O silêncio no apartamento era insuportável. O relógio na parede ticava baixo, cada segundo batendo contra o cérebro de Cassiano como uma martelada. Ele estava sentado à mesa, a luz fraca da lâmpada iluminando o papel branco à sua frente. A caneta descansava entre os dedos, mas a mão estava imóvel.
Carta de Renúncia.
Era isso. A única saída que conseguia ver.
Cassiano passou a língua pelos lábios secos, os olhos fixos no papel que, até agora, só tinha as palavras "Prezada Reitoria," rabiscadas no topo. Ele respirou fundo e tentou começar outra vez, a caneta deslizando pela folha com mãos trêmulas.
"Venho, por meio desta, apresentar minha renúncia ao cargo de professor..."
A letra parou. Os dedos apertaram a caneta com mais força até que ela quase quebrou. Não era fácil. Não era só um papel. Era o fim de tudo. Anos de dedicação, a reputação construída a duras penas, os olhares de respeito que ele já não sabia se algum dia mereceu.
Ele deixou a caneta cair sobre o papel e passou as mãos pelo rosto, os dedos apertando as têmporas. A imagem de Antônio voltou com força, o sorriso insolente, o olhar cruel e predador enquanto o forçava no corredor da faculdade.
— Desgraçado... — murmurou baixo, a voz rouca.
Ele tentou afastar a lembrança, mas era inútil. A imagem estava grudada na mente dele como uma cicatriz que não se apagava. Cassiano, ajoelhado. Mamando aquele garoto como um lixo. Como uma vadia qualquer.
Ele se levantou bruscamente, a cadeira arrastando pelo chão com um ruído agudo. Cruzou o pequeno apartamento em passos rápidos, indo até o banheiro. Abriu a torneira e jogou água fria no rosto, as gotas escorrendo até o peito nu. O reflexo no espelho o encarava, pálido, derrotado. Os olhos fundos, as olheiras profundas, a boca trêmula.
— Eu não sou isso... Eu não sou isso. — murmurou para si mesmo, como se precisasse se convencer.
Mas ele sabia. O corpo sabia. O pau dele endurecendo enquanto lembrava das palavras de Antônio.
"Olha pra você, professor. Tá gostando disso, né?"
Ele bateu com força no espelho, a palma aberta deixando uma marca molhada no vidro. Ele não ia voltar. Não podia voltar.
Cassiano voltou para a sala e se jogou no sofá, a toalha úmida pendurada nos ombros. O olhar caiu sobre o papel de renúncia ainda aberto na mesa. Era isso. Ele precisava entregar aquela carta e sumir. Desaparecer da universidade, da vida de Jorge, de Antônio, de todos que pudessem enxergar nele o que ele havia se tornado.
Mas e depois? O que sobraria?
A mente de Cassiano vagou para Jorge. O olhar frio do colega, a voz calculada, as palavras cortando como navalhas. "Você gosta disso. Não adianta mentir." Ele sabia. Ele viu. E aquilo era pior do que qualquer humilhação.
A verdade é que Cassiano não sabia se queria mais fugir ou se entregar de vez. Era mais fácil ajoelhar, mais fácil ser o que esperavam dele do que carregar a luta que perdia para si mesmo todos os dias.
O celular vibrou no bolso da calça. O som fez o coração dele disparar. Ele pegou o aparelho com dedos trêmulos e olhou para a tela.
Jorge: "Venha à minha casa. Agora. Não me faça esperar."
A mensagem era simples. Direta. Irrecusável. Ele engoliu seco, os olhos fixos nas palavras brilhando na tela. Aquelas letras tinham peso, como uma corrente amarrada aos tornozelos, arrastando-o para um abismo do qual não conseguiria sair.
— Não... Eu não vou. — sussurrou, mas a voz falhou.
Ele colocou o celular sobre a mesa e se afastou, mas os olhos continuaram voltando para ele. Venha à minha casa. Ele fechou os olhos, as mãos na cabeça. Sabia o que aconteceria se fosse. Sabia que Jorge e Antônio não o deixariam mais fugir. E parte dele... parte dele queria isso.
Cassiano pegou o papel de renúncia e amassou com força, jogando-o no chão. A respiração estava pesada, o rosto vermelho de raiva e vergonha. Ele pegou o celular novamente e leu a mensagem mais uma vez.
Por fim, digitou apenas uma palavra. Uma resposta que selava o que ele era.
