casais e maridos com desejos semelhantes nos últimos anos. Explicou que a pressão social que todos recebemos é muito forte, a cultura do amor romântico, que somos treinados a acreditar desde a mais tenra idade gera conflitos enormes na mente e corações de muitas pessoas, e que eu me incluo neste grupo. Falou que o amor romântico é a maior propaganda do planeta, está nos livros, filmes, musicas, religiões, na publicidade e é parte inseparável da sociedade moderna. O amor romântico impõe a ideia de que duas pessoas se transformam numa só, havendo complementação total e nada lhes faltando. Entre outras regras, prega que o amado é a única fonte de interesse do outro, que um terá todas as suas necessidades atendidas pelo outro e que quem ama não sente desejo sexual por mais ninguém. O condicionamento cultural é tão forte que nos tornamos adultos sem jamais saber separar o que realmente desejamos do que aprendemos ou fomos treinados a acreditar. O termo “lavagem cerebral” se aplica neste caso, e muita gente segue este treinamento de toda vida, adapta-se, acredita e defende o amor romântico, mas alguns não se sentem confortáveis com esta imposição e querem sair desta imposição cultural, desse processo de doutrinação.

Passando pela avenida República do Líbano, ao lado do Parque do Ibirapuera me recordei de dois momentos de conflito que passei e a Regina me ajudou.

Primeiro, foi de entender e assumir, sem me sentir diminuído, que eu tinha prazer em imaginá-la tendo prazeres sexuais com outros homens. O segundo conflito foi de ter a coragem de contar para ela essa fantasia. Demorei para conseguir contar para a Cacau, e só consegui, depois de ter certeza de que tal fantasia não me diminuiria como marido, companheiro, amante, e depois de entender que não havia nada de errado nisso e que o amor que eu sinto pela Cacau não seria destruído e diminuído, assim como eu não deixaria de amá-la e respeitá-la, por ter prazer em vê-la com outros homens. A doutrinação do amor romântico criou uma barreira de preconceito, muito difícil de ser quebrada, mas depois de muitas sessões, a Regina me ajudou a entender isso e assumi, sem medo os meus desejos.

Tomei coragem e contei para a Cacau na praia, durante umas férias, mas, na época, ela não entendeu, não aceitou minha proposta, o que gerou um certo conflito entre nós. Deixei claro que não tinha interesse em abrir a relação, ou seja, cada um sair com quem quiser, deixei claro que zelava muito pelo relacionamento, pelo amor, cumplicidade, respeito e confiança que eu tinha nela, e disso não abria mão, mas tinha claramente o prazer de imaginá-la com outros homens, sem envolvimento emocional, sem jamais compartilhar o amor que sentimos.

Na terapia, entendi que tinha duas fantasias que me excitavam. A principal, de vê-la com outros homens, mas também dela sair com outros homens e depois me contar como foi, ou filmar e fotografar e me enviar as fotos e vídeos. Comentei com a Cacau estas duas fantasias, mas ela foi categórica em não aceitar.

Depois de diversas tentativas sem sucesso, desisti e lamentei não ter conseguido faze-la entender o que sinto. Encerrei as sessões com a Regina logo depois disso.

Mesmo depois de encerradas as sessões com a Regina, lia alguns autores indicados por ela, assim como os livros que ela publicou.

O Uber continuava seguindo pela Av. Brasil, linda avenida de São Paulo, e eu prossegui com minhas reflexões.

O psicanalista Austríaco Wilhelm Reich defendia que nunca se denunciará bastante a influência perniciosa dos preconceitos morais na área sexual. E que todos deveriam saber que o desejo sexual por outras pessoas constitui parte natural do ímpeto sexual. Apesar de os ensinamentos da moral estabelecida pela sociedade, estimularem que se invista toda a energia sexual em uma única pessoa - marido ou esposa -, homens e mulheres são profundamente adúlteros. A Regina sempre questionava se a fidelidade tem mesmo a ver com sexualidade.

Seguindo no trânsito, entrando na Av. Sumaré, ouvia no rádio do carro uma bela música do Tim Maia.

Quando o inverno chegar

Eu quero estar junto a ti

Pode o outono voltar

Que eu quero estar junto a ti

Por que é primavera

Te amo é primavera

Te amo é primavera, meu amor

Trago esta rosa para te dar

Meu amor, hoje o céu está tão lindo

Vai chuva

Hoje o céu está tão lindo, vai chuva

Hoje o céu está tão lindo, vai chuva, é primavera.

