Naquele fim de tarde Lucy estava nervosa, sabia que faltavam poucos dias para que Sebastian fosse embora, e mesmo sabendo que isso aconteceria cometeu o erro mais estupido que uma puta poderia cometer, se apaixonou pelo seu cliente.
Isso a fazia se sentir a pessoa mais idiota do mundo, pois além de tudo isso aconteceu logo com o homem que tirou sua virgindade, e constatar que ela estava mais próxima de uma protagonista clichê de comédia romântica americana como “50 Tons de Cinza” e “Uma Linda Mulher” a frustrava mais ainda, preferia muito mais os arquétipos femininos de personagens da Nouvelle Vague como Catherine Deneuve em “A Bela Da Tarde” ou Anna Karina em “Viver a vida”, até porque ela sabia que não teria um final feliz como o de Julia Roberts.
Mas além do romance desesperançoso que vivia, Lucy tinha outra realidade a lidar após a partida de Sebastian, não seria mais a putinha de um milionário e sim uma desempregada, então foi a uma entrevista de emprego enquanto Sebastian não estava.
Antes de conhecê-lo, Lucy só era uma garçonete com problemas financeiros que precisavam de uma solução rápida, mas com a partida dele ela seria uma desempregada e não queria precisar se prostituir, então lá estava mostrando sua proficiência em francês ao responder as perguntas de uma mulher mais velha.
-É muito simpática e fala bem o francês Lucy, mas infelizmente a vaga de recepcionista já foi preenchida. - Disse a mulher. - Mas teria interesse em uma vaga como camareira? Posso entrar em contato com você em breve.
-Claro. - Falou Lucy frustrada por mal ter passado da entrada do lugar antes de ser dispensada.
- Camareira? Aposto que ficaria uma gracinha naquele uniforme. - Lucy se surpreendeu ao ouvir a voz de Sebastian assim que se dirigiu para a saída do hotel.
- De novo em um hotel? Veio beber vinho e apanhar de publicitárias de novo?
- É melhor não me lembrar disso, logo agora que eu estava te perdoando. - Falou ele sorridente. - Vim por sua causa, vi seu currículo no apartamento ontem, sabia que estaria aqui.
Já a sós em um restaurante glamouroso porém pouco movimentado, ela ouvia atentamente a proposta dele.
-Gostei da nossa parceria e se topar estender nosso contrato terá muito mais do que qualquer emprego em algum hotel pode te oferecer.
- Sei que é tão inexperiente em sair com putas quanto eu sou em ser uma, mas porque tem que falar de uma forma tão técnica? - Falou Lucy com a voz baixa quase como a de um sussurro.
- Só não acho adequado dizer em público que quero te comer por mais um ano. - Disse Sebastian com a boca próxima a do ouvido dela. - Sei que não é o emprego que queria ter a longo prazo, mas um dos benefícios que adicionei neste contrato são aulas de música assim poderá se dedicar a sua carreira de pianista.
Sebastian esperava que ela esboçasse felicidade ou no mínimo questionasse algo depois de ouvir sua proposta, mas para a sua preocupação Lucy manteve a expressão e não disse nada, o único sinal visível sobre uma possível emoção que a moça poderia estar sentindo no momento eram suas pernas balançando se movendo inquietamente.
- Te dei esses papeis agora mas não precisa assiná-los ainda, podemos mudar ou acrescentar novos termos se quiser. - Disse Sebastian tentando quebrar o silêncio desconfortável.
- Preciso ir ao banheiro. - Falou ela se levantando abruptamente após ler o contrato.
Depois de quinze minutos sem sinal de Lucy, Sebastian já estranhava a situação, se perguntava se não aconteceu alguma coisa, estava pronto para pedir que alguma funcionária verificasse o banheiro feminino, seu celular vibrou com uma mensagem de Lucy.
“ Desculpe, não posso continuar assim”
Sebastian sentiu um aperto em seu peito com aquela mensagem, sabia que Lucy não estava mais no restaurante e com certeza não atenderia qualquer ligação que ele fizesse, então rapidamente pagou a conta e saiu para procurá-la.
Andando sem rumo pelas ruas, ela estava grata pela chuva que começara a cair, pois assim a água se misturava com suas lágrimas disfarçando sua cara de choro, mas o vento gelado atingindo sua pele a fazia apertar os braços contra o corpo.
“ Ele só quer me comer por mais um ano, não posso ter uma relação tão superficial assim com ele, não consigo.”