— "Estou indo."
Ele largou o celular no sofá, pegou uma camisa qualquer e vestiu-se rápido. O coração batia forte, as mãos ainda trêmulas, mas as pernas o levaram até a porta antes que a mente pudesse recuar.
Ao sair do apartamento, ele sentiu o vento quente da tarde bater contra o rosto. O mundo lá fora continuava o mesmo, mas Cassiano sabia: ele estava indo ao encontro do que o destruía.
E não conseguia evitar.
***
A porta se fechou com um som surdo. Cassiano parou no centro da sala, o olhar perdido, os ombros caídos como se o peso do mundo estivesse sobre eles. A casa de Jorge estava silenciosa, banhada por uma luz suave que entrava pelas cortinas entreabertas. O sofá de couro escuro e a mesa de vidro brilhavam com uma elegância fria, como o próprio dono do lugar.
— Senta. — Jorge indicou o sofá com um gesto leve, o tom da voz mais calmo do que Cassiano esperava.
Cassiano obedeceu sem dizer nada. O corpo afundou no estofado macio, mas a mente continuava em alerta. O olhar dele acompanhou os passos de Jorge, que pegou dois copos e uma garrafa de uísque antes de se sentar na poltrona em frente.
O silêncio se alongou. Jorge serviu as duas doses e deslizou um copo pela mesa até a mão de Cassiano. Os olhos do homem estavam fixos nele, firmes e indecifráveis, mas algo no jeito como ele respirava parecia diferente.
— Obrigado por ter vindo. — disse Jorge, finalmente. A voz soou baixa, quase gentil, mas carregada de algo mais. — Precisamos conversar, Cassiano.
— Se for sobre ontem... — A voz falhou, e ele parou. A garganta seca.
Jorge ergueu uma sobrancelha, girando o copo de uísque entre os dedos.
— Sobre o que você fez?
Cassiano desviou o olhar, o rosto queimando. Aquilo doía mais do que ele queria admitir.
— Eu não sei o que... Não sou... o que você viu...
Jorge soltou uma risada curta, sem humor. Levou o copo até os lábios e bebeu um gole longo, os olhos nunca deixando o rosto do outro.
— Vai continuar mentindo pra mim? Ou pra você mesmo?
Cassiano fechou os olhos por um instante, os punhos cerrados sobre os joelhos.
— Por que me chamou aqui, Jorge? Se for para me humilhar, eu posso ir embora.
— Não é para isso. — A resposta veio rápida, quase firme demais. — Não é pra te humilhar. É pra... consertar as coisas.
Cassiano o encarou, confuso. Jorge pousou o copo na mesa com um som seco e inclinou-se para frente, os cotovelos apoiados nos joelhos.
— Eu tenho o vídeo.
Aquela frase fez o ar congelar. O estômago de Cassiano afundou, o rosto ficando ainda mais pálido. A boca se abriu, mas nenhuma palavra saiu.
— Antes que você pense besteira, não estou te chantageando. — Jorge continuou, a voz firme, quase séria. — Não é bem isso. O vídeo é para controlar o Antônio.
Cassiano franziu o cenho.
— Controlar o Antônio?
— Isso mesmo. Aquele garoto precisa saber quem manda aqui antes que ache que pode foder com a vida dos outros. E talvez ele possa, se você deixar.
Jorge inclinou-se mais para perto, o rosto agora a poucos palmos do de Cassiano.
— Você deixou, Cassiano. Você se ajoelhou pra ele, e eu vi. Vi como você... gostou.
Cassiano apertou os olhos, desviando o rosto.
— Para com isso. Eu não... Eu não queria.
— Queria, sim. — Jorge sussurrou, a voz baixa, quase íntima. — E eu te entendo. Antônio é... irresistível. Aquela brutalidade. Aquele pau. Ele me fez querer algo que eu nem sabia que precisava.
Cassiano olhou para ele, surpreso. Jorge riu baixo, encostando-se novamente no sofá, a mão deslizando pelo próprio joelho.
— É isso que ele faz com a gente. Ele domina. Ele toma o que quer.
O silêncio voltou, mais pesado agora. Cassiano respirou fundo, tentando processar o que ouvia. Jorge continuou, a voz mais suave:
— Não quero que ele te destrua, Cassiano... — Ele parou por um instante, como se medisse as palavras. — Não desse jeito.
Cassiano o encarou, confuso.
