Eu amo meu marido.
Mas isso não dá a ele o direito de decidir meu nome. Calma, parei com tudo para poder estudar para as provas do fim do quinto período, quase metade do curso. Vou tentar organizar minha vida. Eu estava com um corte definitivamente masculino, sem brincos, sem maquiagem, só corretivo pras olheiras de panda (noites e madrugadas de estudo) e protetor solar, sem batom, sem gloss, que maravilha é o boné, andar de papete, bermuda, camiseta e mochila, sem me preocupar se eram roupas repetidas, são roupas limpas, confortáveis e adequadas ao calor no meio do ano que pelo amor de deus... guarda-chuva na mochila que do nada cai um dilúvio em formato reduzido.
A maioria das minhas amigas de faculdade se afastaram de mim, três garotos filhos de um jegue tiveram de ser chamados na delegacia por transfobia, e eu tranquilo, os outros caras me cercaram, uns pela curiosidade, outros por eu ser eu e agora ser mais como eles, a porra da amizade masculina é uma coisa foda demais, por isso existe tanta lésbica atrás de rola e nenhum gay atrás de buceta, a amizade entre homens é surreal, impressionante, uma das melhores partes em ser homem. Eu estou nos meus dias de deslumbramento.
Num domingo fomos para um puteiro, acharam que eu não tinha idade por não ter barba, tive de mostrar minha xoxota na porta do lugar, caralho, era foda, já tinha comido quase dez xotas como mulher e era um virgem de mulher na minha vida de veado. Fomos oito caras para o bordel. Três amigos de faculdade que viviam comigo desde o começo e a namorada de um deles que soube e liberou o namorado e quis ir junto, queria ver o que elas faziam e pagar de puta pra o namorado em casa (mulher é o bicho mais esquisito do mundo).
Tenho de desviar do assunto e volto. Ficaram putos quando eu disse como consegui desenvolver a terapia contigo, eu gravando podcast que discutimos juntos, eu mandando o áudio e depois falamos presencialmente sobre isso, isso eles adoraram, acharam uma coisa ótima contra minha timidez, mas não nos dar nomes deixou os três pistolas. O portuga ficou puto pra caralho quando soube que o chamo de portuga ou ursinho, me pegou pelos dois braços e me sacudiu, gritou na minha cara a pergunta, qual era o nome dele? “Daniel, caralho, me solte ou vou arrancar seus ovos, seu filho de uma puta.”, eles estão pegando pesado comigo, tenho de reagir, dias desse peguei uma frigideira e dei com ela nas costas de Daniel, ele riu e disse que eu bato como uma mulherzinha, parti pra cima dando murro de todo jeito, pelo menos acertei o nariz dele, ele disse com o nariz machucado que ser chamado de mulher já era ofensa pra mim, acabou que ele chupou minha buceta e me comeu, na cozinha, ele é o que tem me irritado mais.
Jarbas disse que é minha adolescência tardia, eu estava aprendendo a lidar com a testosterona, puta que me pariu, quebrei um controle remoto porque a pilha havia acabado, pisei no controle remoto. Jarbas me chamou de cuzão, disse que se fosse meu dinheiro eu não faria esse tipo de merda. Jarbas é o mais paciente, morro de medo quando ele estoura, quando coça o nariz por baixo dos óculos levando a armação para a testa... Jarbas estava segurando meu marido com as pernas enroladas em sua cintura, Conrado ficou puto, me chamou de bichinha, porra, eu fico puto se sou chamado de bichinha, isso eu não sou, dentro de minha cabeça tem uma clara distinção bichinha não tem limites, é alguém inconveniente, eu sou um veado, tenho compostura. Eu dessa vez chorei, magoou e eu chorei, chorei raivoso, chutando Conrado quando ele chegava perto, eu sei que ele estava com medo de se aproximar de seu veadinho e ser a mulher que ainda habita em mim, não quero matá-la, ela está desaparecendo aos poucos, naquela hora eu a vi sumindo, ela não sabia como reagir para me defender, e eu assumi a minha raiva, a minha inadequação, frustração, cansaço e desamparo, eu, eu me vi distante demais da Priscila que fui, eu sou um homem aprendendo sobre ser homem, era difícil e complicado, Conrado me pergunta qual o meu nome, eu disse que eu não sou Priscila, eu sou Benício.
Estávamos com medo, como se o ar pudesse nos cortar, a porta abre e Daniel pergunta qual dos dois ia ter a cara quebrada, eu aponto pra mim e digo que quebrei o controle remoto, ele me agarra, homem grande da porra, sinto seu cacete em meu umbigo, ele me abraça e coloca a mandíbula em cima de minha cabeça como uma coroa, diz que sou inocente.
Daniel me coloca ao lado dos rapazes e enquanto ele chupa minha boceta eu chupo dois caralhos grandões. Daniel diz que vai meter no meu cuzinho, ele tira o plug que colocou em mim mais cedo, ele puxa com os dentes e enfia novamente, cospe e repete o sai e entra, volta a cuspir, estou louco querendo dar o cu, a horas com esse negócio enfiado no rabo, aumentando minha vontade de dar o cu. Daniel é um merda, como sou louco por ele, ele me chupa a boceta e dá uma atenção ao meu grelo, então me fode, fazendo dias que eu só desejava aquele trato enquanto Contado e Jarbas seguram uma perna cada um, os xingamentos de putinho, veadinho, boqueteiro e bocetudo, porra... É do caralho.
