O tesão de corno do meu marido salvou nosso casamento. Parte 2/4 - E agora?

Categoria: Heterossexual
Contém 3841 palavras
Data: 20/09/2024 09:34:39

Ainda acordando, olhei o relógio e eram 7h12min. Ainda tentava entender por que estava enrolado na toalha de banho do hotel. Sentei-me e peguei o celular. Vi uma mensagem da Cacau que não tive coragem, nem vontade de abrir.

Vi outra mensagem de um colega de trabalho dizendo que eu não me preocupasse, que ele faria as reuniões e que eu me recuperasse logo.

Vi que eu tinha mandado uma mensagem para ele, que não me lembrava de ter enviado, dizendo que não estava me sentindo bem e não poderia participar das reuniões do dia seguinte.

Tomei um banho, desci, tomei um café da manhã, fiz o checkout do hotel e fui para o aeroporto antecipar o voo que estava programado para aquela noite.

Pouco depois do meio dia estava em casa. Entrei e vi a casa vazia. Me sentia entorpecido e com os movimentos lentos e difíceis. Deixei a mala perto da porta de entrada e me sentei no sofá olhando para a televisão desligada. Não sei quanto tempo fiquei ali. Sai deste transe com o celular tocando. Era a Cacau.

— Oi meu amor, bom dia lhe mandei várias mensagens ontem à noite e você não respondeu, você está bem? Que horas você chega hoje à noite?

— Já estou em casa, estou bem.

— Em casa? Você não tinha várias reuniões hoje?

— Tive que cancelar, à noite conversamos!

— Está tudo bem?

— À noite conversamos.

Senti a voz preocupada da Cacau, não senti nem raiva, nem emoção falando com ela. Sensação estranha de entorpecimento. Ouvi o interfone, atendi e o porteiro estava dizendo que tinha um envelope do Sr. Bob, para mim.

Cacau chegou mais cedo em casa, eram cinco e meia da tarde, ela estava claramente preocupada comigo e com o que poderia ter acontecido. Uma preocupação genuína que me deixava mais confuso e incomodado.

Eu tinha trocado de roupa, continuava sentado no sofá, olhando para a TV desligada, com o envelope pardo enviado pelo Bob sobre a mesa de centro.

— O que aconteceu meu amor? Você está bem? Por que voltou mais cedo? O que houve?

Eu seguia sentado no sofá, sem forças ou energias para falar, para brigar, sequer tive forças para me levantar, apenas peguei o envelope, entreguei para ela e disse.

— Sente-se.

Ela pegou o envelope e sentou-se à minha esquerda, em um sofá em L ficando a 45 graus. Abriu e retirou as fotos, e todas as informações sobre a pessoa que ela tinha estado no motel na noite anterior. Olhava as fotos lentamente, passando as folhas, sem olhar para mim, sem levantar o rosto. Eu continuava sentado no sofá, mesmo local que fiquei quase toda a tarde, sem forças ou vontade de discutir.

Ela olhou os documentos, não precisava olhar em detalhes, ela entendeu tudo. Mantinha o rosto abaixado, olhando para o envelope. Colocou todas as fotos e documentos no envelope e ficou sentada, segurando o envelope sem dizer uma palavra.

Ficamos ali, parados, sem nenhum movimento. Respirei fundo, me levantei e disse:

— Eu não entendo, não faz sentido.

Olhei para a Cacau e vi uma lágrima correr de seus olhos e ela disse.

— Eu te amo, nunca traí seu amor, nunca deixei de amar e nunca deixarei.

Eram dezoito horas.

Eu me levantei e fui para o quarto de hóspedes, fechei a porta com chave e me deitei na cama.

Ouvi a Cacau bater na porta, mas não respondi, me virei para a parede e fiquei deitado em posição fetal, com o lado esquerdo na cama.

Silêncio.

Fiquei olhando para a parede por um longo tempo, sem pensar em nada, olhando um detalhe na parede, uma pequena mancha na parede, nunca tinha reparado nela.

Ouvi novamente batidas na porta, olhei no relógio e eram quase oito da noite.

— Gábi, abre a porta, por favor, vamos conversar.

Eu não queria, mas tinha que falar com ela. Fiquei deitado mais um pouco e apoiando a mão direita no colchão me ergui, sentei na cama e respirei fundo.

Levantei-me lentamente e abri a porta do quarto. A Cacau estava ali, encostada na parede em frente ao quarto. Tinha tomado um banho e estava de camiseta verde clara e shorts preto curtinho. Estava linda de cabelos molhados, camiseta sem sutiã, com seios provocantes e isso me entristeceu mais ainda. Fechei os olhos, passei por ela e fui para sala.

— Gábi, podemos conversar?

Me sentei no sofá, no mesmo local que já tinha passado horas e disse:

— Não entendo Cacau.

— Quero que você saiba que eu te amo, que não tenho nenhuma outra pessoa que eu queira estar junto e compartilhar a minha vida, eu escolhi você para ser meu companheiro de toda vida.

E continuou.

— Estes encontros não mudam o que eu sinto por você, não mudam meu amor por você, não mudam o meu respeito e carinho por você, não mudam e não diminuem tudo que eu sinto por você. Mas é verdade que eu gosto de ter experiências novas, gosto da aventura, da adrenalina, da sensação da conquista e de me sentir desejada por outros homens, mas eu amo somente você e só você é a pessoa que eu quero ao meu lado.

— Cacau, eu realmente não entendo. Uns quatro anos atrás eu lhe falei da minha fantasia de você transar com outros homens na minha frente, junto comigo, e você foi claramente contra isso, disse que não queria isso, e que tinha receio de afetar nosso relacionamento, que preferia a nossa vida a dois, sem nenhuma outra pessoa.

Insisti algumas vezes e você sempre foi taxativa de que não tinha nenhum desejo nisso. E agora, descubro isso? Por quê?

