A casa das corujas 1#

Um conto erótico de Amanda
Categoria: Crossdresser
Contém 2796 palavras
Data: 15/12/2024 23:05:14

O primeiro raio de sol atravessou a cortina semifechada, riscando uma linha dourada no quarto pequeno, mas acolhedor. Gabriel piscou lentamente, os olhos se ajustando à luz suave que invadia o espaço. Sentiu o toque delicado do cetim da camisola contra sua pele. Uma peça tão diferente das roupas largas e sem forma que costumava usar antes de conhecer Jennifer. Ele não sabia ao certo por que ela o fazia se sentir tão... especial. Protegido. Amado. Virou-se na cama e a viu. Jennifer estava sentada na beirada, os cabelos lisos caindo sobre os ombros enquanto ela dobrava calmamente uma toalha. Vestia uma saia de algodão azul marinho, que descia até seus joelhos, e uma camisa simples de botões. Ela era sempre assim: descomplicada, mas irresistivelmente elegante. — Bom dia, dorminhoco — disse ela com um sorriso caloroso, virando-se para ele. Gabriel sentiu o coração acelerar. Havia algo no jeito que ela o olhava que fazia tudo parecer mais fácil, como se não houvesse julgamentos ou expectativas. Apenas aceitação. — Bom dia — respondeu ele, a voz ainda rouca de sono. Jennifer se inclinou, o cheiro de café fresco pairando no ar enquanto ela se aproximava para dar um beijo suave em sua testa. Era um gesto simples, quase maternal, mas que fazia o corpo de Gabriel aquecer de uma maneira que ele não sabia explicar. — Dormiu bem? — perguntou ela, enquanto alisava uma mecha de cabelo loiro que caía no rosto dele. Gabriel assentiu, puxando o lençol para se cobrir um pouco mais. Mesmo que a camisola já fosse sua segunda pele nos últimos dias, ele ainda sentia uma pontada de vergonha ao perceber como se encaixava perfeitamente em seu corpo magro, quase andrógino. — Não sei... Acho que sonhei com você.

Jennifer riu suavemente, um som que fazia o peito dele vibrar de alegria. — Espero que tenha sido um sonho bom. Agora, levante-se. O café está pronto. Ela se levantou, suas sapatilhas fazendo um som abafado contra o chão de madeira, e saiu do quarto. Gabriel permaneceu deitado por um momento, os dedos deslizando pelo tecido macio da camisola. Ele nunca tinha usado algo assim antes de Jennifer trazê-la para ele, insistindo que ele deveria experimentar "coisas novas". "Você ficaria lindo nisso", ela dissera, semanas atrás, segurando a peça diante dele com um brilho nos olhos. E agora, ele não conseguia negar como gostava da sensação, da leveza que trazia. Suspirando, ele levantou-se, os pés descalços tocando o chão frio enquanto ajeitava os cabelos bagunçados. No espelho, o reflexo que o encarava parecia diferente do garoto que ele conhecia. Não era apenas a camisola, mas algo mais sutil. Algo no jeito que ele carregava os ombros, na suavidade de seus traços que parecia mais acentuada a cada dia. Quando chegou à cozinha, Jennifer estava servindo duas xícaras de café. O aroma era reconfortante, quase viciante. Ela o olhou por cima do ombro e sorriu novamente, como se a simples presença dele fosse suficiente para iluminar o ambiente. — Aqui está, o seu favorito — disse ela, empurrando uma das xícaras para ele.

Gabriel sentou-se à mesa, observando-a enquanto ela mexia o próprio café com calma. Jennifer tinha um jeito de fazer tudo parecer simples, como se o mundo lá fora não importasse quando eles estavam juntos. — Jen... — começou ele, a voz hesitante. Ela ergueu os olhos, a expressão serena. — Sim, querido? Ele hesitou, tomando um gole do café. O sabor era ligeiramente doce, mas havia algo mais que ele não conseguia identificar. Não que importasse.— Você acha estranho... eu gostar de usar essas coisas? — Ele puxou a manga da camisola, sem encará-la diretamente. Jennifer colocou a xícara na mesa e estendeu a mão, cobrindo a dele com um toque firme, mas gentil.— Não, Gabriel. Não acho estranho. Acho que é lindo você se permitir ser quem é, sem medo. Ele finalmente a encarou, encontrando os olhos castanhos dela fixos nos seus com uma intensidade quase hipnotizante. — Eu não sei quem eu sou — confessou ele em um sussurro. Jennifer inclinou-se, apertando sua mão com mais força. — Você é Gabriel. E isso é o suficiente. Houve um momento de silêncio, apenas o som da chaleira ao longe e dos passarinhos cantando na janela. Ele sentiu as lágrimas queimarem nos olhos, mas antes que pudessem cair, Jennifer se levantou e o puxou para um abraço. — Vamos com calma, meu anjo. Não precisamos ter todas as respostas agora, está bem? Ele assentiu contra o ombro dela, sentindo o calor do corpo dela contra o seu. Quando se separaram, ela alisou os cabelos dele novamente e pegou uma pequena sacola que estava no balcão.

