Cumplicidades

Um conto erótico de Ás de Espadas
Categoria: Heterossexual
Contém 7231 palavras
Data: 19/11/2024 08:36:32
Assuntos: BDSM, Heterossexual

Mais uma vez um aviso à navegação: O texto é em português de Portugal com grafia anterior ao último acordo ortográfico, que o autor não segue.

Esta é uma estória de ficção baseada em factos vividos pelo autor.

Capítulo Primeiro

Ele agarrou-lhe os cabelos castanhos, suaves, de início com alguma leveza, mas rapidamente com brusquidão, puxando-lhe a cabeça para trás, interrompendo-lhe o sexo oral que lhe fazia e sem que ela tivesse tempo de reacção, esbofeteou-a com alguma rudeza em ambas as faces, obrigando-a uma e outra vez a receber o seu sexo até tocar-lhe o fundo da garganta e continuando o ritual de bofetadas que ela recebia como parte do jogo que aceitou jogar com ele.

Excitava-o sabê-la conivente com o seu desejo de a magoar e saber que ela sentia prazer com a sua violência. O prazer dela era o seu prazer e magoá-la proporcionando-lhe prazer, excitava-o de tal modo que o seu sexo era mais um instrumento do seu castigo, uma arma que usava contra ela, um meio de a sufocar, dando-lhe vida.

As lágrimas que ela vertia, de agonia, de sufoco, de medo, de raiva, mas sobretudo de prazer, impeliam-no a continuar com o violento e ao mesmo tempo excitante, castigo. Usava o sexo na boca dela; Usava a boca dela como depósito da sua raiva e cada vez que ela o olhava nos olhos, suplicando, ele devolvia-lhe o olhar, duro, glacial, imperial. Dono da sua vontade e da dela, o corpo dela era a tela onde ele pintava o seu poder, quando ela tremia de prazer ao mesmo tempo que aumentava o castigo infligido.

O poder do seu sexo na boca dela. A dureza do seu olhar frio nos olhos dela. O poder da sua mão na cabeça dela quando a pressionava contra si ou quando com a outra mão a chicoteava em simultâneo. O êxtase que sentia quando ela tremia com mais um orgasmo, sublimavam a posição de ambos na relação, ele o Mestre, o Dono, ela a escrava, a cadela.

Era nisto que pensava, depois de ejacular na boca dela, quem sentiria mais prazer, ele que a reduzia a um objecto, ou ela que o usava apesar de tudo, e o prendia a ela, tornando-se o seu vício, a sua droga, obrigando-o a depender dela para atingir um orgasmo?

Capítulo Segundo

Ela fez questão de que nem uma gota de sémen sobrasse daquele que deixou que lhe escapasse pelos cantos da boca dorida, antes que ele lho exigisse, como sempre fazia.

Era agora dela a iniciativa de lhe agradar, de antever os seus desejos mais simples e os mais exigentes e quando ele, depois de ser abundantemente lambido, lhe levantou o queixo com uma ternura que a surpreendeu, ela não suspeitava de modo algum o que se seguiria naquele apartamento que ela desconhecia…

Ele fixou-a nos olhos, profundamente, pareceu-lhe que ele lhe descobriu os seus desejos mais íntimos e teve vergonha, quando ele lhe ordenou que se levantasse e avançasse à sua frente, depois de lhe pedir, delicadamente “dá-me as tuas mãos” e a ter algemado.

A visão dele era sublime, uma cadela submissa, nua, de saltos, com o rabo empinado e, pareceu-lhe por um fugaz momento, oferecido, coquette talvez, ou provocante, não lhe interessou concluir, seguia à sua frente confiando no seu arbítrio; Sem questionar avançou para o quarto em frente, escuro, janelas e portadas pesadas de madeira maciça fortemente cerradas, sem vislumbre do que quer que fosse.

Ela teve um leve momento de hesitação antes de franquear a porta e ele, como que esperando essa reacção disse, quase sussurrando, “pára!” e antes que ela tivesse tomado consciência da ordem seca, uma dor aguda na nádega esquerda, no início da tatuagem que ele achou linda desde o momento em que a viu, fê-la cerrar os dentes e virar o rosto em frente, para que ele não lhe visse a lágrima que teimava em sair-lhe e o trejeito de um sorriso de prazer que os seus lábios denunciariam. Pior para ela; O chicote foi bramido por mais três vezes, fazendo ele questão que uma delas a atingisse nos lábios vaginais.

“Entra”, disse-lhe docemente e ela obedeceu.

Os seus olhos habituaram-se à diminuta luz do aposento e ela ficou extasiada com o que vislumbrava na semi-escuridão. Não se atreveu a dirigir-lhe a palavra, mas o seu olhar era de ternura, agradecimento, mas também de receio e, percebeu ele com prazer, de verdadeiro medo.

Ela percorreu com o olhar todo o espaço e fitou cada aparelho de tortura com a devoção que a sua condição de escrava exigia e ele lhe impunha, como seu Dono e Senhor.

“De quatro!”, ordenou-lhe e sem a avisar penetrou-a bruscamente no ânus, de uma vez só, de uma forma que a magoou, mas que a excitou a ponto de ousar pedir-lhe que continuasse. O “foda-me com força”, sabia, estava-lhe vedado, mas ela conhecia-o, sabia dos seus desejos e das suas reacções e naquele momento ela sabia que era ele que era dela, que era ela que dominava e os músculos do seu ânus sugaram-lhe o membro túrgido tentando provocar-lhe um segundo orgasmo.

“Não! Quero-te na cruz”.

Capítulo Terceiro

Ela olhou-o de forma desafiadora e ousou dizer-lhe: “É agora que finalmente serei bem fodida?”, sabendo que esta ousadia se seguiria uma reacção violenta.