— Eu disse que não queria isso, pois tinha receio de você não suportar me ver com outros homens, de me ver empolgada e adorando transar com outros homens, e isso afetar nosso relacionamento. Eu queria evitar qualquer situação de risco em nosso relacionamento, exatamente por que eu te amo demais e quero ficar com você a minha vida toda. Essas aventuras são fugazes e meramente físicas, pelo tesão, pela aventura, sem amor, sem nada além do sexo. Mas você, você é tudo para mim, você é meu companheiro, meu apoio, meu amor, não queria arriscar isso e por isso sempre neguei.

Ficamos os dois em silêncio, ela abriu novamente o envelope e folhando os documentos disse:

— Não sabia de praticamente nada disso que está aqui, não me interessa, foi uma aventura, foi pelo prazer, não tenho interesse nessa pessoa, não me interessa nada do que está aqui.

— Cacau, toda minha proposta, de ver você com outras pessoas, era baseada na confiança, no respeito e cumplicidade. Tudo isso acabou aqui, pois foi exatamente o que você não teve comigo. Não teve respeito, não teve cumplicidade, não teve companheirismo e não sinto confiança em você neste momento.

Esperei alguns segundos para ela entender, e completei:

— Você poderia ter dito que tinha receio do que estas aventuras poderiam causar no nosso relacionamento, poderíamos ter falado sobre isso, mas você achou melhor negar, recusar a proposta como se fosse algo horrível e inaceitável, enquanto saia com outras pessoas, traindo minha confiança.

— Eu errei sim, mas não por desrespeito ou falta de amor, foi por receio e por lhe amar demais, por não querer arriscar nosso relacionamento!

Novamente o silêncio pairou pesado naquela sala. Olhava pela janela vendo os prédios distantes, vendo que tudo parecia igual, mas dentro de mim as sensações haviam mudado, estava ainda entorpecido pelo impacto, como quando se perde alguém próximo, nos primeiros momentos a sensação é de torpor, de não reconhecimento da realidade dos fatos.

Distraído ouvi a Cacau dizer:

— Gábi, eu errei, eu sei, mas eu quero que você entenda que jamais lhe desrespeitei, jamais lhe diminui ou deixei de lhe amar. Eu recusei sua proposta por receio, por zelo, por amor. Eu amo você, eu sinto desejo por você, eu quero passar minha vida com você, mas sinto necessidade de variar, de aventura, de adrenalina, da sedução e isso não afeta em nada meu amor por você.

E completou

— Eu adoro nosso casamento, eu te amo, eu jamais faria algo para afetar o que eu sinto por você, mas eu gosto de experimentar situações e pessoas diferentes. Eu deveria ter lhe contado, mas não fiz, por medo de afetar nosso relacionamento.

Olhando para as folhas nas mãos, disse novamente:

— Eu não me interesso por saber nada disso, não sabia e não me interessa, foi uma aventura, que lamento muito você ter descoberto desta maneira.

Ela largou as folhas sobre a mesa de centro e novamente o silêncio pesou sobre o ambiente, levantou-se e veio em minha direção.

Em um ato reflexo, estendi a mão esquerda, forçando-a parar e voltar para o mesmo lugar no sofá.

Silêncio pesando sobre os ombros dos dois até que pude ouvir um leve choro da Cacau ao meu lado.

Eu não sentia quase nada, estava anestesiado. Me levantei e voltei para o quarto de hóspedes, tranquei a porta e entrei no banheiro. Liguei o chuveiro e fiquei, com as duas mãos na parede, a água batendo na cabeça. Fiquei ali por uns dez minutos. Sai do banho e me deitei novamente na cama, olhando para o teto. Lembrei que não tinha comido nada desde que havia chegado, mas estava sem fome.

Deitado imóvel passei a noite, entre rápidas e leves dormidas, acordava o tempo todo, mas acabei cedendo ao cansaço de duas noites mal dormidas.

Quando acordei, olhei no relógio e eram 5h15min, começando a clarear e me levantei, vesti a calca e camisa que havia deixado ao lado da cama, escovei os dentes e antes das 5h30min, peguei uma mochila que já havia preparado no dia anterior, destranquei a porta do quarto e sai, sem fazer barulho. Abri a porta da sala, chamei o elevador e desci. Peguei um Uber e fui para um hotel, não muito longe dali, que tinha uma modalidade de locação mensal. Antes das 6h estava instalado no hotel. Enviei uma mensagem para meu chefe informando que não estava me sentindo bem e não poderia trabalhar nos próximos dias. Como eu tinha férias atrasadas, pedi quinze dias de férias. Depois, desci para tomar um café, mas antes de sair, desliguei o celular.

Depois do café, fui dar uma caminhada pela região, perdi a noção do tempo caminhando, só percebi que era tarde quando notei o sol forte sobre a cabeça. Voltei ao hotel, tomei um banho, olhei no relógio ao lado da cama e vi que eram quase meio dia. Liguei para minha terapeuta.

— Alô Regina? Preciso falar com você.

— Olá Gábi, sua voz está estranha, que telefone é este? Quase não atendi!

— É o telefone do hotel.

— Hotel? Que hotel? E por que não ligou do seu celular?

— Está desligado.

— Esse papo está bem estranho, vou cancelar um compromisso meu às 15h e conversamos. Até lá.

— Obrigado.

Deitei na cama e relaxei um pouco pensando em tudo que estava acontecendo.

Fiz terapia com a Regina por um bom tempo, mas não falava com ela já fazia aproximadamente três anos. Ela é do Rio de Janeiro, mas às vezes está em São Paulo e atende em Perdizes, alguns poucos clientes.

Desci, almocei no hotel mesmo e chamei um Uber.

No Uber do Brooklin até Perdizes, uns bons quarenta e cinco minutos. Nesta viagem fiquei pensando nas etapas que passei durante o processo terapêutico com ela.

A primeira vez que falei com a Regina, não tinha claro meus sentimentos, tinha mais um desconforto e vergonha de gostar de imaginar minha esposa tendo prazer com outros homens. Fui em busca de uma terapia para entender porque desta fantasia e tentar “corrigir” esta sensação.

