Finalizando Capricórnio... Ótima semana a todos.
Personagens do Signo:
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Outros Personagens:
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PRISCILA (https://postimg.cc/1nYjDY9f)
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Características Signo: Ambicioso, Pessimista, Disciplinado, Responsável, Pragmático, Estável, Seguro, Visionário
Elemento: Terra (Racional)
Continuando ...
[ADOLFO (POV)]
Foram três dias seguidos. Não houve tempo para quase nada. Nós dois queríamos, precisávamos e fomos diretos, um com o outro. Quando nos demos conta ... nossos corpos estavam se batendo e era a primeira vez que eu sentia uma conexão verdadeira numa transa, após a Diana. Com Marisol era um tesão misturado com vontade de fazer ciúmes e com Tati foi carência emocional e sexual.
Só que agora, com Geandra, eu senti que poderia me conectar novamente a alguém e ter uma vida a dois. Não sei se ela poderia ser a minha futura companheira, mas ela era uma boa companhia. Talvez pudesse dar certo.
Geandra – Bem que as minhas amigas falam que os coroas sabem das coisas ... Ahhhh, que delícia esse pau entrando em mim ...
Adolfo – Safada gostosa! Você é um tesão e eu vou te comer todinha.
Geandra – Vem então, meu “coroa” gostoso! Me fode como se hoje fosse o nosso último dia!
Nós estávamos no clássico “papai-mamãe”, mas com ela abraçando o meu tronco com as pernas, não permitindo que eu desse grandes estocadas. Nos beijávamos até perdermos o fôlego e eu continuava a meter sem fazer pausas.
Fazia tempo que eu não me sentia tão forte e tão viril. Os exercícios me deram um novo condicionamento físico e agora eu tinha mais resistência, me lembrando de como eu era há alguns anos atrás.
Eu já estava sem beber há vários dias e conseguia perceber como a vida era melhor sem a bebida. Até o sexo era diferente.
Geandra – Eu vou gozar ... eu vou gozar, paixão! Continua ... continua ...
Eu parei.
Ela me olhou sem entender o motivo e eu apenas falei pra ela ficar de quatro.
Geandra – Eu tava quase gozando, paixão ... Isso é muita maldade. – Disse Geandra, cheia de denguinho.
Adolfo – Você já gozou duas vezes na minha boca! Anda! Fica de quatro, pra gente continuar.
Saí de cima dela e vi que ela ficou um pouco contrariada, mas assim que ela ficou de quatro, eu já fui enfiando novamente o meu pau naquela bucetinha depiladinha e que agora estava um pouco vermelhinha.
Geandra – Ui ... Vai com calma aí ...
Adolfo – Aguenta Gê! Aguenta que eu vou botar ele todo e a gente vai gozar juntinho.
Geandra – Eu quero leitinho na minha boca.
Fiquei um pouco decepcionado, pois eu esperava gozar dentro dela. Ela usava DIU e me disse que não tinha nada e eu também estava limpo. Começamos usando camisinha, e agora, era a primeira vez sem.
Adolfo – Deixa eu gozar dentro, pra gente gozar junto.
Geandra – Dentro? Melhor não ... – Disse Geandra assustada.
Adolfo – Por quê?
Geandra – Porque não ... Ainda não ... Aiiiii, filho da puta!!!
Fiquei chateado quando ela disse não e enfiei com mais força, indo mais fundo na bucetinha dela.
Adolfo – Deixa, paixão!!!
Geandra – Não, paixão! Hoje não ...
Dei um tapa, bem forte, em sua bunda o que fez com que ela tomasse um susto. Ela virou a cabeça pra trás, pra reclamar, mas eu segurei a cintura dela com força e acelerei os movimentos, fazendo ela girar a cabeça e em seguida virou pra frente de novo, dando gemidos mais altos. Fui aproximando o dedão do cuzinho dela e imediatamente, ela trancou o buraquinho.
Geandra – Nem pense nisso! Aiiiii... seu puto! O que você está fazendo comigo?
Tirei o meu pau de dentro dela e esfreguei a cabeça no cuzinho, fazendo com que ela se desesperasse, quase saindo da posição.
Adolfo – Calma, só estou apresentando o meu pau pro seu cuzinho e dando um beijinho.
Geandra – Meu cuzinho não é chegado em amizades. Já te falei issoooooooo. – Reclamou minha parceira, gemendo ao final.
Adolfo – Eu sei, relaxa ...
Voltei a colocar o meu pau na sua bucetinha, mas eu tirava. Colocava e tirava. Fiz isso algumas vezes, até que ela reclamou novamente.
Geandra – Você é muito malvado! Me fode, Adolfo! Para de fazer isso e me fode!
Adolfo – Vou te foder então ...
Joguei meu corpo por cima dela o que, com o peso, fez com que ela ficasse de bruços na cama e eu por cima dela comecei a meter com força e fui aumentando a velocidade. Minhas mãos seguravam os braços dela e a minha boca beijava sua nuca e orelha, fazendo ela gemer alto e sem parar.
Eu já estava segurando o meu gozo por tempo demais. Só estava esperando Geandra gozar e, em poucos minutos, quando ela começou a se sacudir, se esperneando um pouco, percebi que ela tinha “chegado lá’, mais uma vez. Acelerei o máximo que eu pude e dei uma estocada bem funda e parei no fundo da bucetinha e fiquei só contraindo os músculos.
Ela deve ter sentido o meu pau inchar, porque começou a se desesperar pedindo pra eu não gozar, mas já era tarde. Eu a abracei com força e gozei muito dentro dela.
Adolfo – Ahhhhh ... Caralhoooooo!!!
Geandra – Porra, Adolfo! Eu falei pra você não gozar dentro. – Ralhou Geandra, quase me batendo.
Adolfo – Desculpa, paixão! Eu não consegui resistir. Eu queria muito.
Geandra – Mas eu te pedi ... – Falou a moça, com a voz triste.
Adolfo – É que ... deixa pra lá.
Geandra – Agora fala!
Adolfo – É que eu acho que a gente poderia, sei lá ... Ter uma maior conexão... sair mais vezes ...
Geandra – Mas a gente saiu anteontem, ontem e hoje.
Adolfo – Eu sei, mas é que a gente foi só tomar uma água de coco e viemos pro motel. Fizemos isso nos três dias ... Não estou achando ruim ... Pelo contrário... foi maravilhoso...
Geandra – Mas ... – Disse Geandra me cortando e fazendo uma carinha de desapontada.
Adolfo – Mas eu queria sair contigo, ir ao cinema, ou quem sabe, sair com os seus amigos. Talvez te levar em minha casa pra você conhecer os meus filhos. – Falei meio empolgado demais, talvez...
Geandra – Ei, ei ... Calma aí, paixão. Você não acha que está indo muito rápido? – Perguntou ela, se sentando no meu colo, me abraçando e olhando nos meus olhos.
Adolfo – Qual o problema de sairmos com os seus amigos? Está me escondendo alguma coisa?
Geandra – Claro que não! É que a gente está se conhecendo ainda e eu acho que você não vai gostar dos meus amigos.
