A professora de piano IX

Um conto erótico de Daniela
Categoria: Heterossexual
Contém 3222 palavras
Data: 10/01/2025 09:05:31

Era tarde da noite quando o telefone tocou. O som estridente cortou o silêncio do meu quarto, me arrancando de um sono leve e perturbado. Olhei para o relógio na mesa de cabeceira: 2h37 da madrugada. Quem poderia estar me ligando a essa hora? Meu coração apertou com a possibilidade de algo ruim. Quando olhei na tela, veio a surpresa: Era Jordana. Mas o que diabos ela poderia querer essa hora comigo? Atendi com a voz ainda rouca e sonolenta:

— Alô? — perguntei, tentando controlar a ansiedade.

— Daniela, sou eu, Jordana — a voz do outro lado da linha soava estranhamente doce, mas havia um tom de seriedade ali que me deixou alerta.

Meu estômago revirou. Desde o momento em que a vi saindo da casa de Daniel naquela noite, uma mistura de desconfiança e mágoa se instalou em mim. Por mais que ela tenha se tornado uma confidente, algo não estava certo. Fora que ainda tinha a questão: Será que ela sabia sobre mim e Daniel? Era obvio que sim, mas porque ela pediu conselhos justamente a mim, a pessoa que estava com ele? Será que é pura provocação? Ela não parecia dessas. Ainda assim, respirei fundo e tentei soar tranquila.

— Oi, Jordana. É tarde... Aconteceu alguma coisa? — perguntei, tentando esconder o desconforto na voz.

— Eu fiquei sabendo do que aconteceu hoje à tarde. Você está bem? — Sua preocupação parecia genuína, mas minha mente estava dividida entre acreditar e questionar suas intenções. — Quero que saiba que estou aqui para o que precisar, ok?

— Do que está falando, Jordana? — Disse, sem demonstrar muita coisa na voz.

— Diego me contatou, e disse que lhe abordou hoje a tarde. Fiquei sabendo que meu meio-irmão estava tentando te levar, eu fiquei preocupada. E fiquei sabendo que você voltará pra cá. Não quero que você fique em perigo nessa mansão. Posso ajudar de qualquer forma.

— Ficou preocupada mesmo? — Disse, com um tom de sarcasmo.

— Claro que fiquei, Daniela! — Respondeu ela, e continuou. — Você é uma amiga pra mim. E sinceramente a única que eu confio.

Por um momento, me senti aquecida por suas palavras. Ela sempre foi uma pessoa sincera nas palavras, desde que eu a conheci, mas aquela noite... a imagem dela saindo da casa de Daniel estava gravada em minha mente como uma cicatriz recente. Inspirei profundamente antes de responder.

— Obrigada, Jordana. Isso significa muito para mim. — Minha voz soou mais fria do que eu esperava. Havia um silêncio do outro lado da linha, e então resolvi ser mais direta: — Acho que precisamos conversar amanhã. Tem algo importante que preciso te dizer.

— Sim, eu também queria falar com você — ela respondeu, quase animada. — Queria te agradecer pelo conselho que você me deu sobre aquela pessoa que eu gosto. Acho que, finalmente, as coisas estão dando certo.

Meu coração gelou. "A pessoa que ela gosta... Daniel?" As peças começaram a se encaixar de uma forma dolorosa e óbvia. Minha garganta apertou, e, antes que eu pudesse explodir em um misto de raiva e tristeza, cortei a conversa. Era melhor não demonstrar nada, não naquela ligação. Resolvi me despedir.

— A gente fala amanhã. Boa noite, Jordana.

Desliguei antes mesmo de ouvir sua despedida. Minha mente estava em um turbilhão, meu peito parecia comprimido. Deitei na cama, mas o sono não veio. Apenas pensamentos confusos e dolorosos me acompanharam até o amanhecer.

No dia seguinte, ao chegar à mansão, Gustavo fez questão de ficar na casa até a minha chegada, e quando cruzei o portão, depois de me identificar para os vários seguranças ali, eu o observei, estava esperando por mim na entrada. Ele parecia mais charmoso do que nunca, com um sorriso confiante e um outro buquê de flores em mãos. Era difícil não se sentir balançada pela atenção que ele me dava, mas eu precisava manter minha postura.