— Tenho algo para você.

Gabriel olhou curioso enquanto ela retirava um pequeno conjunto de roupas de dentro da sacola. Era uma blusa delicada de renda branca e uma saia rosa claro, simples, mas bonitas.

— Quero que experimente. Acho que vai gostar. Ele hesitou, mas o sorriso dela era tão encorajador que ele acabou pegando as peças. — Certo... vou tentar. Jennifer o acompanhou até o quarto, esperando pacientemente do lado de fora enquanto ele trocava. Quando Gabriel finalmente abriu a porta, os olhos dela brilharam com orgulho. — Está perfeito — disse ela, aproximando-se para ajeitar a saia na cintura dele. Gabriel olhou-se no espelho novamente, sentindo-se... diferente. Não era algo ruim. Era como se, pouco a pouco, ele estivesse se encontrando. E, ao olhar para Jennifer, ele soube que não estava sozinho nesse caminho. — Obrigado, Jen — disse ele, a voz baixa, mas cheia de emoção. Ela sorriu, segurando o rosto dele entre as mãos. — Sempre, meu anjo. Sempre.

Gabriel entrou no banheiro, sentindo o peso das roupas novas em suas mãos. A água quente do chuveiro envolveu seu corpo, lavando a sonolência restante enquanto ele permitia que os pensamentos vagassem. Jennifer era tudo para ele: um porto seguro, um refúgio. Ela tinha o dom de transformá-lo, não apenas com as roupas ou com as palavras, mas com o jeito como fazia o mundo parecer menos opressivo.Depois do banho, ele escolheu roupas mais delicadas que Jennifer havia deixado para ele em cima da cama: uma camisa branca de algodão leve, com botões perolados que pareciam brilhar sob a luz, e uma calça preta ajustada, com um corte sutilmente feminino. O tecido era macio, abraçando suas pernas de um jeito quase reconfortante. Ele se olhou no espelho enquanto abotoava a camisa. Estava diferente, e não sabia dizer exatamente como.Ao sair do quarto, encontrou Jennifer na sala. Ela estava com um bule prateado e duas xícaras na bandeja. A luz do meio da manhã entrava suavemente pelas janelas, iluminando o ambiente com um brilho cálido.— Está lindo, Gabriel — disse ela, sorrindo. Seu olhar era doce, mas havia algo mais ali, uma espécie de aprovação silenciosa que fazia seu coração acelerar.— Obrigado, Jen. — Ele se sentou no sofá enquanto ela colocava as xícaras sobre a mesa de centro.— Aqui está o nosso café. Fiz do jeito que você gosta. — Jennifer serviu um pouco na xícara dele, o líquido fumegante preenchendo o ar com seu aroma irresistível.— Obrigado — murmurou ele, pegando a xícara entre as mãos. O calor do porcelanato contra a pele era reconfortante. Jennifer sentou-se ao lado dele, mas não disse mais nada. Ela o observava com um olhar tranquilo enquanto ele ligava a televisão. Gabriel começou a mudar de canal, sem prestar muita atenção no que passava, até que algo chamou sua atenção.Na tela, uma mulher de aparência envelhecida, com cabelos grisalhos impecavelmente arrumados e um vestido de cores suaves, estava sentada em um ambiente que lembrava uma sala de estar antiga. Era um programa estranho; não parecia um comercial, mas também não seguia o formato de um programa comum.Gabriel franziu a testa. Havia algo familiar nela, mas ele não conseguia se lembrar de onde a conhecia.— Olá, meu querido — disse a mulher na televisão, a voz tão doce que parecia envolvê-lo como um cobertor. Gabriel piscou, confuso. Parecia que ela estava falando diretamente com ele.Jennifer continuava sentada ao seu lado, mas agora seu olhar estava fixo no bule. Ela não parecia perceber o que estava acontecendo na tela.— Sim, você aí. Está tão bonito hoje. Está confortável? — A mulher sorriu, e Gabriel sentiu um arrepio percorrer sua espinha.Ele abriu a boca para dizer algo, mas não conseguiu. Seus dedos apertaram a xícara quase sem querer.— Por que não toma um gole do seu café? Só um gole, querido. Vai se sentir tão melhor...Sem pensar, Gabriel levou a xícara aos lábios e tomou um gole. O sabor era rico, com um toque doce que ele não conseguia identificar, mas o gesto foi automático, como se ele não tivesse escolha. Quando colocou a xícara de volta na mesa, percebeu que ela estava vazia.Jennifer ainda estava ali, mas parecia distante, como se estivesse em outro mundo. Gabriel piscou, confuso. Quanto tempo havia passado? Ele olhou para o relógio na parede, mas os ponteiros pareciam borrados, como se sua visão estivesse falhando.Foi então que ele percebeu. Seu corpo estava... diferente. Um calor intenso irradiava do centro do seu peito, descendo pelo abdômen e se espalhando por cada parte do seu ser. Ele se moveu no sofá, inquieto, sentindo o tecido da camisa roçar contra seus mamilos, que estavam incrivelmente sensíveis. Um suspiro escapou de seus lábios antes que pudesse contê-lo.Ele olhou para baixo e viu a evidência do que estava sentindo: uma ereção clara e desconcertante, pressionando contra o tecido fino da calça. O rubor subiu por seu rosto, e ele virou-se para Jennifer, buscando uma explicação, mas ela apenas sorriu de forma serena, como se já soubesse o que estava acontecendo.— Você está bem, meu anjo? — perguntou ela, inclinando-se para tocar sua mão.Gabriel tentou falar, mas as palavras escaparam. Ele não entendia o que estava acontecendo. Tudo parecia fora de foco, como se horas tivessem passado sem que ele percebesse. O programa na televisão havia terminado; agora, apenas estática preenchia a tela.