Adolfo – Por quê? – Perguntei meio preocupado.
Geandra – Eles são meio bobos e eu não sei se isso é uma boa ideia. Por que não deixamos como está, por enquanto? Está tão bom assim.
Adolfo – Eu sei que eu quase tenho idade pra ser seu pai, mas é que ... eu queria muito que a gente desse certo. – Falei suspirando, abraçando-a com força.
Geandra – Isso só o tempo pode dizer.
Adolfo – Tá bom.
Geandra – Da próxima vez, não goza dentro. – Falou toda bravinha, botando o dedo no meu nariz.
Adolfo – Tá bom, tá bom ... – Falei num tom que demostrava que eu estava chateado.
Geandra – É que eu tenho um pouco de trauma com isso.
Adolfo – Mas por que não me contou antes?
Geandra – A gente tá se conhecendo ainda ... Um dia eu te conto.
Nos beijamos e continuamos a conversar sobre várias coisas até que decidimos ir embora, e eu iria levá-la até em casa, mas durante o trajeto uma de suas amigas ligou, chamando-a pra sair.
Geandra – Não sei ... Estou cansada ... Vamos marcar pra outro dia?
Fiquei tentando ouvir a conversa, enquanto eu dirigia e de vez em quando olhava pra ela.
Geandra – É que eu estou acompanhada também ... e ... O que? Levar ele? – Disse Geandra olhando pra mim, e eu fiz uma cara, como quem diz, você é quem sabe.
Ela falou mais algumas coisas e disse que dali a pouco dava resposta e desligou.
Geandra – Era uma amiga minha, chamando pra ir em uma balada.
Adolfo – Onde?
Geandra – Na Barra, lá na Olegário.
Adolfo – Algum problema?
Geandra – Não sei ... Você quer ir?
Adolfo – Quem vai?
Geandra – Alguns amigos ... Você até deve se lembrar, naquele dia que a gente se conheceu, mas vai mais gente.
Adolfo – Você quer que eu vá? – Perguntei, olhando-a de soslaio.
Geandra – Não sei.
Adolfo – Você tem vergonha de apresentar o coroa pra sua turma? – Perguntei a ela, num tom de brincadeira, mas com um fundinho de verdade.
Geandra – Vergonha? Não, nada a ver ... É que eu sei que você não está bebendo ... todo mundo lá vai beber e eu tenho alguns amigos que quando bebem, acabam passando do ponto.
Adolfo – Por mim, não tem problema. Deixa só eu avisar em casa ...
Fiz uma ligação, no viva-voz, e minha filha atendeu.
Adolfo – Filha, está tudo bem aí?
Suzy – Tudo sim. O Biel tá aqui em casa, jogando videogame com Jonathan e daqui a pouco vamos pedir pizza.
Adolfo – Não quero ele até muito tarde aí, hein ...
Suzy – Tá bom, pai ... Você já está chegando?
Adolfo – Estou te ligando pra avisar que eu vou dar uma esticada e vou demorar um pouquinho.
Suzy – Esticada, onde? Você está sozinho?
Adolfo – Quantas perguntas?
Suzy – Paaaaaiiiii ... Onde você tá indo?
Adolfo – Hahahaha, estou indo na Olegário, mas fica tranquila.
Suzy – Pai, por favor, não bebe. – Suplicou minha filha, com uma voz triste.
Adolfo – Estou dirigindo, filha.
Suzy – Você está sozinho?
Adolfo – Estou com uma amiga.
Suzy – Amiga? Seeeiii ...
Geandra – Pode deixar, que eu tomo conta dele direitinho.
Olhei surpreso para Geandra, por ela ter entrado na conversa, e comecei a rir.
Suzy – Oi, amiga! Qual o seu nome?
Geandra – É Geandra. Tudo bem, Suzy?
Suzy – Onde você conheceu o meu pai?
Geandra – Eu trabalho num quiosque na praia e um dia eu o atendi.
Suzy – Olha, moça, eu não te conheço, mas pela sua voz, você deve ser bem mais nova que o meu pai ...
Adolfo – Filha, que papo doido é esse? – Interrompi minha filha e já me preparava pra desligar.
Suzy – Geandra, né? Não o deixe beber, por favor. Eu só te peço isso. O resto, você pode fazer o que quiser ...
Geandra começou a rir de gargalhar e eu fiquei sem graça, sem saber o que falar, e minha filha continuou:
Suzy – ... Só sejam responsáveis e usem camisinha, porque nunca se sabe e eu não tô a fim de mais um irmãozinho ou irmãzinha. O Jonathan já é suficiente.
Geandra se contorcia de tanto rir e eu não sabia se desligava, se ria ou se dava um esporro, de leve, na minha filha.
Suzy – Juízo vocês dois, se é que vão mesmo pra Olegário.
Adolfo – Suzy, quando eu chegar em casa, a gente conversa, entendeu? E quem tem que ter juízo, é você com o namorado em casa, sendo que eu não estou aí.
Suzy – Eu tenho juízo de sobra, hahahaha.
Adolfo – Estou falando sério, Suzy. Não quero ele até tarde aí e nada de sacanagem também. Pode beijar e abraçar bastante, mas nada de mão boba e qualquer outra coisa boba.
Suzy – Pode deixar ... Te amo, pai. Divirta-se! Tchau Geandra.
Geandra – Tchau, Suzy!
Adolfo – Tchau, filha. Também te amo!
Desliguei a ligação, e imediatamente Geandra fez um comentário.
Geandra – Que fofa!!!
Adolfo – Essa garota é muito abusada. Viu isso?
Geandra – Eu adorei a sua filha.
Adolfo – Serio?
Geandra – Sim. De verdade. Ela parece ter uma personalidade forte.
Adolfo – Tu nem imagina ... Minha baixinha treina MMA. Vacila com ela, pra ver? – Falei encarando-a, cheio de orgulho da minha filhotinha.
Geandra – Hahahahaha.
Adolfo – O que foi?
Geandra – Eu estou pensando aqui no que ela disse sobre irmãozinho ou irmãzinha.
Adolfo – Não entendi ...
Geandra – Acho que vou dar um jeitinho nisso agora ...
Geandra começou a abrir o zíper da minha calça e botou o meu pau pra fora começando uma punheta e assim que ficou maior e mais duro, ela se abaixou e começou a me chupar, enquanto eu dirigia. Não era a primeira vez que eu ganhava uma gulosa no carro, mas com ele em movimento, era a primeira vez.
Geandra punhetava e mamava ao mesmo tempo o que, somado com a sensação de perigo ao dirigir, me fez gozar em alguns minutos e ela engoliu tudo, pra não sujar a minha roupa.
Adolfo – Sua maluca!!! Eu quase bati umas duas vezes, mesmo indo mais devagar. O que foi isso? – Perguntei assustado, mas extremamente feliz.
Geandra – Seus descendentes estão na minha barriga agora, mas de um jeito que nenhum deles vai sair. Sua filha pode ficar despreocupada ... Kkkkk.