Demorei para tocar neste assunto com ela e quando consegui, ela comentou que tem recebido muitos casais e maridos com desejos semelhantes nos últimos anos. Explicou que a pressão social que todos recebemos é muito forte, a cultura do amor romântico, que somos treinados a acreditar desde a mais tenra idade gera conflitos enormes na mente e corações de muitas pessoas, e que eu me incluo neste grupo. Falou que o amor romântico é a maior propaganda do planeta, está nos livros, filmes, musicas, religiões, na publicidade e é parte inseparável da sociedade moderna. O amor romântico impõe a ideia de que duas pessoas se transformam numa só, havendo complementação total e nada lhes faltando. Entre outras regras, prega que o amado é a única fonte de interesse do outro, que um terá todas as suas necessidades atendidas pelo outro e que quem ama não sente desejo sexual por mais ninguém. O condicionamento cultural é tão forte que nos tornamos adultos sem jamais saber separar o que realmente desejamos do que aprendemos ou fomos treinados a acreditar. O termo “lavagem cerebral” se aplica neste caso, e muita gente segue este treinamento de toda vida, adapta-se, acredita e defende o amor romântico, mas alguns não se sentem confortáveis com esta imposição e querem sair desta imposição cultural, desse processo de doutrinação.

Passando pela avenida República do Líbano, ao lado do Parque do Ibirapuera me recordei de dois momentos de conflito que passei e a Regina me ajudou.

Primeiro, foi de entender e assumir, sem me sentir diminuído, que eu tinha prazer em imaginá-la tendo prazeres sexuais com outros homens. O segundo conflito foi de ter a coragem de contar para ela essa fantasia. Demorei para conseguir contar para a Cacau, e só consegui, depois de ter certeza de que tal fantasia não me diminuiria como marido, companheiro, amante, e depois de entender que não havia nada de errado nisso e que o amor que eu sinto pela Cacau não seria destruído e diminuído, assim como eu não deixaria de amá-la e respeitá-la, por ter prazer em vê-la com outros homens. A doutrinação do amor romântico criou uma barreira de preconceito, muito difícil de ser quebrada, mas depois de muitas sessões, a Regina me ajudou a entender isso e assumi, sem medo os meus desejos.

Tomei coragem e contei para a Cacau na praia, durante umas férias, mas, na época, ela não entendeu, não aceitou minha proposta, o que gerou um certo conflito entre nós. Deixei claro que não tinha interesse em abrir a relação, ou seja, cada um sair com quem quiser, deixei claro que zelava muito pelo relacionamento, pelo amor, cumplicidade, respeito e confiança que eu tinha nela, e disso não abria mão, mas tinha claramente o prazer de imaginá-la com outros homens, sem envolvimento emocional, sem jamais compartilhar o amor que sentimos.

Na terapia, entendi que tinha duas fantasias que me excitavam. A principal, de vê-la com outros homens, mas também dela sair com outros homens e depois me contar como foi, ou filmar e fotografar e me enviar as fotos e vídeos. Comentei com a Cacau estas duas fantasias, mas ela foi categórica em não aceitar.

Depois de diversas tentativas sem sucesso, desisti e lamentei não ter conseguido faze-la entender o que sinto. Encerrei as sessões com a Regina logo depois disso.

Mesmo depois de encerradas as sessões com a Regina, lia alguns autores indicados por ela, assim como os livros que ela publicou.

O Uber continuava seguindo pela Av. Brasil, linda avenida de São Paulo, e eu prossegui com minhas reflexões.

O psicanalista Austríaco Wilhelm Reich defendia que nunca se denunciará bastante a influência perniciosa dos preconceitos morais na área sexual. E que todos deveriam saber que o desejo sexual por outras pessoas constitui parte natural do ímpeto sexual. Apesar de os ensinamentos da moral estabelecida pela sociedade, estimularem que se invista toda a energia sexual em uma única pessoa - marido ou esposa -, homens e mulheres são profundamente adúlteros. A Regina sempre questionava se a fidelidade tem mesmo a ver com sexualidade.

Seguindo no trânsito, entrando na Av. Sumaré, ouvia no rádio do carro uma bela música do Tim Maia.

Quando o inverno chegar

Eu quero estar junto a ti

Pode o outono voltar

Que eu quero estar junto a ti

Por que é primavera

Te amo é primavera

Te amo é primavera, meu amor

Trago esta rosa para te dar

Meu amor, hoje o céu está tão lindo

Vai chuva

Hoje o céu está tão lindo, vai chuva

Hoje o céu está tão lindo, vai chuva, é primavera.

Ouvindo “Primavera” pensei em como a letra dessa música é uma ode ao amor que segue constante apesar das mudanças das estações. Estações que significam os momentos difíceis, sendo a primavera a representação do renascimento, do florescer e da renovação, além da referência à rosa, o mais tradicional símbolo do amor. A interpretação mais óbvia desta música, e provavelmente o que o Tim quis dizer, é a exaltação do amor romântico, mas poderia, da mesma forma, ser o amor mais leve, menos possessivo e controlador, com mais individualidade.

Cheguei no consultório, entrei e sentei-me na poltrona da antessala, aguardando meu horário. Já eram quase 15h, vi a porta se abrir e a Regina caminhar em minha direção.

— Olá Gábi, boa tarde. Você está com uma cara péssima, por favor, endireite esses ombros e olhe para frente!

— Olá Regina, obrigado por me atender. Fui atropelado por um caminhão.

— Uma betoneira, me parece! Carregada de cimento! Entre, vou pegar um chá para você e conversamos.

— Prefiro um café, você sabe!

— Hoje vai tomar um chá.

A Regina me entregou uma xícara de chá de erva cidreira e perguntou:

— O que aconteceu Gabriel? O que lhe traz aqui novamente depois de vários anos?

— A Cacau me traiu, não sei o que fazer.

— Ela se envolveu com outra pessoa e o deixou?