Pensava ela que andava a passos acelerados e atormentada não escutou o barulho do motor do carro se aproximar dela e só notou a presença de Sebastian no momento em que ele já havia descido do carro e gritou logo atrás dela:
-Lucy, espera! - Contrariada ao sentir o toque dele a segurando levemente pelo braço, ela parou seus passos.
- Por que está aqui? Acho que deixei claro que te dispensei como cliente.
-Eu quero que vá para a Europa comigo, vou assumir um compromisso com você, só preciso preparar território para isso.- Falou Sebastian, com a respiração pesada, ao mesmo tempo em que a chuva diminuía e se transformava em uma garoa. - Não posso te deixar ir assim.
- Claro que não pode. - Disse ela revirando os olhos. - Não pode porque é um filho da puta sádico, achei que isso se limitava só ao sexo mas hoje percebi que não. - Foi a primeira vez que ele viu tanta raiva nos olhos dela. - Você sabe que eu gosto do senhor, mas é incapaz de gostar de mim de volta e só tá se aproveitando do que eu sinto para trepar comigo por mais tempo, então para de fingir que realmente me quer por perto.
- Isso não é verdade, eu também gosto de você, na verdade sou completamente obcecado e apaixonado por você. - Falou ele respirando fundo. - E prometo que vou demonstrar isso da forma que você merece.
Antes que pudesse absorver o que acabou de ouvir, Lucy sentiu as mãos firmes dele a puxarem para si e se esqueceu de toda a fúria que estava sentindo a segundos atrás no momento em que Sebastian chocou seus lábios contra os dela iniciando um beijo lento e intenso, em que ela percorria as mãos pelas costas dele e ele a segurava contra o seu corpo com uma de suas mãos tocando na cintura dela a causando arrepios.
Ao precisar recuperar o fôlego, Sebastian encerrou o beijo com uma mordida no lábio inferior de Lucy e passou a encará-la fixamente.
-Me disse que me dispensou como cliente, mas não me dispensou como dominador, certo? - Perguntou ele que a agarrava pelo queixo, para que ela não conseguisse desviar do contato visual.
- Não. - Disse ela com a voz trêmula. - Ainda não. - E dessa vez, Lucy tomou a iniciativa para o beijo.
Ela fugiu do restaurante justamente por saber que era difícil dizer um não a ele, e fazer isso olhando aqueles olhos verdes enquanto estava naqueles braços fortes era impossível para Lucy, ainda mais depois de ouvir que ele também gostava dela, estava disposta a ver como ele iria demonstrar, então entrelaçou as pernas ao redor da cintura dele que rapidamente abriu as portas traseiras de seu carro deitando-a no estofado e posicionando-se por cima dela.
Apertando os punhos de Lucy, Sebastian aproveitou para amarrá-los com a gravata que havia acabado de tirar.
-Tem certeza que é uma boa ideia? Henry nos viu uma vez, tenho medo de sermos pegos de novo.- Disse ela insegura ao sentir as mãos dele sobre os botões da camisa dela.
- Se isso acontecer, são mais ossos para gente quebrar. - Brincou ele, dando um selinho rápido nos lábios dela. - Mas isso não vai acontecer, porque vou garantir que a minha piranha não vai fazer nenhum barulho.
Lucy apenas mordeu seus lábios e assentiu, queria tocar as costas musculosas dele mas com seus movimentos limitados apenas aguardava pelos toques dele.
Sebastian levou a mão a saia longa que Lucy usava e a abaixou, rasgou o pano frágil da meia calça junto da calcinha dela.
-Tão molhada, e nem é só pela água da chuva… - Murmurou Sebastian passando o polegar sobre o clitóris dela, e sorriu ao ouvir o gemido contido de Lucy em resposta ao seu toque.
Depois da rápida masturbação, que a deixou com a pele fervendo, ela sentiu os trapos do que restou de sua lingerie sendo esfregados em sua boceta.
-Gostosa. - Disse ele a segurando pelo queixo e enfiando o tecido na boca dela. - Gostou da sua nova mordaça?
Silenciosamente ela acenou positivamente, e satisfeito ele colocou os seios dela para fora do sutiã e abriu a braguilha de sua calça, metendo fundo na boceta de Lucy.
Ela lutava para não se engasgar com a própria calcinha, enquanto seus seios eram abocanhados e as estocadas fortes e rápidas golpeavam seu útero fazendo o carro balançar naquele mesmo ritmo.
Com o corpo dele a esmagando, seu pescoço sendo enforcado e tapas frequentes atingindo seu rosto, Lucy gozou e Sebastian, que mal cabia no carro já estava desconfortável naquela posição então desatou o nó que prendia os punhos dela apenas para amarrá-los atrás das costas dela.
