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Um conto erótico de Gui Real
Categoria: Heterossexual
Contém 2293 palavras
Data: 05/12/2024 11:23:56

Eu amo meu marido.

Acordei abraçada a meu marido e com outro homem abraçado a mim. Era a terceira noite assim. Eles se davam bem, isso estava fundindo a cabeça dos dois, meu marido não achava normal os beijos que dava no doutor, estava numa crise de identidade, estava mal, mas o portuga aparecia e ele se acalmava, passava a mão na nuca do malandro e o trazia para um beijo, o outro resistia como um touro e depois do beijo ficava facinho, eu adora ver isso, meu marido domando outro macho, impondo sua vontade, mas depois o drama, o medo de decepcionar sem macheza o pai que havia sido um estrupício, um verme, um merda, que desmontou toda a família, ainda assim meu marido tentava agradar esse pai.

Por outro lado minha namorada estava estarrecida, a enfermeira que estava tão próxima dela e do marido dela simplesmente não voltou do plantão, pedia para mandarmos um carro de aplicativo enviar suas coisas para a casa de sua ex, agradecia pela hospitalidade, minha namorada tava fazendo meia nove e esfregando xoxota com xoxota dia sim e outro não, no dia não não era ausência de sexo era ménage à trois, como isso não ia afetar o núcleo de seu casamento, como aquele homem peludo esfregando um pau quase duro na minha bunda antes de acordar não ia afetar o núcleo de meu casamento, eu não sei, mas que afete, é o fogo quem depura o ouro, eu estava feliz e não era por medo de sofrer que eu ia deixar de viver, ainda estava de olhos fechados sem me mover, eu estava curtindo estar mergulhada no meio de dois homens que me desejavam intensamente a ponto de modificarem parte de seu funcionamento, mudar suas visões sobre sua sexualidade para conviverem e realizarem meus desejos, dois homens para me comer, alternada ou simultaneamente.

Meu marido acorda e beija minha mão, se move, diz que sabe que estou acordada, ele mija com a porta do nosso banheiro aberta e o som do jato grosso contra a água é uma espécie de música para mim, meu portuga se estica, está desambientado em minha cama, talvez nossa não sei, não era falta de espaço físico que o impedia de ficar, cama enorme, preparada para suruba, a do terceiro quarto não, cocamos uma televisão lá, ainda não instalamos, temos medo e avidez por termos notícias do mundo de fora, eu não trabalho mais, foi difícil pra mim pedir demissão, mas a proximidade das aulas... Agora sinto um alívio grato por não estar na primeira turma de enfrentamento, sei dos voluntários que vão para onde estão acontecendo mais coisas, mas perdi meu pai não havia tanto tempo.

Liguei para minha mãe, ela ouviu o ruído de um leão bocejando, era o portuga, ela diz que sabe que não era meu marido, pergunta se ainda estou fazendo coisas que ela desaprova, eu digo que não, estou com meu marido fazendo coisas que ela desaprova, ele e eu juntos, ela ri, não dá mais jeito, digo que sinto muito ser uma vergonha para ela e ter seguido os passos de minha mãe de barriga, eu deveria ser mais honesta como minha mãe de verdade, ela fica seria, diz que me ama, que eu faço uma misturinha das duas, respeito meu marido e caio na vida com ele, diz que é da idade, depois passa essa sanha, nos faltava recurso e oportunidade, a gente um dia sossega, ainda que ela não estivesse mais para ver isso, entra outro no banheiro, meu marido no chuveiro, quero o banheiro vazio só pra mim. Falo que amo minha mãe, ela diz que me ama e sente orgulho de mim, bastante, me chama de doutora e me abençoa antes de desligar.