— Me destruir como, então?
— Fodendo seu rabo. — respondeu Jorge, os olhos brilhando sob a luz suave. — Nós dois queremos ele. Admita pra si logo. E nós dois podemos ter ele. Mas do nosso jeito. No nosso controle.
Cassiano sentiu o coração disparar.
— Você tá falando sério?
Jorge se levantou devagar, caminhando até o sofá. Parou ao lado de Cassiano e colocou uma mão firme em seu ombro. A voz veio baixa, mas carregada de certeza:
— Você e eu queremos a mesma coisa e podemos ter. Toda essa história do flagra pode ser controlada. Me deixa te ajudar!
Cassiano sentiu um arrepio subir pela espinha. As palavras de Jorge pareciam cravadas nele como ganchos. Parte dele queria se levantar e sair correndo, mas outra parte — a mais faminta, a mais suja — queria saber até onde aquilo poderia ir.
— E se ele não aceitar? — murmurou, a voz fraca.
Jorge sorriu, o mesmo sorriso calculado de sempre.
— Ele vai aceitar. Antônio gosta do jogo. Só precisamos mostrar as regras.
O silêncio se instalou outra vez. Jorge apertou o ombro de Cassiano de leve e se afastou, voltando a pegar o copo de uísque na mesa.
— Você confia em mim? — perguntou Jorge, sem olhar para ele.
Cassiano demorou a responder. Os olhos estavam baixos, o coração batendo rápido demais, mas quando falou, a voz veio mais firme do que esperava:
— Sim.
Jorge sorriu mais uma vez, os olhos brilhando enquanto virava o copo.
— Então vem comigo.
***
O relógio marcava oito em ponto quando a campainha soou, um som que ressoou pela casa silenciosa como um aviso. Jorge não se apressou. Levantou-se da poltrona devagar, ajeitou a camisa e cruzou o corredor até a porta. Girou a maçaneta com calma e a abriu, encontrando Antônio parado do lado de fora.
O garoto vestia uma camiseta preta colada no peito largo, os braços musculosos dobrados, e jeans que moldavam as coxas grossas. A expressão era fechada, o olhar afiado e desconfiado, mas o corpo parecia carregado de uma energia elétrica, como se estivesse prestes a explodir.
— Pontual. — comentou Jorge, o canto dos lábios curvando-se levemente.
— Você não me deu muita escolha. — Antônio respondeu, seco. Passou por Jorge sem ser convidado, os ombros roçando no batente, deixando o cheiro quente e masculino do seu corpo pelo ar.
Jorge fechou a porta com um estalo e seguiu Antônio até a sala. O garoto parou no meio do cômodo, os olhos passeando pelos móveis elegantes, como se analisasse o ambiente e tudo ao seu redor.
— Pode falar logo o que você quer, Jorge. — A voz grave quebrou o silêncio, carregada de impaciência.
— Senta.
Antônio bufou, mas obedeceu. O corpo grande afundou no sofá de couro, as pernas se abrindo de forma displicente, os braços apoiados sobre os encostos do sofá. Os olhos fixos em Jorge, avaliando cada movimento dele.
O professor não se deixou intimidar. Serviu-se de um copo de uísque e tomou um gole lento antes de encará-lo.
— Sabe muito bem por que está aqui.
— O vídeo. — Antônio cuspiu as palavras, o maxilar travado. — Vai jogar essa merda na minha cara até quando?
Jorge sorriu, o olhar calmo, mas afiado. A voz saiu baixa, arrastada, como se saboreasse cada palavra:
— Enquanto for necessário.
Antônio passou a língua pelos dentes, a mão fechando-se em um punho contra o joelho. Ele odiava isso. Odiava ser puxado pelo fio invisível que Jorge segurava com tanta calma, mas o vídeo era uma bomba que poderia explodir a qualquer momento. E ele sabia que não tinha saída.
Jorge sentou-se na poltrona à frente, cruzando as pernas com elegância. O silêncio voltou, apenas o som do gelo batendo no copo enquanto ele tomava mais um gole. O olhar dele cravou-se em Antônio, o sorriso diminuindo.
— Você gosta de dominar, Antônio. De usar. De mostrar que é o macho no controle.
— E daí? — retrucou o garoto, os olhos estreitando-se.
Jorge inclinou-se para frente, o copo pousando devagar na mesa de vidro.