— Bom dia, Daniela. — Ele estendeu as flores para mim. — Um pequeno presente para alegrar seu dia, e comemorar a sua volta.

— Obrigada, Gustavo. São lindas — respondi, tentando sorrir, mas minha mente estava longe, ainda presa na ligação da madrugada. — Mas eu acho que não devia me presentear com flores assim, não é?

—Você pensa demais em detalhes, Daniela. Toda mulher merece ser tratada como rainha, e eu tenho faltado um pouco com você. — Ele estendeu as mãos, oferecendo-as.

— Tudo bem. — Eu então peguei as flores, com um claro sinal de desconforto, e ele obviamente notou.

Ele inclinou a cabeça, observando-me com olhos penetrantes.

— Você parece preocupada. Está tudo bem? — perguntou, com uma sinceridade que me desarmou por um momento.

— Sim, estou bem. Apenas cansada, sabe? — menti, desviando o olhar. Ele assentiu, mas havia algo em sua expressão que me dizia que ele não acreditava completamente.

— Sei. Bom, Henrique está lhe esperando na sala de música. Tenho alguns assuntos a resolver agora. Tenha um ótimo dia.

Ele se despediu, e então eu fui me preparar para mais um dia de aula. Fui até sua sala para tentar colocar o microfone, mas estava trancada. Não seria essa a oportunidade, então agi normalmente durante boa parte do dia.

Durante a aula com Henrique, tentei me concentrar na música. Ele era um garoto doce e talentoso, e seu carinho por mim era evidente. A todo momento ele me olhava, cheio de ternura, e prestava sempre atenção na aula. Até que ele começou a falar comigo:

— Eu estava com saudades de você, Tia Dani.

— É mesmo? — Perguntei, com um sorriso nos lábios.

— Sim, estar com você aqui é um dos poucos momentos que não me sinto mal. — Ele respondeu, baixando a cabeça um pouco, e aproveitei e dei um beijo na testa dele.

— Sei que as coisas as vezes não são nada fáceis meu amor, mas saiba que no que eu puder, a titia sempre vai te apoiar.

— Você é a pessoa que eu mais gosto, sabia? — disse ele, me abraçando de surpresa.

Meu coração se aqueceu. Henrique era uma das poucas coisas puras naquela mansão. Por um momento, pensei se Gustavo já não foi desse jeito alguma vez em sua vida. Retribuí o abraço, sentindo uma leve paz antes que tudo desmoronasse mais tarde. Pois eu sabia que muita coisa ainda estava por vir.

À noite, havia terminado de realizar as aulas e tomado conta de Henrique, e estava esperando o senhor Gustavo chegar para ir embora. Curiosamente, ele havia ficado o dia todo fora. Vi sua esposa chegar, usando um óculos escuro, em plena noite, em sua casa. Henrique deu um abraço forte nela, e ela parecia um pouco abatida. Ela veio até mim, e me deu um abraço, que até estranhei.

— Que bom que você voltou, Daniela. Meu filho não parou de falar de você durante a viagem.

— Eu estava com saudades do seu filho, dona Verônica. Mas e você, está bem? Por que os óculos escuros?

— Ah. — Ela me respondeu, completamente desconfortável. — Eu estou com conjuntivite. E não quero que me olhem assim. Se não se importa...

— Não, tudo bem! — Eu estava notando o que era. — Eu só perguntei por curiosidade, já é mais de 19 horas...

Logo mais, Gustavo havia voltado, e sem cerimônias ele foi até seu filho, e o abraçou. Beijou sua esposa, e veio depois até mim, cumprimentar-me e pedindo para que eu o esperasse voltar, iria banhar-se. Resolvi o esperar, para fazer o jogo. Gustavo me abordou novamente. Ele parecia mais determinado, quase impaciente.

— Daniela, eu preciso que você reconsidere... Por favor, venha para o quarto comigo. Tenho experiências novas para testar com você.— Sua voz era um misto de desejo e frustração.

Talvez aquela Daniela curiosa e egoísta do passado aceitasse aquilo, mas eu não queria mais. Minha respiração ficou pesada, mas eu mantive minha posição.

— Gustavo, combinamos uma semana. Eu ainda preciso de tempo para me sentir segura aqui. — respondi, tentando soar firme.

— E você não se sente segura?