Adolfo – Essa geração de hoje é muito maluca! Deve ser o aquecimento global, agrotóxicos ou a luz azul das telas de LCD. Só pode ser isso. – Falei rindo e a chamei de maluca mais algumas vezes.
Ela não parava de rir e disse que eu era muito engraçado.
Adolfo – Deve ser porque eu sou sagitariano ...
Geandra – Aaah, tá explicado!!!
Que maluquice estou falando? Não tem nada a ver.
Alguns minutos depois, chegamos na Rua Olegário, point descolado no bairro da Barra da Tijuca e localizamos rapidamente o grupo de amigos dela.
Eram todos da idade dela, aliás todos naquele local eram da idade dela e eu fiquei me sentindo como o “Tio da Sukita”.
Ela me apresentou a eles, mas eu nem consegui gravar o nome. Alguns me olharam com estranheza e outros foram além, fazendo cochichos maldosos, provavelmente.
Toda hora algum balde passava por mim, seja de cerveja, vodka ou whisky com energético. Eu comecei a suar frio e desejei não estar ali. Também me ofereciam alguma bebida e eu tinha a desculpa perfeita, por estar dirigindo e consegui recusar todas as vezes.
Senti que Geandra não estava me dando tanta atenção, mas entendi que era o momento dela com os amigos e até tentei me socializar com alguns deles, mas os papos eram muito diferentes. De vez em quando, ela vinha até mim e me abraçava, falando alguma coisa comigo e me perguntando se estava tudo bem.
O tempo foi passando e eu já estava com vontade de ir embora, quando passou um dos amigos dela e pediu uma garrafa de Logan, um dos meus preferidos. Eu estava bem e comecei a pensar. Ultimamente, todas as vezes que eu bebi e me ferrei, era porque eu estava estressado, mas agora eu estava me sentindo bem. Será que ... Melhor não ... Melhor não dar sorte pro azar.
Fui até o bar e pedi um suco de laranja ao barman, que me olhou admirado. Não sei se foi pelo pedido ou se foi a minha idade. Preferi pensar que era a bebida e disse que eu estava dirigindo. Ele sorriu pra mim e me perguntou se eu queria uma dose de conhaque ou whisky no suco, e eu confesso que fiquei balançado, mas recusei.
Lembrei-me de Vandrei falando que tudo começa com o primeiro gole. A sensação de que tudo está bem e que o controle não foi perdido, nos faz continuar. E aí, a gente pede outra dose e depois mais outra dose e de repente, a gente fica na mão do palhaço.
Me virei pra voltar, mas dois amigos de Geandra apareceram no bar, tentando me falar alguma coisa, mas o som da música sertaneja era muito alto. Sim, era um bar que só tocava sertanejo universitário e sertanejo feminino, ou como chamam feminejo.
Eu não consegui entender nada, e tentava ler os lábios deles ou colocava o meu ouvido mais próximo. Era um papo sem pé, nem cabeça e só então eu percebi que estavam me segurando ali, quando eu tentei passar por eles.
Um deles segurou meu braço e eu olhei sério pra ele e pro braço, soltando-me na hora e eu voltei ao lugar onde eu estava. Procurei por Geandra, e ela não estava mais com as mesmas amigas. Estava um pouco mais afastada conversando com um cara, que estava muito próximo dela e toda hora ele falava alguma coisa ao pé do ouvido dela.
Eu sabia o que aquilo significava e pensei se valeria a pena ir lá. Eu poderia ir e causar algum constrangimento e confusão, ou poderia ficar aqui na minha. Tinha uma terceira opção que era pedir uma dose pra aliviar o estresse, mas essa opção, talvez fosse a pior possível e talvez a melhor fosse simplesmente ir embora sem olhar pra trás.
Quem eu queria enganar? Era um mundo muito diferente do meu. Baladinha universitária, feminejo, pessoas com idade pra ser meus filhos e um monte de bebida. O que eu estou fazendo aqui? Melhor ir embora, enquanto ainda ...
Então eu vejo Geandra olhando em várias direções, como se estivesse me procurando, mas ela não me viu. O amigo, então tenta abraçá-la, mas ela olha de cara feia, e provavelmente coloca a mão na frente, tentando manter distância, mas o cara é insistente e parte com tudo pra cima dela, que o empurra.
Achei que ela estava dando condição pra ele, mas ela não estava a fim. Rapidamente fui até ela que, quando me viu abriu um sorriso e eu dei um chega pra lá no “mauricinho playboy”, abraçando e beijando a Geandra, que me abraçou de volta. Algumas amigas dela começaram a gritar e ela falou ao meu ouvido pra gente ir embora, que ali tava chato.
Adolfo – Não precisa falar duas vezes.
Peguei a mão dela e fomos pagar a conta. Enquanto fiquei na fila, ela disse que ia se despedir de algumas amigas e depois voltou. Saímos daquele “infernejo” e ela, puta da vida, xingando o amigo de babaca.
Geandra – Só porque me pagou uma bebida, acha que eu tenho que ficar com ele ou dar? Babaca! Ainda tentou pegar na minha bunda! – Reclamou Geandra, com sangue nos olhos.
Adolfo – Eu achei que você estava dando condição.
Geandra – Eu? Lógico que não ... – Rebateu Geandra indignada.
Adolfo – Não, mesmo? Eu vi, Gê.
Geandra – Você tá vendo demais! Se fosse umas semanas atrás, pode até ser, porque realmente a gente estava nesse joguinho de azaração, mas ele ficou com a minha amiga.
Adolfo – E agora ele queria ficar contigo ...
Geandra – Pois é, mas eu não queria ... Além do mais, eu cheguei lá contigo e só iria embora contigo. Seria muita sacanagem, se eu tivesse outra atitude. Faço essas coisas não ... Eu não te conheço ainda ... Vai que você resolve brigar ou tem alguma arma no carro.
Adolfo – Foi só por medo, então ... Entendi.
Geandra – Não foi isso que eu quis dizer ...
Adolfo – É zoeira contigo ... Brincadeira.
Geandra – Mas dizem que toda brincadeira tem um pouquinho de verdade. – Disse Geandra, meio chateada.
Adolfo – Vou te levar pra casa.
Ficou um silêncio estranho entre a gente. Um clima desconfortável e acho que nós dois percebemos que isso não daria certo, mas nem eu, nem ela, queria começar aquele assunto. Então a gente se beijou mais uma vez, e outra, e mais outra. Foi um bom amasso com beijos, encostados na porta do meu carro.
Geandra – Hoje foi bom, né?
Adolfo – Foi sim. Tirando alguns momentos, foi tudo ótimo.
Geandra – Mesmo?
Adolfo – Sim, mas eu não sei se aguento essas baladas.
Geandra – Eu gosto, quer dizer, gostava, mas agora não sei de mais nada.
Adolfo – Você acha que pode dar certo? – Perguntei, sem muitas esperanças.
Geandra – Não sei ... A gente podia ir com calma, sem compromissos ... o que acha?
Adolfo – Relacionamento liberal?
Geandra – Lógico que não ... A gente vai ficando e aí, mais pra frente, a gente vê se continua.