Ouvindo “Primavera” pensei em como a letra dessa música é uma ode ao amor que segue constante apesar das mudanças das estações. Estações que significam os momentos difíceis, sendo a primavera a representação do renascimento, do florescer e da renovação, além da referência à rosa, o mais tradicional símbolo do amor. A interpretação mais óbvia desta música, e provavelmente o que o Tim quis dizer, é a exaltação do amor romântico, mas poderia, da mesma forma, ser o amor mais leve, menos possessivo e controlador, com mais individualidade.

Cheguei no consultório, entrei e sentei-me na poltrona da antessala, aguardando meu horário. Já eram quase 15h, vi a porta se abrir e a Regina caminhar em minha direção.

— Olá Gábi, boa tarde. Você está com uma cara péssima, por favor, endireite esses ombros e olhe para frente!

— Olá Regina, obrigado por me atender. Fui atropelado por um caminhão.

— Uma betoneira, me parece! Carregada de cimento! Entre, vou pegar um chá para você e conversamos.

— Prefiro um café, você sabe!

— Hoje vai tomar um chá.

A Regina me entregou uma xícara de chá de erva cidreira e perguntou:

— O que aconteceu Gabriel? O que lhe traz aqui novamente depois de vários anos?

— A Cacau me traiu, não sei o que fazer.

— Ela se envolveu com outra pessoa e o deixou?

— Não, não foi isso, eu saí de casa, descobri que ela está me traindo.

— Conte-me tudo, desde o início, por favor.

Contei todos os fatos ocorridos desde a contratação do Bob, o relatório, as conversas com a Cacau e o período no hotel.

Ela pediu detalhes sobre as explicações da Cacau, o que eu achava dos pontos dela e finalmente, falou:

— Gábi, temos realmente uma situação inesperada aqui, mas vamos lembrar que você veio aqui questionando a imposição social de que os dois, depois de casados se tornam apenas um e o casal se torna autossuficiente. Que todos os desejos são satisfeitos pelo companheiro ou pela companheira. Estou correta?

— Sim, isso é verdade, mas a situação é bem diferente! Eu nunca fui adepto das relações abertas, que cada um faz o que deseja, e não acho que faz sentido sua proposta de que devemos apenas perguntar se me sinto amado por minha esposa e o que ela faz em outros momentos não me diz respeito. Eu acredito que o relacionamento é baseado em confiança, respeito e cumplicidade. Esses ingredientes me permitem sentir prazer na fantasia de sexo a três, mas sem isso, o amor não se sustenta.

— Gábi, o amor e tesão são totalmente distintos. Você pode sentir tesão por alguém e não sentir nenhum amor por essa pessoa, e vice-versa, quando você disse que a Cacau lhe traiu, entendi que ela tinha se envolvido afetivamente com outra pessoa, mas, agora, depois de você me explicar melhor, vejo que ela não se envolveu emocionalmente com ninguém, ela sente tesão em outras pessoas e se permite viver estas emoções, estou errada? Me responda, você acha que ela ama você? Que ela deseja ser sua esposa? Sua companheira?

— Sim, eu sinto isso.

— E você ama sua esposa? Tem estes mesmos sentimentos por ela?

— Sim Regina, por este motivo estou tão mal. Se não tivesse certeza de que ela é a mulher da minha vida, estaria talvez, aliviado, mas não sei o que fazer.

E continuei.

— Se você se lembra, sempre confiei totalmente na Cacau e só tive coragem de confessar a ela minha fantasia, por ter total confiança no seu amor e no que eu sinto por ela. Esta confiança que agora foi quebrada e não sei o que fazer.

Respirei fundo, tomei um gole do chá, já praticamente frio, e fiquei olhando para a xicara alguns instantes antes de voltar a falar:

— E tem mais, Regina! Ela não aceitou minha proposta, não aceitou minha fantasia e disse que não aceitaria jamais estar com outro homem e que gostaria de manter nosso casamento como estava, somente os dois. Eu não insisti, por acreditar que ela realmente não tinha interesse nisso, e agora descubro que ela está saindo com outra pessoa, isso não faz sentido.

— E o que foi que ela disse sobre isso? Repita, por favor.

— Ela comentou que não aceitou a minha proposta por medo, por me amar demais, por não querer arriscar que essa fantasia criasse uma situação ruim no nosso relacionamento. Por ter receio que eu mudasse com ela, que depois de vê-la com outro homem, deixasse de amá-la e respeitá-la

E continuei.