Não terminou a frase. Uma enorme bofetada na face direita confirmou o seu receio e começava a deixar ver as marcas dos dedos dele e, acto contínuo, uma outra não menos violenta na face esquerda, demonstrou o quão bem ela o conhecia. Adivinhava, sabia o que ia seguir-se e apesar do medo, sabia que o castigo infligido, forte e violento como sempre, era o que ela mais ansiava e a forma de o conseguir seguia sempre o caminho mais difícil, a provocação, a rebeldia simulada. “Ele domina-me, contudo eu domino os seus actos”, pensava, antevendo um castigo exemplar naquele aparelho em forma de cruz que ele lhe apresentara.

Claro que já havia visto imensas imagens de aparelhos semelhantes; Obviamente que já se imaginara subjugada e imaginá-lo excitou-a, mas nada se comparava ao estado de ansiedade que agora sentia, ao terror de imaginar-se imobilizada e ser o instrumento do prazer dele e, detestava assumi-lo, à enorme e visível excitação que a fez contrair as coxas contra o sexo, que ameaçava deixar escorrer toda a prova do tesão que ainda sem ter saído do mesmo sítio, já sentia.

Ele libertou-a das algemas, acariciando-lhe gentilmente os pulsos onde as marcas eram bem visíveis, beijando-os, um e outro alternadamente, deixando-a desconcertada.

Ela sabia da imprevisibilidade dele, era esta sua faceta que a excitava também e sabia que não demoraria muito a que o humor dele se alterasse, ou pelo menos que demonstrasse a sua faceta mais dura e como ela temia veio rápido: “Recua. Mais, enconsta-te aí”, disse apontando A Cruz “abre os braços” e quando ela o fez, primeiro o esquerdo e depois o direito, foram aprisionados fortemente com as pulseiras de cabedal rijo e desconfortável. “Abre as pernas!” E ela obedeceu, com os olhos semicerrados e fixados num ponto antes dos pés dele; Receava olhá-lo nos olhos, sabia que aquele não era o momento, sabia que ele não lhe concederia espaço para o seu jogo.

Acariciou-lhe o sexo, constatando que o líquido já começava a escorrer pelo início das coxas, apenas lançando um murmúrio que ela entendeu como de aprovação, mas que admitiu que fosse outro qualquer sentimento fruto da imprevisibilidade dele, o que comprovaria pouco depois.

Aprisionou-lhe a perna esquerda pelo tornozelo e depois a direita, sem um único som ou ordem sinalética.

Ela ficou suspensa, irremediavelmente fundida com aquele instrumento de prazer e castigo, ou de castigo e prazer, como ela o definiu na sua cabeça. Estava desconfortável, as correias eram de um material duro e de má qualidade, ocorreu-lhe que propositadamente, e a sua mente trouxe-lhe ao consciente o homem vitruviano, de Leonardo, talvez para a distrair e menorizar o desconforto e quando ele lhe pegou no queixo suavemente e aproximou os lábios dos seus e a beijou, introduzindo-lhe a língua na boca, demorou um décimo de segundo a corresponder, um décimo de segundo mais do que ele estava disposto a conceder e ela percebeu da sua irritação quando sentiu alguns dedos dele, dobrados, penetrarem-lhe o sexo violentamente e o polegar a espalmar-lhe o clitóris, há muito erecto.

Largou-a, afastando-se por um instante e mais uma vez lhe pegou no queixo, mas agora para lhe aplicar uma venda preta, que apertou firmemente e que a deixou cega. Contava a partir daí apenas com os restantes sentidos e se já se habituara a isso noutras ocasiões, este local e este aparelho, sendo novidade deixavam-na apreensiva.

Subitamente sentiu um movimento rotativo suave e percepcionou que ficou de cabeça para baixo. Sentia o sangue afluir-lhe à cabeça e esta latejava com a pressão, ocupando-lhe toda a atenção e só quando ele, usando o líquido que agora se acumulava no seu sexo, lhe introduziu algo no ânus, deixou de se preocupar com o som do batimento descontrolado do coração dentro da sua cabeça. Sentiu-se ser penetrada por algo que não conseguiu identificar, algo grosso, rígido, frio, que a magoava de uma forma que a excitava, como ela gostava de ser magoada. Tentava adivinhar que instrumento utilizara ele, quando se sentiu rodar um pouco, talvez um quarto de volta e soube do que se tratava. Um calor suave chegou-lhe à coxa direita e ela soube que ele a tinha empalado com uma vela, que presumia, pela dor que continuava a sentir, fosse enorme.

Ele deixou-a naquela posição alguns segundos, uma eternidade para ela que começava a sentir a dor da queimadura e voltou a conduzi-la à posição inicial.

Ela sentiu que ele se afastou e de novo com o som cavo do coração na cabeça e a dor no ânus e a preocupação do que se seguiria, só se apercebeu do que se seguiu quando sentiu a fina tira do chicote a rasgar-lhe a pele do púbis e gritou! Gritou de dor quando ele apontou ao seio esquerdo e depois ao direito e novamente ao esquerdo e tentou contorcer-se para apaziguar a dor.

Foi então que percebeu a armadilha onde estava encarcerada. A vela, que continuava a arder e era de cera a quente, ao contrário do que era usual ele usar, a cada movimento de reacção dela, deixava verter cera derretida, bem quente, no anel do seu cu e nos lábios vaginais.

“Desta vez ele superou-se”, pensou, antes de se deixar embalar naquilo que ele quisesse fazer dela.

Capítulo Quarto

Resistiu à tortura estoicamente, não lhe dando o prazer de se vergar ao seu poder, em nenhum momento revelou sentir dor e sequer revelar o imenso prazer que sentia e em determinado momento o seu lado rebelde foi mais forte e por entre os dentes cerrados de dor, provocou-o mais uma vez: “É só isto que consegues?”

