Trident de Melancia [11] ~ Mascaras

Um conto erótico de CELO
Categoria: Gay
Contém 5089 palavras
Data: 22/05/2024 14:14:54

Naquela manhã Luis acordou feliz estava abraçado a Mateus haviam dormido pelados e em conchinha, seu estado não poderia ser de excitação maior, sentia seu membro procurar espaço entre as coxas do outro garoto. Levantou um pouco o corpo e com uma das mãos firmava a cabeça enquanto a outra acariciava as longas madeixas castanhas de seu anjo de olhos esmeralda, hálito de melancia e pele bronzeada. Sentia-se completo, nada lhe parecia triste ou errado o suficiente para tirar de sua mente as emoções e o prazer que sentiu ao lado de Mateus na noite anterior. Sabia que aquele garoto era o amor de sua vida era a razão de sua existência, e era com ele que pretendia viver todo o resto de sua existência.

Após longos minutos revivendo a noite anterior e pensando em como era lindo o amor dos dois resolveu acordar o amado, com beijos por seu rosto, pescoço e costas Luis tentava acordar Mateus da forma mais carinhosa possível, Mateus sorriu ainda de olhos fechados também estava feliz, aquela tinha sido sua primeira vez com um homem, sentia-se amado como nunca antes havia sentido, tinha certeza que cada minuto ao lado de Luis seria como estar no paraíso e acordar recebendo caricias e beijos de quem se ama aquecia o seu coração a ponto de provocar lágrimas de alegria.

Luis: Bom dia meu amor!

Mateus: Bom dia anjo, que horas são?

Luis: Hum... (beijos no pescoço) e isso importa?

Mateus: Não, realmente não importa, nem todo o tempo do mundo seria suficiente pra te dizer o quanto estou feliz de estar assim com você. Eu te amo Luis.

Luis: Também te amo Mateus Ricardo, mas deixa de conversa fiada e vamos ao que interessa!

Mateus: Amor, eu quero isso tanto quanto como você, só me prometa que vai ser gentil?

Luis: Não se preocupa meu amor, não há nada nesse mundo que me faça desejar te machucar, e provocar uma dor que seja em ti seria como arrancar um pedacinho do meu coração.

Os dois começaram a se beijar novamente, Luis estava por cima de Mateus beijava-o com fervor, queria lhe proporcionar um momento tão lindo como tinha sido pra ele, queria que o garoto sentisse o quanto ele o amava.

Dos beijos, Luis passou aos apertões pelo corpo de Mateus, não eram simples apertões eram quase como beliscões pelo peito e barriga do garoto, mas este não sentia dor, apenas gemia baixinho de prazer, como antes estava de olhos fechados e com um sorriso no rosto, Luis foi se abaixando até atingir o teu sonhado premio, como amava aquela parte do corpo de Mateus, há um tempo jamais se imaginava pegando, beijando e chupando um pênis, mas o de Mateus não lhe parecia um pênis, não, definitivamente não era isso, era mais, era prazer, ternura, amor.

E foi com amor que o colocou na boca, engoliu o máximo que conseguiu e o deixou ali parado, apenas sentindo sua pulsação dentro da boca, sentindo o sabor daquele longo e grosso filamento de músculos e veias.

Lentamente começou a subir e descer com a cabeça em direção ao corpo de Mateus, este retorcia as pernas tão fortemente que parecia estar tendo um ataque epiléptico. Para Luis prazer era aquilo, era ver Mateus subindo pelas paredes com o poder de sua boca e língua.

Luis chupava ora a cabeça, ora toda a extensão do pinto de Mateus, colocava uma das bolas na boca e puxava com força e depois as soltava provocando um barulho que o inebriava de desejo. Com leves mordidas na parte interna da coxa do rapaz foi forçando-o a se virar, tinha total conhecimento da inexperiência de seu namorado, e não esperava que ele o chupasse para provocar uma lubrificação, então o fez por ele.

Sentado sobre as pernas de Mateus, olhava para suas costas largas e definidas, seu pescoço grosso e seus braços tencionados a ponto de mostrar como eram fortes e destacados seus bíceps e tríceps. Mais abaixo seus olhos se perderam na curva entre a bunda e as costas, como era linda aquela região, havia raros pelos dourados ali, que aguçaram o desejo de Luis de possuir aquele corpo, mas o que mais lhe chamava a atenção eram aqueles dois montes moreninhos, como eram lisos e perfeitos.

Não se comparava a nenhuma garota com quem antes houvesse saído, eram perfeitos demais, eram sem descrição possível. Luis foi se esticando sobre as pernas de Mateus até ficar com o rosto sobre a bunda do rapaz, este apenas ficava olhando o que o outro fazia, quando Luis o olhava ele sorria dando carta branca para que prosseguisse com tudo, Luis separou aqueles montes com as mãos e viu o seu objeto de desejo, pequeno e rosadinho, pulsava encolhido de medo.