— Ela disse que não aceitou por medo e por amor. Por eu ser o amor da sua vida, e por termos um casamento excelente e colocar outra pessoa no meio poderia desestabilizar nossa relação. Ela me fez acreditar que ela não queria estas aventuras, mas na verdade ela não queria que eu soubesse de suas aventuras. Ela me enganou!

— Eu sei que você está nervoso agora, sei que está de cabeça quente, mas o que ela diz, tem algum sentido. De fato, ela não foi correta com você, talvez não tenha sido justa, mas isso aconteceu por amor e medo. O relacionamento de vocês, agora, depende da sua capacidade de voltar a confiar nela, de conversarem sobre esta situação e tentar se colocar no lugar dela. Deixe-a falar, escute, mas espere alguns dias, até suas emoções estarem melhor controladas, pois sem isso não conseguirá ouvi-la com atenção e respeito.

E completou:

— Avalie se realmente você acha que a Cacau traiu seu amor, traiu o amor que ela sente por você, ou se ela de fato se permitiu viver o tesão que ela sente por outras pessoas, fato que você concorda que existe e faz parte da vida de todos. Avalie também se o receio dela, de que essa fantasia afetasse o relacionamento de vocês, relacionamento que ela presa tanto, analise se não seria um medo real. Acredito haver um equívoco ao se identificar fidelidade com sexualidade. A fidelidade está no sentimento pelo outro e não pela exclusividade sexual. Pense nisso, acredito que vai lhe ajudar a tomar uma decisão do que fazer.

— Ok Regina, vou pensar.

Já estava no final da sessão, terminamos a conversa e a Regina me acompanhou até à porta, me deu um abraço e pediu:

— Gábi, deixe passar uns dias, não faça nada de cabeça quente. Depois de alguns dias, permita que ela fale e coloque seus pontos e reflita bastante antes de qualquer decisão. Se precisar, me ligue e marcamos outro papo.

Abracei a Regina com força, talvez por carência. Sorri e acenei afirmativamente com a cabeça. Saí ouvindo a Regina dizer:

— Gábi, por favor, não faça nada estes próximos dias. Esfrie a cabeça.

Acenei novamente com a cabeça, e sai caminhando, pensando no que falamos, enquanto olhava para o chão. Imaginava que sairia melhor deste papo com a Regina, mas a sensação de estar perdido continuava a mesma.

Continua...

eduesilvana@outlook.com

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Comentários

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Esse capítulo foi bem burocrático, mas ..pelo que percebi, gradualmente o corno vai aceitar os chifres 🫎

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Concordo com Hímerus e Espectador.

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Vou fazer um comentário totalmente fora do assunto, mas me gera curiosidade.

Já falei disso com o Leon.

Este episódio do conto teve até ontem, em três dias de publicado 3.500 leituras e 87 estrelas.

Fico tentando entender o porquê disso, mas chego a conclusão de que os textos que escrevemos realmente não são bem quistos neste site.

Das mais de 3k pessoas que leram tivemos entre 87 a 29 pessoas que deram entre uma a três estrelas.

Tentamos criar histórias detalhadas e que passem em detalhes as cenas, mas acredito que este não é o perfil deste site.

Os leitores se cansam destes detalhes, nos parece.

Muito poucos se animam ler até o fim.

Temos contos com 8k, 10k leituras que não passam de 100 estrelas. Sei que muitos acessam sem login e portanto não podem votar.

Acho que estamos em um site com perfil que busca outro tipo de conto.

Não é reclamação, nem pedido de estrelas, mas uma reflexão do perfil do site e dos leitores.

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Edu e Silvana,

Seus contos são ótimos. Não se preocupem com estrelas, “ranking” e coisas assim. Escrevam o que gostam de escrever. Tentar mudar para agradar os outros nunca é a solução, nem em relacionamentos. Eu nem olho as estrelas e número de leituras…

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Não temos intenção de mudar para agradar.

Por sinal me surpreendi com tamanha agressividade da maioria.

Obrigado pelo comentário e pelo elogio aos contos..

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Que história incrível,complexa e cheia de pontos variados que dão margens a várias interpretações.

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Nunca tinha pensando nessa "diferença" entre relação aberta, (onde cada uma faz o que quer, quando e com quem quiser), e a relação liberal, (onde se tem a liberdade de ter encontros com outros parceiros, segundo acordo e cumplicidade do casal, aplicável a ambos, ou apenas a um dos membros do casal, novamente segundo concordância de ambos).