Jennifer se aproximou um pouco mais, os olhos brilhando com um misto de ternura e algo mais, algo que Gabriel não conseguia identificar.— Acho que você está começando a entender, não está? — sussurrou ela, o tom tão gentil que quase parecia uma canção.Gabriel queria perguntar o que ela queria dizer, mas sentiu uma nova onda de sensações invadir seu corpo, o calor se intensificando. O mesmo ritual parecia se repetir, como um disco riscado. Gabriel acordava com a luz do sol entrando suavemente pelas cortinas do quarto. O toque da camisola de cetim era sempre a primeira coisa que ele sentia, deslizando contra sua pele com uma maciez quase sedutora. Apesar de ter se acostumado com a peça, cada vez que olhava para o espelho, uma pontada de estranheza atravessava sua mente. Ele se sentia bonito, é verdade, mas algo parecia deslocado, como se o reflexo não fosse exatamente seu.Jennifer, como sempre, estava lá. Às vezes sentada na beira da cama, às vezes no corredor, com o mesmo sorriso acolhedor e a mesma frase de sempre: — Bom dia, dorminhoco. Ela sempre se certificava de que ele tomasse café antes de qualquer coisa. O bule brilhava como um pequeno tesouro sobre a mesa da sala, o aroma rico preenchendo o ambiente de uma forma quase hipnótica. Gabriel já não tinha certeza se gostava do café ou se era simplesmente algo que fazia porque Jennifer esperava isso dele. Depois do café, vinham as roupas. Jennifer surgia com um conjunto novo quase todos os dias. Sempre peças delicadas, escolhidas com um cuidado que ele não entendia, mas não tinha coragem de recusar. Camisas de algodão com cortes sutis, calças que moldavam suas pernas ou, em algumas ocasiões, saias que ela insistia que ele experimentasse. — Quero que você veja como fica bem nelas, meu anjo. — A voz dela era doce, mas havia algo nela que parecia carregar um peso maior, como se houvesse uma expectativa implícita.E ele experimentava. Sempre. Às vezes, até gostava do resultado. Mas ultimamente, sentia como se estivesse se perdendo em meio a cada peça de roupa, a cada comentário encorajador de Jennifer. Era sempre o mesmo. Ele se sentava no sofá, enquanto Jennifer preparava mais café. O programa estranho na televisão começava, sempre com a mesma mulher, no mesmo cenário que lembrava uma sala de estar antiga. Gabriel não sabia explicar por que aquilo prendia tanto sua atenção, mas sempre assistia, incapaz de mudar o canal. A mulher era idosa, com cabelos grisalhos que brilhavam sob a luz suave. Seus gestos eram lentos, calculados, e sua voz era tão doce que Gabriel sentia como se ela falasse diretamente com ele. — Olá, querido. Está confortável hoje? — ela dizia, olhando para a câmera com um sorriso maternal.No início, Gabriel achava que era apenas coincidência. Mas agora, parecia que ela sabia exatamente quem ele era, o que ele estava sentindo. Jennifer ficava sentada ao lado dele, mas nunca parecia notar a estranheza do programa. — Por que você não toma um gole do seu café? — a mulher sugeria, e Gabriel obedecia antes mesmo de perceber. Era automático. Ele bebia, e o mundo ao seu redor começava a falhar.Naquela tarde, foi ainda pior. Gabriel terminou o café, colocou a xícara na mesa e, quando piscou, ela estava vazia novamente. O relógio na parede parecia ter avançado horas, mas ele não conseguia se lembrar de nada. Um calor intenso tomou conta de seu corpo, começando no peito e descendo pelo abdômen. A sensação o deixou inquieto. Ele se mexeu no