Cassiano entrou na sala dos professores ainda meio zonzo, o corpo cansado e o rabo ainda carregado do leite grosso de Marcos e do caminhoneiro. Sentou-se pesadamente no sofá encostado no canto da sala, respirando fundo, como se estivesse tentando voltar à realidade. A calça larga disfarçava o peso da sacanagem que ele carregava dentro de si, mas o latejar das pregas era um lembrete constante de que tinha sido usado como merecia.
— Porra... — murmurou baixinho, apoiando os cotovelos nos joelhos e o rosto nas mãos, como se quisesse esconder a expressão de satisfação que insistia em aparecer.
O ambiente ao redor era o mesmo de sempre: professores indo e vindo, vozes baixas discutindo notas, reuniões, coisas que ele não dava a mínima naquele momento. Enquanto estava ali, sentiu o olhar perdido num grupo de professores à frente, como se pudesse afundar o resto do dia ali. Mas não era o que via que ocupava sua cabeça. Era a sensação daquele rabo sendo esticado e usado, daquela porra quente escorrendo de dentro dele mais cedo.
— Inferno. — bufou de novo, mordendo o canto do lábio. Não podia se deixar perder ali, mas a mente não ajudava.
Os pensamentos voltaram com tudo. Ele se lembrava das mãos dos machos segurando firme seus quadris, das vozes graves sussurrando no ouvido, chamando-o de cadela, de puta faminta. E ele, como o lixo submisso que era, tinha implorado por mais, com o sorriso safado colado no rosto e o rabo empinado no banco do vestiário e na cabine do banheiro público. A imagem queimava na cabeça dele, enquanto sentia os músculos do cu ainda pulsando, lembrando da invasão bruta. Era como se as marcas dos machos tivessem ficado cravada ali.
— Doutor Cassiano?
A voz fez o coração de Cassiano disparar por um segundo. Levantou os olhos rápido demais. Na frente dele estava o professor Agenor, um velho carrancudo de História Geral, conhecido pelo mau humor e pela postura rígida. Cassiano quase revirou os olhos.
— Atrapalho? — Agenor perguntou, com a voz rouca e aquele cheiro de cigarro velho impregnado na roupa.
— Não. Pode falar — respondeu Cassiano, seco, ajeitando-se no sofá, mas com o corpo ainda meio inquieto.
O velho desfiou um discurso qualquer sobre um aluno problemático, pedindo que Cassiano o orientasse. Ele ouvia, mas as palavras entravam e saíam sem fazer muito sentido. A cabeça ainda estava presa no vestiário, no som das estocadas de Marcos batendo contra suas nádegas, no eco da respiração pesada do caminhoneiro dominador da cabine do banheiro. Cassiano até tentou prestar atenção, mas a porra quente que tinha escorrido até o início das coxas parecia grudar ali, lembrando-o de tudo que ele tinha gostado.
— Pode deixar, Agenor. Eu resolvo isso. — respondeu de qualquer jeito, só pra se livrar da conversa.
O velho resmungou um agradecimento e saiu da sala. Cassiano soltou o ar e se recostou novamente, afundando no sofá como se o estofado pudesse escondê-lo do mundo.
Ele fechou os olhos. Marcos veio em sua mente.
A sala vazia e o silêncio foram o convite perfeito para que a mente voltasse a vagar. O corpo se lembrou de cada toque, cada socada, cada ordem. Cassiano se viu de novo ajoelhado, as mãos firmes no banco frio do vestiário enquanto Marcos o invadia. O cheiro do homem — suor, ferro, e testosterona — ainda parecia estar preso às narinas. Cada palavra cuspida por aquele macho ecoava na cabeça dele como um mantra.
— Aguenta, vadia. Esse cu é meu.
Ele arfou baixinho, sentindo o pau pulsar dentro das calças. Abriu as pernas um pouco, como se pudesse aliviar o incômodo, mas sabia que não ajudaria em nada. A sensação das pregas latejando, o vazio que Marcos deixou, aquilo estava fodendo com ele. Literalmente.
— Preciso dar um jeito nisso — murmurou para si mesmo, a voz rouca de frustração.