Sobre a posição de cada um...

Complicado, e prefiro ler o próximo capítulo que já está publicado.

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Para mim, tem muita diferença o relacionamento liberal e aberto, respeito os dois, mas gosto do liberal.

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Hoje tenho plena consciência que minha relação com minha esposa sempre foi liberal, desde o início do namoro.

Depois de dez anos de casados Vivemos 10 anos dessa liberdade muito intensamente. Ela teve algumas aventuras e dois amantes.

Mas nada nunca foi planejado, nem predicado, na verdade, nem sabíamos o que era relação liberal ou relacionamento aberto.

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Edu e Silvana. Desculpem chegar tarde nesta parte. Estava envolvido demais com outras histórias. Vocês sabem. Vi que houve uma avalanche de comentários, manifestações, reações, trocas intensas de mensagens e análises profundas. É o que eu lhe disse, quando vi sua primeira versão, antes da revisão, e já comentei muitas vezes. Quando a coisa sai do âmbito da ficção" para entrar no complexo mundo real, de suas contradições, erros, enganos, paixões, emoções e revoltas, a coisa pega fogo. E todos acabam se envolvendo. Mostra que o conto, como ficou, atingiu os objetivos. Mexeu com o público leitor. Eu já havia dito antes, muitas vezes, deixar as coisas sem explicação demais, é um trunfo maravilhoso, pois abre espaço para a curiosidade dos motivos, dos porquês, dos "como" e quando. Nota excelente para esta história muito bem estruturada e bem escrita. Narrativa perfeita. Três estrelas com louvor.

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Realmente a pancadaria foi grande, e pelo jeito vai piorar na próxima parte!

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Acho que estou chegando à conclusão, que o melhor que o autor faz, é não ficar tentando responder e explicar, justificar, ou esclarecer. Deixa o pau comer. O conto vai seguir, e os leitores vão dizer o que sentem vontade. Eu não vou mais dar explicação nos meus. Não adianta. E ainda fico mal com o leitor por tentar esclarecer.

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Lembrei de um caso q vi no tiktok.. a pessoa falava q o casamento aberto dela não tinha o mesmo prazer de trair não tinha a emoção do errado .. por isso não sentia prazer pode ser isso nela .. mas com tudo ela mesmo destruiu tudo sem saber ou sabendo né .. um dia seria descoberta ..

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Cada um com seu desejo. Neste caso o desejo dela é trair, transgredir.

Cada pessoa tem seus desejos, não me parece o caso da Cacau.

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Não sei se muitos aí se atentaram sou q ela disse ..fico com diferentes.. mas na vdd ela tá tendo um caso e já tá emocional pq repetiu o parceiro várias vezes .. então não vejo lógica nisso não ..

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Eu digo.

Ir no botecos com amigos tem sentimento, cinema trm sentimento e sexo também tem.

Repetir não transforma em amor, só mostra que o sexo foi bom

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Só quero fazer um último comentário que serve para todos: essa história foi repassada por um leitor aos autores. Tenhamos um pouco mais de "tato" ao tecer comentários para não ofender, ou machucar, ou trazer à tona as dores das pessoas que vivenciaram esses fatos.

Errados ou não é a história deles! Não precisamos concordar, mas aceitar e respeitar seria uma necessidade.

Beijão,

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Obrigado Nanda, pelo comentário.

Confesso que demorei meses para escrever o conto, pois achei muito difícil a parte um e dois.

A próxima parte me surpreendeu, mas me trouxe alívio e surpresa.

No fim, acreditei no amor da Cacau, no relacionamento dos dois e gostei do final.

Vamos ver o que vcs acham.

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Pelos comentários fica claro que os leitores ficaram, em menor ou maior grau, indignados com a traição de Cacau. Não podia ser diferente, como já escrevi ela optou por reservar o prazer extraconjugal apenas para si, excluindo o marido da equação.

Por outro lado os leitores estão batendo cabeças ao tentarem conceituar amor, sexo, paixão, relacionamento liberal, casamento aberto, sentimentos, etc.

Muitos acham besteira esse esforço dos leitores - e dos autores - , na busca por explicitar o real significado de cada conceito, não é o meu caso, gosto de separar alhos de bugalhos e vejo com bons olhos tal esforço.