Com os bancos da frente ajustados para que eles tivessem mais espaço, ela sentava de costas para ele e sua cintura fina era apertada por uma das mãos imensas dele enquanto a outra ainda apertava seu pescoço, o rebolado dela junto das estocadas ritmadas dele faziam o carro chacoalhar, e se aproveitando de já estar com o pau bastante lubrificado pela excitação de Lucy, Sebastian começou a pressionar a glande contra o cu dela.
Lucy arqueou suas costas de prazer ao sentir entrando devagar dentro dela e naquele momento, mesmo com a calcinha em sua boca, soltou um sonoro gemido.
Estava totalmente exposta para ser usada por ele sem ao menos poder tocá-lo, e ainda sentindo o próprio gosto enquanto ele quase totalmente vestido comia sua bunda e isso era totalmente excitante para ambos, e o corpo de Lucy vibrou com a porra dele preenchendo seu intestino.
Já recuperados da foda intensa e com o carro parado em um terreno baldio, Sebastian fumava encostado no capô de seu carro e Lucy admirava o peitoral musculoso dele que estava bem aparente pois a camisa branca que ele vestia ficou encharcada pela chuva, assim como seus cabelos que se encontravam em um tom mais escuro.
Ele a observava de cima a baixo, se atentando principalmente às coxas grossas e definidas dela que se destacavam por estarem praticamente desnudas, já que Lucy naquele momento só vestia um paletó que dele.
Se surpreendeu quando a loira tomou o cigarro de sua mão e deu um trago, mas riu no momento em que ela tossiu logo depois disso.
-Devagar loirinha, essa coisa não faz bem, por isso só a uso em ocasiões especiais. - Falou ele pegando de volta. - E claro, nas últimas duas vezes que isso aconteceu a ocasião especial era você.
- Acho melhor te dispensar como dominador então, não quero que perca seu precioso olfato de perfumista. - Falou Lucy sarcástica. - Só achei que essa droga fosse servir para tranquilizar minha mente a seu respeito.
-Não precisa se estressar em relação a isso, vamos para a Europa comigo, cuidarei de tudo, principalmente de você. -Suspirou Sebastian.- Vamos comigo, mas não como patrão e empregada, e sim como duas pessoas que se importam uma com a outra.
- Tem certeza que vai conseguir lidar com isso?
- Tenho, só preciso entrar em um acordo com Elina a respeito dos termos jurídicos do nosso divórcio, pois se ela abrir a boca para os outros ao nosso respeito você vai acabar sendo hostilizada e isso é tudo que eu não quero.
Antes que uma expressão de descontentamento surgisse no rosto de Lucy, Sebastian rapidamente a tomou para um abraço.
-Mas não vou mais te tratar como um “segredinho” ou algo do tipo, não se preocupe em relação a isso, mas talvez eu atrase a nossa ida para a Suíça até que isso se resolva. - Sebastian naquele momento já havia percebido que qualquer preocupação boba que tinha sobre perder um dinheiro que definitivamente não lhe faria falta ou qualquer breve oportunidade de emprego não era maior do que seu medo de perder Lucy, afinal essas oportunidades eram constantes e previsíveis na vida dele, diferente da moça cujo a subjetividade dela tinha um encaixe perfeito com a dele.
Ela podia sentir os batimentos dele naquela posição, e se sentiu tranquilizada e segura nos braços dele, conseguia acreditar em suas palavras e Sebastian já não era mais um motivo de suas aflições.
-Posso passar essa noite na minha casa? Preciso ver a minha família depois de tanto tempo. - Disse ela quando voltavam para dentro do carro, já se lembrando de seus principais problemas.
- Claro, deixa que te levo lá, só vamos passar no apartamento primeiro para se trocar, não posso te entregar para eles assim.
- Não precisa, ninguém está acordado no meio dessa madrugada para me ver entrando, e eu gosto do seu terno, gosto de sentir seu cheiro. - Falou ela apertando a roupa forte contra seu corpo. - Mas pelo dia eu prometo entrar em contato assim que eu acordar.
- Tudo bem, quero me que me informe o melhor horário para que eu possa ir na sua casa conhecê-los na sua primeira mensagem. - Disse ele decidido.
- Tem certeza? É um pouco complicado lá, não precisa ser formal assim, eu vou entender.
Sebastian não achou necessário verbalizar uma resposta só puxou sua melhor submissa para mais um beijo antes de sair dirigindo pela noite nublada.