As horas na cozinha se arrastaram como se o tempo tivesse parado. Maria de Lurds não permitiu que Gabriel deixasse a cadeira enquanto ela prosseguia com o "treinamento". Xícara após xícara de café era colocada à frente de Gabriel, cada uma exigindo que ele melhorasse sua postura, seus movimentos e sua atitude.— Mais uma vez, Gabriela — dizia Maria, a voz tão paciente quanto autoritária. — Polegar e indicador firmes, a xícara levemente inclinada. Sem pressa.Gabriel obedecia a cada comando, mas seu corpo começava a fraquejar. O amargor do café, que ele odiava profundamente, parecia impregnar sua língua. O estômago revirava, já sobrecarregado com a quantidade que ele havia ingerido.— Vamos lá, querida. Você está indo bem — dizia Maria, mas havia sempre um olhar avaliador que fazia Gabriel se sentir como uma criança sendo corrigida por uma professora rigorosa.
Em alguns momentos, ele tentava espiar Amanda, que ainda estava sentada à mesa ao lado. O balançar sutil de seu quadril continuava, mas algo no ritmo daquele movimento parecia... estranho. Gabriel começou a suspeitar que Amanda estivesse se masturbando, embora a ideia o deixasse desconfortável e confuso. O sorriso vazio no rosto dela e os olhos desfocados reforçavam a sensação de que ela estava em um estado de êxtase involuntário.Ele quis perguntar, mas as palavras ficaram presas na garganta. O olhar vigilante de Maria e o próprio medo de provocar sua fúria o impediam de fazer qualquer coisa além de continuar bebendo o café amargo.— Mais uma xícara, Gabriela. Você está quase lá.O ciclo se repetiu por horas, até que Gabriel começou a executar os movimentos com mais fluidez, mesmo que sua mente estivesse exausta. Cada gole parecia automático, e ele sentia que estava se afastando de si mesmo, como se o café não estivesse apenas mudando seu comportamento, mas também algo mais profundo dentro dele.Maria finalmente colocou a última xícara na mesa e sorriu, satisfeita.
— Muito bem, minha querida. Agora você está começando a entender.Gabriel colocou a xícara vazia de volta na mesa, as mãos trêmulas. Ele não sabia exatamente o que Maria queria dizer, mas estava aliviado por aquela sessão interminável ter acabado.— Vamos esticar as pernas agora — anunciou Maria, levantando-se da mesa. — Quero que você conheça melhor a casa.Gabriel não teve escolha a não ser segui-la. Amanda permaneceu sentada, ainda balançando levemente o quadril e com o mesmo sorriso vazio. Maria não pareceu notar, ou, se notou, não fez qualquer comentário.Maria guiou Gabriel para fora da casa, atravessando o mesmo jardim pelo qual ele havia passado antes. O sol estava mais baixo no céu, indicando o final da tarde. O ar estava fresco, mas Gabriel sentia cada passo como um esforço monumental, a cinta do cateter e o cinto de castidade apertando dolorosamente a cada movimento.Depois de alguns minutos de caminhada, Maria parou em um canto mais isolado do quintal. Gabriel olhou ao redor e percebeu que estavam diante de algo que parecia um pequeno canil. Cercas de metal delimitavam a área, e havia portas fechadas com trancas em cada um dos compartimentos.O cheiro ali era mais forte, uma mistura de terra, suor e algo que Gabriel não conseguiu identificar imediatamente. Ele sentiu um arrepio subir pela espinha.— Este é o próximo passo na sua jornada, Gabriela — disse Maria, sorrindo como se estivesse mostrando algo maravilhoso. — Mas primeiro, quero que você observe e entenda.Gabriel olhou para as cercas, tentando ver além delas. Algo se movia nos compartimentos, sombras que pareciam humanas, mas distorcidas. Ele ouviu um som abafado, um gemido baixo e rouco, vindo de dentro.— O que... o que tem ali? — Gabriel perguntou, a voz tremendo.Maria colocou a mão no ombro dele, apertando-o levemente.— Logo você verá, querida. Mas antes, quero que entenda uma coisa: esta casa é mais do que um lar. É um lugar de transformação. De renascimento. E todos aqui têm um papel a cumprir.Gabriel sentiu o estômago revirar enquanto tentava processar o que ela dizia. Ele deu um passo hesitante em direção à cerca, tentando enxergar melhor, mas Maria o segurou pelo braço.