Talvez seja fruto da minha prática profissional, afinal ao fazer uma anamnese ou registrar um prontuário eu tenho que ter em mente que outros médicos podem precisar das informações que eu registrei, elas precisam ser claras, sem margem para interpretações equivocadas.

O que percebo nos comentários ao conto é a total falta de consenso sobre os significados dos conceitos.

Para sairmos desse impasse alguns hábitos adquiridos devem ser abandonados. Os famosos "eu acho" e "é a minha opinião" devem ser deletados em prol de uma maior precisão conceitual, precisamos falar a mesma língua.

Volto a anamnese. Considero o melhor protocolo iniciar com o histórico familiar. O paciente relaxa ao ser questionando sobre questões que não tratam diretamente das suas mazelas mas das dos seus parentes e antepassados. Muitos não percebem que tais dados são fundamentais para entender o quadro geral, afinal nossa vida começa com a interação da carga genética de dois indivíduos.

Na natureza nada é por acaso, todos os seres vivos obedecem a dois princípios básicos: manter a vida e a espécie. Não importa se você se sente especial por ser racional, como o canguru ou a samambaia você tem sua vida norteada pela sobrevivência e pela reprodução.

Em outras palavras o sexo nada mais é que um dos mecanismo criado pela natureza para manutenção da espécie. O prazer sexual, como o perfume das flores, tem como função facilitar tal objetivo. O perfume atrai insetos que realizam a polinização e o orgasmo torna a mecânica da reprodução humana agradável para os sentidos. Ou seja, antes de mais nada é importante ter claro que o desejo sexual é um instinto e que o prazer sexual a recompensa por satisfazer tal instinto. O maior afrodisíaco, o que atraia o macho pela fêmea e vice versa, era o cheiro. Ainda não está claro como os famosos feromônios agem no cérebro humano, mas estudos em outros mamíferos deixam claro sua influência na escolha de com quem copular. Quando a compatibilidade química é muito grande o casal exclui outros(as) parceiros (as), o corpo passa a produzir estimulantes químicos que só funcionam entre eles, o prazer sexual é ampliado. Mas, como tudo que é bom, tem prazo de validade. Não dura muito e os indivíduos passam a procurar o prazer turbinado copulando com outros(as).

Esse período onde o(a) outro(a) é a grande fonte de prazer nós chamamos de paixão.

Sim meus amigos, sexo é instinto e nós apaixonamos quando encontramos alguém que amplia o prazer do sexo. Apesar do verniz cultural desenvolvido por séculos de vida em sociedade o sexo e a paixão fazem parte do mundo natural.

Já o amor é outra parada. Vem do conforto de conviver com alguém que tenha objetivos semelhantes, que seja amigo(a), que cuide e de carinho. Claro que o amor pode vir depois de uma paixão avassaladora, mas não é o sexo que faz alguém amar, talvez a memória da paixão seja um ingrediente importante no amor, mas também pode ser sua ruína.

Casais que viveram um momento de paixão e passaram a se amar, sempre, mesmo inconscientemente, vão se perguntar onde foi parar o fogo do início do relacionamento.

A maior parte das traições acontecem quando um dos cônjuges se vê apaixonado por um terceiro elemento. Como a maioria não diferencia "amor" de "paixão sexual", muitas vezes acredita estar amando sua nova paixão. O ciclo se completa, divórcio, novo relacionamento, morte da paixão, nova paixão, divórcio e vai por aí.

Mas nós somos racionais, não somos? Podemos tentar viver o melhor dos dois mundos. Basta ter claro que amor é alho e sexo é bugalho...

Com a revolução sexual nos anos 1960 muitos casais "abriram o relacionamento", não que isso não existisse antes, mas se tornou mais comum. Em síntese a alma do casamento aberto é manter o amor que une o casal sem se importar com a busca por prazer sexual fora do casamento. As regras são poucas, normalmente para preservar a imagem do casal (e da família), em um mundo monogâmico. Muitas vezes um dos cônjuges se apaixona, mas não tem problema, é só sexo no seu ápice, tem data para acabar. Já o amor que une o casal é eterno, transcende o ato físico. As palavras chaves do relacionamento aberto é liberdade e confiança. Não é para todo mundo...

Por outro lado, nos anos 1980 surgiu o conceito de casal liberal. Pode parecer a mesma coisa, mas não é. Nos casais liberais a liberdade é limitada por um número enorme de regras, o cônjuge permite relações fora do casamento sem abrir mão do controle. Foi nesse meio que surge a ideia do sexo sem sentimentos, como se isso fosse possível. Regras como não repetir o(a) mesmo(a) parceiro(a) passou a ser considerada fundamental para evitar a "catastrófica" paixão.