Cassiano abriu os olhos, olhou em volta para garantir que ninguém o via, e ajustou-se antes de se levantar. Ele sabia exatamente aonde ir pra apagar aquele fogo. Sem olhar pra trás, caminhou pelo corredor vazio, o pau ainda duro pressionando contra a cueca. Seus passos eram firmes, mas o corpo estava longe de firmeza. As solas dos sapatos ecoavam no chão liso, cada som reverberando nos corredores quase vazios. Por fora, ele mantinha a pose de sempre: o professor sério, disciplinado, inalcançável. Mas, por dentro, era outra história.
O pau ainda pulsava dentro da cueca, duro, incomodando como uma verdade crua que não dava para ignorar. O calor entre as coxas, a sensação pegajosa das sobras de porra de Marcos e do caminhoneiro colando no tecido do short mais cedo, estava enlouquecendo Cassiano. Cada passo era uma lembrança, um aperto gostoso no rabo que ainda doía, latejando com a marca dos dois machos que tinham tomado o que queriam dele naquela manhã.
— Porra... — murmurou de novo, baixo, enquanto subia a escada que levava até o último andar do prédio.
Ele conhecia bem a faculdade. Sabia onde não seria incomodado. Aquela era a vantagem de ser um professor experiente, que todos respeitavam. Ninguém pensaria em questionar onde ele estava ou o que fazia. A máscara continuava intacta.
Cassiano parou diante de uma porta antiga, de madeira escura, com uma placa desgastada que dizia "Arquivo Morto". Aquela sala era praticamente abandonada, cheia de prateleiras de ferro enferrujado e caixas de papelão emboloradas. Ninguém ia ali, exceto ele, quando precisava de um momento longe dos olhares e das regras. Ali, ele se despia do professor sério e voltava a ser a cadela submissa que precisava ser.
Entrou e fechou a porta atrás de si, trancando com a chave que sempre carregava. O silêncio pesado do ambiente o envolveu imediatamente. Um cheiro de poeira e papel velho impregnava o ar, mas aquilo não importava. Era o lugar perfeito.
Cassiano encostou-se na porta e fechou os olhos por um momento. Inspirou fundo, tentando acalmar a respiração que vinha acelerada. Mas não havia como escapar do que ele sentia. A mente voltava sempre para o mesmo lugar: o banco frio do vestiário, a voz grave de Marcos rosnando em seu ouvido, as mãos grandes segurando seus quadris e o pau entrando com força, sem piedade.
— Esse cu é meu, vadia.
A voz ecoou na cabeça dele como uma martelada, fazendo o pau pulsar de novo. Cassiano abriu os olhos, arfando baixinho, e enfiou a mão na calça.
— Caralho...
Os dedos encontraram o pau duro, latejante, já melado na ponta. Ele abriu o zíper com pressa, tirando a rola para fora. As veias grossas estavam saltadas, a cabeça brilhando sob a luz fraca que entrava pela janela empoeirada. Cassiano segurou o pau firme na mão, a respiração cada vez mais pesada enquanto a outra mão buscava apoio na porta.
A cena se desenhou clara na cabeça.
Marcos o tinha jogado no banco do vestiário como um pedaço de carne, sem nenhum cuidado. O caminhoneiro, logo depois, segurava seus cabelos e enfiava o pau na boca até as lágrimas escorrerem. Eles usaram, encheram, deixaram as marcas. Agora ele estava ali, sozinho, mas a sensação permanecia.
Cassiano começou a bater uma punheta lenta, os olhos semicerrados enquanto a mente afundava de vez nos devaneios.
Ele se imaginava ajoelhado ali mesmo, naquela sala suja, enquanto outro homem entrava. Talvez fosse um dos seguranças da faculdade, um tiozão de uniforme amassado, que o encontrava daquele jeito, com o pau na mão e o rabo latejando.
— Achou que eu não ia perceber, professor? Tá aqui escondido, batendo uma punheta no horário de trabalho. É isso que você quer, né, porra?
Cassiano gemia baixinho, mordendo o lábio para conter o som, enquanto a mão trabalhava mais rápido. Ele se via ajoelhando, colocando a cara no chão imundo, enquanto o segurança abria o cinto e descia a calça. O pau grosso e sujo, como o de Marcos, tocava sua cara antes de invadir sua boca, fodendo sem piedade.
— Cadela safada. Vai, engole tudo. Foi feita pra isso mesmo.
Os dedos de Cassiano apertaram o pau com mais força, a punheta acelerando a ponto de fazer o som ecoar baixinho na sala vazia. As costas se arquearam contra a porta enquanto ele tentava se conter, mas já era tarde. O corpo inteiro estava entregue.