Foi tão bom mas fiquei triste, fui ao banheiro e fiquei na cama a manhã inteira, minha namorada chegou e entrou embaixo do edredom, ficou dentro de meu abraço, ela chorou, disse que odeia todas as mulheres, só gosta de mim, digo que é mentira, ela diz que não é, estava decepcionada, mas estava ferida porque o marido fazia planos a três e nunca foi isso éramos quatro e a outra chegou para fazer de nós dois casais. Eu a prendo em meus braços, era um mundo sem referências, conhecíamos tudo às cegas, sem saber colocando as mãos em cercas eletrificadas, pontas de faca. Mas amadurecemos rápido também, os quatro. Ela coloca um pagode para ouvirmos, eu não sabia que ela gostava, não gostava, mas estava com a música na cabeça sem saber porque, era um álbum de um show, no final uma música de agradecimento/homenagem às mães, à do cantor principalmente, choro, estava com saudade da minha, fazia semana e meia que a gente estava nessa mesma cama abraçada. Dormi, acordei e liguei para ela, ela nunca mais iria atender nenhuma ligação, minha irmã diz que depois que falou comigo ela se sentou numa cadeira de balanço e disse que estava cansada, minha irmã resmungou de que ela ia reclamar de dor depois, mandou ela ir para o sofá, ou pra cama que era melhor, reclamou que ela estava deixando ela falar sozinha, ela havia partido depois de falar comigo – foi o pior dia de minha vida, eu chorei sem parar, indo e voltando de cochilos breves que se interrompam para eu chorar, meu marido revoltado com esse absurdo de não haver velório onde não havia nem doença. Uma dor.

Entretanto a partir disso éramos cinco, meu portuga limpava a casa, fazia o mercado, a padaria, cozinhava no almoço, era um gostoso, fomos nos entendendo aos poucos; meu namorado ia ao hospital todas as tardes, nos primeiros quinze dias, depois deixou de ir, os casos aumentaram exponencialmente e de repente era difícil alguém que trabalhasse lá não estar exposto, quem pudesse ficar em casa ficaria, ordem dos dois todo poderosos, o dono e o diretor médico. Ele passava a manhã estudando, a tarde e parte da noite lendo todos os prontuários pelo programa do hospital; meu esposo trabalhava dez horas por dia, era batalha, eu me sentia uma inútil esperando o início das aulas, até maio chegar foi uma rotina de leitura de romances, orações, sexo com minha namorada e aulas para ela tentar o Enem; ela estava com todo o meu material, estudava pelo mesmo canal de aulas para concurso que eu, via meus resumos, fazia exercícios e chorava com o que ela achava baixo desempenho, eu olhava para ela e repetia o que ouvia de meu marido.

Uma vez saímos da cozinha e encontramos os três na cama do quarto de hóspedes “assistindo” o noticiário, meu marido no meio com a cabeça tombada para trás, o portuga apoiado no lado direito com a cabeça em seu peito e o meu namorado com o corpo tombado por cima do quadril do meu marido, os três estavam exaustos, de trabalho, do confinamento, do estresse, desliguei a televisão, coloquei cada um debaixo do chuveiro e deixei cada um em um quarto diferente, precisavam de descanso, de verdade, estava horrível demais, minha namorada e eu fizemos o oposto, uma senhora faxina, limpamos um monte de coisas, compramos outras coisas pela internet, fizemos um baita de um café da manhã e depois fomos tomar banho juntas, deixei ela buscar meu marido e levar ele para o meu quarto onde estava o portuga, ela ia ficar com eles eu ia ser a mulher do marido dela.

Acordei ele com um beijo entre minha orelha e o cabelo, ele é um porco pornográfico e um crapulazinho manipulador, tanto quanto meu marido, e agradeço muito por isso, muito; me acorda beijando e pergunta onde vou levar a leitada da manhã, faço cara de quem quer, mas olho o relógio dele e já são sete da manhã, ele pode não ter hora para trabalhar, eu tenho hora para logar no computador e ter aula. Saem todos para o trabalho, o português para o dentista e fico só durante o dia. A segunda aula termina mais cedo, tomo meu banho e arrumo a mesa para dois, o portuga chega com cara de aborrecido e me mostra seu saldo negativo, estava triste, eu não queria falar nada sem meu marido.

Mando o meu ursinho para o banho enquanto esquento a comida para nós dois, preparo a mesa lá da varanda, ele estava triste, e eu me sentia responsável por tirar ele daquele estado, fui direto como uma bala, perguntei o que ele faria se fosse possível pegar um avião, estava ficando perto, para onde ele iria, ele me olhou sem responder, eu disse que queria que ele fosse para qualquer lugar, mas queria que ele voltasse antes do jantar, preciso de meu marido para dormir, mas quero precisar dele esfregando o pau dele em minha bunda antes de pegar no sono, deliro vendo a porra de meu marido escorrendo da boca dele e dos beijos que eles dão, eu amo o corpo dele, as risadas dele, o tempero dele na cozinha, na casa, na minha cama e da forma como ele está se tornando importante pra gente, mas aquele era a minha opinião, ele devia consultar as outras pessoas com quem ele tem fodido semanalmente há meses e dome nas mesmas camas.