— De verdade? — Olhei á seguir bem firme para ele, e assim respondi com sinceridade. — Não, Gustavo. Eu me sinto da mesma forma que senti quando fui forçada a entrar naquela sala e fui violada por você e seu amigo. Eu só preciso dessa uma semana, e eu poderei digerir melhor isso.

Ele suspirou profundamente, mas assentiu.

— Tudo bem. Vou esperar. E me desculpe, novamente, sabe que não queria te causar mal. Mas saiba que está sendo muito difícil para mim.

Antes que eu pudesse dizer algo, ele recebeu uma ligação. Olhou o número e seu rosto era de preocupação. Me pediu para esperar enquanto foi atender, saindo de sua sala, justamente o local onde eu queria entrar para colocar a escuta. Era o momento perfeito. Aproveitei o momento para colocar a escuta embaixo da mesa, em um canto discreto onde ele não perceberia. Saí do escritório silenciosamente, mas, para meu azar, dei de cara com ele no corredor.

— Estou de volta, meu amor. Iremos nos ver amanhã?

— Sim, eu volto amanhã para seguir com as aulas com o Henrique.

Seus olhos brilharam antes que ele me puxasse para perto e me beijasse com intensidade. Logo, ele prendeu-me completamente a ele, assim envolvendo meu corpo junto ao dele, enquanto seus lábios passavam a dominar os meus. Gustavo era dominante até na forma de beijar, não deixando que outro tomasse as rédeas a não ser ele.

Por um momento, me deixei levar. Talvez me lembrando das vezes em que ele me tocou, com carinho e desejo, ou talvez por carência de sentir mãos, lábios junto aos meus. Havia algo intoxicante em seus lábios, mas logo recuperei minha sanidade e me afastei.

— Gustavo, por favor... Não faça mais isso — pedi, minha voz tremendo levemente.

Ele apenas sorriu, mas havia algo obscuro em sua expressão. Uma sensação de vitória sobre mim, e por enquanto, seria bom que ele sentisse isso. Ao menos por enquanto.

Voltando para casa, a van que havia me abordado anteriormente estacionou bem próxima de mim, e a porta se abriu de forma abrupta, fazendo meu coração disparar por um instante. Para meu alívio, era Diego e o parceiro dele, ambos com expressões sérias, mas ao mesmo tempo transmitindo certa tranquilidade. Eles queriam me ouvir, queriam saber das boas novas a respeito da missão que eu havia cumprido na mansão de Gustavo.

— Eu consegui colocar a escuta — contei, minha voz um pouco hesitante enquanto minhas mãos se entrelaçavam nervosamente. Meus olhos tentavam se fixar nos de Diego, mas havia um misto de ansiedade e receio me consumindo.

Diego cruzou os braços e inclinou levemente a cabeça, como se estivesse analisando cada uma de minhas palavras.

— Sim, eu sei — ele respondeu, sua voz firme, mas sem pressão. — Já estamos captando os áudios do microfone que você escondeu no escritório dele. Conseguimos identificar algumas movimentações. Gustavo está com uma garota nova. Ele a leva para a mansão nos momentos em que você não está. E, Daniela... descobrimos que ele está negociando para que ela seja levada para o exterior dentro de alguns dias. A menina nem sabe o que está acontecendo.

Fiquei paralisada por um momento. As palavras dele ecoaram na minha mente como um trovão. Meu estômago revirou e um frio cortante percorreu minha espinha.

— Então... é verdade? — perguntei, minha voz quase um sussurro, carregada de nervosismo e desconforto. — Ele realmente trafica mulheres?

Diego respirou fundo, como se precisasse reunir paciência para explicar aquilo.

— Sim — ele respondeu, sem rodeios. — Isso já acontece há bastante tempo. Na verdade, tudo começou com o pai dele. Gustavo é apenas uma continuidade dos crimes que o pai cometeu. A diferença é que o pai dele era extremamente discreto. A polícia nunca conseguiu provas o suficiente para incriminá-lo. Mas Gustavo... ele é impulsivo, confiante demais. Isso o torna mais vulnerável. Graças a você e à sua meia-irmã, temos esperança de que finalmente poderemos prendê-lo.