— Eu também gosto. Só que de um jeito diferente.
Antônio franziu o cenho, confuso por um segundo. Jorge não lhe deu tempo para responder. Ele se levantou, caminhando até a porta do corredor.
— Pode vir.
O som dos passos foi quase inaudível, mas Antônio percebeu o corpo dele se enrijecer sem querer. Cassiano surgiu no corredor, a expressão tensa, os olhos baixos, como se estivesse sendo conduzido a um lugar do qual não queria fazer parte — mas precisava. Vestia uma camisa clara, as mangas dobradas até os cotovelos, o tecido justo o suficiente para revelar a rigidez dos músculos sob a pele.
Antônio o encarou, o sorrisinho provocador voltando lentamente ao rosto.
— Olha só. A cadelinha está por aqui.
Cassiano não respondeu. O rosto ficou quente, mas o corpo continuou imóvel no mesmo lugar. Jorge fez um gesto curto, ordenando que ele se sentasse no sofá ao lado de Antônio. Obedeceu sem questionar, afundando no estofado com uma tensão evidente nos ombros.
Jorge voltou a se sentar, os olhos observando os dois como um jogador observando suas peças no tabuleiro.
— Sabe o que eu vejo aqui? — começou ele, a voz calma. — Dois homens que precisam se acertar. De formas diferentes.
Antônio soltou uma risada curta, descrente.
— Não preciso acertar nada com ninguém. Principalmente com ele. — Fez um gesto de desprezo na direção de Cassiano, que manteve os olhos fixos no chão.
Jorge ignorou.
— Você quer provar algo, Antônio. Provar que está no controle. E nós dois podemos te dar isso. Cassiano pode te dar isso. E eu também.
Os olhos de Antônio se estreitaram. O sorriso sumiu devagar.
— O que você tá dizendo, Jorge?
Jorge levantou-se novamente, aproximando-se dos dois com calma predadora. Parou ao lado do sofá, as mãos nos bolsos da calça.
— Você nos domina, Antônio. Nós dois. Mas será do nosso jeito.
Antônio olhou para ele, confuso por um instante, antes que o olhar descesse até Cassiano. O rosto do professor mais velho estava baixo, mas as mãos apertavam as próprias coxas com força, como se lutasse contra algo dentro de si. Antônio passou a língua pelos lábios, sentindo o calor subir pelo corpo.
— E ele tá de acordo com isso? — perguntou o garoto, a voz mais baixa agora, carregada de tensão.
Jorge não respondeu. Ele apenas olhou para Cassiano, como se desse a ele a oportunidade de falar. O silêncio se prolongou até que, finalmente, Cassiano, tomado de revolta, murmurou, a voz firme:
— Sim, estou de acordo. você quer...
Antônio inclinou-se para trás no sofá, o sorrisinho predador voltando devagar. Ele olhou para Jorge e depois para Cassiano, como se estivesse saboreando a situação.
— Vocês dois são duas cadelas. — disse ele, a voz carregada de provocação. — Mas eu vou mostrar quem manda aqui.
Jorge sorriu. Pela primeira vez naquela noite, os olhos dele brilharam com algo perigosamente satisfeito. Caminhou devagar até o lado do garoto, as mãos nos bolsos, o rosto marcado pelo mesmo sorriso frio e calculado. Parou ao lado dele, olhando para Cassiano como se o desafiasse a se mover.
— Chegue perto dele.
A voz veio firme, baixa, sem dar espaço para dúvidas. Cassiano obedeceu antes que pudesse pensar, o corpo respondendo sozinho. As pernas estavam trêmulas quando se colocou de pé. Os olhos não sabiam onde pousar — no chão, nas mãos, ou no rosto de Antônio, que o observava com uma satisfação perigosa.
— Mais perto. — Antônio ordenou, batendo com a palma aberta na própria coxa, como quem chama um cachorro. Cassiano obedeceu.
Os passos foram lentos, quase inseguros. Quando chegou perto, Antônio segurou firme na cintura dele e o puxou para o meio do sofá, encaixando-o entre suas pernas. Cassiano arfou baixo, o peito subindo e descendo com a respiração falha.
— Assim, porra! — Antônio murmurou, a voz grave e rouca, o rosto tão perto que o hálito quente dele roçou a pele de Cassiano. — Olha só pra você, professor. Tá tremendo. Já sabe o que vai acontecer, né?