O portuga ficou parado por um tempo, perguntou se eu estava certa do que falava, perguntei o que ele havia entendido... Ele baixa os olhos, diz que achava que eu estava dizendo que ele estava em casa, era quase isso, ele era parte da família, era minha opinião, era meu sentimento, mas eu nunca havia falado sobre isso com mais ninguém.

Levantei para logar na aula, tesão da porra, vontade de foder, vontade de ter um homem, uma loucura, tinha de ser esse, bioquímica que não entendi nem sobre o que era a aula. Depois eu nem quis aula peguei ele pelo braço e empurrei no sofá baixei a roupa dele, homem gostoso do caralho, chupei seu pau, delicioso, ele me deixa ir em meu ritmo, não empurra no fundo de minha boca, chupei seus ovos e beijei seu cu, chupei dedando, fazendo ele gemer peguei pelo cabelo e o trouxe para minha cama, caramba... Eu podia gozar só de encostar no meu grelo.

Empurro o puto em minha cama, pernas para fora e barriga no colchão, dou a senhora mamada naqueles ovos e cu, porra, ele gemia com a voz grossa, nem sei se eu queria isso antes, mas eu precisava disso daquele instante para sempre, ele rebolava em meus dedos, como meu marido não ficava maluco com isso, eu tinha de saber, eu queria que ele ficasse ou que me dissesse como não ficar... Peguei a cinta que eu uso com minha namorada, ela tem uma também, a minha é rosa clarinha, a dela é pink, lembrei história da mulher com uma coisa rosa.

Coloquei por cima da calcinha mesmo, nem liguei o vibro, fui colocando devagar, ele abrindo a bunda sem receio, na verdade com um puta desejo, comendo o cara que me fode, puxando o cabelo dele, dando tapas naquela bunda, dizendo que ele era um gostoso, pedindo pra comer ele uma vez ou outra.

Mandei ele ficar de quatro, frango assado, sentar sobre mim e de ladinho, ele gozou em minha cara e me chupou, ou quase, foi só encostar a língua e eu esguichei na cara dele, ele riu, disse que meu marido disse que eu ia gostar quando isso acontecesse.

Meu marido me flagra gozando, ele se anima, ele me fodia indo e vindo, me beijando e mordendo meus lábios, me chamava de amor, de vida, tesão, cachorra e pretinha, pedi para ele comer meu cuzinho e ele colocou meus joelhos no colchão e me fez encostar a cabeça no lençol, meu cuzinho para cima ele lambeu e beijou um tanto, pegou lubrificante e foi empurrando o pau em mim, de pé, eu quis me erguer e ele colocou o pé no meu rosto, nem em dez mil anos o portuga ia ser esse tipo de homem, ele me comia e mandava eu ficar caladinha, dizia estar cansado e me chamava de benzinho, love, putinha e piranha. Depois pegou meus pés e puxou de vez e meu corpo esticou, ele colocou o pau em meu cu que de tão bem fodido ofereceu vaga resistência, sentou em mim e puxou meus cabelos, ele me deu uns tapinhas como se colocasse selos no meu rosto, disse que eu não podia deixar ele com uma bocetinha só, era culpa minha e ia me castigar, sentou-se e me puxou por meus cabelos, me obrigou a um boquete sinistro, seu pau entrava no fundo de minha garganta e eu sofria. Que sofrimento delicioso!

Me puxava e chupava meus peitinhos, me dava na cara e dizia que não sabia qual dos dois teve mais sorte se o doutor com a piranha com quem casou ou ele com essa biscate que sou, me prendeu o rosto com as duas mãos e disse que não sabiam o destino do portuga quando esse inferno acabasse, mas mulher alguma entraria em nossa família, ele olha pra mim e diz que decidiu com a esposa, sem filhos, sem risco de ter de mudar quem somos pela formação de uma família, somos outro tipo de família, me beija e eu queria terminar o boquete, ele não deixa, me segura, pelo pescoço e diz que decidiu com a esposa, não querem ter o que eu não posso ter também, meu coração quebrou e eu não sabia haver uma represa em meu peito, chorei como não sabia que precisava, ele disse que levou a sério quando disse que casamos a quatro, ele também era meu homem, meu macho, meu marido e me amava.

Porra, eu amo meu marido.

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