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Um conto erótico de Gui Real
Categoria: Gay
Contém 1974 palavras
Data: 04/01/2025 07:30:45

Eu amo meu marido.

Benício pergunta sobre o que vamos fazer com os idiotas, digo que não se argumenta com bêbados, eles iam esquecer o assunto e acabou. No dia seguinte chegamos em casa e... (vou colocar o nome dela de Kate, porque Benício adora a cantora) Kate estava na calçada de nosso prédio chorando sem parar porque foi expulsa de casa pelo pai, disse que ele ia cortar a faculdade dela e de Estela que também havia sido expulsa de casa e mandava de volta para a casa dos pais no interior, Estela continha o próprio choro, não sabiam a quem recorrer além de nós, e isso foi dito por Estela depois que subimos e Jarbas deu um comprimido pra Kate apagar, disse que depois era pra dar um pra Estela, eu estava sem trabalho aquela segunda para ficar com Beni, terça provas e internamento, na quarta as cirurgias. Daniel abraça a cabelo de cabeça de rola e ela começa a chorar, faltava um ano pra terminar a faculdade, só os estágios e o TCC, meu marido diz que podemos morrer de tudo, menos de tédio. Benício havia deixado o telefone no sítio de Mateus, Mateus liga perguntando se podia passar a noite conosco, Noah vai a uma editora conferir uma oferta de emprego como capista de livros, diz que não tem roupa para uma entrevista, Daniel manda eu sair com Noah e ver uma roupa formal pra ele, agradeço ao meu portuga, a gente se beija, beijo de verdade, digo que o amo, muito, estou uma pilha, mas não queria que ele pensasse nada diferente disso.

Na hora do almoço estamos comendo no shopping, Noah ia se trocar no banheiro e pegar um Uber para a entrevista às duas, estava nervoso, estava com um material num arquivo na rede, era a primeira vez que iria falar com os donos da editora, trabalhava como freelancer em alguns trabalhos, mas estava nervoso. Jarbas me liga e diz que temos um problema no hospital, manda eu ir imediatamente, eu digo que estou de polo, bermuda e chinelo, Jarbas fala que isso não importava precisava de mim com uma certa urgência. Me despedi de Noah e fui.

Esperei por Jarbas na sala do diretor médico, que aliás é um querido, ele pergunta por Benício, diz que adorou o nome, agradeço, digo que por mim seria Fernando, ele diz que conheceu um Nando e estava atravessado com esse nome por um tempo, sorri olhando pro chão e admite que o tal era um gostoso, a gente ri, ele pergunta sobre os outros estresses além da cirurgia, eu falo da prova de cardiologia, ele pergunta qual era a faculdade, respondo, falo de duas putinhas que os amigos de Beni comera e por conta da putaria foram expulsas de casa e agora estavam abrigadas em nossa casa, eu não sabia por quanto tempo, ele diz que no relacionamento dele, eram dois amigos de boas fodas e um companheirismo inigualável, ele foi chamado para fazer parte de um trio, no momento são nove fora os peguetes ocasionais e uns amantes mais fixos, disse na cara dele que era mentira, ele mostrou fotos de alguns, e caralho...

Falei que eu era novo nesse negócio de ser bi, mas estava me sentindo mais seguro pra dizer que era muito homem lindo numa foto só, ele riu, gargalhou, disse que estavam amadurecendo, sabe que alguns vão embora e outros ficarão pra sempre, esses com quem ele pensa em envelhecer, em ficar restrito ao leito e sabe que seria bem cuidado e amado, esses por quem ele daria a própria vida. Ele quase chora só vendo a foto no celular, eu quero isso, eu tenho medo de não ser essa pessoa para Beni, como Jarbas e Daniel são pra mim e eu sou para eles, tenho medo que Benício não saiba.

Então somos chamados para a direção do hospital, fico pálido, o chefe de meu marido diz que eu devo ficar tranquilo, o dono era uma pessoa muito humana, um homem bem comum. Não me pareceu, a figura dele era tão cercada de gente que lhe cuidava que eu não conseguia acreditar que era ele quem colocava os próprios sapatos. Ele me cumprimenta e diz que há pouca gente na auditoria, era uma área que ele ficava com o pé atrás na hora de contratar, precisava de gente honesta e inteligente, combinação raríssima, e ele estava grato por eu aceitar fazer parte disso, o chefe de Jarbas diz que nós dois somos indicações dele, pede um instante e faz uma ligação, volta e pergunta quais os nomes dos amigos de Beni que estão nos apoiando, “Kate”, Ricardo, Hugo e Jonas, ele repassa os nomes e volta, diz que é amigo do professor dos meninos, disse que podia dar dez a todos e que ia obrigar os cinco a passar uns dias de estágio com ele nas férias, eu agradeço, ele tira o telefone de Beni do bolso, capinha do Stitch eu iria reconhecer à distância, telefone de veado.

Ele pede para eu desbloquear, eu faço sem entender e já entendendo, Jarbas ia mostrar as conversas de Beni com a esposa do dono do hospital. Eu ia abrir a boca, mas o chefe de Jarbas faz sinal de silêncio e se logo depois o cara levanta e me devolve o telefone, diz que não preciso falar nada, só receber o pedido de desculpas e ficar certo de que isso não ia se repetir nunca mais, diz que se Benício e os seus impressionar o otário que é contratado para ser chefe médico e se acha, o chefe diz que a pior coisa do mundo é trabalhar para palermas com dinheiro, os dois se olham sorrindo, Jarbas diz que sente muito, o chefão manda meu marido e sua turma impressionar o chefe médico, diz que não pode prometer nada a longo prazo, mas... se levanta para nos cumprimentar, depois olha para Jarbas e diz que dá próxima vez que ele tiver um problema pode falar diretamente com ele, Jarbas diz que sente muito mas existe uma hierarquia, o chefão diz que demitiria o amigo se ele não fizesse todo mundo segui-lo e fechar o hospital, a gente saí deixando os dois falando sobre Nova Iorque.