— Não, não foi isso, eu saí de casa, descobri que ela está me traindo.

— Conte-me tudo, desde o início, por favor.

Contei todos os fatos ocorridos desde a contratação do Bob, o relatório, as conversas com a Cacau e o período no hotel.

Ela pediu detalhes sobre as explicações da Cacau, o que eu achava dos pontos dela e finalmente, falou:

— Gábi, temos realmente uma situação inesperada aqui, mas vamos lembrar que você veio aqui questionando a imposição social de que os dois, depois de casados se tornam apenas um e o casal se torna autossuficiente. Que todos os desejos são satisfeitos pelo companheiro ou pela companheira. Estou correta?

— Sim, isso é verdade, mas a situação é bem diferente! Eu nunca fui adepto das relações abertas, que cada um faz o que deseja, e não acho que faz sentido sua proposta de que devemos apenas perguntar se me sinto amado por minha esposa e o que ela faz em outros momentos não me diz respeito. Eu acredito que o relacionamento é baseado em confiança, respeito e cumplicidade. Esses ingredientes me permitem sentir prazer na fantasia de sexo a três, mas sem isso, o amor não se sustenta.

— Gábi, o amor e tesão são totalmente distintos. Você pode sentir tesão por alguém e não sentir nenhum amor por essa pessoa, e vice-versa, quando você disse que a Cacau lhe traiu, entendi que ela tinha se envolvido afetivamente com outra pessoa, mas, agora, depois de você me explicar melhor, vejo que ela não se envolveu emocionalmente com ninguém, ela sente tesão em outras pessoas e se permite viver estas emoções, estou errada? Me responda, você acha que ela ama você? Que ela deseja ser sua esposa? Sua companheira?

— Sim, eu sinto isso.

— E você ama sua esposa? Tem estes mesmos sentimentos por ela?

— Sim Regina, por este motivo estou tão mal. Se não tivesse certeza de que ela é a mulher da minha vida, estaria talvez, aliviado, mas não sei o que fazer.

E continuei.

— Se você se lembra, sempre confiei totalmente na Cacau e só tive coragem de confessar a ela minha fantasia, por ter total confiança no seu amor e no que eu sinto por ela. Esta confiança que agora foi quebrada e não sei o que fazer.

Respirei fundo, tomei um gole do chá, já praticamente frio, e fiquei olhando para a xicara alguns instantes antes de voltar a falar:

— E tem mais, Regina! Ela não aceitou minha proposta, não aceitou minha fantasia e disse que não aceitaria jamais estar com outro homem e que gostaria de manter nosso casamento como estava, somente os dois. Eu não insisti, por acreditar que ela realmente não tinha interesse nisso, e agora descubro que ela está saindo com outra pessoa, isso não faz sentido.

— E o que foi que ela disse sobre isso? Repita, por favor.

— Ela comentou que não aceitou a minha proposta por medo, por me amar demais, por não querer arriscar que essa fantasia criasse uma situação ruim no nosso relacionamento. Por ter receio que eu mudasse com ela, que depois de vê-la com outro homem, deixasse de amá-la e respeitá-la

E continuei.

— Ela disse que não aceitou por medo e por amor. Por eu ser o amor da sua vida, e por termos um casamento excelente e colocar outra pessoa no meio poderia desestabilizar nossa relação. Ela me fez acreditar que ela não queria estas aventuras, mas na verdade ela não queria que eu soubesse de suas aventuras. Ela me enganou!

— Eu sei que você está nervoso agora, sei que está de cabeça quente, mas o que ela diz, tem algum sentido. De fato, ela não foi correta com você, talvez não tenha sido justa, mas isso aconteceu por amor e medo. O relacionamento de vocês, agora, depende da sua capacidade de voltar a confiar nela, de conversarem sobre esta situação e tentar se colocar no lugar dela. Deixe-a falar, escute, mas espere alguns dias, até suas emoções estarem melhor controladas, pois sem isso não conseguirá ouvi-la com atenção e respeito.

E completou:

— Avalie se realmente você acha que a Cacau traiu seu amor, traiu o amor que ela sente por você, ou se ela de fato se permitiu viver o tesão que ela sente por outras pessoas, fato que você concorda que existe e faz parte da vida de todos. Avalie também se o receio dela, de que essa fantasia afetasse o relacionamento de vocês, relacionamento que ela presa tanto, analise se não seria um medo real. Acredito haver um equívoco ao se identificar fidelidade com sexualidade. A fidelidade está no sentimento pelo outro e não pela exclusividade sexual. Pense nisso, acredito que vai lhe ajudar a tomar uma decisão do que fazer.

— Ok Regina, vou pensar.

Já estava no final da sessão, terminamos a conversa e a Regina me acompanhou até à porta, me deu um abraço e pediu:

— Gábi, deixe passar uns dias, não faça nada de cabeça quente. Depois de alguns dias, permita que ela fale e coloque seus pontos e reflita bastante antes de qualquer decisão. Se precisar, me ligue e marcamos outro papo.

Abracei a Regina com força, talvez por carência. Sorri e acenei afirmativamente com a cabeça. Saí ouvindo a Regina dizer:

— Gábi, por favor, não faça nada estes próximos dias. Esfrie a cabeça.

Acenei novamente com a cabeça, e sai caminhando, pensando no que falamos, enquanto olhava para o chão. Imaginava que sairia melhor deste papo com a Regina, mas a sensação de estar perdido continuava a mesma.

Continua...

eduesilvana@outlook.com

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Comentários

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Não vou nem terminar de ler o conto, como o título mesmo diz, salvou nosso casamento. Sinal q o corno manso aceitou o q a puta fez com ele, sendo assim não dá nem tesão em continuar lendo esse conto sabendo q td pra puta vai sair numa boa

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A tematica desse conto é sensacional, envolveu a todos nós. Mas colocando de lado as palavras bonitas, foi uma PUTA DE UMA SACANAGEM que ela fez. Ele procurou ajuda, tomou coragem e se ABRIU com ela que negou com todas as forças que não faria isso, e depois vai e faz ou seja ela pode brincar com outos e exclui ele da brincadeira.

pergunto.