Na mente, o segurança o virava de costas e enfiava sem dó, o pau entrando de uma vez, abrindo ainda mais o rabo que já não aguentava mais nada. Cada socada era como um golpe de realidade, um lembrete de quem ele realmente era: um buraco, uma cadela feita para ser usada.
— Isso... Isso... — sussurrou entre os dentes, sentindo o prazer subir, incontrolável.
A mão foi ficando mais frenética, o som dos movimentos abafado apenas pela respiração descompassada. As coxas tremiam, os joelhos quase dobrando quando sentiu o gozo subir.
— Porra... Porra...
Cassiano gozou com um gemido baixo, o corpo inteiro se contraindo enquanto a porra jorrava quente na mão e caía no chão, manchando o piso. A cabeça encostou contra a porta, o coração disparado, a respiração falhando. Ficou ali, parado, a mão melada pendendo ao lado do corpo.
O silêncio voltou a preencher a sala. O peso do prazer e da vergonha caindo sobre ele ao mesmo tempo.
— Merda... — murmurou baixinho, encarando a mão suja.
Ele pegou um pedaço de papel e limpou o que podia, ajeitando-se o mais rápido possível. Olhou em volta mais uma vez antes de sair, garantindo que tudo estava como antes.
Cassiano destrancou a porta e saiu da sala com passos firmes, a expressão impassível de sempre. Desceu o último lance de escadas do prédio, os passos ecoando no corredor silencioso. A máscara estava de volta no lugar: a expressão séria, o andar confiante, os ombros firmes. O professor respeitado, como sempre. Mas o corpo ainda lembrava de tudo, a pele suada sob a camisa recém-trocada, o pau agora mole e sensível, a sensação do rabo marcado latente a cada passo.
Quando virou o corredor que levava à saída do prédio, parou de repente. Na beira da escada, encostado no corrimão de ferro, estava Antônio.
Aquele filho da puta.
O coração de Cassiano bateu mais forte. Por um segundo, ele sentiu uma onda de calor subir pelo peito, como se fosse pego em flagrante, mas logo se recompôs. A expressão voltou a endurecer, e ele estreitou os olhos, encarando o aluno que o fitava com aquele sorriso torto de sempre. Antônio usava o uniforme amarrotado como se fosse trapo, a mochila caída no chão ao lado, e o corpo atlético relaxado, ocupando espaço demais, do jeito que ele fazia questão. A postura insolente irritava Cassiano, mas aquele olhar... aquele olhar o deixava sem ar.
— Professor. — Antônio disse, a voz grave ecoando pelo vazio do corredor. Ele não se moveu, só ficou ali, observando.
Cassiano franziu o cenho, cruzando os braços.
— O que você quer, Antônio? — perguntou, seco, tentando soar firme.
— O professor Agenor me mandou aqui. Disse que era pra eu falar com você.
A voz arrastada de Antônio veio carregada de cinismo, como se não estivesse falando nada demais. Mas aquele olhar entregava tudo. Ele encarava Cassiano de baixo para cima, com um brilho provocativo nos olhos, como se soubesse de alguma coisa. Como se soubesse exatamente o que ele estava fazendo.
Cassiano sentiu a garganta secar. Ele apertou os dedos contra o braço, o corpo inteiro tenso, enquanto tentava manter a pose.
— Pois bem. Fale, então. — A voz de Cassiano saiu mais seca do que ele gostaria, mas ainda firme o bastante para disfarçar o desconforto.
Antônio não respondeu. O sorriso torto apareceu no canto da boca, lento, calculado. Ele se afastou do corrimão, pegou a mochila e começou a subir as escadas com calma, passando bem perto de Cassiano. Ao passar por ele, a voz baixa e cheia de desdém veio como uma faca no ouvido:
— Você tá meio suado hoje, professor. Tá tudo bem? — Por um segundo, Antônio inclinou levemente o rosto, farejando o ar de forma quase imperceptível, como um predador que sente o cheiro de uma presa. O movimento foi sutil, mas o suficiente para gelar o sangue de Cassiano.
Ele sentiu a pele do rosto esquentar, o estômago embrulhar e a respiração falhar. Porra. Não podia ser. Ele não podia saber.