Mas enfim, eu estava dizendo que estava indo para o puteiro e fui barrado na porta, os três pilantras lá fora, Noah, o francês havia voltado pra casa, estava lá no quarto de hóspedes e ninguém perguntasse o que havia acontecido com o negão, Noah só dizia ter feito muita merda na vida e uma delas, a maior, foi ter voltado àquela cidade quando claramente meu cunhado (Aluízio) era a única essa descente daquele covil, mas enfim, o puto perguntava se eu podia mostrar a identidade para o velho que ficava na porta da escada, que merda, eu disse que podia mostrar algo que me faria entrar, então abri o short jeans e mostrei uma xoxota bem adulta, perguntei se podia entrar. Mateus, meu endocrinologista, diz que eu sou um lêmure de encabulado, mas quando falam em putaria...
Os meninos da faculdade disseram que a história ia vazar, eu disse que se vazasse nenhum dos três ia para a segunda putaria que eu pudesse estar envolvido. Acho... não contei com a namorada de um deles, nome... não digo, desses eu não perguntei se podia dizer os nomes. Mas a gente entrou.
Juntamos três mesas. Era um lugar pintado de um vermelho melancia com cortinas de cetim escarlate, havia muito preto e dourado e as lâmpadas eram todas roxas ou cor de rosa, as do palco mudavam sem qualquer critério. Uma coisa de um mau-gosto... Chegaram três garotas, vestidas com saltos altos e biquíni, achei digno, uma delas pergunta quem era o vegano? Aponta para a única mulher do grupo e pergunta se era sapatão ou se o marido trouxe comida pra o churrasco (vegano!), apontamos o meu amigo de cabelo raspado, a namorada diz que o rapaz queria um boquete bem feito e ela veio aprender a ser a putinha que a melhor pessoa do mundo merece ter na cama. A onda de avacalhação contra se transforma em uma chuva de vivas e parabéns a favor do vegano.
Eu estava sentado entre Daniel e Conrado, Daniel pergunta qual das três me agradava mais, como escolher uma camiseta. Eu apontei para a de biquíni verde, muito parecida com Priscila, Daniel a tirou do colo de Mateus dizendo que a preferência era minha, ela sentou em meu colo e Conrado disse que sou seu marido na igreja e no papel desde quando eu era mulher, aquilo foi um aviso à moça, ela me olha e coloca a mão direto na minha xoxota, ela fez o mesmo no caralho de Mateus, era assim que as coisas acontecem com os caras, objetivo e prático, ela passou a mão bem minha boceta e não faço ideia de como a minha mão afastou o paninho que lhe cobria os peitos duros de silicone, seu biquinho estava teso talvez do ar condicionado ou talvez fosse eu, ela diz que nunca provou um sujeito como eu, a gente se beijou e eu amei beijar uma putinha, tinha esquecido da maciez, mas agora era diferente: agora sou um homem.
O bar não era o lugar onde a gente fode, havia a possibilidade de pagar por um dos quartos lá em baixo e o programa das meninas, ou levar duas ou mais garotas para outro lugar, programa e táxi e taxa de táxi do bar; aqueles carinhos eram cobrados por hora, e eu me sentia bem como pagar por um corte de cabelo, um dentista ou um encanador, era só um bom serviço, sem romance e sem mais nada depois. As luzes foram quase todas apagadas e a luz roxa deixava tudo visível e invisível, as luzes do palco acendem, é lindo demais, caralho...
Preferi colocar a putinha que tinha o jeito de Priscila no meu colo e dedilhar a coninha dela, modéstia a parte, eu sei como bater uma na boceta de qualquer uma, os gemidos que ela fazia chamavam atenção, era um bar de ver e fazer putaria, ainda que não pudesse haver sexo oral, anal ou vaginal no bar, nada foi dito sobre outras formas de sexo, no palco uma milf rebolava de forma caricata alguma coisa velha da Britney, tirou a roupa rápido demais e não sabia o que fazer depois, eu não podia fazer muito em três minutos e meio, mas fiz a minha putinha esfregar o cu em minha coxa, ela não gozou, ficou no quase, meio boba, meio ligada, mas sem aquela sensação de prazer interrompido, fui desacelerando, mudando os beliscões nas tetinhas por carinhos na nuca, levei meus dedos cheirando a boceta para ela chupar as pontinhas.
Conrado pergunta à putinha se ela podia levar o casal vegano para a aula de chupeta. As luzes voltam, a minha putinha levanta sorrindo e arruma o biquíni que estava completamente fora do lugar. Ela me pede para escolher ela caso eu fosse foder uma xereca naquela noite. Um de meus amigos levanta um brinde em homenagem à alma da saudosa Priscila, todos brindam e bebem por uma morte e um renascimento. Luzes apagam, outras luzes acendem. Conheço a música Carla Bruni canta Enjoy the silence, uma mulher entra parecendo estar sendo obrigada a fazer aquilo, constrangida rebola muito envergonhada, vai tirando a roupa sem qualquer atrativo, casaco, blusinha, cinto, estava de corpete, finge ter dificuldade com as botas, deita, os movimentos de suas pernas são mais seguros, levanta e tira o jeans expondo a bunda coberta por uma calcinha larga de renda. Dança mais segura, nós não importávamos mais, dança, tira o corpete, peitos naturais de médios para grandes, mamilos enormes, bicudos, ela coloca a mão dentro da calcinha e se masturba, a música é interrompida perto do final e ela finge notar onde estar e finge fugir. Conrado pergunta se era a vagabunda, diz que vai foder ela na minha frente enquanto ela me chupa.
Porra, eu amo meu marido.