Onde esta o respeito ?

onde está a confiança?

onde está a CUMPLICIDADE?

Porra ela traiu ele duplamente como já falei, a primeira por sair com outros sem ele saber e a segunda que foi utilizar a fantasia sem ele saber e negar a ele o prazer que tantonpediu a ela. e para fazer isso ela teve de mentir, dissmular, trair, enganar, ou seja tudo direitinho para destruir uma união. Ela implodiu todos os pilares possiveis de uma uniâo. mas pelo titulo eles ja se resolveram, isso comigo seria impossivel.

mas o conto é sensacional

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Concordo com sua revolta e ela errou feio mesmo.

Situação difícil!!!

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Cacau na verdade não passa de uma vagabunda sem caráter, o marido queria e a incentivou a sair com outros com a sua permissão, mas ao invés disso foi egoísta,leviana, mal caráter, e por fim colocou a culpa no amor, amor esse q não verdade nem existe,.pois se realmente amasse o marido faria as claras,envolveria seu parceiro em tudo, mas por ser mal caráter e egoísta preferiu agir na trairagem, minando totalmente o respeito a cumplicidade e a confiança, será só mais um corno trouxa q foi manipulado por uma vadia

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Só uma observação... Ela não colocou a culpa no amor... Ela colocou a desculpa no amor...

De resto concordo em gênero, número e grau!!!

Era muito melhor ele larga-la para ela sofrer as consequências da sua traição, velo resgatando sua vida ao lado de outra mulher, sendo feliz e compartilhando prazeres a dois, três, quatro... E ela perdida por perder o tal amor da vida dela, oque acho difícil.

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Acho que ela traiu sim, ela disse que tinha medo de colocar uma pessoa no relacionamento pois poderia estragar lo, mas não teve medo de coloca- lo sem vc saber, isso é uma grande traição, vc deu toda possibilidade para ela ser honesta com você, você foi honesto com ela expondo seus desejos e vontades e ela simplicidade ignorou isso

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Eu leio nuito nesses contos um papel fantasioso do terapeuta (Eu sou um) e não existe esse contexto de sexualidade está separada da afetividade. O fetiche de envolver terceiros na relação é pensando no parceiro e vai sempre correr o risco de se envolver emocionalmente, tem muitos contos assim e são extremamente perigosos inclusive para quem curte vida liberal.

"É só sexo?" Não! Inclusive recomendo o livro "Alguma vez foi só sexo?" Do psicanalista Darian Leader.

Argumenta o aclamado psicanalista Darian Leader, com a clareza, energia e perspicácia que lhe são características, “só sexo” é algo que não existe. Trata-se sempre de muito mais que isso — fantasia, educação, ansiedade, culpa, vingança, violência, amor —, e Leader se baseia em sua experiência clínica, estudos de caso e pesquisa histórica para explorar a importância e o significado do sexo em todos os aspectos de nossas vidas.

Tem muitos contos fantasiando terapeutas que não existem para justificar traição e tentar embasar o fetichista Cuckold, que o embasamento é simples. Esse fetiche existe para o casal, não para um deles.

Provavelmente meu próximo conto será sobre isso, quero jogar luz real sobre a terapia em relação à casos como esse.

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perfeito. A quantidade de nomenclaturas que se inventa para se justificar erros, más escolhas e decisões erroneas hoje em dia é muito grande. Mas a pior é falar que é só sexo, como se sexo fosse apenas uma necessidade fisiológica como urinar e defecar. O objetivo sempre é encobrir a falta de caráter, a falta de empatia e a a falta de honestidade. O sexo é o ápice de um sentimento, de uma reação quimica entre duas pessoas É muito triste e hipócrita dizer que foi só sexo, que não houve sentimentos. Acredita nisso quem quiser. A verdade é que onde há sexo, há sentimentos, bons ou não.

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Sexo gera sentimentos, claro, mas não necessariamente tem relação com amor.

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sim, mas não é só sexo por sexo. tem sentimento

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Respeito sua posição, mas para mim é hipocrisia.

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Tomar uma cerveja no bar com amigos tem sentimento, ver um filme em casa tem sentimentos, tem prazeres.

O que ela diz é que o sexo foi pelo prazer, sem relação de amor, de envolvimento afetivo.

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Houve sentimento, houve traição e principalmente quebra de confiança o que pra mim se configura o maior motivo para não ficarem juntos, tendo em vista, toda as situações que foram descritas neste capítulo. Mas como o título já diz, vai ser mais um corno aceitando ser manso e ser humilhado pela esposa puta sem caráter que se dá bem. Com o otário que a banca e os comedores que a usam. Por isso me despeço por aqui. Por não achar que a estória terá alguma situação que mantenha-se atrativa a leitura.

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Espectador, como comentei no inicio do conto, nao tive detalhes do papo com a terapeuta, os detalhes foram criados por mim, mas existem sim terapeutas que separam claramente o amor do sexo e questionam o amoor romantico como uma imposicao social que nao é parte do ser humano.

Citando livros nesta linha, da terapeuta Regina Navarro Lins temos o "Novas Formas de Amar" e o "Amor na Vitrine" que questionam esta ideia de que o sexo só faz sentido com amor.

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Regina é minha amiga e você entendeu errado os livros dela,ela trás a tona as novas formas de amar, polimlamor, tribal, apps e etc. Ela nunca separou afetividade da sexualidade, que é o que vemos em muitos contos. No seu caso um terapeuta sério tomaria duas atitudes, continuar e criar acordos com a sua companheira para que vocês não sofram nesse processo ou te ajudar com o término da maneira menos doloros possível. Mas em hipótese alguma diria que é só sexo. Poderia te mostrar os riscos da relação e te fazer confrontar Cacau porque claramente as aventuras dela está ligada a sua sexualidade, isso não necessariamente quer dizer que ela não ama o marido, mas também quer dizer que ela ama o que faz com vários parceiros, mesmo que não ame esse parceiro.