Ele continuou focado no castigo que lhe infligia. “Consigo muito mais, nem imaginas”, pensou.

Rodou de novo o aparelho e desta vez completou a tarefa de a aprisionar, apertando-lhe o pescoço com a coleira que ela identificara quando o inspeccionou, logo que os seus olhos se habituaram à luz diminuta do espaço. Afagou-a, certificando-se de que estava bem apertada, sem contudo lhe causar dano físico.

Ela sentiu as pontas afiadas dos pregos enterrarem-se nas suas costas e o trejeito de espanto que fez involuntariamente, fê-lo sorrir.

“’Tás a ver que consigo? E não ficamos por aqui”, pensou, outra vez prosseguindo o seu guião previamente determinado.

-A chibata ou o chicote? Perguntou subitamente e tão baixo que ela quase não o ouviu.

A ausência de resposta, ao contrário do que ele sabia que ela pretendia, traduziu-se na aplicação de um novo instrumento de castigo e uma coleira com uma bola, verde fizera questão, foi-lhe colocada na boca, impedindo-a de falar e deixando-a com os maxilares abertos e a língua enrolada e segundos depois com dificuldade de deglutição da saliva que era produzida em quantidades anormais, fazendo com que começasse a escorrer pelos cantos da sua boca. Ela surpreendeu-se quando ele se aproximou e a sua reacção foi afastar-se, mas rapidamente se arrependeu, as suas costas reclamaram veementemente e sentiu, quando ele passado o tempo que determinou usá-la ali a libertou, que estavam feridas com os bicos que se esquecera que a massacrariam, sempre que lhe fugisse.

Ele insistiu na aproximação e ela foi incapaz de se retesar e surpreendeu-se com a forma como ele lhe lambeu, literalmente, a boca e levou na língua a saliva que ela não conseguia deglutir, espalhando-a lentamente pelo seu rosto e voltando à fonte descia minuciosamente por todos os centímetros quadrados do seu pescoço, evitando a coleira, regressando à boca dela, continuado ainda mais lentamente, ocupando-se agora dos seios, ora um, ora outro, encharcando-os com a sua própria saliva, obrigando-a a gemer de tesão e sorrindo de gozo quando sentiu que os mamilos correspondiam à provocação e começavam a ficar erectos.

O som de prazer que ela emitia deixava-o satisfeito e deliciando-se com os seus mamilos, não resistiu a morder-lhe um com vigor, ao mesmo tempo que a penetrava com o cabo do chicote, deixando-a desorientada, sem saber a que estímulo de dor acudir. A dor da mordida foi aguda, repentina, mas a da penetração foi inesperada e por isso mais dolorosa ainda, mas, enfureceu-se ela, começou de novo a escorrer. A sua vagina ansiava por ser penetrada, “por um caralho a sério”, pensou irritada.

Ele sabia. E porque ela sabia que ele sabia, fazia prolongar, para ele poderia ser por toda a noite, o castigo.

Sentiu-o afastar-se. Procurou ouvir algo que lhe dissesse o que se seguiria e quando sentiu uma dor fina cruzar-lhe o colo, percebeu que ele tinha optado pelo chicote. Sabia que era o preferido dele, sabia que ele o usava com mestria, sabia que durante pelo menos a próxima semana, na praia, teria que usar fato de banho completo se não quisesse que lhe fossem feitas perguntas indiscretas, mas sabia também que toda a dor que ele lhe iria infligir seria o seu enorme prazer, aquilo porque ansiava, sempre que ele empunhava firmemente aquele objecto. E ele fê-lo. Usou-o uma, duas, três, cinco, dez, vinte vezes, parando apenas um segundo para saber do seu conforto com o castigo. E retomou uma e outra vez, deliciando-se com os murmúrios de dor que ela emitia, com a saliva que ela não conseguia segurar e que já lhe escorria pelo peito e, pensou ela com algum alívio, ajudava a menorizar a dor de cada investida dele.

A cera derretida acumulava-se aos pés dela, misturando-se com a saliva e com um fiozinho de sangue que por descuido ele deixara que o chicote provocasse. A visão dele era deliciosa, senti-la assim indefesa era tudo o que queria naquele momento. E os espasmos do corpo dela diziam-lhe que estava a ir no caminho certo, que o que determinara para aquela noite estava a atingir o objectivo de a levar ao limite de ambos. Usara o seu corpo naquele aparelho por mais de uma hora, sentia-a exausta, porém determinada.

E parou.

Ela ficou expectante, esperando nova investida do pedaço de couro, mas ele aproximou-se e retirou-lhe a venda, beijando-lhe carinhosamente os olhos e a testa e o nariz e desapertando-lhe a coleira beijou-lhe o pescoço e depois suavemente os lábios quando lhe retirou a gag ball e a deixou recompor-se. Desamarrou-a a ela precisou de se sentar no chão, tinha as pernas um pouco dormentes e a dor nos braços era desconfortável. Ele esperou, pacientemente largos minutos.

Quando a sentiu confortável, estendeu-lhe o braço ajudando-a a levantar-se, abraçou-a com cuidado procurando não pressionar a zona dilacerada pelo chicote e disse-lhe ao ouvido “vamos sair” e apontou para o sofá que ela não tinha visto, ao canto do quarto, onde estava uma saia minúscula, preta, um camiseiro apenas com dois botões, vermelho, um cinto de ligas, preto e umas meias, também pretas com um desenho que imitava uma tatuagem, no tornozelo. Para completar, uns sapatos de salto, compensados, que a fariam ter mais dez centímetros, pensou ela. “Veste isso, vamos vender-te”…

Capítulo Quinto

Ela levantou-se e ultrapassando-o, não resistiu ao desejo e tomando os seus genitais, apertou-os com força, sorrindo e pensando “é meu”…

Quase hesitando, fê-la seguir à sua frente e admirou a sua obra.