Muito sofrimento vem daí, as pessoas não entendem que toda interação humana provoca sentimentos, ainda mais algo tão íntimo.

A troca de casais sempre foi a prática preferida dos liberais, mas está crescendo o fetiche do corno e da esposa putinha. No meu entender nada explícita melhor tal visão. O corno se excita vendo a mulher ser devorada por outro e, inebriado pela sensação de poder, afinal foi ele que permitiu, goza sem desejar outro corpo. Dá mesma maneira a mulher goza ao se sentir poderosa por seu prazer com corpo ser o suficiente para satisfazer seu marido.

No meu modo de ver o relacionamento aberto é o mais honesto, o que permite o casal ter experiências mais significativas, afinal são livres. Pode "dar ruim"? Claro! Mas mesmo relacionamentos monogâmicos conservadores existe está chance. Olha a taxa de divórcios!

Cacau errou ao não ser honesta com Gabi, no meu entender ela deveria ter deixado claro que gostaria de novas experiências mas que não se sentia confortável em ser um apêndice do fetiche do marido. Se Gabi concordasse o casal seguia juntos, cada um buscando experiências paralelas, se não concordasse ela teria que avaliar se o amor que sente pelo marido compensa reprimir sua sexualidade. Monogamia ou divórcio.

No mais, PUTA CONTO!! Parabéns.

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Excelente análise, mas achei que chegaria a conclusão de que o sexo fora do casal não geraria problemas para o amor, mais perene, mas na sua análise este ano causa sim riscos e impactos.

E sobre a opção aberto ou liberal, ou monogâmico até, vai do que o casal se sentir mais à vontade, ruim é ficar limitado por questões sociais!

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Acredito que o amor perene é o sentimento supremo, o mais próximo que podemos chegar da divindade, mas, como tudo, ele pode acabar. Como escreveu Heráclito o movimento constante é a marca principal da natureza. Nada fica estático, tudo se move, tudo muda. O rio muda a cada segundo, do mesmo modo que a pessoa muda a cada segundo, sendo assim uma mesma pessoa não pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois tanto ela quanto o rio já não são mais os mesmos no instante após o primeiro banho.

Ele acreditava que existe uma mutabilidade, surgida de vários processos contínuos, que resulta no que é o mundo. Essa relação é composta, entre outras coisas, pelo duelo entre o novo e o velho, sendo que o novo, com suas possibilidades, sempre vence.

Quando estamos em um relacionamento, não importa o formato, acreditamos que é eterno, mas o tempo passa, e, num piscar de olhos, tudo muda. Inclusive nossos sentimentos.

Sim meu amigo, existem riscos ao abrir o relacionamento (ou, como a maioria prefere, em ser liberal), mas eles também existem em relações monogâmicas, eles são inevitáveis!

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Esse conto já rendeu altos papos entre mim e meu marido. Está rendendo até agora!

Ela errou, isso é consenso entre a gente.

A questão, que não decidimos ainda, é se as justificativas que ela apresentou são minimamente aceitáveis. O Mark não aceita, pelo próprio fato de que o marido tinha o desejo, teve a coragem e se abriu para ela que recusou, sem abrir possibilidade alguma. Eu tentei me colocar na situação dela para ver se o seu medi seria no mínimo justificável e entendo, a princípio, que sim! Explico: nós mulheres não pensamos como vocês homens. Damos muito mais valor ao sentimento e a intuição que vocês que normalmente analisam o mundo de uma forma mais racional. Nesse paralelo, consigo entender os receios dela e digo mais: para ela ter agido assim, talvez tenha sentido ou intuído algo no marido que a tenha feito recusar a proposta.

Então a posição dela, para mim, é compreensível.

Entretanto, em nenhum aspecto é aceitável. Se ela negou a abertura proposta pelo marido, ela estabeleceu um limite claro: não quero outro! Ora, se ela não quer outro, o que justificarua ter ficado com outro e ainda na surdina!? Nada, não há argumento suficiente.

Eu acredito no amor! Acredito que duas pessoas podem se acertar a respeito dos erros que possam cometer. O desafio aqui será analisar o "tamanho" do amor entre os personagens e se o marido conseguirá voltar a confiar plenamente na esposa, porque um relacionamento, seja ele tradicional ou liberal, não tem condição de existir sem confiança.