Outro lado e o mais correto a se fazer, seria te fazer se encontrar nesse relacionamento, e quando você se achasse, seja para permanecer ou terminar, fosse um processo menos doloroso.

Veja, não é sobre a Cacau, é sobre o marido que se sentiu traído, ela ao pedir perdão confessa essa traição, se fosse só sexo, ela não se colocaria na posição de traidora e ele na dor de ser traído.

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Exatamente isso!! Ter outra pessoa na relação só faz sentido de servir ao propósito de aumentar o tesão e tudo que envolve o momento do casal como um todo. Agora qd não há cumplicidade, respeito e confiança e isso não é usado para maximizar o prazer do casal eu não vejo sentido.

E será que vale a pena, no final? E o que eu sempre falo é manipulação/sugestão que se pode usar utilizando fetiche, principalmente de cuckold...

mas é uma opinião de alguém que nem um pingo de curiosidade tem a respeito. Como disse, há sempre um viés no meu coração comentário a esse respeito.

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Sinceramente eu acho que uma traição como a da Cacau é uma das piores que existe. Ela simplesmente não tinha motivo nenhum para trair o marido, não tinha nem uma justificativa se quer que fosse pelo menos válida no meu ponto de vista.

O motivo que ela usou é totalmente infundado porque ela fez exatamente isso quando decidiu trair, mentir e só pensar nela mesmo ignorando o marido em todos os sentidos.

Ela tinha a oportunidade de fazer tudo certo, realizar suas fantasias e desejos e os do marido, mas preferiu fazer tudo ao contrário. Sinceramente não sei nem o que pensar de uma pessoa que tem a capacidade de agir assim. É algo baixo demais

Cacau vai covarde demais, foi egoísta ao extremo, isso para mim é do tipo de traição que não cabe perdão. Acho que quando a confiança, a cumplicidade e o respeito são quebrados sem motivo algum, por puro egoismo não a amor que sustente. Eu nessa situação não teria nem conversa, era fim do casamento sem pensar.

Isso não tem nada a ver com o tipo de relacionamento a pessoa tem, liberal, aberto ou monogâmico.

Mas é só meu modo de pensar.

Quanto a história, é muito boa e muito bem escrita. Sinceramente nunca tinha visto uma história dessa temática com esse tipo de acontecimento. Estou gostando de ler justamente porque além de ser muito bem escrita é algo novo para mim.

Parabéns aos autores pela competência!

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Obrigado Forrest, pelos comentários e também senti este desconforto quando a história chegou a mim.

O desdobramento de tudo isso também foi uma surpresa e tenho sentimentos confusos sobre este caso, mas acredito no amor da Cacau, no medo que ela sentia e no desejo de variar e na certeza de que isso nao afetaria seu casamento.

Errado sim,mas existem fatos que devemos considerar, como disse a terapeuta Regina.

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Concordo cem por cento em tudo que comentou.

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Ao meu ver a Cacau traiu e feio o marido quebrou a total confiança , já que ela sabia d as fantasia do marido , foi completamente egoista

Vamos vero desenrolar do conto

Que por sinal muito bem escrito parabéns

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concordo que foi covarde e traiu o marido, mas voce acredita que ela ama o marido? que ela ve o Gabi como seu verdadeiro e intimo companheiro?

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Acredito que ela o veja como um companheiro, alguém que dá suporte emocional, passeia de mãos dadas e etc, mas como HOMEM? Macho da relação? Isso ela procura e encontra fora…

Acredito que sabendo do fetiche do marido, passou pela cabeça dela que quando ele descobrisse a perdoaria, que provavelmente será o patético fim desta história!!!

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Muito bom o conto , parabéns.

Eu novamente não vou ser um melhor analista neste tipo de história por que custo acreditar nesta história de relacionamento aberto e/ou liberal...então minhas perspectivas são de alguém com esse pensamento, o que com certeza cria um viés..

Mas algumas considerações:

1) e isso na verdade é uma dúvida tá? Se alguém puder me ajudar nisso...todo o relacionamento começa com uma aproximação, um jogo de sedução, um tesão, que se traduz no período inicial, baseado naquele paixão explosiva. Dito isso, minha pergunta é simples...como você realmente garantir que o tesão e a fase de descoberta sexual não vire uma paixão?? Eu custo a acreditar que, por mais maduro possível, uma pessoa consiga realmente separar uma coisa da outra.

E uma dúvida. Se a pessoa que está se relacionando com um dos dois começar a se sobressair de uma forma incomparável, em termos de satisfação mesmo, como você consegue se blindar de preferir aquela pessoa do que o seu companheiro (a).

Muitos vao responder....simples, só não ter repetiçao com o mesmo(a) amante e etc. Sim, concordo, mas e se mesmo assim aos poucos você se tornar substituível perto dos amigos (as) de aventuras de seu cônjuge. Ele (a) vai conseguir ter prazer com você mas tendo facilidade de ter prazer com outros (as)? São realmente dúvidas sinceras...

2)voltando ao caso. Eu só acho que dá para ter um mínimo de futuro neste tipo de relacionamento se tiver esses três itens que o personagem citou e que me incomodou o modo como a terapeuta minimizou: cumplicidade, respeito e confiança. Como ter esse tipo de relacionamento sem esses três itens.

A cacau não teve cumplicidade, muito pelo contrário, ela preferiu o seu prazer, de forma egoísta, ao compartilhar o prazer com seu marido. Ela não merece a confiança do marido e o respeito...pelo o que foi relatado pelo detetive de campo lá, não sei se teve muito respeito não...

Enfim...espero que no final eles se entendam...eu realmente tenho essas dúvidas em relação a esse tipo de relacionamento... é preciso muita cumplicidade e segurança de todos, senao, mesmo se em silêncio, sempre alguém estará sofrendo.