Jorge observava tudo, os braços agora cruzados, os olhos brilhando sob a luz amarelada da sala.
— Mostra pra ele, Antônio. Mostra quem manda aqui.
A frase caiu como um golpe. Antônio riu baixo, um som rouco, carregado de desprezo e excitação. Ele deslizou as mãos grandes pelo peito de Cassiano, abrindo os botões da camisa um a um, com calma, como quem desembrulha algo precioso. O tecido molhado de suor caiu pelos ombros, revelando a pele quente e tensa por baixo.
Cassiano fechou os olhos com força. O pau dentro das calças já pulsava, traindo tudo o que tentava esconder. Antônio notou.
— Tá duro já? Caralho... Que professorzinho mais fácil.
Os dedos dele desceram, abrindo o cinto com um puxão firme. O som metálico do couro ecoou pela sala, seguido pelo zíper descendo devagar. Antônio empurrou a calça para baixo, deixando Cassiano exposto apenas com a cueca. O volume era evidente, o tecido esticado pelo pau que pulsava e brilhava na ponta.
— Tira isso. — Antônio ordenou, a voz baixa, mas carregada de comando.
Cassiano hesitou por um segundo, mas Jorge deu um passo à frente, a voz cortando como uma lâmina:
— Faz o que ele mandou. Agora.
Os dedos trêmulos puxaram a cueca devagar, deixando-a cair ao chão. Antônio riu outra vez, os olhos fixos no pau de Cassiano, duro e úmido.
— Olha isso, Jorge. Ele já tá babando.
Jorge não respondeu, mas o sorriso em seu rosto se alargou. Ele se aproximou e parou atrás de Cassiano, as mãos firmes nos ombros dele, como um carcereiro mantendo a presa no lugar. O peso das mãos de Jorge, combinado com o olhar de Antônio, fez o corpo de Cassiano fraquejar.
— Ajoelha.
O comando veio direto, sem hesitação. Cassiano caiu de joelhos entre as pernas de Antônio, as mãos pousadas sobre as coxas grossas do garoto. O cheiro dele era forte, uma mistura de suor e testosterona que invadia os sentidos e fazia o pau de Cassiano pulsar ainda mais.
Antônio abriu o zíper da própria calça, puxando o pau grosso e quente para fora. O membro latejava, duro, as veias saltando sob a pele morena. A glande brilhava de pré-gozo, e ele segurou a base, batendo de leve contra o rosto de Cassiano.
— Abre a boca.
Os lábios tremeram, mas se abriram devagar. Antônio empurrou o pau fundo, direto, sem dar tempo para reação. A garganta de Cassiano apertou ao redor da glande, os olhos lacrimejando quando sentiu o peso e o calor do garoto dentro de si.
— Isso. Engole, vadia. — rosnou Antônio, segurando firme nos cabelos da nuca de Cassiano, guiando os movimentos.
Jorge observava tudo com atenção, a respiração controlada, mas os olhos queimando. As mãos dele ainda estavam nos ombros de Cassiano, apertando com força, como se garantisse que ele não fugiria.
— Caralho...
Os olhos se abriram, encontrando os de Antônio, que olhava para baixo com um sorriso torto, os dentes cerrados enquanto socava a boca dele com o pau rígido. A saliva escorria pelo queixo de Cassiano, pingando no chão, mas ele não parava.
— Que boca apertada. Continua. Não para.
O som dos gemidos abafados, dos estalos molhados e das respirações pesadas enchia a sala. Antônio acelerou os movimentos, puxando os cabelos com mais força, afundando até que o pau batesse fundo na garganta.
Quando finalmente gozou, segurou a cabeça de Cassiano no lugar, derramando tudo na boca dele, cada pulsada quente e latejante arrancando um gemido abafado do homem ajoelhado. A garganta de Cassiano se contraiu enquanto engolia tudo, o corpo inteiro tremendo.
— Bom garoto. — murmurou Antônio, puxando-se para fora devagar, o pau ainda brilhando.
Jorge afrouxou o aperto nos ombros dele e abaixou-se, a voz baixa ao pé do ouvido de Cassiano:
— Muito bem, Cassiano.
Cassiano caiu para frente, apoiando as mãos no chão frio, o peito arfando, o rosto ardendo e molhado. Ele sabia que não tinha mais volta. Seu corpo tremia. A respiração aos poucos voltando lentamente ao normal, mas o gosto quente de Antônio permanecia em sua boca, uma lembrança física e pulsante do que acabara de acontecer. Pela primeira vez em muito tempo, ele sentia algo parecido com alívio. Não havia mais dúvidas, nem lutas internas. Ele era aquilo. Um servo. Um homem que nasceu para obedecer.