Senti meu coração apertar. Tudo aquilo parecia surreal. Cada revelação sobre Gustavo fazia com que eu questionasse ainda mais como aquele homem podia ser tão monstruoso e, ao mesmo tempo, mascarar tudo tão bem. Um pensamento me atravessou como uma faca: Henrique. O que seria dele? Um menino tão doce, vivendo sob a influência de um pai assim? Se nada fosse feito, como seria o futuro de uma criança convivendo com tanto ódio e crueldade?

Enquanto eu me perdia nesses pensamentos, a van finalmente parou. Estávamos em frente à minha casa. Diego se virou para mim antes que eu pudesse abrir a porta.

— Daniela, eu quero que você se cuide, sim? — ele disse, sua voz soando mais suave dessa vez. Antes que eu pudesse responder, ele segurou minhas mãos com firmeza, entrelaçando seus dedos nos meus. O gesto era carregado de intenção, mas também de conforto. Por um instante, me senti segura. Era estranho, quase contraditório, sentir aquilo vínculo crescendo entre nós.

— Obrigada pela carona, Diego — falei rapidamente, me desvencilhando do contato antes que a situação se tornasse ainda mais confusa.

Ao entrar em casa, um alívio inesperado me envolveu. Pela primeira vez em dias, senti que poderia descansar de verdade. Tomei um banho demorado, deixando a água quente lavar não apenas meu corpo, mas também os pensamentos turbulentos que pesavam na minha mente. Fechei os olhos e, pela primeira vez, decidi não pensar em nada. Apenas existi. Apenas deixei o dia escorrer.

Quando finalmente me deitei, senti o sono me envolver de forma quase imediata. E, ao acordar, havia algo diferente. Meus pensamentos não estavam tão caóticos, meu peito não estava tão apertado. Um sorriso pequeno se formou nos meus lábios, uma fagulha de esperança que parecia ter surgido do nada.

Mas essa esperança foi rapidamente esmagada ao olhar para a tela do celular. Havia uma mensagem de Gustavo.

— Feliz dia, meu amor — dizia o texto. Simples, mas carregado de um veneno que apenas eu conseguia sentir. Meu corpo inteiro se enrijeceu. Como ele conseguia mascarar tão bem toda a sua monstruosidade?

Havia outra mensagem. Dessa vez, de Jordana.

— Hoje passo na mansão para conversarmos — ela escreveu.

Sabia que o dia seria cheio de desafios, mas, de alguma forma, sentia-me mais forte para enfrentá-los. Talvez fosse o impacto das palavras de Diego. Talvez fosse o peso de saber que havia algo maior em jogo. Ou talvez fosse apenas a certeza de que, mesmo com medo, eu não estava sozinha nessa luta.

Na manhã seguinte, Gustavo não apareceu. Fiz meu trabalho normalmente, mas uma inquietação não me deixava em paz. O silêncio na mansão era estranho, quase opressor. Enquanto esperei Henrique se aprontar para começarmos, ouvi barulhos vindos do quarto especial dele. Sons abafados, misturados com risadas e um ruído metálico que não consegui identificar. Meu coração disparou. Cada célula do meu corpo dizia para eu ignorar, seguir em frente, mas a curiosidade foi mais forte. Sabia que Gustavo estava ali.

Com passos hesitantes, me aproximei do quarto. A porta estava apenas encostada, permitindo que um feixe de luz avermelhada escapasse pela fresta. Respirei fundo, minha mão suando ao segurar a maçaneta. Ouço então uma voz que não escutava a muito tempo.

— Ah, bate mais forte!

Eu quase tive um treco. Essa voz era quase certa ser de uma pessoa que eu não ouvia a bastante tempo. Abri uma pequena fresta, só o suficiente para enxergar, e o que vi me deixou em choque.

Gustavo estava ali, junto com seu sócio, sua esposa e... Larissa. Todos envolvidos em uma troca de casais, em um cenário que parecia saído de um pesadelo. O sócio dele estava praticamente em um sofá, com a esposa de Gustavo em cima dele, cavalgando, cheia de marcas pelo corpo, como se tivesse sido chicoteada anteriormente. O homem a pegou com violência, metendo sem dó, enquanto Larissa estava em meio a algemas em seu pulso, de quatro no sofá, sendo chicoteada brutalmente por Gustavo, que estava com aquela expressão de prazer no rosto, causando dor a ela, enquanto ela parecia adorar aquilo.