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Olá Manfi82, obrigado pelos comentários. Realmente um conto e um caso polêmico.

Vou responder suas perguntas com a minha opinião, nao do Gabi ou da Cacau.

Esta sua duvida UM, é uma clássica duvida dos crentes do amor romântico e dos crentes do medo. De que proibir o companheiro de se envolver sexualmente com alguem, vai impedir de se apaixonar e vemos todos os dias que pessoas se apaixonam por outras, mesmo em relacionamentos monogâmicos.

Não existe garantia de que relacionamentos monogamicos podem evitar paixoes e da mesma forma nos relacionamentos liberais.

Mas realmente acredito que o sexo nao é a causa das paixoes. Uma boa transa pode dar prazer, mas amor é outra coisa. A opcao de que o companheiro transe com outra pessoa é uma libertação da tentativa de controle do prazer do outro. Isso é uma ilusao e uma doença.

Esta alternativa de so transar uma vez é sugestão de alguns, mas mesmo transando varias vezes, nao necessariamente a pessoa vai se apaixonar, pode ser uma boa transa, e se for bom, por que nao repetir?

No seu ponto dois eu concordo com voce que um relacionamento, liberal ou nao, precisa de confiança, respeito e cumplicidade e estes pontos foram seriamente abalados pelas atitudes da Cacau, mas pensem que o Gabi sempre quis uma esposa liberal e este fato pode pesar na mente do Gabi.

sobre as questoes de ser ou nao liberal, fato que vc comenta que nao é, nao acredito que o sexo com outra pessoa possa destruir o amor que exista com um casal, pode sim, criar mais proximidade, mais cumplicidade e ser um relacionamento mais leve.

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Obrigado pelas respostas...deixa apenas eu deixar a minha opinião mais clara e agradeço pelo diálogo. São apenas dúvidas sem julgamentos, por isso quero esclarecer.

1)nenhum relacionamento está protegido isto é fato. Quando a pessoa quer trair e enganar, mesmo com o marido procurando terapia e pedindo p mulher para participar acontece traição. Esse exemplo é claro: há traição em QQ tipo de relacionamento.

2)o que pode acontecer em um e não em outro é a possibilidade do seu marido ou esposa começar a procurar satisfação apenas fora da relação e o outro acabar deixado de lado. Algo que com ctz,como disse, poderia acontecer nos dois tipos, mas que em um existe a tal liberdade...e como eu disse se o casal não for maduro, tiver uma harmonia e cumplicidade, a chance de dar merda é muito grande. E o outro no fim acaba inclusive preso na própria escolha e prisioneiro da própria liberdade que deu, pois como foi uma escolha do casal ele (a)ficaria até sem condições de se defender. Eu não estou falando dos extremos...pode ser uma merda total, ou pode ser o relacionamento mais gostoso e legal do mundo. Mas entre eles há muita possibilidade de dar merda...

Mas de novo, se realmente esse casal existir, eles devem estar bem, a cacau deve ter aprendido e entendido melhor o seu marido e, espero, que sempre leve em conta os sentimentos um do outro em QQ coisa. Isso é fundamental em QQ tipo de situação, fetiche e etc...espero de coração que sejam felizes e que me perdoem se algo que indaguei causou algum incômodo.

Ps: só acho estranho algumas colocações que fazem como se existisse um relacionamento certo e outro é errado ou antiquado. Por isso que sempre deixo claro minha preferência antes de comentar nos contos que valem a pena. Tem uns que só dá pena da pessoa que escreveu por pensar em se exitar com aquilo. Mas um casal com um relacionamento saudável, eu não vejo como certo oou errado, e concordo com algumas reclamações sobre os comentários sem noções de alguns pelo site, bem machistas e agressivos.

agradeço mais uma vez o diálogo Cortez e respeitoso.

Abraço

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concordo que nao existe relacionamento certo ou errado, caminho mmelhor ou pior, mas as vezes o que destroi um relacionamento é exatamente a proximidade, o mais do mesmo a falta de emoção ou novidades.

O medo de perder e viver em uma vida morna é um risco também.

Será que os casais nao sao mais unidos e próximos se tiverem suas individualidades preservadas? se optarem por estar juntos nao por falta de opcao, mas por opcao?

Criamos esta visao de que o sexo é parte integrante do amor e permitir o sexo com outra pessoa destroi o amor, mas e se for o contrário? Se a liberdade nao seria o ingrediente para uma união mais leve e feliz?

Seria voce mais feliz se ao iniciar um relacionamento ser proibido de encontrar os amigos? De sair em um barzinho? Sem isso o risco de encontrar alguem interessante seria menor, mas voce seria mais feliz?

Jogamos o sexo nesta vala do amor e que o sexo é parte integrante do amor, seguindo o modelo do amor romantico e somos doutrinados a aprender e acreditar nisso.

Nao sei se é verdade, mas sei que vale questionar, vale refletir e respeitar todas as opinioes.

nao sou contra a monogamia, sou contra a imposicao de que ela é o caminho certo e o caminho do amor.

A Cacau tem este receio de que o marido nao resista a esta dissociação e por isso comete um erro enorme.

Imperdoável? Vamos ver!

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Complementando. Não sei se leu os outros contos que publicamos. Este aqui é de uma historia que recebi e coloquei sim, opinioes minhas, mas nos outros, a cumplicidade esta presente e o sexo nao destroi o relacionamento, por sinal é um fator de melhoria e estimulo.

novamente, nao digo que é o certo, mas certamente nao é errado.

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Na minha singela opinião, é o cinto mais intenso do CDC atualmente: primeiro, pela história em si; segundo, pela narrativa imersiva.

Louros aos autores!

Concordo em gênero, número e grau com o Himerus. Gostaria só de acrescentar que nada, bem mesmo o medo ou o amor, são justificativas para trair e nesse contexto a Cacau o traiu vergonhosamente ao não ouvir e acolher o marido quando este lhe revelou o fetiche, pois, pelo texto, presumo que ela já se relacionava com terceiros. Isso foi de um egoísmo acachapante e daí vem o mote que se desenvolverá: como reconstruir a confiança numa pessoa que dissimula, omite e te exclui justamente do fetiche que você teve uma imensa coragem de expor?