A vontade enorme de a possuir naquele momento quase lhe arruinava o plano traçado, mas foi forte o suficiente para lhe resistir. Não duvidava da excelência do plano, mas não contava que o excitasse ao ponto de lutar para não o abandonar. Tudo até ali contribuira para a dor que sentia no pénis, de tão latejante e túrgido e os pequenos gestos de rebeldia dela e agora o descaramento de lho apertar com força, quase o levavam a baquear. Apreciava deleitado o corpo dela, que, sabia-o, o provocava com aquela dengosa forma de avançar até ao elevador.

-Não! Pensou alarmado, pelo elevador não, não vou resistir-lhe. E apontou-lhe as escadas, por onde desceram, dois pisos, até ao amplo hall de entrada. Ultrapassou-a e abriu-lhe a porta, deixando-a passar e chegados ao carro dele, que estava mesmo ali em frente, abriu-lhe também a porta e ajudou-a a sentar-se no banco de trás.

Deu a volta lentamente para que o suor que lhe assomara ao rosto se dissipasse e entrou também ele na viatura, sentando-se no banco do condutor. Olhou pelo retrovisor e viu-lhe um trejeito trocista no rosto; Colocou a chave na ignição, pressionou o botão do starter e um ronco suave inundou o habitáculo.

- Quero que levantes a saia.

Ela obedeceu e surpreendeu-se com a macieza do couro, apesar de gelado o que a incomodou um pouco, mas, pensou, lhe faria arrefecer um pouco o tesão que sentia. “Tão meticuloso e sabendo que estou encharcada, não se preocupa que lhe estrague os estofos de couro?” Pensou, para distrair-se enquanto ele arrancava. Enquanto a viagem decorria e contrariamente ao que pensava, o contacto da sua pele com o couro macio do assento do carro produzia um efeito contrário ao que desejara no início e aquela relação íntima excitava-a. E quando passou a ser uma sensação real ela pensou “que parvoíce”, mas o facto é que deu por si a tocar-se e sentiu-se bem, muito bem até, sabendo que ele a vigiava pelo espelho retrovisor.

Hoje ainda não sabe se ele adivinhava a sua reacção, mas acredita que sim, já que de tão entretida que estava consigo própria e a provocá-lo, não prestou atenção ao percurso e quando ele interrompeu a marcha e encostou o carro ao passeio, num local meio escuro e lhe disse secamente para sair, ficou surpreendida.

- Quero que saias. Quero que fiques junto àquele candeeiro (apontou para uma luminária enferrujada a uns metros de distância, talvez dez, quinze) e esperes.

Ela não percebeu de imediato, mas quando estendeu o seu olhar mais para a frente viu que outros candeeiros estavam ocupados por outras mulheres… “Prostituta??? Cabrão!!!” pensou, mas o seu semblante não denunciou a raiva que sentia naquele momento.

- Eu vou ficar próximo, não temas. Atendes apenas no carro dos gajos que te quiserem.

“E como faço, cobro, quanto cobro”, pensou e ele adivinhando-lhe os pensamentos disse “tu fazes o preço, se te quiseres oferecer és livre de o fazer, mas eu quero que me tragas dinheiro, caso contrário, serás severamente punida”. Ela engoliu em seco, mas esta ordem teve o efeito de a desinibir e uma enorme excitação voltou. Pensou, “foda-se ando a escorrer há horas, ou fodo com alguém, ou…” – Cem, acha bem?

Ele lançou uma enorme gargalhada. – Uma puta cara, é o que te achas? Pensou em humilha-la reduzindo o valor para uma quantia insignificante, mas por fim respondeu-lhe. – Tu decides o valor, se eles quiserem negociar, és livre de o fazer. E afastou-se com o carro para um local próximo, donde controlaria toda a acção.

Ela avançou e posicionou-se por debaixo do candeeiro que emitia uma luz amarela, baça, rodeada por um bando de traças que rodopiava em seu redor. A rua era velha e pouco limpa e ela deu por si a pensar o quão degradante seria a vida daquelas que via por debaixo de uma dezena de candeeiros iguais ao “seu”. “Iguais ao meu, até parece que sou uma delas” pensava quando um carro se aproximou lentamente e o condutor, um jovem pouco mais que imberbe, abriu o vidro do lado do passageiro e se lhe dirigiu. – Vamos? Ela não soube que fazer e respondeu atabalhoadamente “são cem”. – Só oral, ou tudo? Mais uma vez ficou sem saber o que responder, mas a custo respondeu “oral, mas não saímos daqui”. O rapaz olhou-a com ar trocista e, pareceu-lhe, superior, fechou o vidro e seguiu.