sofá, tentando aliviar o desconforto, mas o toque do tecido da camisa contra seus mamilos era insuportavelmente sensível. Ele deixou escapar um suspiro baixo, o rosto corando ao perceber o que estava acontecendo. Jennifer o observava. Ela não disse nada, apenas se inclinou para ajeitar os cabelos dele. — Está tudo bem, meu querido? — perguntou ela, com o mesmo sorriso de sempre.Gabriel tentou responder, mas as palavras ficaram presas em sua garganta. Ele olhou para baixo e viu sua ereção evidente contra a calça. O rubor em seu rosto ficou ainda mais intenso, e ele se sentiu exposto, vulnerável. Jennifer apenas sorriu mais. — Não precisa se preocupar. É normal. Está tudo bem, eu prometo.Ela se levantou, pegou o bule e voltou para a cozinha, deixando-o sozinho com seus pensamentos.Nos dias seguintes, a sensação de confusão começou a pesar cada vez mais. Gabriel acordava e já sentia o cansaço mental, como se a repetição dos eventos o estivesse drenando lentamente. O café, as roupas, o programa... tudo parecia estar acontecendo em um ciclo que ele não conseguia quebrar.O mundo ao redor dele também estava mudando. As paredes pareciam mais escuras, como se nunca houvesse luz suficiente no apartamento. O som do relógio, que antes era discreto, agora martelava em sua mente, um tic-tac incessante que o fazia querer gritar.E Jennifer... Mesmo com sua doçura habitual, algo nela parecia mais calculado. Seus olhares, seus toques, cada palavra escolhida com precisão. Gabriel começou a sentir como se estivesse sendo conduzido, como se cada decisão fosse uma ilusão, algo que ela já havia decidido por ele. Uma noite, enquanto Jennifer preparava o café, Gabriel tentou falar. — Jennifer, eu... algo está errado. Ela virou-se para ele, o rosto tão calmo que chegava a ser perturbador. — O que quer dizer, querido? Ele esfregou o rosto, tentando organizar seus pensamentos.— Eu não sei. É como se eu estivesse... preso. Como se tudo estivesse se repetindo.Jennifer se aproximou, sentando-se ao lado dele no sofá. Ela pegou sua mão e a segurou firmemente, olhando em seus olhos com aquela intensidade que o fazia se sentir incapaz de desviar o olhar.— Não pense demais, meu anjo. Está tudo bem. Você está exatamente onde precisa estar.As palavras dela, que antes o confortavam, agora soavam quase ameaçadoras. Gabriel tentou argumentar, mas a televisão chamou sua atenção. A mulher estava lá novamente, o rosto sorridente preenchendo a tela.— Você está indo muito bem, querido. Só mais um gole.A xícara estava em suas mãos novamente, embora ele não se lembrasse de tê-la pego. Ele olhou para o café fumegante e, sem pensar, tomou um gole.Desta vez, tudo parecia explodir ao seu redor. O calor em seu corpo era insuportável. Seus mamilos latejavam, o toque do tecido contra eles era quase doloroso. Ele sentia como se o tempo houvesse saltado novamente, como se horas tivessem passado enquanto ele estava preso naquele estado de torpor.

Jennifer apareceu novamente, seu rosto suavemente iluminado pelo abajur. — Está tudo bem, Gabriel — disse ela, ajoelhando-se ao lado dele. — Você está quase lá.Gabriel queria gritar, perguntar o que ela queria dizer, mas sua mente estava enevoada, como se um véu grosso estivesse impedindo qualquer pensamento claro. O mundo ao seu redor parecia se despedaçar, as bordas do apartamento tremulando como uma pintura inacabada. E ainda assim, ele não conseguia sair.

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