Não sei! É uma situação tensa e muito difícil de se reparar, mas que seguirei atento para descobrir como os autores farão.

Parabéns!

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Concordo que a Cacau teve uma atitude covarde de não contar.

O medo foi mais forte e a dissociação que ela faz do amor é sexo lhe permitiram uma atitude permissiva das suas aventuras.

O desafio é do Gabriel de como se recompor depois deste fato.

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Maravilhoso, escrito com maestria é extremamente importante. Sexo é sexo, amor é amor. Saber separar as coisas é uma tarefa difícil mas libertadora

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Foto de perfil de Himerus

Dois pontos que merecem reflexão. Primeiro: Gabi desconstruiu, com ajuda da psicanalista, a ideia de amor romântico. Percebeu que o desejo sexual e o amor são coisas distintas, mas inexplicavelmente não demostra o desejo de abrir o relacionamento, tem o fetiche de ver a mulher com outro mas não demostra vontade de ter outras mulheres. Em síntese, ele continua preso ao ideal romântico de ser completo por uma única mulher só que com o fetiche de vê-la com outros. Tudo bem, cada um sabe o que lhe dá tesão, mas muito da sua revolta com a traição vem por ter sido excluído do fetiche que alimenta e que a mulher categoricamente rejeitou. Cacau, com seus atos, disse que aqueles momentos eram para o seu prazer e não para o do marido.

Segunda: Sabendo do desejo do marido Cacau foi covarde. Ela não admite por o casamento em risco por aventuras que seriam prazerosas para ambos mas não pensa duas vezes em colocá-lo em risco pelo seu prazer exclusivo. Foi traíra? Sim, mas no fundo ela consegue dissociar amor e sexo com muito mais eficiência que Gabi. Seu prazer em estar com outros não vem da relação, vem do seu desejo. Já Gabi associa seu prazer a Cacau, ou transando com ela ou vendo ela transar com outros.

O medo de muitos casais liberais de abrir a relação, dando total liberdade para o cônjuge, nada mais é que resquícios do ideal romântico. Topam troca de casais, ménage e orgias mas sempre na presença/controle do cônjuge, ficam incomodados quando são excluídos dos jogos ou, no mínimo, não ouvem o relato do que aconteceu.

Não existe liberdade real, algo que Cacau de maneira totalmente equivocada, através da traição, buscava em seus encontros.

Por fim, sei que muitos não vão gostar, mas o fetiche do "corno" nada mais é que um desdobramento não convencional do amor romântico. A dor que Gabi sente vem disso...

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Himerus, pertinentes suas reflexões, mas gostaria de incluir alguns pontos.

Existem casais adeptos do relacionamento aberto e outros liberais.

Os relacionamentos abertos, cada um faz o que deseja, sem avisar ou pedir aprovação e o liberal exige comum acordo prévio das aventuras.

O Gabi é adepto do modelo liberal. Não sei dizer se é resquício do amor romântico, mas não me parece.

E as fantasias de cada um, o que dá prazer a cada um e algo muito pessoal. Ele tem tesão em imaginar a esposa com outro. A terapia dele foi em cima deste tema e da aceitação deste desejo como algo normal e até louvável, mas ele precisa confiar, ter a esposa como cúmplice.

Se algum dia vai desejar transar com outra mulher, o futuro dirá!

Acredito que os dois dissociam o sexo do amor, mas cada um trm uma percepção de prazer diferente, e não vejo problemas nisso.

Note que o Gabi não se incomoda com a Cacau transar com outro más com o fato dela esconder dele as aventuras, ele se incomoda com a falta de cumplicidade.

Como disse a Regina. Ele precisa refletir se conseguirá confiar novamente na Cacau!

Vamos ver

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Foto de perfil de Majases ♠️♥️♠️

Tenso e reflexivo.

Só para os fortes.

Estamos adorando.

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Apesar de ser um site de contos eróticos, este episódio não tem sexo, mas foi necessário no contexto e pessoalmente, acho importante este episódio.

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Este ato.da.esposa tem sim, que ser tratado como traição. Cabe somente a ele.avaliar o real arrependimento da esposa. Mas a confiança fica abalada.

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Concordo que foi abalada, este episódio é todo sobre o drama do impacto no relacionamento do casal.

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Ao meu ver, sair sozinha com outros homens, escondida do marido, inventando mentiras para poder fazer sexo com outros caras enquanto o marido não sabe de nada!!!

Não é traição?

Eu jamais continuaria esse casamento, perderia totalmente a confiança e partiria pra outra.

Não sou adepto ao relacionamento liberal, mas pelo que vejo a confiança e cumplicidade são a base dele, não?

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Concordo. Mas o cara vai acabar aceitando. Ele se sente traído, mas a vontade de ser corno corroe ele por dentro. O título já nos da uma ideia.

Até aqui o conto e narrado na perspectiva do marido, mas o título nos traz uma informação da esposa.

Corno ele já é. Agora cabe saber se vai virar cuckold

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Se ele será feliz desta maneira quem sou eu pra recriminar…

Mas você tem razão, o título já da um spoiler do final!!! Mais um manso a caminho com sucesso!!! 🤣

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Penso que a traição chega a ser dupla, em virtude do fato que ela negou ao marido saber e participar mesmo de forma passiva dos eventos. Ela errou e muito feio, jamais voltaria a confiar e sem confiança não da para seguir em frente.

3 estrelas

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Obrigado pelas estrelas Kiquinho.

Realmente controverso e concordo que a Cacau errou. Ela assumiu isso, mas as coisas não são binárias, tudo é um somatório de muitas visões.

Achei esse episódio tenso.

Achei difícil escrever, mas o papo com a Regina mostra que existem inúmeros fatores a se considerar e só o Gabi vai poder digerir isso.

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