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Um conto erótico de Gui Real
Categoria: Gay
Contém 1997 palavras
Data: 02/01/2025 16:08:20

Eu amo meu marido.

Ele entrou no bloco cirúrgico dizendo que eu casei com ele na igreja e no papel e que nada ia mudar isso, eu disse que ia, que ele ia ter o nome de verdade dele na nota fiscal de minha vida, eu disse que ele era meu dono, que eu podia apagar o sol com ele, mas era incapaz de levantar da cama se ele não estivesse ao meu lado. Ele disse que se chorar e encher de catarro eu ia adiar a cirurgia, empurro a maçã depois de beijar o rosto mais lindo do mundo, eu estava no corredor do hospital onde trabalho, assumindo ter casado com a minha melhor amiga, que ela era um homem agora, o que fazia de mim um homem gay completamente apaixonado por meu marido. Eu tive medo na primeira cirurgia, mas estava confiante, nessa eu estava bem temeroso.

Mas vou voltar no tempo, Noah comeu Jarbas naquele banheiro, na verdade, Jarbas e eu demos para os três, Mateus é tão gostoso quanto Daniel, mas é um fofo, não o canalha bandido escroto do meu marido. Fizemos, gozei na boca de Dan, ele engoliu e logo em seguida beijou Mateus e isso fez o coroa me agarrar com força, meter mais fundo e me lavar por dentro, delicioso demais.

Mateus gozava dizendo que éramos cinco e eu morria de rir. Banho.

Fiquei na cama, eu estava exausto, Noah trouxe Beni no colo dormindo e resmungando, ele me abraçou e perguntou de Daniel, eu disse que ele estava em outro quarto, a pedido meu, eu queria passar uma noite em um quarto estranho como na nossa primeira vez naquele quarto de subúrbio, quarto de mocinha; Beni acorda e estava chorando, diz que tivemos muitas histórias, eu disse que tivemos o primeiro volume de uma saga, nossa história ia continuar. Apagamos.

No dia seguinte a putinha de cabelo cor de rosa abre a porta devagar e se desculpa diz que o café estava pronto, ela vestia minha camisa, ela diz que pegou qualquer uma mais ou menos limpa. A casa de fazenda estava com duas mulheres na cozinha e elas limpavam a mesa, perguntavam se não notamos que o leite que derramamos na mesa estava azedo, não, não notamos até ele virar, se faziam de lerdas ou eram, tudo bem. Foram embora depois de deixar uma mesa de encher os olhos e os olfatos, comemos em quase silêncio.

Jonas diz que ligou cedo para seu urso, disse que antes pegou o celular de Estela e ligou para seu ex sogro, disse que foi a um bar de stripper com os amigos e a filha dele quis ir junto, deu ruim porque recebeu um chifre num puteiro, disse que parecia uma mentira mas podia provar, disse que sabia da rivalidade das primas e ligou para Estela e acabaram fodendo madrugada a dentro, gente maravilhosa, só precisava de uma prima melhor, que não colocasse fama de vagabunda nela, disse que ia ligar para o urso. Então coloca telefone de Estela no mudo e liga para o urso, o cara começa perguntando onde ele estava, ninguém atendia o telefone, Jonas ri e diz ao fura olho que quem chifra os amigos geralmente não são populares, o cara disse que eram amigos, era uma putinha, que ele merecia coisa melhor, um cara batalhador como ele merecia uma pessoa mais decente, Jonas pergunta se estava falando dele ou da ex. O cara diz que ia deixar a piranha de lado e serem amigos, Jonas disse que ainda gostava de sua ex, mas não confiava mais nela, ela já sabia que Estela e ele foderam a madrugada toda e... O rapaz ia falar algo e Jonas diz que ele nem ousasse falar mal de Estela, sabia que sua ex ia inventar um bilhão de mentiras e se fosse assim podia espalhar a verdade em todo canto que pegou os dois fodendo num banheiro de bordel porque sua ex queria aprender a fazer boquete como uma piranha, perguntou se estava mentindo e o talarico confirmou a verdade.

Jonas disse que não sabia se Estela e ele teriam futuro, mas sabia que o talarico e sua ex iam falar com seu ex sogro (que ouvia tudo no outro telefone) e dizer que estavam apaixonados e ele era passado, o amigo de Jonas quis argumentar, Jonas disse que depois de fazer merda o mínimo era zelar pela reputação da menina que ele fez de piranha, e considerava piranha. Disse que não tinha mais motivo pra continuar a ligação, mas a amizade deles dependia desse passo do amigo. Desligou e retomou a primeira ligação pergunta se o ex sogro tinha alguma dúvida, envergonhado o coroa diz que não, só estava envergonhado e muito triste, em luto por não ter Jonas mais como genro, mas tinha como amigo, Jonas pede para ele ver os dois mentindo antes de lhes confrontar com a verdade, se ele quisesse confrontar com a verdade.

Jonas olha para Estela e diz que podiam ficar juntos por um ano, sexo em troca de reputação, mudaria o cabelo, cabelo feio de mulher séria, ou poderia ver por quanto tempo ia continuar se arriscando a ser descoberta, a ser espancada de verdade, ou coisas piores que ela não precisava se submeter caso quisesse caralho, e fez um movimento circular com o dedo apontando todos nós. Estela diz que depois do que fizeram ontem bastava Jonas, Jonas e Benício, porque boceta Jonas não podia dar, Jonas riu e disse que tudo bem mas se a gente quisesse era só ligar que agora a puta tinha dono e não cobrava, e só faz o que ele quer, olha pra ela e pergunta se está errado, ela respira fundo e diz que a cadela encontrou a coleira, Jonas diz que prefere que ela diga que estão namorando e a beija, pergunta se Beni havia trazido mais de uma muda de roupa pra passar o domingo, Mateus diz que uma das filhas deve ter deixado algo.