Adolfo – Eu não tenho mais idade pra isso, Gê! Eu quero estabilidade, segurança, confiança e algo mais definitivo. Eu tenho problemas ... Preciso de regras, rotina ...
Geandra – Você está entendendo errado.
Adolfo – Você é linda! Mas ainda tem que viver muito e curtir. Se eu tirar isso de você agora, mais tarde isso vai voltar de uma forma nada boa.
Geandra – Eu só não quero assumir um compromisso formal e, de repente, em um ano ou dois, me casar e ficar grávida ... Você sabe como a sociedade cobra ... Quando uma mulher namora, já perguntam quando será o noivado, depois quando será o casamento e depois quando será o primeiro filho e depois o segundo. Não quero isso pra mim agora.
Adolfo – Você está certíssima! Eu concordo contigo, mas eu não tenho mais idade pra te acompanhar a todo lugar, e se eu não for, ficarei pensando em besteiras.
Geandra – Eu entendo. É uma pena ... Você tem tudo que eu quero num homem. É o pacote completo, como dizem, mas eu não posso abrir mão do que eu quero agora.
Adolfo – Eu sei.
Demos mais um beijo e fomos embora. Acabou, mas não acabou. Ainda trocamos algumas mensagens e nos encontramos mais duas vezes, só pra transar, mas não era mais a mesma coisa. Alguma coisa se quebrou e as mensagens foram diminuindo, até virar um ... “bom dia” ... “como você está?” ... “Estou bem”.
[DIANA (POV)]
Como segurança pouca é bobagem, enquanto a mãe da Agatha atendia a ligação, eu fui me dirigindo para o banheiro da minha suíte e ela começou.
Mãe de Agatha – A Agatha me conta tudo e ela disse que você é a esposa que mais deu, e continua dando, trabalho ao Ariano. Por favor, sei que você tem uma filha da idade da minha. Me ajude!
Diana – Eu não sei como ajudar ... o que você quer de mim? O que eu posso fazer?
Mãe de Agatha – Você vai se casar com o Ariano, antes da minha filha. Faça com que ele desista da minha filha! Por favor!
Percebi que a voz dela estava embargada, quase chorando.
Diana – Eu?
Mãe de Agatha – Sim! Você pode fazer isso.
Diana – O Ariano só faz o que ele quer.
Mãe de Agatha – Nem sempre ... De vez em quando, ele procura agradar demais as pessoas, para que, no futuro, possa tirar alguma vantagem.
Diana – Desculpe, não entendi.
Mãe de Agatha – Calma, me deixe explicar. Pelo que entendi, nas entrelinhas, você e minha filha tem uma rixa. Por que você não exige que o Ariano escolha entre você e ela? Tenho certeza de que ele irá escolher você e depois ele arruma outra mulher, que não seja a minha filha.
Diana – Não sei se isso seria possível. O Ariano já está com a Agatha há bastante tempo. Investiu muito nela, para simplesmente, por minha solicitação, fazer uma troca.
Mãe de Agatha – Eu sei que ele está com ela há bastante tempo. Pelo que ela me fala, ainda não fizeram nada. Ele está esperando o casamento. Mesmo assim, minha filha disse que as coisas na casa estão mudando. O Ariano está mudando.
Diana – Mudando, como?
Mãe de Agatha – Pelo que ela me falou, ele está fazendo coisas, tomando atitudes, que antes ... era diferente. E, a única coisa que mudou no contexto todo foi você.
Diana – Novamente, me desculpe, mas não estou entendendo.
Mãe de Agatha – Pelo que eu entendi, o Ariano está apaixonado por você. Por este motivo, está tomando atitudes diferentes ... Diana, eu tenho muito medo pela minha filha. Isso não é vida! Eu e meu marido não concordamos com essa pouca vergonha, mas somos humildes e a minha filha está deslumbrada com tudo. É uma vida que o meu marido nunca poderia dar ... Eu nem a reconheço mais.
Reparei que ela fungava, como se estivesse chorando e eu fiquei pensando no que ela disse, assim como, sobre a conversa que eu tive com Alba. Era muita informação pra assimilar.
Mae de Agatha – Nem quero imaginar quando aquele filho duma égua deflorar a minha filhinha. A periquitinha dela não vai aguentar aquele monstro que ele tem no meio das pernas ...
Meus olhos arregalaram quando ela falou isso. Como ela sabe que o Ariano tem um cacete enorme? Por acaso, será que ...
Mãe de Agatha – ... ele vai matar a minha filha, Diana! Eu sei que ele vai judiar muito dela.
Eu precisava entender melhor aquela situação.
Diana – Ele judiou de você também?
Reparei que ela começou a chorar, copiosamente. Eu comecei a fazer perguntas e, aos poucos, ela foi me revelando o que aconteceu.
Mãe de Agatha – Eu já tinha noivado e ainda era virgem. Eu nunca tinha visto um homem pelado. O meu marido, na época noivo, estava comprando umas terras e se envolveu num trambique com outras pessoas. No final, todo o dinheiro que o pai dele ajuntou e deu pra ele fazer o negócio, foi roubado por essas pessoas.
Diana – O Ariano era uma dessas pessoas?
Mãe de Agatha – Não tenho certeza, mas as coincidências ... Nós perdemos tudo, faltando duas semanas pro casório. Como ele iria explicar pra família dele o que houve? Deu tudo errado, mas aí ele apareceu...
Diana – E o que ele fez?
Mãe de Agatha – Ele disse que nos ajudaria, financeiramente, inclusive com a compra das terras, mas quando nós tivéssemos uma filha e ela completasse 12, se ele tivesse interesse, ele iria buscá-la para ser a esposa dele. Eu não queria aceitar isso, mas não tínhamos outra escolha. Inclusive ele comentou que meu futuro marido poderia ser preso, por conta das atividades ilegais que tinha se envolvido.
Diana – Isso é horrível!!! Mas por que, depois de tanto tempo, você entregou a sua filha de mão beijada pra ele?
Ela continuava a chorar, mas não se omitiu em contar:
Mãe de Agatha – Três dias depois, eu fui procurá-lo, sem que meu marido soubesse e implorei a ele, que não levasse a minha filha e que nós iríamos pagar aquela dívida todo mês, até o final de nossas vidas, mas que, desistisse de, no futuro, levar a minha filha. Só que o salafrário disse que o dinheiro não era importante pra ele. Que o que mais importava era lealdade e que eu teria que provar minha lealdade a ele.
Diana – Ele então te deflorou?
Mãe de Agatha – Sim! O preço foi a minha virgindade, sendo que faltava uma semana para o casório. Ele me comeu de um jeito bruto e eu chorei a maior parte do tempo. Foi muito doloroso pra mim, e me causou até hemorragia. Meu homem é simples e não tem estudo. Ele acreditou que eu tinha contraído uma infecção e eu tive que ficar um mês sem poder consumar o casamento com ele.
Diana – Que horror!!!