Estava chateada consigo própria. Sabia que Ele queria que ela facturasse, que lhe entregasse dinheiro, mas ela desconhecia os truques da profissão e enquanto pensava em satisfazer a ordem dele um novo carro se aproximou devagar e desta vez um homem maduro seguindo o mesmo ritual de paragem e abrir o vidro, foi mais longe e abriu a porta. – Entra! “Mas, não queres saber quanto cobro?” – Tu não tens preço, respondeu-lhe. Entra! O tom foi peremptório e autoritário e ela entrou, sentando-se no banco ao seu lado. A recomendação dele foi às malvas, quando o homem arrancou e ela ficou em pânico. Ir num carro com um desconhecido que pensava que era uma prostituta, era demais, mas por outro lado, pensou, seria a sua vingançazinha, faria com que o guião que Ele traçara se desmoronasse e com que Ele perdesse o controlo da situação e acto contínuo, rodou um pouco o corpo e alcançou a abertura das calças do homem, abrindo-lhe os botões e metendo despudoradamente a mão dentro e encontrado o pénis erecto, libertou-o e começou uma massagem que, viu na cara do estranho, o deixava excitado. Ela olhou para trás e o carro Dele continuava estacionado no mesmo local e Ele continuava encostado ao capot, como se nada se estivesse a passar de anormal, como se não se importasse com a sua sorte, pensava. Cabrão! Eu vingo-me, pensou enquanto se entusiasmava com o membro erecto do homem que a… contratara? Que a comprara? Que comprara o seu tempo e o seu corpo? Adiante, agora já não importava, estava metida num problema, pensava, teria que tentar tirar o melhor proveito dele e se bem o pensou, melhor o executou e num ápice abocanhou o membro do homem de uma vez, fazendo-lhe, quis acreditar, o melhor broche da vida dele!

Não andaria muito longe da realidade, pelos seus suspiros e se pudesse, a ver pela sua expressão de satisfação. Queria fazer prolongar o momento, continuando irritada com Ele por a ter deixado ali com um estranho, queria mostrar-lhe que o prazer com outro para além Dele era possível e tão bom quanto com Ele, mas o homem não aguentou muito tempo e ejaculou uma enorme quantidade de esperma na sua boca, lançando um enorme suspiro de satisfação.

- Vamos a coisas interessantes agora? Perguntou fixando-a nos olhos.

O que quereria ele dizer com “coisas interessantes”, pensou…

O homem ordenou-lhe que o limpasse e ela, obediente, lambeu-lhe todo o sémen que deixara escapar quando ele ejaculara, arrumou-lhe o pénis dentro das cuecas, apertou os botões das calças e recostou-se no banco, lambendo os lábios à procura de algum vestígio de esperma e pensando “porra, lá se foi o vermelho, estou fodida quando voltar”, lembrando-se que tinha apenas o que estava nos seus lábios.

O homem seguia calado enquanto conduzia com segurança, depois de colocar uma música no sistema de áudio. Ela queria que ele tivesse escolhido algo barulhento, para lhe aliviar a raiva que sentia por Ele, mas ele optou por Pachelbel, Canon e ao contrário do que pensava, a música suave acalmou-a.

O homem reduziu a marcha da viatura e encostou ao passeio. Retirou a carteira do porta-luvas, abriu-a, retirou de dentro duas notas de cem Euros e perguntou “está bem assim?” Ela gaguejou, sem saber o que responder e ele acrescentou outra nota do mesmo valor. “Assim?” Ela balbuciou algo que ele entendeu como afirmativo, abriu a janela do seu lado e fez sinal a um sem-abrigo que dormitava com uma folha de papelão como cama e coberto por trapos andrajosos, que se aproximasse. Com espanto dela e do sem-abrigo, ele estendeu a mão e ofereceu ao desgraçado as três notas de 100 Euros, fechou o vidro e retomou a marcha.

Não sabia o que dizer, o que fazer, a sua surpresa era total. A sua cabeça rodava a mil, enquanto o homem circulava a velocidade moderada pela cidade, sem qualquer tentativa de contacto, físico ou verbal, num silêncio pesadíssimo, que a música ajudava a carregar ainda mais.

Só deu conta onde estava à entrada do prédio Dele.

O homem saiu do seu lugar, deu a volta, abriu-lhe a porta, ajudou-a a sair, fechou a porta e com o comando automático trancou as portas e dirigiu-se à entrada do prédio, não hesitando na marcação do código de abertura da porta.

Ao entrar no elevador viu, sem qualquer surpresa já, que o botão que era apertado era o do andar de onde tinha saído cerca de duas horas antes para ser a puta não do seu Senhor, mas de quem a quisesse usar. O homem misterioso conduziu-a pelo antebraço, apertando-lho com uma leve mas concisa pressão em direcção ao apartamento “dele”, dandu duas leves pancadas na porta e quando o seu dono abriu a porta, os dois homens sorriram um para o outro e ao ouvi-los falar sentiu-se um mero objecto. E gostou. No estado meio dormente em que se encontrava teve de lhes dar razão, o seu “treino” estava quase perfeito. Quase…

Entrou no apartamento com o ar da Puta que ele queria que ela fosse e nem o deixou fechar a porta enfiando-lhe a mão dentro das calças, dizendo-lhe:

- Deixe que lhe mostre se o que aprendi lhe agrada Senhor.

Acto contínuo, ajoelhou e abriu a boca enquanto o fitava bem no fundo dos olhos; Enquanto lhe sugava o membro e o fazia gemer e lhe cravava os dentes com força na glande sensível, sugava-lhe também a alma até a tomar para si, ali era ela a Mestra e Senhora, ali era ele o Escravo Submisso e enquanto o sentia a explodir sentia-se vitoriosa. Ela era a sua Puta e ele o Cabrão que a conhecia por dentro e por fora, divagava, engolindo todo o seu esperma, dando por si a comparar o gosto de ambos os homens. “Uma puta, é o que eu na verdade sou, ele ganhou”, e introduziu-lhe um dedo, dois, depois três no ânus, sentindo que lhe extraíra a última gota de sémen. Uma réstia de dignidade? A vingança possível? Não soube.

Capítulo Sexto

Doía-lhe o pénis (o caralho, como ele pensou, prosaicamente), já ia no… já lhe tinha perdido o conto! orgasmo do dia e ela desta vez foi cabra, sabia que ele gostava e usou os dentes, mordeu-o até lhos deixar bem marcados no pénis e fê-lo enroscar-se de dor quando lhe trincou a glande com um olhar misto de vingança e prazer, enquanto lhe introduzia um e depois dois e depois três dedos no ânus, deixando-o vulnerável, mas ao mesmo tempo excitadíssimo. Explodiu quando ela começou a insinuar outro dedo, oferecendo-lhe a última gota que lhe restava.