Jarbas me abraça do lado de fora e diz que vai demorar já que não ia trabalhar no dia seguinte, estou tremendo, ele pergunta se o pedreiro havia comido direito, eu precisava descansar, minha pressão estava nas alturas e não me deixaram sair, fiquem em observação até quase às dez, a enfermeira que morou conosco por umas semanas apareceu para me ver, ela disse que não podia ficar, mas ia tentar vir outra vez, voltou e eu estava melhor, disse que apanhou outras duas vezes antes de se separar de verdade, gravou e denunciou a ex dela, estava namorando agora, ele era casado e ela estava grávida, mas não sabia se iria ter, perguntou o que deveria fazer. Eu disse que no lugar dela eu tiraria dois dias para chorar e sentir pena de mim, lembraria qual o meu nome, quais os meus sonhos e onde eu gostaria de estar em dez anos, e se lá no futuro eu precisava dessas pessoas, há outras pessoas em outros lugares. Ela começou a chorar ali, depois passou a mão em meu caralho, eu tirei, disse que sou casado agora, não faria nada às escondidas, nem em meu lugar de trabalho. Ela ficou envergonhada e foi embora.

Acordei, portanto, acho que dormi, Jarbas do meu lado dormia em uma cadeira, o acordei e a gente pegou o papel com a alta, fomos embora, no carro ele me beijou, disse que nós dois podemos não dormir no mesmo quarto, mas estávamos juntos pra sempre, foi um beijo gostoso demais esse segundo, saímos do estacionamento.

Cheguei em casa e estavam duas meninas e quatro garotos nos dois sofás, Benício pergunta o que eu fiz para terem sido aprovados sem fazer a prova, sem esforço, o esforço viria depois, eu disse que os três rapazes iriam embora quando eu dissesse já, comecei a contagem regressiva no quinze, mandei as meninas para a cama de hóspedes, logo depois a campainha toca, digo que vou matar o moleque que tivesse peito de voltar, era Mateus, ele estava com uma maleta de viagem e uma mochila de trabalho, dei passagem para ele entrar, ele pergunta onde podia tomar banho, aponto para o quarto de Jarbas. Noah sorri ficou com a vaga de emprego, diz que comprou um bolinho para comemorar, as meninas saem do quarto com baby-dolls curtíssimos, digo que ou a roupa aumenta de tamanho ou vamos ter problema, Daniel diz que os seis passaram o dia de calcinhas e cuecas, só Beni usava algo da cintura pra cima, eu ia falar algo mas Kate toma minha fala, ela diz que se não puderem ficar vai ser horrível, não tem pra onde ir, nenhum dos três sofreu ou sofrerá nenhum dano, no final Jonas ia se firmar e seguir de faculdade em faculdade até doutorado inventando novas técnicas e ganhando horrores ao redor do mundo, Hugo ia ganhar do pai uma bolada para montar sua própria clínica, Ricardo ia fazer o que faz de melhor seguir um dos dois e se dar bem, quem perdeu tudo foram as duas, e antes de parar em nossa calçada ligaram para cada um dos três que de formas diferentes perguntaram o que elas iam fazer, disseram que não podiam ajudar, peguei o telefone e mandei Jonas dar os pulos dele e voltar pra minha casa, levou vinte minutos e ele chegou.

Perguntei se ele estava decepcionado com Kate e se ele ainda a amava ele disse que sim, perguntei se ele podia repetir o que falou pela manhã sobre Estela, ele disse que estava apaixonado e ia casar com ela, as duas olharam para ele com surpresa, eu disse que o que podia fazer era ceder por algum tempo a casa dos pais de Benício enquanto não aparecia comprador, ele sorri e me chama de malandro, estufa o peito e diz que pode cuidar das duas, trancar a faculdade de Kate por um ano, pagar com crédito educativo cadê Estela, depois de Estela formada a vez de Kate terminar a faculdade, diz que em algum lugar deve haver um emprego pra um marceneiro, seu pai teve duas famílias e foi homem pra sustentar as duas casas, ele era homem como o pai pra sustentar as duas. Mateus pergunta se ele estava disposto mesmo a abrir mão da medicina, de seu futuro... Jonas disse que as duas precisavam de um homem, Kate errou, mas todo mundo erra, e ela deve ter aprendido a lição, ele diz que não estava nem aí pra putaria. Mateus diz que durante os próximos dias o pai de Kate ia mudar de ideia, caso contrário... caso contrário pagaria pela faculdade das duas.

As duas foram agradecer a Mateus e depois a Jonas, ele diz que perdeu o último ônibus, reviro os olhos e digo que ele podia dormir conosco aquela noite. Ele pergunta porque eu gostava tanto assim dele, aponto para Jarbas e digo que por dentro eram muito parecidos, respiro fundo e digo que por fora e aponto para o Buda na parede, Beni me pega pela mão e me leva para o quarto e diz que não vai morrer a médio prazo, ele não tem como garantir, ele fala que já perdi muito, eu não podia perder mais nada, ele diz que talvez tenhamos de perder espaço, somos nove agora.

Me lembro da conversa com o chefe de Jarbas, nove.

Digo que temos de comemorar a contratação de Noah, Beni tira a roupa, noto cabelos ao redor do seu umbigo, ele fala que podemos comemorar com sexo, bolo é tão tradicional...

Porra, eu amo meu marido.

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