Mãe de Agatha – Passados os 12 anos do nascimento da Agatha, ele veio me procurar, se interessou pela Agatha e me mostrou o vídeo da nossa relação, dizendo que iria mostrar pro meu marido quem eu realmente era. Eu nunca tinha visto um homem pelado e, com ele, eu fiz tudo que você possa imaginar. Estava tudo no vídeo e ele disse que não iria mostrar ao meu marido, se eu concordasse em entregar a minha filha para ele.
Eu estava surpresa com aquela revelação, mas será que era tudo verdade? Por que ela iria me contar toda essa história, ainda mais pra uma pessoa que acabou de conhecer? Será que devo confiar nela?
Mãe de Agatha – Você promete que vai ajudar a minha filha!
Diana – Não posso te prometer nada, mas vou tentar ajudar de alguma forma. Eu sou nova aqui e não sei em quem posso confiar.
Mãe de Agatha – Você acha que eu estou mentindo pra você, né? Acha que eu inventei essa história?
De repente, a mulher que estava chorosa, ficou com raiva e me pediu para aguardar, que ela iria me mandar uma foto.
Quando a foto chegou, fiquei passada, pois era uma foto da sua nádega direita, com uma letra “A”. Eu acreditei, pois pude ver que ela estava com o mesmo vestido que tinha usado na festa.
Diana – O que é isso?
Mãe de Agatha – Ele me marcou com a letra dele, como se eu fosse gado. Acredita em mim agora?
Eu fiquei estarrecida com aquela imagem. Marcar uma pessoa como se fosse sua propriedade? Antes de desligarmos, eu prometi a ela que iria fazer alguma coisa para livrar a filha dela.
Só não sabia o que eu poderia fazer. Eu tinha que arrumar uma forma de conversar, em particular, com a Agatha. Mas, qual seria a reação dela?
Voltei para o quarto. Já estava deitada, pensando na conversa com a mãe da Agatha quando me lembrei de que, poucas horas antes, já havia recebido uma outra informação contundente. A conversa com a Alba.
Ela havia me contado que ela fazia parte de uma tradicional família de origem Argentina. Que lá, tinham uma vida muito boa, propriedades, estudaram em excelentes escolas, ótimos restaurantes, viagens constantes, etc. Ou seja, tinha uma vida que, no Brasil, se comparava a classe média alta. Pelo jeito que falou, bem alta.
Entretanto, tudo começou a mudar, com a abertura democrática do país vizinho. Não deu para entender, mas acredito que sua família estava ligada a esquemas com militares e, com a derrocada destes, caiu junto. Ou seja, se viram obrigados, marido, mulher e três filhas, a deixar o país de origem e se transferirem para o Brasil, para tentar a sorte.
Coincidência, ou não, depois de uma rápida passagem por São Paulo e pelo Rio de Janeiro, sua família se estabeleceu em Brasília. Justamente o local em que Ariano e sua família tinham grande influência.
Não ficou claro, na conversa, como eles se conheceram, mas não é difícil entender que pessoas que circulam no meio empresarial da Argentina e do Brasil, tenham objetivos semelhantes. E, durante um tempo, o pai de Alba acabou trabalhando para Ariano no esquema de lobby.
Durante este tempo de trabalho, Ariano conheceu Alba. Se encantou com ela e propôs, aos pais dela, que ela fosse sua esposa. Não foi difícil convencê-los, tendo em vista tudo o que estava em jogo. Poder, dinheiro, esquemas de propina, chantagem, etc.
Alba aceitou e veio morar na mansão, com Ariano e as outras esposas. No momento daquela conversa, seus pais já não trabalhavam mais para ele, mas ela não me disse o que eles estavam fazendo.
Ela pareceu querer me convencer a não me juntar ao grupo, e que não valia a pena fazê-lo. Principalmente quando citou que ajudou o Adolfo, passando a ele informações sobre o que acontecia na mansão. Interessante, pois ela demonstrava que realmente queria ficar com o Ariano e, neste caso, não havia nada que eu pudesse fazer.
Eram duas esposas que haviam se unido ao Ariano de uma forma pouco ortodoxa, mas que demonstravam de forma inequívoca, o poder e a influência que ele possuía. E comigo, com algumas particularidades, estava acontecendo o mesmo. “O amor realmente deve ser cego”, pensei comigo.
O cansaço me atingiu e acabei dormindo.
Acordei, no dia seguinte, um pouco mais tarde que o normal e estava indisposta. O dia anterior, a festa, as discussões e conversas, tinham cobrado o seu preço. Fiz a minha higiene, troquei de roupa e me dirigi para a sala de café da manhã.
Chegando ao local, encontrei Letícia, Ana Lúcia, Megumi, Martina e Alba. As outras, ou já haviam tomado o café da manhã ou, assim como eu, tinham perdido a hora.
Achei estranho Ariano não estar junto. Dei bom dia a todas e perguntei por ele. Depois de alguns segundos, e uma troca de olhares entre Letícia e Ana Lúcia, foi essa que me respondeu:
Ana Lúcia – Diana, bom dia. O Ariano recebeu uma ligação e teve que ir para Brasília, resolver um problema urgente.
Diana – E ele volta logo?
Letícia – Não sabemos, minha querida. Este assunto urgente pode levar mais tempo para ser resolvido. Principalmente por ele ter levado a Babi junto. A Agatha ficou chateada com ele, dizendo que ainda deveria ser considerado seu aniversário e, por este motivo, era ela quem deveria ir com ele, mas você entende, não é? A Agatha ainda não é uma “diversão” do tipo que o Ariano gosta ...
Se eu já estava indisposta, ouvir a Letícia se dirigir a uma outra mulher, uma outra esposa do Ariano como uma diversão, inclusive fazendo sinal de aspas com a mão, acabou com a pouca disposição que eu poderia ter. Mas isto ainda não foi o pior. O que a Letícia falou a seguir, realmente iria acabar com o meu dia.
Letícia – ... Aliás, Diana, eu queria aproveitar e conversar com você, em particular e com privacidade. Assim que você terminar de se alimentar, poderia me encontrar no jardim, atrás da área gourmet da piscina?
Diana – Claro que sim. Vou em seguida. – respondi tentando manter o clima ameno. Só não entendi por que naquele local e não no escritório.
E, assim que terminei o café da manhã, cumpri a minha promessa e fui me encontrar com a Letícia, onde ela havia me indicado. Contudo, por achar estranho o local escolhido por ela e por estar “escolada” com a Letícia, resolvi gravar a conversa.
Quando cheguei, vi Letícia sentada no gazebo do jardim. Ela estava com uma feição e uma pose que dava a entender que aquele local tinha algo de especial.
Longe das vistas das outras esposas e quase escondido. Era tudo um jogo de intimidação. Perguntei para ela o porquê do local.
Diana – Letícia, por que conversar aqui? Não seria mais privativo se conversássemos no escritório?
Letícia – Não, Diana. Para o tipo de conversa que eu quero ter com você, eu prefiro aqui.
Diana – E por quê?