Cassiano ficou imóvel. O calor subiu pelo pescoço e explodiu no rosto como uma labareda. Não se virou, não respondeu. Apenas ficou ali, parado, sentindo o peso daquele comentário. E pior: a lembrança do cheiro de Marcos e do caminhoneiro ainda preso à pele. O aluno tinha sentido? Percebido? Ou estava apenas provocando como sempre?
Antônio subiu o primeiro lance da escada assobiando uma melodia qualquer, como se não tivesse acabado de deixar um homem adulto petrificado no corredor. Cassiano fechou os olhos e respirou fundo, as mãos apertando os braços com força.
Aquele filho da puta sabia. Ou pelo menos desconfiava. Aquele olhar... aquele sorriso...
Por mais que tentasse se controlar, sentiu o rabo se contrair involuntariamente, como se a porra de Marcos e do caminhoneiro ainda escorresse dentro dele. E agora, por causa daquele maldito sorriso, Cassiano sabia que o dia estava longe de acabar.
Soltou o ar lentamente, passando a mão pelo rosto. Estreitou os olhos, a respiração ficando mais pesada, mas disfarçada. Porra. O que aquele moleque estava fazendo ali? Ninguém subia para o arquivo. Ninguém sequer sabia que aquela sala era usada.
— Antônio, onde você vai? — A voz saiu firme, quase ríspida, mas Cassiano se obrigou a manter a compostura.
Antônio inclinou a cabeça de leve no segundo lance de escada, como se a pergunta o divertisse. O sorriso se alargou devagar, mas ele não se mexeu.
— Subindo, ué. Algum problema?
Cassiano subiu os degraus com passos pesados, parando à frente de Antônio. O rapaz não recuou nem um centímetro, continuou ali, relaxado, como se soubesse que estava no controle da situação.
— Por que você está subindo? O que você tem pra fazer lá em cima?
— Engraçado... — Antônio tirou as mãos dos bolsos, cruzando os braços sobre o peito largo. O uniforme velho parecia menor nele, o tecido esticado nos músculos. — Por que eu não posso subir, professor? O senhor acabou de vir de lá. Tem alguma coisa que eu não posso ver?
Cassiano travou a mandíbula. A pergunta bateu fundo, como um soco que pegou desprevenido. Ele tentou sustentar o olhar firme, mas a tensão começava a crescer. O filho da puta sabia como provocar.
— Aquilo é um arquivo morto, Antônio. Não tem nada lá pra você. — respondeu, seco, com um tom autoritário que usava sempre na sala de aula.
Antônio soltou uma risada curta, baixa. Ele não parecia convencido.
— E o senhor, professor? Tava vendo o quê lá em cima?
Por um instante, o mundo de Cassiano parou. O corredor vazio, os sons abafados da faculdade distante, e apenas aquela voz grave martelando em seus ouvidos. Tava vendo o quê lá em cima?
— Não é da sua conta. — A resposta saiu dura, mas Cassiano sentiu a garganta secar. Antônio o encarava como um predador que fareja o cheiro de sangue.
— Calma, professor. Só tô curioso. — Antônio deu um passo à frente, encurtando o espaço entre eles, a presença física do garoto ficando ainda mais evidente. Ele inclinou o rosto, os olhos escuros analisando cada detalhe da expressão de Cassiano, como se pudesse enxergar tudo que ele tentava esconder. E então, quase num murmúrio:
— O senhor tá estranho hoje. Tá suando muito.
Cassiano congelou. O estômago afundou como uma pedra, e ele sentiu o rosto esquentar. Porra. Porra. Aquele desgraçado estava percebendo. Estava testando ele.
— Vai cuidar da sua vida, Antônio. — Cassiano rosnou baixo, o tom cheio de autoridade, mas com um leve tremor que ele não conseguiu disfarçar. Deu um passo para trás e desceu a escada, a caminho para a saída.
Antônio riu de novo, mas não disse mais nada. Apenas ficou ali, parado na escada, acompanhando Cassiano com os olhos enquanto ele passava. O professor sentiu o peso daquele olhar queimando em suas costas, como uma promessa silenciosa de que aquilo não acabaria ali.
Ao atravessar o corredor vazio, Cassiano soltou o ar devagar, o peito subindo e descendo com força. O rabo ainda pulsava entre as pernas, como um lembrete sujo do que tinha acontecido mais cedo. E agora, Antônio.
— Filho da puta... — murmurou baixinho, mais para si mesmo do que para o mundo.