Beni e Estela ficaram ao lado de Jonas o tempo inteiro, o telefone de Beni toca e era Fátima, ele pede para Daniel dizer que ele estava ocupado estudando para a prova de terça, Daniel diz que Benício teve uma crise de ansiedade por conta da prova e de tudo mais, lamentava mais não ia deixar ele nem chegar perto do telefone.

Outros garotos e garotas da faculdade começaram a chegar para o churrasco, para o banho de piscina, Beni colocou uma camisa de proteção UV, estava feliz, bebia com os rapazes, contou que Jonas discutiu com a namorada por bobagem e depois foi foder com Estela, estão namorando, disse que apostava que ia acontecer algum tipo de vingança, foi a fofoca que levou o churrasco adiante.

Beni apresentou Daniel e eu como seus dois esposos, disse que podia furar os olhos de quem olhasse muito pra gente, mas se eventualmente morresse cedo, queria deixar registrado que nem em um bilhão de anos conheceu alguém tão feliz e tão amado quanto ele mesmo, estava bêbado e Daniel tentou tirar ele da mesa, ele disse que tinha um cunhado por quem daria a vida, o médico mais lindo e inteligente do mundo, apresentou Jarbas, disse que suas boas notas se deviam a ele, Ricardo disse que as dele e de um casal não mencionado também, as de Jonas não porque ele sempre foi um gênio, Jonas disse que Benício tinha apresentado as melhores pessoas do mundo umas as outras só isso, e beijou Estela, ela chorou no macacão jeans com camiseta do Snoopy que usava, uma garota pergunta se o doutor Jarbas tinha namorada, Noah diz que o namorado de Jarbas e ele estavam abertos a um relacionamento livre, aberto e seguro, dependendo do que podia se abrir para os dois, foi uma gargalhada.

Então Benício pega um copo da mão de alguém e vira a caipirinha, pede uma salva de palmas ao anfitrião, ao cara que rasgou o código de ética médica e se tornou o melhor amigo de todos nós em um momento particularmente sombrio de nossas vidas, ele aponta para Mateus e diz que ele era sua figura de pai, mestre, de referência, que o amava, que nós todos o amamos, diz que estava muito feliz por... Diz que no futuro vai ser o endocrinologista de muitas pessoas trans, vai fazer isso, vai ser a pessoa que vai continuar como porto para perdidos como ele, diz que uma vez perguntaram para um poeta para explicar porque era amigo de outro poeta e ele disse: “porque era ele, porque era eu.”

Então disse que bebeu como o caralho, antes nunca tanto assim, se desculpava por não ficar mais tempo, mas precisava vomitar, antes chamaria uma das amigas pra segurar o cabelo, mas agora ia chamar Ricardo e Jonas pra dizer que ele bebe como um veadinho e precisava aprender a encher a cara como um homem de verdade. Não sei quem disse que ele não precisava fazer nada pra provar nada, uma galera grande o hostilizava na faculdade, mas em um futuro próximo ele vai ser o farol para outras pessoas irem ainda mais longe e mais rápido que ele, ele era incrível e junta um bom número de gente incrível ao redor dele, ela por exemplo só teve orgasmo depois dele, com essa nova bagunça, Benício desce acompanhado de Ricardo e Jonas.

Algum tempo depois as pessoas começam a se organizar para partir, depois chega Hugo puto de ódio querendo descontar os dois murros que levou do pai da ex de Jonas, eu digo que ele não ia a canto nenhum, ele diz que eu podia ser o marido de um idiota, mas não era o amigo de um idiota, e eu não era ninguém pra impedir ele de gritar no ouvido do idiota do Beni, e dar um murro em Jonas, porque não seria eu que iria ficar ao lado dos dois quando o amor acaba, porque amor acaba, boas amizades não, então Hugo grita o nome de Jonas e Beni e diz que vai quebrar a cara de ambos, de repente um monte de gente segurando Hugo e eu.

Benício vem grogue e me chama de idiota, diz pra eu não me meter nas suas amizades, dá um murro no fígado de Hugo e o cara cospe o que havia no estômago, manda ele se desculpar comigo e entrar pra se desculpar com Jonas que queria arrancar os dentes dele na porrada, Hugo pergunta se ia ser perdoado, Beni revira os olhos e diz que não suporta gente burra, e ele era burro, mas eram amigos, havia só mais três pessoas estranhas, uma delas pergunta se estava tudo bem e eu digo que sim, eu digo que Hugo está seguro enquanto não tenho álibi.

Hugo diz que faz vinte e quatro horas que não para de agir como idiota, diz que eu estou certo que sou um cara legal, me abraça, diz que sou o melhor dos tiozinhos, Daniel e Jarbas tentam segurar a gargalhada. Estela pega carona pra ir.

Beni dorme algumas horas e acorda bem, os quatro estavam jogando Uno na mesa onde Jonas relata como comeu Estela, o que fez com ela quando levou ela para o quarto. Beni pergunta se era paixão, foi isso que me fez arrepiar de medo, Jonas dá um beijinho nos lábios, diz que esperava que a gente, principalmente Benício, acreditasse que só foram deixando as coisas acontecerem, mas aqueles três queriam ser como nós três e apontou pra mim, Mateus disse que éramos cinco ao redor de Beni. Beni disse que não fazia ideia do que os três estavam pedindo, mas não ia pensar nisso antes da prova de cardiologia, não antes da cirurgia. Não antes de falar com Daniel e comigo. Dan pergunta se eles queriam formar uma “família” como a nossa, Ricardo diz que sim, Dan diz que teremos tempo pra pensar, agora ia só dormir.

Porra, eu amo meu marido.

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