Letícia – Eu não preciso te dar satisfação, mas prefiro deixar as coisas claras, nesta conversa. Este é o local da mansão com a menor possibilidade de vigilância, tanto de vídeo como de áudio. Essa parreira dificulta a captura das imagens e o barulho das folhas inibe a captura do áudio. Agora, sente-se, Diana.
Diana – Olha Letícia, se você está esperando que eu te peça desculpas pelo tapa que eu lhe dei ontem, pode esquecer – Falei ainda em pé, me aproximando dela.
Letícia – Eu disse, sente-se. Pelo que eu estou percebendo, você ainda não entendeu como as coisas funcionam no nosso mundo e você pode ter certeza de que, depois da nossa conversa e, principalmente, do que eu vou lhe mostrar, você vai me pedir muito mais do que desculpas. Ah, só mais uma coisa, o Ariano não está aqui para te pro ... te ... ger ... – Frisou Letícia, deixando bem claro as suas intenções. – E, como eu disse, esse lugar é de difícil monitoramento.
Diana – Eu não preciso da proteção dele? – Falei firme, tentando mostrar a ela, que eu não seria intimidada.
Letícia – Não mesmo? Bom saber. Porque se você acha que ele está apaixonado por você e, por este motivo, você pode fazer o que quiser, inclusive me desrespeitar, está muito enganada! Eu já assisti este filme muitas vezes. Ele fica obcecado por uma mulher, aparenta estar apaixonado e, depois que conquista e aproveita, se cansa e ela acaba virando mais uma, quando não é descartada. Agora, você, eu não consegui até agora interpretar se você está apaixonada por ele ou somente quer tirar algum proveito.
Diana – Isto não é da sua conta. É um assunto somente meu e do Ariano. E o que você quer me mostrar?
Letícia – Aí é que você se engana, minha querida. Tudo é da minha conta. Mas, tudo a seu tempo. Primeiro você tem que entender. Se pudermos fazer um paralelo entre esta mansão e um estilo de governo, eu poderia dizer que isso aqui é um Império. O Ariano é o imperador, eu sou a imperatriz e vocês são “as outras”. Não se esqueça, Diana, que eu sou a única que tenho uma Certidão de Casamento. Metade do que o Ariano tem, me pertence. Ah, e não se preocupe, eu não corro nenhum risco porque eu sou a esposa oficial. Eu sei de muita coisa do Ariano e tenho estas informações muito bem guardadas. Ele sabe que não pode fazer nada comigo.
Diana – Não estou entendo. Qual o seu objetivo com esta conversa? – Perguntei mais diretamente, pois, aquele papo estava me entediando.
Letícia – Eu estou só começando e colocando um contexto... Continuando ... considerando a minha posição, você já deve perceber que eu fiquei bastante chateada com a sua postura no dia de ontem. Começando por não querer participar da festa da Agatha com a roupa que ela tinha escolhido ....
Diana – Eu não aceitaria aquela ... eu ainda não tenho contrato assinado com o Ariano e não ...
Letícia – Ah, que bom que você tocou neste assunto. Eu já conversei com o Ariano, e ele me autorizou a iniciar a discussão com a Ana Lúcia sobre os termos do seu contrato e ...
Diana – Este é um assunto meu e do Ariano.
Letícia – ... Não, Diana. Agora é assunto meu. Mas, voltando às roupas. A Agatha ficou bastante chateada por você não as usar. Sabia que ela demorou dias escolhendo as roupas de todas nós? Hoje pela manhã, o fato do Ariano viajar sem ela, a deixou arrasada. Mas, não se preocupe, eu falei para a Agatha que você, ainda hoje, iria se desculpar com ela e compensá-la de alguma forma.
Diana – Para mim chega ... – Falei e me levantei para sair do jardim.
Letícia – Se você sair deste local, quem vai sofrer as consequências serão seus filhos.
Naquele momento eu me virei e iria partir para cima dela, pra lhe dar outra bofetada, mas ela estava com o celular nas mãos e eu vi uma imagem que me chocou.
Diana – O que significa isto!? – Perguntei desesperada.
Letícia – Se você se sentar e escutar tudo o que eu tenho para te falar, saberá.
Tive que me sentar e ouvi-la. Eu tinha que saber o que significava aquela imagem.
Letícia, que me olhava com uma cara impávida, e com um leve sorriso, desviou o olhar para o outro lado do jardim, onde estava a Megumi, sentada em uma cadeira, com um notebook à sua frente.
Letícia – Olhe lá ... a Megumi no seu mundo particular ...
Diana – O que a Megumi tem a ver com esta imagem?
Letícia – Diana, querida... Acalme-se que já chego lá. Te garanto que ela tem tudo a ver. Você conhece a história de como ela se juntou ao grupo?
Diana – Não, eu não conheço, e nem estou interessada. Quero saber dessa imagem ... – Perguntei a ela, tentando intimidá-la com um olhar sério.
Letícia – Ah, mas é muito interessante. Muito particular. Eu achei que a sua seria particular também ... acho que me enganei.
Diana – Particular, como?
Letícia – Você já reparou que a Megumi é diferente das outras esposas? Ela não se envolve nas orgias, não tem um trabalho fora da mansão, praticamente não tem amigos ou amigas, quase não sai de casa ... e, praticamente não transa com o Ariano.
Diana - Então, por que o Ariano fez dela, uma de suas esposas?
Letícia – Exatamente, por quê? Bom, o Ariano a conheceu quando ele estava buscando alguém para cuidar da parte de tecnologia das empresas dele, assim como desta mansão. Ele entrevistou diversas pessoas e se encantou, não só pela beleza, como também pela genialidade da Megumi. Você sabia que ela é uma das hackers mais sofisticadas que se tem notícias.
Diana – Não, eu não sabia.
Letícia – Pois ela é. E agora ela está se especializando em geração e modificação de imagens e vídeos com IA ... Bom, voltando ... ela começou a trabalhar e o Ariano confirmou a genialidade dela. Entretanto, ele não conseguiu seduzi-la. De vez em quando, ela parece até imune aos encantos do Ariano.
Diana – Mas, então, como ela se tornou uma esposa?
Letícia – Esta é a parte interessante da história. O Ariano descobriu que os pais da Megumi, que tinham um restaurante no bairro da Liberdade e estavam com problemas com a Yakuza, a máfia japonesa. Problemas sérios, a ponto de ter suas cabeças colocadas à prêmio. Ele, então, montou um plano para “fingir” a morte deles e realocá-los em outro local, bem longe daqui. A Megumi, como era filha única, se viu órfã e ele aproveitou a fragilidade dela e a trouxe para ficar mais perto. Com o convívio, ela se tornou uma das esposas. Gostou da história? O plano foi meu, executado pelo Ariano, é claro.
Diana – E ela não sabe que os pais estão vivos?
Letícia – Não, ela não sabe. Na verdade, nem eu sei se eles ainda estão vivos. A única pessoa que sabe para onde eles foram e como estão, é o Ariano. Ele deve ter estas informações muito bem guardadas, em algum lugar, já que sempre foi ele quem os manteve. E antes que você tenha a grande ideia de contar para ela, saiba que, mais uma vez, será a sua palavra contra a minha. E eu acho que ganho essa.