A sala parecia menor agora, o ar denso, abafado, cada segundo mais carregado de algo invisível e impossível de ignorar. Jorge se movia com calma, os passos firmes, como um maestro prestes a reger um espetáculo. Antônio continuava sentado no sofá, o corpo relaxado, mas o olhar fixo em Cassiano, avaliando cada movimento seu.
— De quatro. No sofá.
A voz de Antônio quebrou o silêncio. O comando veio direto, grave, sem espaço para questionamento. Jorge parou no meio da sala, o olhar breve e calculado antes de virar-se lentamente. O corpo largo e sólido moveu-se com uma naturalidade quase obscena. Ele começou a tirar a roupa, os dedos abrindo um a um os botões da camisa até que o peito coberto por uma fina camada de pelos ficou exposto.
Cassiano observava tudo em silêncio. As mãos trêmulas repousavam sobre os joelhos, os olhos desviando, tentando não encarar o inevitável. A voz de Jorge veio novamente, agora para ele:
— Presta atenção.
Jorge posicionou-se em frente ao sofá, apoiando uma das mãos no encosto enquanto usava a outra para abrir o cinto e o zíper da calça, deixando-a cair lentamente até os tornozelos. O tecido amassado formou uma poça no chão, revelando as pernas firmes e a cueca branca que moldava as curvas do corpo maduro. O rabo estava ali, empinado, coberto apenas pelo tecido fino, a respiração dele baixa e controlada como alguém que sabia o que queria.
— Você quer ver, não quer? — murmurou Jorge, com uma voz que parecia escorrer direto para a espinha de Cassiano.
Os joelhos de Jorge afundaram no assento, os cotovelos apoiados no encosto do sofá. A bunda perfeita ficou exposta, o tecido branco cavado entre as nádegas que se abriram de leve, como um convite. Cassiano nunca tinha visto algo assim.
O peito de Cassiano arfou, o rosto queimando, o pau latejando. Antônio levantou-se do sofá com um sorriso torto, dando a volta e parando atrás dele.
— Olhe pra ele. Olha o que o Jorge quer.
Antônio inclinou-se próximo ao ouvido de Cassiano, a voz grave e provocativa:
— Nunca socou no rabo de ninguém, né? Hoje você vai. E vai gostar. Levanta!
Cassiano arregalou os olhos e se levantou, o corpo tremendo com uma mistura de medo e tesão que subia pelas coxas. O olhar voltou para Jorge, as nádegas abertas, o tecido da cueca colado no meio, deixando tudo visível. O calor subiu pelo rosto e explodiu no baixo ventre, o pau pulsando com tanta força que doía.
Jorge virou o rosto por cima do ombro, o olhar firme, mas a voz saindo mais baixa:
— Quero que você me foda, Cassiano. Quero sentir você. Me use.
As palavras cruas caíram sobre ele como um golpe. O professor imponente, o homem que sempre comandou, agora se expunha assim, vulnerável, mas ainda mandando. Cassiano não sabia se fugia ou avançava, mas Antônio estava ali, segurando-o firme pelos ombros.
— Vai logo, porra. Ele tá te esperando.
Respirando fundo e com o coração martelando, Cassiano se aproximou do sofá. As mãos tocaram as nádegas de Jorge com cuidado no início, os dedos sentindo a pele quente sob as palmas. Ele afastou o tecido da cueca, revelando o rabo empinado, a entrada contraída que pulsava sob o toque.
— Não tenha medo. — Jorge murmurou, a voz rouca, os quadris pressionando de leve para trás.
Os dedos de Cassiano abriram as nádegas devagar, como se descobrisse algo sagrado. A pele quente se abriu para ele, convidativa, o cheiro do corpo de Jorge misturando-se com o ar abafado da sala. A ponta do pau encostou no buraco, e um gemido baixo escapou da garganta de Jorge.
— Enfia.
Antônio observava tudo com atenção, os olhos brilhando, o sorriso quase selvagem ao ver Cassiano tremer com o pau colado no rabo do amigo.