Olhava para o membro ainda meio erecto, roxo no sítio onde ela o massacrara com os dentes, escorrendo um requício de sémen que ele nem suspeitara que ainda restasse. Deixou-se cair num cadeirão onde a pensava amarrar de seguida, para recuperar forças. Ela observava-o silenciosa, mas os seus olhos rejubilavam de prazer. “Verguei-te!” dizia-lhe com o olhar.

- Porque não atendeste o rapaz que te chamou?

- Era demasiado novo, pareceu-me, respondeu-lhe surpresa e intrigada.

- Eu disse-te que podias recusar clientes, cadela?

Ela não respondeu, não sabia que responder e ficou silenciosa, ainda ajoelhada à sua frente, desta vez sem a almofada que ele sempre fazia questão que ela usasse, para não se magoar e viu-o pegar no telefone fixo (“ninguém usa telefone fixo, foda-se” pensou ela) e após alguns segundos ele dizer “sim, o código de entrada é esse” e levantou-se, indo servir-se de um whisky. Lagavulin, como ela adivinhou, já que era o seu preferido e servira-o centenas de vezes antes “e servirei ainda milhares”, suspirou, meio excitada, meio receosa. Ofereceu-lhe uma bebida, mas ela recusou aceitando apenas água. “Ele a servir-me, isto não vai correr bem para mim”…

A campainha soou e ele ordenou-lhe que fosse abrir a porta. Estava nua, apenas de saltos, teve um leve sobressalto, mas também estava excitada e avançou decidida, abrindo a porta de rompante e a sua surpresa não poderia ser maior quando encarou o rapaz que a abordara na rua onde, como ele fez questão de lhe lembrar logo de seguida, se estava a prostituir.

O rapaz entrou sem sequer lhe dirigir um olhar e abraço-o, sorridente.

- Mano!!!

“FODA-SEEEEEEE… Cabrão, não é possível!”

- Como o plano falhou em parte, o que queria que lhe fizesses em casa do pai, vais fazer aqui. Tens toda a liberdade. É tua. Desfruta. Usa, disse, dirigindo-se ao irmão.

Ela receou um pouco. Não sabia o que ele tinha planeado, não conhecia o rapaz (irmão? O homem velho seria o pai? Ó foda-se, foda-seee, foda-seeeeeee), mas tudo isto lhe devolveu o enorme tesão de há minutos. Viu que ele se dirigia para um armário ao fundo do quarto, junto da cruz e quando abriu a porta só pediu mentalmente que não trouxesse as cordas, mas ele conhecia-a e foi precisamente um rolo enorme de cordame de navio, cânhamo grosso (“menos mal, pensou, não corta a pele”) que retirou, juntamente com uma gag ball e um chicote grosso e longo…

“Estou fodida” pensava, quando ele passou por detrás dela e lhe enfiou a mão na vagina, assim de repente e sentiu que ela já estava alagada. Fez um leve sinal ao rapaz e este aproximou-se, colocando a mão junto à dele. “Não, os dois não, os dois não!” Estava calada mas ele sentiu o temor no ínfimo frémito do seu corpo, quando forçou um pouco mais e a mão a invadiu como se aquela vagina não lhe pertencesse mais. Carinhosamente ele beijou-a nos lábios, puxando-a para si, inclinando-a, permitindo que o rapaz se insinuasse por trás e lhe introduzisse o pénis (que não era de criança, constatou agradada) no ânus, enquanto ele deixava permanecer a mão dentro da sua intimidade. Sentia-os a ambos dentro de si e de repente explodiu num orgasmo que lhe quebrou o silêncio “ahhhhhhhhhhhhhh. Foda-seeeeeeeee”…

Ele retirou-se de dentro de si e ela estava ainda sentindo múltiplas réplicas e o rapaz continuava o ritmado movimento de vai-vem no seu rabo, aumentando cada vez mais o ritmo, arfando. Ela sentiu as mãos apertarem-lhe o pescoço, ser puxada para trás, sentiu uma dor no ombro direito e gritou, quando ele a mordeu no exacto momento em que se veio dentro dela, num jorro de esporra que ela pensava nunca mais ia parar e sentiu um tesão daqueles que só Ele lhe fazia sentir e ejaculou no exacto momento em que o rapaz “lhe enchia o cu de leite”, como ela, deliciada, pensava.

Estava entorpecida, tremia ainda, os orgasmos não paravam e viu-o segurar na corda grossa. Ele indicou-lhe o cadeirão e ordenou-lhe que se deitasse de barriga, atravessada, por sobre os braços de madeira da peça de mobiliário e quando ela estava acomodada, “acomodada é apelido” pensou ela, mas verificou que se podia apoiar nos braços e nas pernas, já não seria muito complicado, Ele mandou-a abrir as pernas e começou a enrolar-lhe a corda na perna direita atando-lhe o tornozelo, depois de ter passado a ponta num instrumento que lhe lembrava algo da sua infância, mas que não soube precisar de imediato de que se tratava…

Capítulo Sétimo

Uma vez mais a curiosidade era mais forte que o receio que pudesse sentir.

Esperou pacientemente mas expectante para saber o que lhe estaria reservado para o resto do tempo em que Ele quisesse que ali permanecesse.

Ele continuou calmamente, desta vez enrolando a corda em torno do seu tornozelo esquerdo, apertando firmemente com um nó cego, ficando completamente manietada, atada ao instrumento, com as pernas abertas num ângulo de 45º.