Diana – E por que você me contou esta história? O que ela tem a ver com a imagem?
Letícia – Ah, sim. Voltemos as imagens. Veja, você mesma ... são várias.
Peguei o celular da Letícia em minhas mãos e comecei a olhar as imagens. Tinha várias fotos de uma garota nua.
A garota não mostrava o rosto, mas eu sabia que eram da Suzy. Eu conhecia o corpo da minha filha. E, por último, um vídeo do Jonathan segurando uma rola preta de um outro adolescente. Fiquei escandalizada e tive que me segurar pra não cair num choro desesperado.
Diana – Como você conseguiu isso?
Letícia – É aí que entra a Megumi. O Adolfo pediu a ajuda dela para sumir com as imagens do celular de um amigo dos seus filhos. Por sorte, ou destino, eu fui falar com ela sobre uma falha que tivemos numa das câmeras quando ela estava fazendo este trabalho e “pedi” para ela, que antes de deletar tudo, me fizesse um cópia. E não adianta destruir este celular que está nas suas mãos, porque eu tenho uma cópia muito bem guardada.
Diana – Mas que história é esta?
Letícia – A história mesmo eu não sei. A Megumi sabe de uma parte. O Ariano também sabe de alguma coisa. O único que deve saber a história toda deve ser o seu ex-marido. Talvez você possa perguntar para o Adolfo.
Diana – Sua filha da puta ...
Letícia – Diana, Diana, acho que agora você entendeu. Você está nas minhas mãos e vai fazer o que eu quiser e quando eu quiser. Caso contrário, imagine o que eu posso pedir para a Megumi fazer com esse material, agora que ela é especialista em modificação de imagens com IA.
Eu não tinha o que dizer. Estava paralisada de pânico.
Letícia – Agora, espero que, ao sair daqui você procure a Agatha e se desculpe com ela. No dia a dia, você irá mostrar o maior respeito possível por mim, principalmente na frente das outras esposas. E, depois que você assinar o contrato e se casar com o Ariano, tenha certeza, que eu farei da sua vida um inferno. – Falou a megera, com toda a satisfação do mundo.
Eu continuava paralisada.
Letícia – E mais uma coisa ... Sempre que o Ariano pede uma futura esposa em casamento, é obrigação da esposa dar um presente a ele ... algo especial ... uma verdadeira demonstração de amor e carinho por ele.
Diana – E o que seria isso?
Letícia – Uma tattoo.
Meus pais nunca permitiram que eu fizesse uma tatuagem e eu não sei se aguentaria sentir tanta dor.
Diana – Pode ser de qualquer tamanho, né?
Letícia – Claro! Entretanto, quanto maior a tattoo, mais o Ariano fica satisfeito, pois significa o tamanho do amor que uma esposa pode sentir por ele.
Diana – Eu vou pensar nisso.
Letícia – Pensar, não... É melhor você já ir escolhendo uma imagem que represente o seu signo. Pode ser uma cabra, cabrita, a constelação, ou uma mulher com cabeça de cabra ... Aí vai do seu gosto pessoal ... Estamos entendidas, né? ... Agora pode sair. – Disse Letícia, fazendo um gesto de “vai embora” com a mão.
Ainda se passaram uns 10 segundos até que eu recuperasse a razão, me levantasse da cadeira e saísse do jardim. Antes de sair, olhei para Letícia que estava com um sorriso maquiavélico no rosto.
Voltei para o meu quarto e estava pensando em ir embora. Voltar para minha casa. Ou melhor, sumir do mapa. Quem sabe, se eu sumisse, com o tempo, acabariam me esquecendo. Quando voltei a razão, vi que isto não era uma opção. Não era a minha opção.
Saí novamente do quarto e fui procurar a Agatha. Mas não para me desculpar, eu iria conversar sobre outro assunto e após procurá-la um pouco, a encontrei na piscina e perguntei se poderíamos conversar, em particular. Ela aceitou na mesma hora, toda sorridente e fomos para uma das áreas de descanso que existem perto da piscina. Foi ela quem iniciou o diálogo:
Agatha – Já estava ansiosa para ouvir as suas desculpas. – Disse a putinha mirim, toda eufórica, dando pequenos pulinhos.
Diana – Então vai continuar ansiosa, porque o que eu quero falar com você é outro assunto.
Agatha – Mas a Letícia me falou ... – Reclamou a ninfetinha, toda triste ao ver que não receberia as desculpas.
Diana – Foda-se a Letícia! Cala a boca e me escuta! – Ralhei com ela, com o meu rosto quase colado ao dela, pois eu não poderia gritar, sem chamar a atenção.
Ela ameaçou se levantar. Provavelmente para ir reclamar com a Letícia, mas eu a puxei pelo braço e a fiz se sentar novamente. Contei para ela sobre a conversa que tive com a mãe dela. Contei tudo.
A princípio ela não acreditou e tentou se levantar novamente, dizendo que eu estava fazendo um jogo sujo com ela.
Eu tive que mostrar a foto que a mãe dela havia me enviado e disse que quem estava fazendo jogo sujo era outra pessoa. Ela ficou nervosa e tive que acalmá-la. Inclusive para não demonstrar para as outras esposas.
Por fim a convenci a ter uma conversa séria com a mãe. Ela me disse que, em poucos dias, iria fazer uma visita a eles e aproveitaria a ocasião para tirar aquela história a limpo. Por fim, disse que, se fosse uma mentira minha, eu iria sofrer as consequências. Que garotinha abusada!
Talvez eu não tenha conseguido cumprir a minha promessa para a mãe da Agatha, mas, agora, pelo menos, eles teriam a chance de se resolver. Se tudo desse certo, a própria Agatha desistiria de se casar com o Ariano. Mesmo não cumprindo a promessa. Ponto para mim.
Almoçamos juntas, pelo menos, as esposas que estavam na mansão. Agatha ficou na dela e quando a Letícia perguntou para ela se nós havíamos conversado, a fedelha confirmou e ainda mostrou um largo sorriso. Tive a oportunidade de conversar com a Valeska que, por sinal, não era nem sombra da negra bagunceira e folgada de antes.
Parecia que algo nela havia morrido e toda a exuberância e alegria que ela tinha, haviam ido embora. Ela aproveitou para assumir toda a culpa, isentando a Olga e dizendo que tinha passado, e muito, do limite do razoável para atender às ordens do Ariano. Eu a desculpei, mas disse que a nossa amizade nunca mais seria a mesma.
Ainda durante o almoço a Letícia anunciou que iria ficar fora da mansão durante a tarde para resolver um assunto, por solicitação do Ariano, que continuava em Brasília.
Eu iria aproveitar aquela oportunidade, a ausência da Letícia, para conversar com a Megumi. Eu disse a ela que tinha algumas perguntas para fazer sobre as imagens dos meus filhos e ela, entendendo a gravidade da situação me falou que precisaríamos ser discretas pois a casa é eternamente vigiada. Ela me pediu para nos encontrarmos no quarto dela.