Cassiano empurrou devagar no início, a glande abrindo caminho entre as paredes quentes e macias que se contraíram ao redor dele. Jorge gemeu baixo, a cabeça caindo contra o encosto do sofá, as mãos agarrando o couro com força. Cassiano era muito maior do que Antônio.
— Mais... porra. Mais fundo.
As palavras eram um comando, e Cassiano obedeceu. Enterrou-se de uma vez, sentindo o rabo de Jorge apertá-lo em espasmos involuntários. O calor o envolveu por completo, cada centímetro sugado como uma luva perfeita. Um gemido grave escapou dos lábios entreabertos, a sensação nova, viciante, queimando no baixo ventre.
— Caralho... — sussurrou Cassiano, os quadris começando a se mover com força, guiados pelo instinto.
Os gemidos de Jorge ficaram mais altos, cada estocada arrancando dele sons roucos e desesperados.
— Isso, Cassiano. Me fode. Me arrebenta. Me domina, caralho!
As mãos enormes e firmes de Cassiano seguraram os quadris de Jorge e socou mais fundo, o som dos corpos se chocando preenchendo a sala. A mente, pela primeira vez, estava vazia. Não havia culpa, não havia medo — apenas o prazer avassalador de finalmente dominar alguém, de ser o homem no controle.
Jorge gemeu alto, os braços tremendo sob o peso do corpo.
— Isso, porra! Me faz gozar. Me destrói, Cassiano!
As palavras eram um combustível que incendiava o corpo de Cassiano. O pau entrava e saía do rabo quente, cada estocada arrancando um grunhido mais forte. O prazer subia como um maremoto, as unhas cravando na pele suada das nádegas abertas.
Naquele momento, ele percebeu. Jorge era uma cadela também. Uma cadela que gostava de mandar enquanto se abria para ser dominada. A alegria inundou o peito de Cassiano, um sorriso perverso escapando dos lábios.
O som dos corpos se chocando ainda reverberava pela sala abafada. Cassiano continuava enterrando-se no rabo de Jorge com força e destreza, as mãos apertando os quadris do homem, sentindo os músculos retesarem sob seus dedos. O gemido grave de Jorge ecoava com cada estocada, os braços tremendo ao sustentar o próprio peso no encosto do sofá.
Cassiano sentiu o suor escorrer pelas costas, o peito arfando enquanto socava mais fundo, o pau pulsando dentro das paredes quentes e apertadas. O prazer era avassalador, uma mistura de poder, surpresa e libertação. Pela primeira vez, ele estava no controle, e a sensação o incendiava.
Antônio, encostado no sofá, observava tudo com um sorriso torto no rosto, os braços cruzados sobre o peito largo, o pau duro e latejando visível. O garoto se aproximou devagar, ajoelhando-se no chão, próximo a Jorge, que ainda estava posicionado de quatro e deitou. Os olhos de Antônio brilhavam com uma intensidade perigosa.
— Aguenta dois, Jorge? Ou já tá pedindo arrego? — provocou Antônio, passando a mão pelas costas suadas do professor.
Jorge virou o rosto por cima do ombro, os olhos quase fechados, o sorriso satisfeito surgindo entre os lábios entreabertos.
Antônio riu baixo, o som rouco e carregado de excitação. Ele abriu a calça por completo, puxando o pau grosso e duro para fora, o membro pulsando de tesão. Com um movimento brusco, se ajeitou e tocou na perna de Cassiano.
— Bora, senta aqui. Sem frescura.
Jorge obedeceu sem resistência, afastando as mãos do encosto e se levantando. Ficou de cócoras sobre Antônio, a bunda dele ficava ainda mais empinada naquela posição, o buraco já aberto e brilhando com a mistura do gozo e do suor de Cassiano. Antônio segurou firme nos quadris largos e posicionou a glande contra a entrada, pressionando devagar.
— Tá pronto, professorzinho?
— Enfia logo, caralho! — Jorge gritou, o tom quase desesperado.
Antônio empurrou tudo de uma vez, enterrando-se até a base com um movimento seco e bruto. Jorge jogou a cabeça para trás, um gemido rouco e arrastado escapando de sua garganta. O rabo se contraiu involuntariamente ao redor do pau de Antônio, apertando-o como uma luva quente.
— Porra, que cu apertado. — Antônio grunhiu entre dentes, os dedos cravando com força nos quadris do homem.