“Ah caralho! Caralho! Caralho!!!” Desta vez ela verbalizou o espanto, quando se lembrou da utilidade do instrumento ao qual ele a amarrou, quando ele puxou a corda que já estava amarrada a meio do mesmo e a puxou através de uma argola no tecto, içando-a, deixando-a suspensa a cerca de meio metro do chão. Fez-se luz na sua cabeça, era assim que se penduravam os animais acabados de matar, para os sangrar e retirar as vísceras. Completamente apropriado, ela estava ali para o seu sacrifício, para deleite Dele e dos outros dois homens.

Sentia-se um pouco tonta, inebriada mas excitada. Era mais forte do que ela, pensava já o que teria ele preparado para o momento seguinte, quando sentiu algo gelado e líquido preencher-lhe o espaço da vagina. Retesou o corpo que balançou na armadilha onde estava aprisionada e os espasmos que o seu corpo produzia, deixaram que um pouco do líquido gelado transbordasse da taça em que se havia convertido a sua vagina. “Foda-se” desta vez apenas para si, sem emitir qualquer som. Tinha ainda os braços soltos e ao sentir o líquido escorrer já nos seus seios, recolheu-o com um dedo que passou pelos seus lábios que latejavam pela posição invertida do corpo. “Foda-se este gajo é louco! Vinho…” e no momento em que soube o que lhe inundava a vagina, dois lábios se lhe colaram e começaram a sorver o líquido e nesse preciso momento sofreu como que um choque eléctrico, atingindo um orgasmo violento, forte, longo, que certamente alterou a composição do líquido que Ele introduzira dentro dela, pensou uns minutos depois, quando o orgasmo contínuo era uma coisa suave, mas que teimava em não a abandonar.

Ele estava em frente a ela e baixou-se, suavemente, virando o seu rosto para que pudesse ficar bem de frente para o dela e ela o visse bem. Sentes-te bem? Perguntou de uma forma que ela interpretou como carinho. Ela cerrou os olhos lentamente, acenando afirmativa e ele beijou-a suavemente. “É só isto?” perguntou ela com os dentes cerrados mas com trejeito desafiador, “não tens nada que me vergue?” desconcertando-o por um milésimo de segundo, o que a fez rir abertamente, certa que ainda não fora agora que a domara.

Ela gostava de brincar com o fogo e ele deu-lhe fogo, introduzindo-lhe uma nova vela no ânus, mais grossa ainda que a anterior, sem lubrificação, a seco, com alguma raiva, o que a fez sorrir sem que ele a observasse. Gritou quando ele a penetrou e voltou a gritar quando a cera quente começou a escorrer para o anel do seu cuzinho e as nádegas dilaceradas pela vergasta.

Ele tinha-a amarrado de forma a que a sua cabeça ficasse precisamente na linha da sua cintura e havendo recuperado a erecção, apagou a vela e iniciou a penetração da sua boca rudemente, usando-a como se lhe estivesse a comer a vagina e usando a vela como um dildo, fodendo-lhe o cu até que a vela se perdeu nas suas entranhas, enquanto à vagina a sugava, sorvendo aquele líquido misto de vinho e gozo, que a espaços trocava com ela, quando lhe retirava o pénis da boca e a beijava e ela engolia deliciada.

Abandonou-a quando ejaculou e lhe deu um pouco mais do seu leite, tendo sido substituído pelo homem mais velho. Ela esperava isto, ela esperava ser o brinquedo dos três e confessou para si que lhe agradava, quando o homem lhe encheu a boca com o seu pénis grosso e colou os lábios aos lábios da sua vagina, lambendo, sugando, chupando, fazendo o carrossel dos orgasmos voltar aos poucos, deixando-a novamente arrepiada e “caralho, porque não?” num impulso louco, molhou o dedo indicador direito e insinuou-se na entrada do homem.

Esperava uma reacção, não sabia qual e quando ele relaxou os músculos das coxas e permitiu que ela lhe abrisse as ancas já com as duas mãos avidamente procurando o objectivo, penetrou-o de uma vez e ele suspirou, enterrando mais um pouco a sua língua na fonte de onde bebia. E ela meteu dois dedos e ele baixou-se um centímetro, permitindo. Ela friccionou ambos no anel e aproveitando o líquido que lhe escorria pelo corpo, lubrificou mais e introduziu um terceiro dedo, iniciando um vai-vem que lhe estava a fazer alagar-se e a encher a vagina, fazendo-a transbordar, se o homem não fosse sorvendo à mesma velocidade.

A determinado momento, sentiu um vazio súbito no ânus. Com as contracções dos sucessivos orgasmos, a vela que se perdera nos confins do seu recto, apareceu à entrada e o homem puxou-a repentinamente, ficando como que um vácuo no interior do seu intestino. Nunca havia sentido algo semelhante, mas nem teve tempo de saborear a novidade, pois o homem passou-lhe a vela para a mão e disse: “Mete. Mete no meu cu”…

Epílogo

E ela meteu, violando-o quase.

Quando sentiu toda a vela enterrada no rabo o homem começou a foder a boca dela como um louco, não demorando mais que um minuto a ejacular, tanto sémen que ela não conseguiu sorver todo, deixando que boa parte dele ficasse no chão, abaixo da sua cabeça.

“Foda-se, quem haveria de dizer que o velho... Ó caralho, será que o miúdo também?” Ela pensava de forma irónica. “Ele gostou que eu lhe enfiasse três dedos no cu e veio-se como nunca, o velho agora levou com a vela no cu e gozou desalmadamente, queres ver que o miúdo também?” Pensava divertida enquanto estava pendurada pelas pernas, com a vagina cheia de líquido que Ele repusera, gelado e agora com os mamilos erectos, castigados com molas metálicas que apertavam muito e lhe causavam uma dor incomodativa.