Não tardou a senti-lo com a língua e tão rápido como o tocou, iniciou a uma seção interminável de lambidas e penetrações com a língua, Mateus apenas gemia e empinava o traseiro em direção ao rosto de Luis, queria sentir aquele prazer sempre, como era gostoso sentir-se propriedade do outro, e como era fantástica aquela miscelânea de sentimentos que aquele gesto de Luis lhe provocava.

Luis penetrava o namorado com a língua sentindo o gosto salgado das entranhas de Mateus, sentia a pressão daquele orifício tão pequeno e antes intocado e que agora cedia aos prazeres que Luis desejava oferecer ao jovem rapaz.

Luis demorou um bocado ainda linguando o namorado até percebê-lo bem relaxado, ele suspirava entregue a lasciva do outro e este explodia de desejo pela carne, pelo sexo do amado, Luis levantou-se e prostrou-se sobre Mateus, seu membro deslizava sobre a bunda dele, Luis apreciava cada segundo, cada deslizada, e Mateus empinava a bunda em busca do seu objeto de prazer, mas Luis o provocava e sempre que o via buscando seu membro se afastava deixando o garoto louco de desejo.

Mateus: Porra deixa de frescura e mete logo meu!

Luis deu uma risada alta e posicionou novamente o membro sobre o corpo do outro e com as mãos abrindo suas nádegas foi colocando-se para dentro, Mateus não reclamava de dor, pelo contrário gemia de prazer e se contorcia tentando colocar o máximo possível de Luis dentro dele. Os movimentos eram ritmados, um era o encaixe do outro, e o vai e vem era quente e o odor que dominava o quarto era único.

Mateus se deliciava com o que Luis o proporcionava, questionava-se o que era mais prazeroso ser penetrado ou penetrar o namorado, um era prazer sem medida o outro era domínio, desejo e calor. Mateus estava em êxtase já não segurava os gemidos e se entregava ao namorado por inteiro, não se envergonhava em demonstrar o quanto sentia prazer em estar ali sob ele.

Luis pegou o namorado e o virou colocando-o na posição de frango assado queria olhar em seus olhos enquanto o penetrava, sem frescura enfiou tudo de uma única vez arrancando um longo suspiro de Mateus, mas não de dor era como uma suplica para que não o tirasse dali.

Luis segurava suas pernas e olhando em seus olhos imprimia um ritmo alucinado, o toque de sua cintura na bunda de Mateus emitia um estalo que só aumentava o prazer que ambos sentiam, o suor de um passava par ao outro e as mãos de Luis deslizavam pelas coxas do namorado em direção ao seu sexo, enquanto bombava com força masturbava o garoto que de olhos fechados pedia:

Mateus: Com mais força amor, mete com força, me faz teu...

Ouvir aquilo era como um passe livre para as loucuras de Luis. Deitou-se completamente sobre o namorado e empurrava com força o quadril sobre o corpo do garoto, mordia o ombro de Mateus quase lhe perfurando a pele.

Algumas estocadas depois, Luis sentiu um fogo percorrer seu corpo, as pernas tremerem e gozou, não como havia gozado antes com Laila e outra garota não como havia gozado quando Mateus o possuiu na noite anterior, era único, era fantástico, jogou-se sobre o namorado e com um beijo selou aquele momento único.

Ainda ficaram alguns minutos deitados, ate ouvirem alguém bater na porta, permaneceram quietos esperançosos que a pessoa que batia fosse dormir, mas não era alguém insistente, era Kaio que aos gritos espancava a porta.

Kaio: Porra mano acorda fdp, tua mãe já está aqui meu, daqui a pouco é hora de jantar e eu ainda nem almocei esperando você porra, ta é teu niver, mas acordar as duas da tarde ao já é foda.

Luis: Ta doido já to descendo, só um banho e to pronto.

Mateus e Luis tomaram banho juntos e logo desceram para o tal almoço, na sala estavam quase todos da noite anterior, Lais e Raul, Luis e Marcia, Kaio, Vic, Jana, Manu, Leo e os irmãos mais novos de Luis. Todos olharam para os dois garotos ao descerem juntos de banho tomado, ambos com um sorriso enorme no rosto, Kaio sorriu para Vic, Manu cochichou algo para Leo, e a face de Luis foi de branca a vermelho sangue em uma fração de segundo sabia o que todos pensavam, pelo menos os quatro que sabiam do romance secreto dos dois.

Cumprimentaram todos e se sentaram no sofá diante os pais de Luis, a desconfiança estava estampada no rosto do velho Luis, era como uma pulga que insistia em picá-lo mesmo após ele a haver matado, não ficaria calado antes de tirar aquela história a limpo.

Pai: Mateus meu filho, você dormiu aqui?

Mateus: Dormi tio, dormi no quarto do Luis!

Luis: Ontem a gente ficou conversando depois que o senhor foi se deitar. Subimos para o quarto para pegar um livro do Mateus que tava comigo, e continuamos a conversa e acho que ambos dormimos, só acordei agora com o Kaio esmurrando a porta do meu quarto.

Pai: Sei...

Kaio: Ai pai deixa de papo to morrendo de fome aqui meu, vamô cume!