— Devagar, Gabriela. Não apresse as coisas.Os gemidos continuaram, e Gabriel sentiu o coração acelerar. Ele sabia que algo estava terrivelmente errado, mas também sabia que, nas mãos de Maria, ele não tinha controle sobre o que aconteceria a seguir.Maria de Lurds abriu uma das portas do canil com um som metálico agudo, e Gabriel hesitou. O cheiro no ar tornou-se mais forte, uma mistura de suor e algo mais úmido, algo que parecia errado. O coração de Gabriel batia tão rápido que ele mal conseguia respirar.— Venha, Gabriela. Não tenha medo.Maria segurou seu braço e o puxou levemente para dentro do compartimento. A luz do fim da tarde passava por pequenas frestas no teto, iluminando parcialmente o ambiente. Era uma cela improvisada, com um chão de concreto frio coberto por uma fina camada de feno. No centro do espaço, havia uma mulher.Ela estava ajoelhada, magra ao ponto de parecer frágil, vestindo apenas uma calcinha simples de algodão. Uma coleira de couro preto estava presa ao redor de seu pescoço, conectada a uma corrente curta que a impedia de se afastar muito. Seu rosto estava parcialmente coberto por uma fucinheira de cachorro, feita de tiras de couro que envolviam sua cabeça de forma apertada.Quando Maria entrou, a mulher levantou a cabeça abruptamente, os olhos brilhando com algo que parecia... felicidade. Ela começou a balançar o corpo de um lado para o outro, emitindo sons baixos e roucos, semelhantes a pequenos latidos.— Aqui está nossa querida Bella — disse Maria, sua voz suave como se apresentasse um animal de estimação. — Ela tem se comportado muito bem ultimamente.Gabriel ficou imóvel, os olhos arregalados enquanto observava a mulher. Bella não parecia reagir de forma humana; seus movimentos eram desajeitados, como se ela estivesse imitando um filhote de cachorro. Ela se aproximou de Maria de Lurds, engatinhando, e começou a esfregar a cabeça contra a perna dela, soltando um som que parecia um gemido misturado com um ganido.— Veja como ela é obediente — continuou Maria, sorrindo. — É isso que acontece quando se aceita quem você realmente é.Gabriel deu um passo para trás, mas Maria o segurou pelo ombro, forçando-o a ficar no lugar.— Vá em frente, Gabriela. Interaja com ela.— O quê? — Gabriel mal conseguia formar palavras. — Eu não... não posso fazer isso.Maria apertou o ombro dele, a pressão aumentando, e seu olhar tornou-se severo.— Gabriela, faça o que estou pedindo. É importante que você aprenda.Gabriel respirou fundo, lutando contra a náusea que subia por sua garganta. Ele deu um passo hesitante em direção a Bella, que agora estava sentada sobre os calcanhares, olhando para ele com olhos grandes e brilhantes. Ela inclinou a cabeça para o lado, como um cachorro curioso, e balançou levemente o corpo.— O-oi... — Gabriel murmurou, sentindo-se ridículo.Bella não respondeu com palavras. Em vez disso, ela soltou um pequeno ganido e avançou um pouco, colocando as mãos no chão e levantando levemente o quadril, como se estivesse brincando. Gabriel recuou instintivamente, mas Maria o empurrou para frente novamente.— Aproxime-se mais, Gabriela. Mostre a ela que você não tem medo.Gabriel engoliu em seco e se agachou lentamente, tentando ficar na altura de Bella. Ela imediatamente avançou mais um pouco e esfregou a cabeça contra o braço dele, soltando um som que parecia um ronronar misturado com um suspiro.— Isso... é surreal — murmurou Gabriel, olhando para Maria, que apenas observava com um sorriso satisfeito.— Surreal, talvez. Mas necessário. Bella não é mais quem ela costumava ser. Agora ela é livre, liberta de todas as amarras da humanidade que a prendiam.Gabriel olhou novamente para Bella, que agora estava lambendo o próprio braço com movimentos exagerados, como se imitasse a limpeza de um animal. A visão o enchia de uma mistura de horror e pena.— Por que você está fazendo isso com ela? — perguntou Gabriel, sua voz trêmula.Maria cruzou os braços, a expressão calma.— Não fiz nada com Bella. Ela escolheu isso. Escolheu aceitar sua verdadeira natureza.— Isso não é... isso não é escolha — protestou Gabriel, sua voz aumentando. Maria deu um passo à frente, inclinando-se para encará-lo diretamente nos olhos.— Você ainda não entende, Gabriela. Mas entenderá. Todos nós temos um papel a desempenhar. Bella encontrou o dela, e logo você encontrará o seu.