É a minha opinião.

Beijão proces,

Ah, e parabéns aos autores. O texto está simplesmente divino!

⭐⭐⭐

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Obrigado Nanda, pelos comentários.

Durante a escrita, me identifiquei que os sentimentos da Cacau.

Errou sim, mas os argumentos dela não são inventados ou desculpas apenas.

Ela falou com o coração, apesar de ter errado.

Vamos ver.

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Foto de perfil de Majases ♠️♥️♠️

Compartilho de suas manifestações neste universo machista que comentam sem emoções e só com a lógica cartesiana.

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Me desculpem Majases e Edu e Silvana, mas ela não errou pois trair não é um erro mas sim uma escolha, ela sabia com certeza que iria machucar muito o marido se ele descobrisse tudo mas isso não teve a menor importância para ela, ou seja o sentimento que vocês vivem afirmando que é o que importa, para ela não teve a minima importância. Para ela os sentimentos dele não contam. Ela foi extremamente egoista, mentiroza,manipuladora e falsa, uma completa traíra em todos os pontos possiveis, deixou de se abrir e ser cumplice do marido para se abrir para outros, EXCLUIU ele da própria fantasia dele. Uma PUTA de uma sacanagem. Totalmente sem volta para mim, e isso independe de gênero pois apesar de muitos aqui afirmarem que as mulheres sentem e pensam diferente e eu acredito nisso, mas também acredito que traição não tem retorno e principalmente uma dessa monta. isso é pra destruir o psicológico de qualquer um.

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Kiquinho,

Entre o zero e o im do mundo cartesiano existem infinitos números, infinitas variações.

As coisas não são A ou B.

Não existe apenas traição e amor, existem mil variações e combinações.

A mente liberal percebe as coisas de maneira diferente e com mais nuances.

Volto a dizer que ela errou, mas entre puta e vadia, existem outras opções possíveis.

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Me perdoe, mas não a chamei de puta, eu disse que foi uma puta sacanagem, ou seja uma sacanagem muito, mas muito grande mesmo.

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Foto de perfil de Gordimgostoso40

Sim Nanda mas .. ela traiu por amor ao casamento pra muito não tem perdão .. sendo q o mesmo quiz fazer junto com ela .. nesse caso .. se tivesse contado pra ele e dito tudo não teria problemas .. como está tendo agora .. ris o de perto tudo .. então seja honesto com seu parceiro sempre ..

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Como já falei. Tudo tem nuances que não permitem uma interpretação binária de certo ou errado.

Todos concordam que ela errou, mas daí a avaliar os motivos, o amor, o relacionamento, não é simples.

Um casal tem sempre muito mais do que o conto pode transmitir.

No inicio eu dive dificuldades de seguir com esse conto, mas depois me identifiquei com o amor da Cacau e torci por eles.

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Não imaginei que este conto fosse causar tanta discussão revolta 🤔

Acredito que a parte três será pior então!

Mas queria fazer um comentário geral aqui.

Concordo que a Cacau agiu errado! Que foi covarde, mas acredito no amor dela pelo Gabi e o desafio dele é de acreditar nela e recuperar a confiança.

Também fiquei aflito e nervoso com essa história e levei meses para escrever, consumindo muita energia, mas acho a trama válida e real.

Sobre o fato da esposa transar com outros, acho excitante também é se por acaso lerem os outros contos publicados, estes sim, refletindo a nossa real crença no modelo liberal, verão que a cumplicidade é o fator que permite que tudo aconteça.

O conto "Nossa jornada liberal" e o "Silvana com passe livre em NY" são bons exemplos disso, neste último o papo da Silvana com o Francês no aeroporto coloca luz nesse ponto.

Alguns aqui não entendem isso, pois vinculam o sexo ao amor romântico, fato que acho errado.

Respeito às opiniões contrárias, mas damos muita atenção ao sexo e esquecemos que um relacionamento é muito mais do que isso.

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Foto de perfil de Hades123

De todas as histórias de traições que já li aqui essa com certeza é a pior, a traidora recusou a proposta do marido e ainda por cima ficou indignada, aí depois trai o marido sem dó ou piedade, não tinha motivos para essa sacanagem, o pior de tudo foram as suas desculpas esfarrapadas, chega a ser risível.

