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Um conto erótico de Gui Real
Categoria: Heterossexual
Contém 1817 palavras
Data: 25/11/2024 14:13:34

Depois que o chatinho foi embora ficamos amigos, nunca tivemos problemas nos oito dias de nossa convivência, mas ficamos confidentes, meu marido e meu namorado acharam engraçado a princípio e sentiram ciúmes depois. Vai entender...

Eu trabalhava, estudava pra caramba, cuidava do apartamento com os outros três, sim, a cabeleireira não foi a canto algum, se reaproximou da mãe, dos irmãos, mas eram eles quem vinham à casa de meus pais para vê-la, onde o padrasto estivesse não pisaria, que seja, ela não contou aos parentes dele que ele lhe abusou por anos.

Mas ela logo se adaptou à nossa dinâmica, à nossa família. Passou-se um ano comigo e os outros passando todos os fins de semana na casa de meus pais, os em que isso não acontecia eram os em que o chatinho vinha nos visitar, passava uns oito ou dez dias e voltava, nesses momentos éramos dois casais em tempo integral. Ele estava diferente, dizia de uns poucos amigos, nada animador, sem farras, festas, mulheres, contatinhos, paqueras, sexo algum. E dizia estar bem assim.

Passei no Enem com uma nota que me levaria ao curso enfermagem na Federal, fisioterapia, farmácia, medicina não, o doutor falava para me matricular e trancar por um ano, meu marido dizia que era impedir de quem estava querendo de cursar aquele ano, os dois viam a minha subida de nota como um aviso para continuar tentando. No meio daquilo tudo meu pai morre, repentinamente, um AVC, minha mãe foi ao mercadinho, na volta ele estava lá, ela me ligou. Lembro de ter pisado em ovos quando cheguei, as compras no chão e eu pisei, bloqueei as memórias de então.

Me senti devastada, minha mãe ficou no apartamento comigo, semanas depois foi embora, eu adorava trabalhar, lá estava viva, nas horas de folga no trabalho eu estava agonizando, fora do trabalho estava morta.

Melhorei um pouco quando minha mãe foi para casa de uma de minhas irmãs, adorei, eu precisava crescer. Quando ela veio me ver eu estava recuperada. Fui ao terreiro com a cabeleireira e os outros, ouvi de meu pai, de um castigo severo que ele me deu quando menina, ele pedia perdão, acreditei, era complicado imaginar como esse detalhe podia ser público; meu pai pedia para eu estudar. Acreditei quando ouvi que minha primeira mãe não me quis tirar, tinha câncer no colo do útero e me quis, poderia ter escolhido sobreviver, mas me deu a vida, avisaram que eu estava no começo e estava desenvolvendo a mesma coisa, bateu, retirei o útero depois que me casei, semanas depois da morte de meu pai. Me avisaram que meu casamento ia se desfazer por conta de uma mulher que vinha, ela ia destruir meu casamento e depois eu iria reconstruir.

Não adianta ter medo do futuro. Ele vem. Estarei preparada, mas dei uns tapas de advertência em meu marido.

Eu estava mudando, eu estava me transformando. As coisas e pessoas ao meu redor também. O dono do imóvel nos deu seis meses, não queria renovar o contrato. Namorado e marido brigando dia sim e dia também, logo iria chegar o fim de ano e o fim de nosso prazo, resolvemos vender o carro de meu marido e comprar um apartamento próximo ao hospital, bairro residencial, quatro quadras de caminhada, serviços ao redor, praça na rua de trás, iríamos ter uns anos de dinheiro bem restrito, anos de apertar o cinto, ok.

A cabeleireira foi pedida em casamento junto com a notícia de que começaria a trabalhar em uma clínica de depilação de um baixinho ruivo. A casa estaria no nome dos dois, financiamento com o nome deles, portanto seria de nós quatro, a gente sabia que o irmão do doutor estava fazendo o caminho dele, estava descolando de seus protetores, estava crescendo, a solidão também faz parte disso.

O apartamento era um três quartos, tinha uma varanda com espaço para uma rede, mas não ia ter rede, ia ter uma mesinha com dois lugares, exceto pelos dias com chuva ali passaríamos os momentos de namoro, as palavras de amor, os toques das mãos, os olhares de carinho, ai, delícia. Mesa de seis lugares, mas essas cadeiras extras eram também parte da decoração da sala de tevê sem tevê, sem televisão em canto algum da casa, um projetor sim, para assistir a algum filme, uma estante para alguns livros, um tapete ultra fofíssimo, cortinas discretas e leves, um pufe redondo de couro.

Pensamos em detalhes de como usar cada espaço para descansar, reunir amigos, fazer sexo, talvez sexo com amigos.

A regra de nunca trepar com homens de fora foi colocada a prova em dois momentos, a primeira foi que fizemos um perfil sem foto de rosto para meu marido num app de encontros gay, um cara nos interessou, era um cara ativo e passivo; bem, nossos homens não gostaram de beijar outro cara, não curtiram o boquete, acabou que minha namorada e eu usamos aquela cinta-pênis que usamos uma na outra para foder o cara, frustrante para todos mundo. Experiência que não vamos repetir.