Antes que Gabriel pudesse responder, Bella avançou novamente e colocou a cabeça no colo dele, soltando um som baixo que parecia um gemido de contentamento. Gabriel congelou, incapaz de se mover, enquanto Maria observava a cena com um olhar de aprovação.— Muito bem. Vocês duas estão se dando muito bem. Isso é um bom sinal. Gabriel não sabia o que era mais aterrorizante: a mulher diante dele, agindo como um animal, ou a calma perturbadora de Maria, como se tudo aquilo fosse completamente normal. Ele sentiu as lágrimas queimarem em seus olhos, mas lutou para mantê-las contidas.— Vamos, Gabriela. Temos mais para ver.Maria pegou a corrente que estava presa à coleira de Bella e a puxou levemente, fazendo com que a mulher recuasse para o centro do compartimento. Bella obedeceu sem protestar, sentando-se novamente sobre os calcanhares e olhando para Maria com uma devoção quase infantil.Maria então conduziu Gabriel para fora do compartimento, fechando a porta atrás deles com um clique metálico.— Este foi apenas o começo, minha querida. Há muito mais para você aprender.Gabriel não conseguiu responder. Tudo o que pôde fazer foi seguir Maria, sentindo que cada passo o levava para mais longe de quem ele costumava ser. Depois de deixar o canil, Maria de Lurds conduziu Gabriel mais para o interior do quintal, seguindo por uma trilha de terra batida cercada por árvores baixas. O ar estava mais fresco ali, mas o cheiro estranho que vinha dos cercados ainda pairava no ambiente, grudando nas narinas de Gabriel como uma lembrança incômoda do que acabara de testemunhar.— Ainda há mais para ver, minha querida — disse Maria, a voz doce, mas com um tom de comando que Gabriel já começava a reconhecer como inescapável.Alguns minutos de caminhada os levaram até outra casinha, um pouco maior que a anterior. A madeira vermelha desbotada parecia velha, mas bem cuidada. Maria abriu a porta e fez sinal para que Gabriel a seguisse.O interior era mais iluminado, com pequenos raios de sol atravessando buracos nas paredes. No chão de concreto, coberto por uma mistura de feno e mantas, estava uma mulher. Ela estava de quatro, nua, exceto por uma coleira larga e um par de tornozeleiras de couro com argolas que pareciam permitir que fosse presa a algo, caso necessário.O que chamou a atenção de Gabriel imediatamente foi a barriga da mulher. Ela estava claramente grávida, com alguns meses de gestação, e o volume arredondado contrastava com o restante de seu corpo magro e marcado pelo tempo. A pele pálida parecia brilhar à luz que entrava pela casinha.A mulher não reagiu à chegada de Maria e Gabriel. Em vez disso, começou a balançar o quadril lentamente para frente e para trás, soltando pequenos grunhidos que soavam animalescos, como se estivesse brincando ou tentando chamar atenção.— Esta é Clara — explicou Maria, sorrindo. — Ela está aqui há bastante tempo. Sempre foi dedicada, mas agora... bem, ela está prestes a dar sua maior contribuição.Gabriel ficou estático, os olhos fixos na mulher que parecia estar tão perdida em sua condição que mal notou sua presença. Clara se aproximou do feno, abaixou a cabeça e começou a esfregar o rosto contra ele, soltando sons que lembravam gemidos baixos e profundos.— É... isso é loucura — Gabriel murmurou, mas sua voz não tinha força.Maria inclinou-se para ele, segurando seu queixo com delicadeza e forçando-o a olhar para Clara.— Não é loucura, Gabriela. É liberdade. Clara aceitou sua natureza, sua verdadeira essência. E você também aceitará, com o tempo.Gabriel tentou desviar o olhar, mas a imagem de Clara parecia presa em sua mente. Algo nele começava a mudar, e, por mais que tentasse negar, sentiu um calor estranho percorrer seu corpo. A visão da mulher grávida, balançando os quadris e se movendo de forma tão animalesca, mexia com ele de uma maneira que ele não queria admitir."Isso não é normal. Isso não é certo," ele pensava, tentando afastar os pensamentos. Mas o calor em seu corpo só aumentava, e ele sentiu o cinto de castidade apertar ainda mais, como se seu próprio corpo estivesse tentando traí-lo.Maria observava em silêncio, como se pudesse sentir o conflito interno de Gabriel.