Aí vem a "terapeuta" com seus conselhos e ferrando mais ainda o coitado do marido, por todos o contexto da traição era separação imediata e cortar todos os laços de comunicação no futuro.

O título já deixa claro que o casal continua junto, então vou acompanhar para ver como que o marido perdoou a traidora. Um conto muito bem escrito.

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Não vou nem terminar de ler o conto, como o título mesmo diz, salvou nosso casamento. Sinal q o corno manso aceitou o q a puta fez com ele, sendo assim não dá nem tesão em continuar lendo esse conto sabendo q td pra puta vai sair numa boa

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A tematica desse conto é sensacional, envolveu a todos nós. Mas colocando de lado as palavras bonitas, foi uma PUTA DE UMA SACANAGEM que ela fez. Ele procurou ajuda, tomou coragem e se ABRIU com ela que negou com todas as forças que não faria isso, e depois vai e faz ou seja ela pode brincar com outos e exclui ele da brincadeira.

pergunto.

Onde esta o respeito ?

onde está a confiança?

onde está a CUMPLICIDADE?

Porra ela traiu ele duplamente como já falei, a primeira por sair com outros sem ele saber e a segunda que foi utilizar a fantasia sem ele saber e negar a ele o prazer que tantonpediu a ela. e para fazer isso ela teve de mentir, dissmular, trair, enganar, ou seja tudo direitinho para destruir uma união. Ela implodiu todos os pilares possiveis de uma uniâo. mas pelo titulo eles ja se resolveram, isso comigo seria impossivel.

mas o conto é sensacional

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Concordo com sua revolta e ela errou feio mesmo.

Situação difícil!!!

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Cacau na verdade não passa de uma vagabunda sem caráter, o marido queria e a incentivou a sair com outros com a sua permissão, mas ao invés disso foi egoísta,leviana, mal caráter, e por fim colocou a culpa no amor, amor esse q não verdade nem existe,.pois se realmente amasse o marido faria as claras,envolveria seu parceiro em tudo, mas por ser mal caráter e egoísta preferiu agir na trairagem, minando totalmente o respeito a cumplicidade e a confiança, será só mais um corno trouxa q foi manipulado por uma vadia

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Só uma observação... Ela não colocou a culpa no amor... Ela colocou a desculpa no amor...

De resto concordo em gênero, número e grau!!!

Era muito melhor ele larga-la para ela sofrer as consequências da sua traição, velo resgatando sua vida ao lado de outra mulher, sendo feliz e compartilhando prazeres a dois, três, quatro... E ela perdida por perder o tal amor da vida dela, oque acho difícil.

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Não vejo amor por parte dela,. somente comodismo por ter um bom casamento, dizer q amor se separa do sexo é pura hipocrisia, sexo é a extensão do amor, e o elo maior e mais forte de um casal, tentem viver com seu parceiro sem sexo pra ver se o relacionamento não acaba em dois tempos,. então dizer q sexo e amor se separam é no mínimo leviano e de uma irresponsabilidade tremenda, no meu enteder da vida, se quer viver tendo liberdade de solteira fique solteira, viva toda e qualquer experiência que quiser,mas se casar pra mentir, enganar, trair não faz sentido, e no final usou o suposto amor como muleta pra sustentar suas escolhas (escolheu trair), ao invés de ser sincera, verdadeira e cúmplice do seu parceiro

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Existem inúmeros casais que vivem juntos por muito tempo sem sexo. Alguns estão bem com isso.

E casamento é muito mais do que sexo, é a ideia de construir uma vida juntos.

Mas isso tudo depende da visão do amor romântico e da visão que o sexo está vinculado ao amor, fato que discordo

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Casal sem sexo? Só se o marido for broxa ou a esposa já estiver na menopausa,(por não ter mais lubrificação natural causa muita dor e.perde quase por completo a libido), mas um casal sadio e q se ama e se deseja não consegue ficar dois dias sem sexo, q dirá viver juntos por muito tempo, sexo sempre foi e sempre será um dos maiores pilares de sustentação de um casamento saudável e duradouro, e digo sexo entre o casal, qualquer coisa fora disso é putaria e libertinagem, minha opinião

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Acho que ela traiu sim, ela disse que tinha medo de colocar uma pessoa no relacionamento pois poderia estragar lo, mas não teve medo de coloca- lo sem vc saber, isso é uma grande traição, vc deu toda possibilidade para ela ser honesta com você, você foi honesto com ela expondo seus desejos e vontades e ela simplicidade ignorou isso

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