Cassiano ficou parado, o pau ainda duro, observando a cena com o peito arfando. A visão de Jorge, gemendo enquanto era fodido por Antônio, o fez estremecer. Aquilo era demais. Era como ver o professor dominador, sempre tão controlado, completamente entregue, completamente destruído.
Jorge começou a se mover, descendo e subindo no pau de Antônio com força, cada movimento arrancando sons sujos de ambos os homens. O som das peles se chocando preenchendo o ambiente abafado.
— Isso, Antônio. Fode com força, porra! Não me poupa! — Jorge gritou, a voz falha, os braços tremendo enquanto ele se movia com mais violência.
— Você gosta, né, vadia? Gosta de sentar no meu pau assim. — Antônio murmurou, segurando firme nos quadris dele, socando cada vez mais forte para cima.
Jorge gemeu em resposta, os olhos semicerrados, o rosto brilhando de suor. Foi então que ele virou o rosto para Cassiano, os lábios curvados em um sorriso sujo, os olhos carregados de desejo e comando.
— Vem, Cassiano. Fode meu rabo também.
Cassiano sentiu o coração disparar no peito. O corpo respondeu antes mesmo que ele pudesse pensar. Os dedos agarraram os quadris de Jorge, e ele recuou um pouco, posicionando-se atrás do professor montado em Antônio.
O pau duro e pulsante foi alinhado contra a entrada já aberta de Jorge, ainda preenchida pelo pau grosso de Antônio. A glande empurrou devagar, sentindo a resistência inicial antes de deslizar para dentro. O calor era insuportável, o aperto ao redor do membro o fez soltar um gemido baixo.
— Enfia tudo, Cassiano. Vai, porra! — Jorge implorou, a voz quase desesperada.
Cassiano empurrou com força, enterrando-se fundo, o pau deslizando ao lado do de Antônio, que grunhiu baixo, os dentes cerrados ao sentir o aperto aumentar. Jorge gemeu alto, os dedos cravando o peito de Antônio, o corpo tremendo entre os dois homens.
— Caralho... — murmurou Antônio, os quadris batendo com mais força. — Esse cu tá espremendo a gente.
Cassiano segurou nos ombros suados de Jorge, os movimentos sincronizados com os de Antônio. Cada investida fazia Jorge gritar, o corpo sendo fodido sem dó, os dois paus socando fundo, as paredes apertando e sugando com espasmos intensos.
— Me arrebentem, porra! Me fodam até eu não aguentar mais! — Jorge gritou, o rosto enterrado no pescoço de Antônio, as costas arqueadas, o rabo aceitando tudo sem resistência.
Cassiano gemia alto, o corpo inteiro suado, os músculos das coxas queimando enquanto socava com força. O som das peles se chocando ecoava pela sala, os gemidos abafados de Jorge se misturando com os grunhidos graves de Antônio.
A cena era demais. A sala parecia girar, o calor aumentando, os corpos pulsando no mesmo ritmo frenético. Jorge gritava a cada investida, os movimentos ficando descontrolados. Cassiano sentiu o prazer subir rápido, o pau latejando, o corpo todo pronto para explodir.
— Porra, eu vou gozar! — gritou ele, os quadris batendo com ainda mais força.
— Goza, caralho! Goza dentro! — Jorge respondeu, a voz rouca, o corpo se contraindo em espasmos intensos.
Cassiano enterrou-se uma última vez, o pau pulsando, derramando-se fundo dentro de Jorge enquanto um grunhido alto escapava de seus lábios. Antônio veio logo depois, socando com mais força, o corpo arqueando enquanto jorrava tudo no mesmo buraco.
Jorge gritou alto, o próprio corpo tremendo enquanto o orgasmo o atravessava, o esperma quente jorrando do seu rabo e escorrendo pelas bolas de Antônio que gemia e arfava alto.
O silêncio veio depois como uma onda, quebrado apenas pelas respirações pesadas dos três homens. Jorge desabou entre os dois, o corpo mole, suado, mas o sorriso satisfeito ainda no rosto.
Cassiano caiu sentado no chão, o peito subindo e descendo rápido, os olhos fixos no nada. Pela primeira vez, ele não sentia vergonha. Apenas paz.
Então, Jorge quebrou o silêncio, a voz rouca e arrastada:
— Agora sim... estamos entendidos.
Cassiano fechou os olhos e soltou o ar devagar. Pela primeira vez, não sentiu vergonha. Apenas aceitou.
Ele sabia que voltaria.