— Você está resistindo, Gabriela, mas eu vejo. Seu corpo já começou a entender o que sua mente ainda rejeita.— Não... não é verdade — Gabriel balbuciou, mas sua voz era fraca, carregada de incerteza.Maria não respondeu. Em vez disso, conduziu Gabriel para outra área da casinha. Ali, havia mais compartimentos, e em cada um deles havia uma pessoa. Homens e mulheres, jovens e adultos, todos imersos naquele estado animalesco. Alguns estavam deitados, outros brincavam com objetos espalhados pelo chão, e outros apenas observavam com olhares vazios ou curiosos.Gabriel tentou desviar o olhar, mas cada cena parecia gravar-se em sua mente. Uma mulher de cabelos loiros estava mordendo uma bola de borracha como se fosse um brinquedo de cachorro, enquanto um garoto magro de pele escura engatinhava ao redor dela, soltando pequenos ganidos.O calor em seu corpo aumentava a cada visão, e Gabriel sentiu um nó na garganta. Ele queria gritar, negar, correr. Mas a excitação que tomava conta de seu corpo era inegável, como se algo estivesse despertando nele contra sua vontade.Mas Clara... Clara permanecia em sua mente, sua imagem gravada como uma chama viva. Gabriel lutava contra a sensação, mas cada pensamento parecia se enroscar ao redor da ideia dela: sua barriga arredondada, os movimentos do quadril, os sons que fazia. Ele queria se livrar daquilo, mas ao mesmo tempo... queria mais.— Vamos, Gabriela — chamou Maria, interrompendo seus pensamentos. — Ainda há mais para ver.Gabriel seguiu Maria para fora da casinha, o ar fresco do lado de fora chocando-se contra seu corpo quente e perturbado. Ele respirou fundo, tentando acalmar os batimentos cardíacos e afastar os pensamentos que não conseguia controlar.A trilha continuava em direção a uma área mais aberta. Conforme caminhavam, o ambiente começava a mudar, tornando-se mais amplo e com um ar mais rústico. Gabriel podia ver ao longe uma estrutura grande e vermelha, com uma pintura descascada que lembrava os antigos celeiros de fazendas rurais.Maria parou na frente da construção e virou-se para Gabriel, sorrindo.— Bem-vinda ao próximo passo, minha querida.Gabriel olhou para o celeiro, o coração pesado. Ele sabia que o que estava por vir seria ainda mais perturbador do que tudo o que já havia testemunhado.O caminho até o celeiro vermelho parecia interminável para Gabriela. A cada passo, ela sentia uma mistura crescente de excitação e preocupação que a consumia por dentro. Sua mente lutava contra as imagens perturbadoras que havia acabado de testemunhar no canil, mas, ao mesmo tempo, algo dentro dela — algo que ela não conseguia explicar — parecia ansiar por mais.O calor em seu corpo não diminuía. A cinta do cateter puxava levemente a cada movimento, causando um desconforto constante. O cinto de castidade, por sua vez, parecia uma punição cruel, apertando seu membro enquanto a excitação pulsava inutilmente, sem força suficiente para uma ereção completa. Talvez fossem os hormônios que Maria a obrigara a tomar diariamente, ou talvez seu próprio corpo estivesse cedendo à mudança que Maria tanto desejava.Gabriela tentou afastar os pensamentos enquanto Maria e Amanda continuavam a conduzi-la pelo caminho em direção ao celeiro. O som dos sapatos de Amanda na terra batida parecia ecoar em sua mente, e ela se perguntava, mais uma vez, como havia chegado àquele ponto.Quando se deu conta, estava parada diante da entrada do celeiro. A grande porta de madeira vermelha estava aberta, revelando um interior iluminado por lâmpadas penduradas em correntes, criando um contraste entre o ar rústico e as tecnologias que pareciam espalhadas pelo lugar.Maria de Lurds conduziu Gabriela para dentro, enquanto Amanda, silenciosa, fechava a porta atrás deles.No centro do celeiro estava uma mulher imensa, sua figura dominante preenchendo o espaço. Ela estava de quatro, como um animal de fazenda, com um corpo volumoso e curvas exageradas. Seus seios eram enormes, pendendo debaixo dela com argolas grossas perfurando os mamilos, e cada argola segurava um pequeno sino que tilintava levemente a cada movimento.
