Naquele dia eu estava de bobeira.
Sem nada para fazer, bateu uma certa nostalgia de quando eu era jovem. Nas tardes vazias, costumava ir ao cine cultura, pegar uma matinê do que estivesse em cartaz e depois tomar um capuccino com croissant no saguão - eita tempo bom!
Resolvi então reviver essa experiência da juventude e lá fui eu pro cine cultura. Como fazia antes, comprei o ingresso e entrei na sala sem nem saber o que assistiria. Foi assim que conheci alguns dos melhores filmes da minha vida!
Demorou só cinco minutos para dar-me conta de que passava um filme francês antigo, mudo e em preto e branco - sendo que durante quatro dos cinco minutos só aparecia uma gota de chuva escorrendo lentamente pela parede.
Não rolou, abortei imediatamente o plano cine cultura.
Mas nem tudo estava perdido, pois ainda existia o tal cafézinho no saguão! Como sobrava tempo, pedi logo três croissants recheados de ricota de cabra e ervas finas e um capuccino grande - eu sei, foi um exagero, mas sou assim quando fico entusiasmado com a comida.
Mal sentei numa das mesinhas quando apareceu uma mulher alta e voluptuosa, de cabelos negros bem pententeados com cachos longos na altura dos ombros.
No rosto finamente laqueado, seus olhos grandes e expressivos de cílios enormes eram proporcionais à sua boca de lábios grossos pintada de bege, a mesma cor dos sapatos de salto alto, enquanto as curvas de seu corpão vinham envelopadas num vestido verde que parecia líquido, escorrendo desde os seios grandes até as panturrilhas delineadas.
Sim, essa era Gisele, linda, imponente, expressiva e elegante, ou seja, muitíssima areia para o meu caminhãozinho - o qual, perto dela, parecia um reles carrinho de mão.
Como não havia mais ninguém por lá, pude ouvir claramente a decepção de Gisele quando pediu um croissant exatamente como os meus e a atendente respondeu que haviam acabado porque “aquele morto de fome ali pegou tudo”, referindo-se a mim.
Gisele então pediu um capuccino grande como eu - olha só, que coincidência! Com a xícara na mão, deu meia volta e veio caminhando na minha direção, com um olhar tão decidido que me fez gelar no ato. Ao aproximar-se, parou diante de mim, olhando-me de cima.
“O senhor pode me vender um desses croissants, por favor? É como um ritual meu antes de entrar no filme e eu preciso disso!” - foi o que disse, sendo que seu pedido de algum modo soava mais como uma ordem.
Gisele me ganhou naquele exato momento e, seja lá como fosse, ela seria minha. Deitei os olhos nela e ponto final. Minha, nem que fosse por um momento apenas. Minha, nem me importava aquela baita aliança brilhando no seu dedo anelar. Minha!
Dei meu melhor sorriso, que devia estar meio amarelado, e respondi que, caso quisesse sentar-se comigo, eu fazia questão de convidá-la ao croissant. Gisele parecia duvidar, ficou alternando sua mirada entre mim e o prato dos croissants, mas terminou puxando uma cadeira e sentando-se comigo.
A essa altura, eu já nem estava mais aí para a comida, ou o café, ou a porra do filme francês: Gisele ocupara todos os meus neurônios com sua presença.
Comecei com as habituais perguntas para saber quem era ela, demostrando total atenção às suas respostas - o que não era nada difícil, pois eu estava realmente interessado.
Quando me disse seu sobrenome, tudo fez sentido, sua aparência fina, sua postura chique e aquele baita anel: Gisele era esposa de um velhote, dono de estaleiros e membro da família mais rica da capital.
Conversando, descobri que ela nem tinha grana quando era jovem e costumava ir às matinês ali do cine cultura, sempre parando para comer um croissant com capuccino - então, vamos combinar, era coincidência demais: Gisele havia sido feita para mim!
Agora que nos conhecíamos, passei à próxima fase: ganhar sua intimidade falando sobre sexo. Para meu espanto, Gisele me contou com toda a naturalidade que o velhote era impossível. Estava sempre procurando-a para fazer alguma sacanagem diferente - e pela cara que ela fez, pude perceber que gostava disso.
Essa não, eu apostava que ela devia ser carente, mas a mulher gostava do velhote e ele, pelo visto, era um leão devorador na cama! E agora, o que eu podia fazer?
Bem, nem deu tempo de pensar em nada, pois as pessoas agora saiam da sala de projeção e Gisele já estava se levantando para assistir à próxima sessão. Maldito filme francês!
Contudo, antes de se afastar, ela olhou para mim e perguntou se eu não ia ver o filme também. Sim, é claro que eu iria assistir, afinal, eu estava ali todo aquele tempo só esperando pela próxima sessão! Bendito filme francês!