Mas o perfil para pegar mulher... caralho... Ruiva, morena, negra, morena, morena e loira, foram seis em um ano. A casada ficou viúva, ainda transei com ela, três mulheres se pegando, ela adorou, quem não adoraria? O casal lésbico foi uma decepção, uma delas a mais gordinha ficou cheia de si, bebeu além da conta, a outra era minha chefe, eu com uma maquiagem mais forte e uma blusinha de piranha, foi um plantão complicado depois disso, mas foi, de certo modo ficamos meio que jogando indiretas no serviço, ela e eu, meu marido e ela, nós dois e ela... quem sabe um dia tentaríamos novamente.

A outra vez com outro cara envolveu o corretor que nos vendeu o imóvel, gente finíssima, super simples, alto moreno, barriguinha de chope suave, musculoso, sorriso de cafajeste, senti vontade de chupar e enfiar a boceta no caralho dele assim que ele apertou minha mão, quando nos conhecemos meu marido fechou a cara para meu lado, o cara deu uma ida em outra sala e meu namorado ralhou comigo, perguntei quantas putinhas eu incentivei eles paquerarem de longe, de perto, uma coisa é desejar, outra é procurar por em prática.

Fechamos negócio e depois de uns dias ele liga em um sábado e diz que conheceu uma menina que disse conhecer meus meninos, coloquei meu marido no telefone, a cabeleireira estava fazendo um boquete para relaxar depois do trabalho, aconselho muito chupar uma bela pica como a de meu macho pra relaxar, não precisa ir até o fim, os primeiros cinco minutos relaxam, se quiser continuar e tiver tempo, eu só não faço isso no trabalho.

A moça era uma ginecologista linda de parar o trânsito, de derrubar avião, imagina o queixo... Era certo que ela era meio louca, nunca fez nenhuma bobagem séria, mas fazia um monte de pequenos erros, fosse outra o cardiologista que é um cheinho peludinho com cabelo e bigode hipster já teria demitido, dizem que ela é foda constante dele e por isso se mantém, dizem que ele é casado com um magnata e mora em condomínio de luxo, não vou saber nunca, boatos de hospital.

Fato é que tomamos uma cervejinha depois que comemos num barzinho perto de casa com os dois, ela estava meio alta e acabamos indo lá pra casa porque ela estava ficando sonolenta, ok, meu namorado ciente, disse para a gente levar a louca para casa ia ver se alguém conhecia o endereço atual dela e mandar ela de Uber pra casa.

O cardiologista gostoso foi a pessoa que foi buscá-la. Ele perguntou o que éramos do doutor, eu não soube o que dizer meu marido disse que eram como irmãos, passaram necessidade juntos, eram sobreviventes e irmãos, eu sou sua esposa e a cabeleireira era a do doutor, o nosso chefe que manda e desmanda no hospital mais que o dono diz que tinha planos pra gente, gostou de trabalhar com meu marido, pergunta do fim da faculdade, faltava seis meses, estava fazendo todos os estágios no hospital, o cara manda ele mudar o TCC para auditoria, era onde meu marido ia trabalhar assim que terminasse, lembrou quando chegou no hospital, ambiente hostil, meu marido colocou a mão no ombro dele e disse que ninguém lhe deu o diploma, foi uma conquista, não se intimidasse, lembra disso todas às vezes que entra no hospital, lhe devia muito, ia ser um de seus braços, o doutor o outro, por mérito próprio e por ser irmão de quem é, duplo merecimento, pegou a ginecologista e saiu.

O corretor estava ali, o meu namorado no trabalho, tive uma ideia, pedi para meu marido ligar para meu namorado e contar minha ideia eu iria fazer uma coisinha para comer, uns sanduíches ou uma salada. Meu namorado concordou, minha namorada e eu fazendo a comida, namorando, trocando beijos entre a gente e jogando charme para aquele pedaço de homem que... Ui, sou puta demais.

Meu marido chega e pergunta se estava tudo bem, oferece um último drink ao seu novo amigo, coloca o ombro sobre o cara e diz que ele ia dormir no quarto de hóspedes, bebeu muito, era tarde e se ele falava sobre nós em um bar, ou ele era um filho da puta ou era um amigo. O corretor e seu sotaque de português tímido também fica corado, comemos de pé ao redor da pia, meu marido passava a mão em mim e na cabeleireira, parecia nos oferecer àquele quase desconhecido. De repente, meu marido levanta minha blusinha e tira meu sutiã, cubro os peitos, sei lá o que me deu, ele faz o mesmo em nossa namorada, chupo os peitos dela com meu marido, depois ele faz o mesmo comigo. Meu marido manda nós duas chuparmos o pau dele, fala para nosso amigo que era uma injustiça uns com tanto e outros sem nada, gargalha do rapaz e lhe dá o telefone, fala para ele ser o cameraman que ia filmar meu marido comendo o cu de nós duas e transmitir para meu namorado bater uma punheta no trabalho às quase duas da madrugada, a babinha da rola de meu marido estava abundante e viscosa, amo.

O nosso convidado estava feliz demais, disse que era a coisa mais maluca que já havia feito, pediu para poder bater punheta também, meu marido liberou de boas, mas disse para ele esporrar no balcão porque queria ver minha namorada e eu limpar com as nossas línguas sabe que odiamos ver desperdício de porra, nos colocou na mesa da cozinha, cu de um lado e boca do outro, uma do lado oposto da outra, era boceta e boquete de um lado se cansava e ia para o lado oposto da mesa, ele fodia minha garganta para poder meter na xoxota da cabeleireira, caralho, eu sou muito feliz.

Porra, eu amo meu marido.

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