Cassiano acordou com o coração disparado, o corpo quente e o pau todo babado, duro e latejante sob o lençol amarrotado. Porra. Passou a mão pelo rosto suado, sentindo o gosto amargo da frustração. Tudo um sonho. Não tinha Antônio, não tinha rabo arrombado, nem a humilhação que ele tanto desejava. Só ele, sozinho, largado naquela cama miserável.
Sentou na beira do colchão, o peito ainda arfando enquanto tentava se recompor. A mente fodida repetia o nome que o atormentava. Antônio. Antônio, caralho. O moleque era a porra de uma pedra no sapato, o pior aluno que já tinha cruzado as suas aulas na UFMT. Um desgraçado que conseguia tirá-lo do sério sem o menor esforço.
O tipo irritante. Chegava atrasado com a cara mais deslavada do mundo, mascando alguma porcaria barulhenta enquanto jogava o material na mesa, como se tivesse entrado num boteco qualquer. Postura largada, olhar debochado, sempre carregado de sarcasmo. Cassiano tinha certeza de que o filho da puta não prestava atenção em nada. Ficava lá, jogado na cadeira, batendo o pé na mesa, rodando a caneta entre os dedos, como se estivesse apenas esperando o momento certo pra provocar.
— Fala mais devagar, professor, que a gente não é máquina.
Antônio soltou a pérola no meio de uma explicação sobre revoluções burguesas. A turma inteira caiu na risada. O sangue subiu na hora, mas Cassiano respirou fundo. Engoliu a raiva como sempre.
— Se você prestasse atenção, Antônio, não precisaria que eu repetisse.
Mas não parava por aí. Antônio sempre tinha uma resposta atravessada na ponta da língua. Cada pergunta vinha com um comentário maldoso, cada chamada de atenção recebia aquele sorrisinho torto, de canto de boca, o tipo de expressão que zombava sem precisar de palavras. Um sorriso que dizia, com todas as letras: "Vai fazer o quê, professor? Eu sou intocável."
E como se isso já não bastasse, ainda mexia no celular no meio da aula. Quando Cassiano mandava guardar, o moleque erguia as sobrancelhas, aquele olhar direto, desafiador, que só servia pra tirar a paciência do mais calmo dos homens.
— Só estou checando o conteúdo, professor. Prometo que é sobre a aula.
O tom irônico, cheio de cinismo, fazia os dentes de Cassiano rangerem.
Pra piorar, Antônio tinha aquela presença que irritava qualquer um. Grande, atlético, o corpo largo ocupando espaço como se estivesse em casa. Andava com aquele ar de "foda-se", típico dos ogros insolentes que só sabem desafiar o mundo. A voz grave, a roupa sempre amarrotada, a mochila largada de qualquer jeito no canto da sala... tudo nele incomodava. Antônio não respeitava ninguém — e menos ainda Cassiano.
Cassiano odiava cada segundo que passava tendo que olhar para aquele moleque. A forma como Antônio o encarava enquanto ele tentava dizer algo importante — aquele desdém silencioso, o olhar debochado que parecia zombar de tudo — fazia o sangue ferver. E o que o irritava ainda mais era o fato de que, ao fechar os olhos à noite, era justamente aquele olhar maldito que surgia nos sonhos, transformado em ordens brutais e humilhantes.
O despertador soou, arrastando-o de volta para a realidade. Ele bufou, fechando os olhos por um instante antes de se levantar. A aula esperava, e Antônio estaria lá: largado numa cadeira, desrespeitoso, jogado como quem não tem nada a perder, pronto para testar os limites da paciência de qualquer um — especialmente a dele.
— Inferno.
A palavra escapou em um murmúrio baixo enquanto seguia para o banheiro, o pau ainda duro, o rabo intacto, e a mente fodida pela imagem daquele desgraçado.
Cassiano entrou no banheiro com passos pesados, o chão gelado sob os pés descalços. O espelho refletia a expressão exausta, o rosto marcado de suor. O pau continuava duro, pulsando como se risse da própria frustração. Ele bufou, apoiando as mãos na pia enquanto encarava o próprio reflexo, a respiração ainda descompassada.
Antônio.
O nome veio como uma martelada. A imagem dele no sonho voltou com força: o olhar cruel, a voz grave rosnando ordens, a brutalidade das mãos segurando sua cabeça. A porra do rabo latejou só de lembrar. Cassiano fechou os olhos e gemeu baixo, o corpo traindo qualquer tentativa de ignorar aquilo.
Sem perder tempo, afastou o elástico da cueca para baixo e agarrou o pau, quente e babado, a respiração já acelerando de novo. A mente fodida recriou tudo: Antônio, com aquele sorriso torto, as palavras ríspidas, o corpo grande e pesado sobre o dele, fazendo exatamente o que queria.
— Porra...
A palavra escapou entre os dentes cerrados enquanto começava a se tocar, a mão firme, o movimento rápido. Cada socada que lembrava do sonho fazia o pau pulsar mais. Na mente, Antônio cuspia no chão, mandava ele calar a boca, jogava-o no colchão como uma coisa qualquer. “Você só serve pra isso, cadela.” A voz soava tão real que Cassiano mordeu o lábio para conter um gemido.
A outra mão agarrou a pia com força, os nós dos dedos esbranquiçando. As imagens vinham cada vez mais rápidas, mais nítidas: Antônio segurando sua cintura, estocando fundo, sem dó, a voz baixa e cruel no ouvido.
— Aguenta, porra. Não vou parar até gozar nesse rabo.
Cassiano arfou, a punheta ficando descontrolada, o suor escorrendo pela têmpora. Cada palavra, cada lembrança distorcida daquela voz implacável, trazia-o mais perto do limite. O som molhado da mão na pica se misturava aos seus gemidos, criando uma sinfonia suja e solitária.
— Vai... me arrebenta... — o sussurro escapou sem que percebesse.
Com um último movimento desesperado, gozou com força, o esperma espirrando quente na cerâmica branca da pia. O corpo tremeu inteiro, e Cassiano apoiou a testa contra o espelho frio, a respiração ainda falha, o coração martelando no peito.
Abriu os olhos e encarou a própria cara no reflexo. Uma risada baixa escapou. Uma risada amarga.
— Patético...
Pegou a toalha ao lado, limpou a bagunça e se endireitou. O pau já amolecia, mas a mente continuava fodida com a imagem daquele moleque insolente. Antônio. Sempre ele.
Inferno.
Cassiano tirou a cueca e entrou no chuveiro. O dia mal tinha começado, e ele já estava exausto