Na sala praticamente vazia, sentamos um ao lado do outro e tive que assistir novamente por uma eternidade a gotinha de chuva escorrendo na parede - céus, como algo podia ser tão chato! Mas então, algo aconteceu: senti a mão delicada de Gisele sobre meu colo.
Suavemente, senti que apalpava minha rola por sobre a calça, como se quisesse provocar uma ereção para saber o tamanho daquilo - e só esse pensamento já foi suficiente para deixar-me alerta lá embaixo. Parecendo satisfeita ao sentir-me duro, sua mão se afastou, tomou a minha e a conduziu-a até a região entre suas pernas, para então volar ao meu colo e seguir com a bolinação.
Meu coração permaneceu batendo disparado por quase meia hora, como se eu tivesse corrido dez provas de cem metros rasos, enquanto eu já tinha metido a mão pela borda da calcinha de Gisele e esfregava seu grelinho, com a mulher já tendo aberto minha calça e me masturbando lentamente, tudo no escurinho do cinema.
Lá pelo meio do filme, Gisele interrompeu a masturbação e pude notar como ela se mexia na cadeira para retirar a calcinha. Logo em seguida, levantou-se e veio se acomodar no meu colo de costas para mim, sussurrando que era só para brincar e que não poderia de jeito nenhum penetrá-la se não tivesse uma camisinha, pois ela estava no ápice de seu período fértil - e é claro que eu não tinha…
Caraco, aquilo foi uma tortura maior que o filme francês. Giselle ficava se remexendo sobre meu colo, ora com a rola entre suas pernas sentindo sua bucetinha escorrer sobre ela, ora com o pau enfiado no reguinho entre suas nádegas polpudas, enquanto eu agarrava com as mãos cheias tudo o que podia de seus peitos maravilhosos.
Nossa respiração entrecortada foi progressivamente acelerando ao ritmo de nossos movimentos, numa urgência de entregar-nos ao gozo mútuo que só alcançamos quando os créditos subiam na tela e as luzes começavam a acender.
Enquanto nos recomponíamos ajeitando nossas roupas, Gisele comentou que aquilo havia sido uma loucura, algo que fugiu ao controle e que nunca deveria ter acontecido. Ela era bem casada e amava o marido velhote, a última coisa que precisava era que uma tarde com um estranho no cinema pusesse tudo a perder.
Eu lhe tranquilizei alegando que ninguém havia nos visto e que eu jamais comentaria sobre o que aconteceu com outras pessoas - aquele seria “nosso segredinho, só nosso.”
Depois disso, combinamos de nos encontrar novamente no mesmo lugar na semana seguinte. E na outra também. E ainda mais algumas vezes. Por quase dois meses, fiz loucuras com Gisele no cinema praticamente vazio, até que ela faltou um dia e nunca mais apareceu por lá - e talvez tenha sido melhor assim, pois eu estava me apegando ao seu corpo, me apaixonando pela sua mente e, recordo, ela era muito bem casada.
Através das fofocas nas redes sociais, um dia descobri que Gisele e o velhote estavam em êxtase porque ela estava grávida - e aí entendi porque nossos encontros haviam cessado, aquele velhote assanhado tinha emprenhado minha jóia rara. Confesso que fiquei meio borocoxô uns tempos, mas depois superei e segui a vida, afinal, mulher interessante é o que não falta por aí.
Mas, ainda assim, vez que outra eu seguia Gisele nas redes para saber de sua vida, com uma pequena pontinha de esperança que ela viesse a se divorciar. Assim, vi sua gravidez avançar, vi o bebê quando nasceu e acompanhei seus primeiros anos de vida. Até o dia em que me dei conta de que o moleque se parecia muito, muito mesmo, comigo. Só aí eu desisti de Gisele de vez - tem coisas na vida que é melhor nem saber!
Mas tudo bem. Tudo muito bem.
ARQUIVO MENTAL:
Angélica: falsa tímida, boquinha de ouro, gosta de fazer garganta profunda em banheiro de bar.
Débora: prática e objetiva, peitos fantásticos, gosta de pagar espanhola atrás da padaria depois do café.
Olívia: mãe de dois pentelhos, dentes extraordinários, gosta que masturbem seu grelinho dentro do carro.
Amandinha: advogada estelionatária pseudolésbica, magrelinha e tesuda, gosta de ser chupada no parque.
Penélope: secretária vidrada em celebridades, alta e bonitona, gosta de tomar cervejada no depósito do barzinho.
Patrícia: criativa eróticamente, magrinha do bocetão, gosta de esfregar suas partes íntimas numa bela rola.
Gisele: bem casada, elegante, rica e chique, um corpo deliciosamente lindo, gosta de ser sarrada no cinema.