E sentiu um choque na nádega esquerda, violento, como que lhe rasgando a carne. Alguns segundos depois percebeu que ele deveria ter usado de novo a chibata e teve a certeza quando ele a usou na nádega direita e repetiu o gesto várias vezes até que ela deixou de o sentir e quase desmaiou, ficando num estado de letargia quando lhe pareceu que ele tinha terminado com a chibata. O seu espírito rebelde levou-a a pensar que não só teria que usar fato de banho completo na praia, como teria que usar um calção que lhe tapasse as nádegas, quando sentiu o chicote rasgar-lhe a pele das costas. Ele castigava-a, marcando-lhe o corpo de forma criteriosa, escolhendo com precisão os pontos onde batia e por uma vez ela sentiu-se vergar, o seu espírito estava a começar a acompanhar o seu corpo e estava a deixar de resistir ao castigo que ele se propôs impor-lhe quando ela acedeu a ir a casa dele e ela pensou que ao fim de imensas visitas, de tentativas, de jogos de gato e rato, ela estava a mostrar-se vencida. A sua resistência quebrou quando ele a castigou directamente nos lábios vaginais com uma varinha fina que a marcou logo ao primeiro golpe. “Foda-se, o cabrão conseguiu”…

O castigo parou. O seu corpo agradeceu a paragem que não sabia se definitiva. Estava exausta e sentia que Ele também, sentia-o ofegar, sentia o seu suor escorrer no seu corpo quando se abraçou a ela, num sessenta e nove imaginário, quando ela lhe passou os braços em torno das pernas.

Estiveram assim, abraçados durante largos minutos, até que ele se separou e ela sentiu que ele a fazia baixar devagar, com todo o cuidado, pedindo ajuda ao homem e ao rapaz para a ampararem, que não a deixassem tocar no chão e que a deitassem no sofá sem a magoarem. E ali ficou, exposta, escorrendo vinho e gozo da vagina, com rasgos na pele e aqui e ali um pontinho de sangue já transformado em ínfima crosta, mas com o semblante de quem estava realizada, satisfeita, completa.

Ouviu-o chamar o rapaz, lá de muito longe, quase a dormitar, com a visão turva, desejosa de adormecer e mandar-lhe lamber-lhe todo o corpo, o que ele fez sem necessitar de mais incentivo. Deu-lhe um banho de língua que terminou na vagina, num magnífico minete, fazendo-a regressar à vida com um formigueiro na vulva que requeria que fosse preenchida de imediato e num gesto brusco puxou para si o rapaz e de alguma forma conseguiu encaixar-se com o seu pénis e introduziu-o de uma vez na sua gruta que nunca deixou de estar alagada. O rapaz fodeu-a com vontade, com força, com desejo, beijando-a com sofreguidão espalmando-lhe os lábios com os seus. Fodeu-a por largos minutos, a sua vagina ardia e quando ele finalmente urrando gozou, ela teve mais um orgasmo que quase lhe arrancava o pénis, tal a contracção de todos os músculos da região púbica.

Ambos, ela e o rapaz, caíram para o lado sobre o sofá. Ele aproximou-se e disse-lhe com carinho “quero que o chupes, agora” e acariciou-lhe o rosto com dois dedos que depois enfiou no seu ânus, delicadamente, afastando-se um pouco, ficando fora do seu raio de visão e ela abocanhou o pénis do rapaz com gulodice, fazendo com que ele ficasse rijo rapidamente e ela chupava, lambia a cabeça, dava umas mordidinhas, chupava-lhe os testículos enquanto começava uma penetração no ânus do rapaz com o seu dedo indicador direito e sentiu o mesmo que com o homem, uma abertura do rapaz para ser penetrado. Rapidamente molhou os dedos na vagina e de uma vez meteu três dedos no cu do rapaz e sentindo-o respirar profundamente e empurrar o rabo contra a sua mão, ousou introduzir mais um e não resistindo introduziu o quinto dedo no ânus do rapaz que tinha o pénis rijo como ferro e respirava profundamente apertando-lhe os dedos com o esfíncter. Ela sentiu que o anel dele estava vencido e forçando um pouco mais, deixou que a sua pequena mão escorregasse naturalmente para dentro, ficando toda escondida dentro do rapaz, que explodiu num orgasmo violento quando ela lhe acariciou a próstata. E quando ela levantou o rosto, verificou que o homem tinha o pénis do rapaz na boca e engolia todo o seu esperma, como se mamasse numa teta de verdade. E então, Ele puxou-a para si fazendo-a levantar-se e ajudou-a a colocar uma cinta com um enorme dildo, que apontou para o ânus do homem, fazendo-a fodê-lo, o que ela fez com vontade e o vai-vem com que o massacrou, culminou em mais um orgasmo que foi atendido pelo rapaz, que engoliu, agora ele, todo o leite que o homem lhe ofereceu.

Ela estava morta, imensamente cansada, pensando que estaria 24 horas a dormir depois daquela maratona e estava ainda receosa do que viria a seguir, mas ele entendeu. Abriu uma arca e de lá retirou uma capa grossa que lhe colocou sobre os ombros. “Espera um pouco” e afastou-se em direcção ao homem e ao rapaz. Ela não entendeu o que lhes disse, mas viu que lhes passou para a mão um envelope.

Eles saíram e ele aproximou-se dela, abraçando-a, beijando-lhe os lábios com ternura.

“Vamos para casa?”

Ela moveu levemente a cabeça afirmativamente, dizendo: “Na próxima eu domino” e sorriu, trocista, fechando a porta.

Guardou na sua mala as chaves do apartamento.

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