Quando ela determinou o local, eu perguntei para ela se não havia o risco da nossa conversa ser monitorada e ela disse que como responsável pela parte de tecnologia tinha algumas “cartas na manga” para se proteger.
Umas delas dizia respeito ao seu quarto e outra ao seu telefone. Ela conseguia manipular o que era monitorado e o que não era.
Nos encontramos quando tivemos certeza de que a Letícia já havia saído.
Diana – Megumi, por favor, me fale sobre a história das fotos dos meus filhos.
Megumi – Eu sei só a parte que eu participei. O resto eu não sei. – Disse a oriental, de forma tímida.
Diana – Me conta o que você sabe.
Megumi – Bom ... a Alba falou comigo que o Adolfo precisava da minha ajuda. Eu nem sei como ela tem o contato dele, mas também não quero me envolver nestes assuntos ... eu só faço a minha parte.
Diana – Tá, continua.
Megumi - Eu liguei para o Adolfo e ele me contou que os seus filhos estavam sofrendo bullying na escola e que tinha um moleque que tinha conseguido umas imagens, bem constrangedoras deles.
Diana – Quem era este moleque?
Megumi – Isto eu não sei. Eu só sei que eu falei para o Adolfo que eu precisava ter o aparelho em mãos para conseguir deletar as imagens. Aí ele bolou um plano para pegar o celular do moleque, levar na loja do meu primo, que é no RJ também. Com o celular na loja do meu primo eu fiz a minha parte, que foi deletar do aparelho e de outros dispositivos que ele tinha conectado ao mesmo. Sumiu tudo.
Diana – E como as imagens apareceram em posse da Letícia? – Perguntei quase que de forma ameaçadora.
Megumi – Ela me pediu para fazer uma cópia para ela antes de apagar.
Diana – E você fez? Sabe o que isto significa para mim, agora?
Megumi – Me desculpe, mas eu tinha que fazer. – Falou Meg quase sussurrando.
Diana – Ela te obrigou?
Megumi – Ela não precisou me obrigar.
Diana – Como assim? Você fez uma cópia de pornografia infantil, por livre e espontânea vontade. Isto é crime, você sabia? – Falei aumentando um pouco a minha voz, pra mostrar que eu estava irritada com tudo aquilo.
Megumi – Diana, em primeiro lugar, o meu crime é questionável, pois eu estava eliminando pornografia infantil, o que é bom, e quem está de posse das imagens é a Letícia, não eu. Em segundo lugar, você sabe que quando nos tornamos esposas do Ariano, assinamos um contrato, certo? Tem partes comuns, partes específicas ...
Diana – Eu sei... o maldito contrato. – Falei revirando os olhos de raiva.
Megumi – Exato. Mas, o que, talvez, você não saiba, é que na parte fixa, ou seja, a parte comum a todas as esposas, existe uma cláusula que nos impede de “ir contra as ordens da Letícia”. Ou seja, se ela “pedir”, tem que fazer, sob pena de ter o contrato cancelado. A única esposa que não tem esta cláusula no contrato, que eu sabia, é a Ana Lúcia.
Diana – E por que ela não tem?
Megumi – Não sei dizer. Talvez por ela ter sido a primeira, depois da Letícia, ou pela Letícia ter tido a ideia de incluir esta cláusula só depois do casamento com a Ana Lúcia, ou por ela ser advogada e saber o que significa esta cláusula. Quem sabe?
Diana – Filha da puta!!! Agora entendi a conversa sobre o contrato ...
Megumi – Que contrato?
Diana – Nada, não. Ela me disse que tem uma cópia. Você sabe onde pode estar?
Megumi – Que eu saiba, está no celular e, por este motivo, na nuvem, no notebook dela e ela me pediu para gravar em um pen drive também. Este pen drive, eu acredito que esteja no cofre. Você não está pensando em ...
Diana – Eu não sei o que pensar ... ainda. Por que você não se negou a fazer a cópia e avisou ao Ariano o que estava acontecendo? Ele poderia ter evitado todo esse transtorno para mim.
Megumi – Diana, pela experiência que eu tenho nesta mansão, qualquer confrontação entre a Letícia e qualquer outra esposa, o Ariano já tem um lado escolhido. Ele nunca iria contra ela. Ela sabe muito sobre a vida dele. Além do mais, a Leticia já me fez várias ameaças. Eu não tinha outra alternativa. Juro.
Megumi – Era isto que você queria saber ou precisa de mais alguma coisa?
Diana – Eu fiquei intrigada. Como você se tornou uma esposa do Ariano? Você é tão diferente. – Perguntei, sondando-a, pois eu queria saber até onde ela tinha conhecimento da história dos pais.
Megumi – Diferente, como? – Perguntou a pisciana, bem curiosa.
Diana – Você é sempre tão centrada, tão introspectiva. Eu nunca vi você de chamego com o Ariano, nunca soube que você tenha participado de alguma das festas que ele proporciona, entre outras coisas. Por estes motivos, me parece diferente.
Megumi – Hahaha, neste caso, sou mesmo. Acho que nem pareço uma esposa. Estou mais para uma funcionária com benefícios.
Diana – É mesmo, hahaha. Mas me fala, como aconteceu?
Megumi – Bom, o Ariano precisava de alguém para cuidar da parte de tecnologia e eu passei no processo seletivo. Depois, quando já estava trabalhando para ele, meus pais sofreram um acidente e faleceram. Como fiquei órfã, o Ariano me trouxe para morar com ele. Depois de um tempo, ele conseguiu me “dobrar” e me tornei esposa dele.
Diana – Mas, você quase não fica com ele.
Megumi – Diana, eu só estou te falando estas coisas pois já te considero uma das esposas do Ariano, tá?
Diana – Entendo.
Megumi – Então, eu evito, ao máximo, qualquer contato íntimo com ele. É muito grande e me causa muita dor, tenho sangramento, entre outras coisas. Inclusive quando é a época do meu aniversário, eu fico muito tensa pois sei que vou ter mais contato com ele, do que o normal. Mas, ele me entende e não me força a fazer nada. Fora que eu tenho vergonha de ficar nua na frente de outras pessoas. – Disse ela toda constrangida, nessa última parte.
Diana – O Ariano foi o seu primeiro ... ?
Megumi – Não. Eu tive alguns namorados. Antes dos meus pais falecerem, depois, eu acho, acabei me fechando no meu mundinho virtual, e hoje, não tenho amigos ou amigas, a não ser o pessoal da mansão... Quer saber mais alguma coisa, investigadora Diana, hahaha. – Falou a nissei, com um certo ar de deboche.
Diana – Muito engraçada. Entretanto, tem mais um assunto que eu queria conversar com você. Mas, não agora. Antes eu vou te passar um áudio e gostaria que você escutasse. Mas, só escute quando tiver certeza de que está sozinha. Ah, não se esqueça de usar fones de ouvido. Você pode fazer isto para mim?
Megumi – Claro. Porque desta forma?
Diana – Você irá entender quando escutar.
Me despedi da nerd, pois já estava quase na hora de eu voltar para a minha casa.
Continua ...