A sala estava decorada com uma iluminação avermelhada, correntes pendiam das paredes, junto a acessórios que eu já conhecia muito bem. A atmosfera era pesada, cheia de um domínio quase animalesco, que eu já havia experimentado antes.

— Mais apertado, Gustavo — ouvi Larissa dizer, quando ele a virou e a enforcou com a sua mão pesada, passando a fode-la. Não podia negar, aquelas sensações me traziam um misto de tesão mas ao mesmo tempo horror, pois a imagem daquele dia de ter sido abusada, veio em cheio na minha mente. Fiquei perturbada. Gustavo causava dor, com um sorriso que me fez gelar.

Ele riu em resposta, sua voz carregada daquele tom autoritário.

— Você gosta assim, não é?

Meu estômago revirou. Eu percebi que, até sentia vontade de ver aquilo, mas a sensação de nojo daquele dia era bem maior. No fundo, eu não me sentia nada confortável presenciando aquela cena.

Meus dedos tremiam enquanto tentava fechar a porta de volta, sem fazer barulho. Meu coração parecia prestes a explodir, mas então Gustavo falou novamente:

— Venha e participe você também, Daniela. Tem um chicote aqui pronto, especialmente para você.

— Daniela? — Disse Larissa, quando se virou, surpresa ao me ver ali do lado de fora.

Congelei. Ele sabia que eu estava ali? Não, era impossível. Com os olhos arregalados e o coração martelando, me afastei da porta, quase tropeçando em meus próprios pés.

Resolvi fechar a porta, e ignorar seu pedido. Para mim, já estava de bom tamanho tudo aquilo. Resolvi ir atrás de Henrique, para iniciar as aulas, mas fiquei ali pensando, Até a Larissa está envolvida nisso? Será que ela era a outra envolvida que seria mandada pro exterior? Mesmo ela sendo uma traidora, resolvi voltar. Não podia deixar que ela se ferrasse assim.

No corredor, como se o destino quisesse me torturar ainda mais, dei de cara com Daniel e Jordana. Eles estavam juntos, próximos demais para algo casual. Jordana segurava o braço dele, seus dedos deslizando de forma suave, quase íntima.

— Daniel? Jordana? — Minha voz saiu fraca, quase um sussurro, mas o suficiente para que eles me notassem.

Os dois se afastaram imediatamente, onde Jordana me olhou completamente assustada. Daniel pigarreou, evitando meu olhar.

— Daniela, é você? É aqui que você trabalha?

— Jordana, o que significa isso? — Disse, com a minha voz agora mais alta, trêmula. — Daniel, o que significa isso? Jordana, você quer roubar meu homem?

Jordana ficou em choque ao ver aquilo, era bem claro ali na expressão dela. Ela olhou para mim em seguida, e para Daniel, e disse.

— Daniel, espera ai... É a Daniela que é sua ex que você me comentou esse tempo todo?

— Esse tempo todo? — Eu ri, mas não havia humor no meu tom, apenas incredulidade e dor. — Depois de tudo que está acontecendo, depois de tudo que você sabe que eu estou passando, é assim que você me apoia, Jordana? Indo roubar o homem que eu amo?

Ela tentou responder, mas eu levantei a mão, interrompendo-a.

— Eu não acredito que eu esteja passando por isso...

Minha visão estava turva de raiva e frustração. As pessoas ao meu redor não eram quem eu achava que eram. Gustavo, com seu lado monstruoso. Larissa, se envolvendo nos jogos dele. E agora Daniel e Jordana, ali, na minha frente, juntos, enquanto eu fiquei sem entender mais nada. Tudo estava desmoronando, e eu me sentia cada vez mais sozinha.

Sem olhar para trás, corri para qualquer lugar que eu pudesse escapar, e aos poucos, tudo começou a ficar escuro, e eu só senti minhas pernas perdendo força. Eu só consegui cair no chão, e não sentir mais nada.

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Comentários

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Continua a história do Minha Noiva pediu uma pausa no noivado e algo aconteceu.

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Capítulo intenso agora todos sabendo do caso Daniel e Daniela

Larissa deve ser a garota que ser “traficada”

E Daniela porque desmaiou será o susto ou alguém a golpeou ?

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