Gabriela sentiu o sangue drenar do rosto, mas seu corpo reagiu de maneira oposta. O calor voltou a percorrê-la, trazendo consigo a lembrança incômoda da excitação anterior. Ela tentou desviar os olhos, mas era impossível não fixar o olhar na mulher à sua frente.Maria sorriu, notando a hesitação de Gabriela.— Ah, Gabriela... Esta é Mimosa. Ela é muito especial para nós.Mimosa ergueu a cabeça, revelando um olhar dócil e vazio, com um sorriso que parecia mais instintivo do que humano. Ela balançou levemente o corpo, e os sinos tilintaram novamente, enchendo o espaço com um som ritmado que fez Gabriela tremer.Antes que pudesse processar completamente a cena, Amanda aproximou-se e começou a prendê-la. Gabriela foi forçada a deitar-se sobre uma mesa de madeira alta, com as pernas abertas e os braços presos ao longo do tronco. O cateter foi ajustado para que não atrapalhasse sua posição, mas o desconforto só aumentava. — Espera... O que vocês estão fazendo? — Gabriela perguntou, a voz trêmula.
Amanda não respondeu. Seus movimentos eram precisos, mas seu olhar permanecia perdido, como se estivesse em um transe.Maria de Lurds aproximou-se, colocando uma mão firme sobre a testa de Gabriela para imobilizá-la.— Este é o seu momento, querida. Toda garota precisa passar por sua iniciação para se tornar uma mulher de verdade.
Gabriela sentiu o coração acelerar, mas antes que pudesse protestar, um tubo foi conectado à sua boca. Era grosso, com uma extremidade flexível que se encaixava firmemente sobre seus lábios. O gosto de borracha preenchia sua língua enquanto Maria apertava uma pequena válvula, prendendo o tubo no lugar.— Respire fundo, minha querida —disse Maria, enquanto ajustava a posição de Gabriela.Gabriela tentou resistir, mas os movimentos eram inúteis contra as amarras. O som de máquinas sendo ligadas encheu o celeiro, e ela conseguiu ver, com o canto do olho, Amanda conectando uma máquina de ordenha aos seios imensos de Mimosa.A máquina começou a trabalhar, emitindo um som rítmico de sucção enquanto os sinos nos mamilos de Mimosa balançavam, tilintando em harmonia com o movimento. Um líquido espesso e leitoso começou a escorrer pelos tubos da máquina, que se conectavam ao tubo preso à boca de Gabriela.— Este é o momento em que você começará a entender, Gabriela — disse Maria, com a voz suave e maternal. — Não tenha medo. Aceite o que você está se tornando.Gabriela tentou recusar o líquido quando ele começou a fluir pelo tubo, mas o aperto do dispositivo em sua boca tornava impossível cuspir ou parar o fluxo. O líquido era quente, espesso, com um gosto levemente doce e enjoativo que preenchia sua garganta.
— Está vendo, minha querida? Mimosa está compartilhando com você algo muito especial.Gabriela sentiu o pânico crescer, mas, ao mesmo tempo, havia algo perturbadoramente reconfortante na situação. Seu corpo reagia de formas conflitantes: o cinto de castidade apertava mais uma vez, enquanto a excitação borbulhava dentro dela, apesar de tudo.Maria colocou uma mão sobre o ventre de Gabriela, sorrindo.— Aceite, Gabriela. Este é o primeiro passo para sua verdadeira transformação. Depois disso, nada mais será o mesmo.Gabriela fechou os olhos, tentando afastar os pensamentos e sensações, mas a imagem de Mimosa e o som dos sinos continuavam gravados em sua mente, enquanto o líquido continuava a fluir, marcando o início de algo que ela não podia controlar.