Todos riram do garoto, mas Luis Carlos ainda olhava torto para Mateus e Luis, estava na cara que ele desconfiava de alguma coisa, na mesa todos comiam e conversavam banalidades, Laís comentava que sua irmã Emilia havia ido pra capital logo cedo, após receber uma ligação do Reitor da Faculdade, quando o pai de Luis novamente iniciou um assunto constrangedor com o filho.

Pai: Luis me diga uma coisa, tua mãe ontem me contou que você tinha me parece que duas namoradas antes de vir pra cá, o que aconteceu com elas?

Luis ficou calado, Raul o olhava intrigado, aquela era também uma duvida que ele tinha, sabia muito bem o que havia rolado entre Luis e Laila naquela noite, e não conseguia entender o motivo do rapaz ter fugido de casa sem explicação.

Luis: Não eram duas namoradas pai, eu tinha apenas uma namorada, mas a gente terminou naquela noite, a outra garota que minha mãe deve ter se referido é a cunhada do Mateus e da Vic, a Laila ela meio que gostava de mim, mas eu tinha namorada e por isso não fiquei com ela.

Manu: É não ficou né? E o par de chifres que eu estampei na cabeça surgiu sozinho não é meu querido ex-namorado...

Pai: Então você que era a namorada do Luis menina?

Manu: Pois é, a gente às vezes faz umas besteiras né, Luis não é homem de se namorar, nunca conheci um cara mais galinha que ele, nossa dois meses de namoro e a gente brigou umas doze vezes por causa de traição, era só eu virar as costas e ele tava lá se engraçando com alguma periguete, mas eu já superei isso, somos muito amigos hoje e agora ele é meu cunhadinho preferido!

Luis: O quê?

Leo: Calma mano, eu não tenho culpa, tu sumiu, eu não sabia onde te encontrar e a Manu ia lá em casa atrás de ti. De tanto consolar ela acabamos nos envolvendo e agora estamos namorando.

Luis: Porra, mal chegou e já me deu uma rasteira!

Todos riram novamente, aquela história que Manu aplicou havia suprimido a maioria das suspeitas, mas o velho Luis não parecia totalmente satisfeito, ouvir que o filho era pegador, infiel e galinha não retirou todas as suas dúvidas e ele continuou a observar o filho e o amigo, sentia que havia um “q” de mentira em tudo aquilo.

Após o almoço todos se foram, exceto Luis e Mateus que continuaram ali na sala conversando com Kaio e Vic. Seu pai veio da cozinha olhou para os garotos e disse:

Pai: Kaio você e sua namorada não querem ir a sorveteria comprar um sorvete pra mim?

Kaio: Ih coroa pede para o Luis!

Pai: Se toca moleque, não ta vendo que eu quero falar com o teu irmão e com o Mateus, anda some da minha frente, rapidinho.

Mateus: Bom então eu vou indo também né...

Pai: Opa vai sentando ai garoto, que a conversa também é contigo!

Luis correu os olhos de Mateus a Kaio, o medo estava estampado em seu rosto, tava na cara que o pai não havia engolido a estória de Manu e agora ia jogar toda a merda no ventilador, Kaio estava atrás do pai e com a mão fazia gestos de pescoço sendo cortado, Vic o puxava pelo braço tentando o tirar dali, a cara do velho Luis Carlos era de tremer qualquer um.

Pai: Kaio se você estiver fazendo macaquices atrás de mim, é melhor correr ou eu te parto em dois na frente da sua namorada.

Kaio: To fazendo nada não coroa, ta me tirando é, me fazendo vergonha na frente da minha mina...

Pai: Corre Kaio, corre!

Ele ameaçou correr atrás de Kaio, que saiu em disparada para a porta puxando Vic pelo braço, Luis Carlos mal esperou Kaio fechar a porta atrás de si e virou-se para os dois rapazes sentados no sofá da sala, caminhou em direção aos dois olhando direto para Luis e simplesmente sacudiu a cabeça negativamente.

Pai: Até quando você ia me esconder isso em meu filho?

Luis: Esconder o que pai, não sei do que o senhor esta falando!

Pai: Não tente me ludibriar garoto, por que na escola em que você estuda, eu me formei com dois anos de antecedência, ta na cara dos dois o que está acontecendo! E eu prefiro ouvir da sua boca, a ter que dizer tamanho disparate.

Luis tinha olhos mareados, estava a beira do desespero, não queria ver aquele sinal de ódio nos olhos do pai, não agora que ele o havia reencontrado, mais era difícil dizer que seu filho primogênito era gay, e namorava o melhor amigo, e pior que havia tido sua primeira vez com um homem embaixo do seu teto.

Luis: Pai não diz assim... Eu amo ele, eu amo o Mateus, só conheci o que é ser feliz ao lado dele, antes de conhecê-lo e aceitar que eu sentia desejo por um homem eu era ninguém, era infeliz, não tinha vida, apenas vivia cada dia como se nada representasse pra mim. Mateus não é só o meu namorado, é muito mais, ele é o meu melhor amigo, meu companheiro, minha estela de sustentamento. sei que o senhor não vai entender, que vai me odiar e me renegar como filho, mas essa é a verdade, e nada nem ninguém vai me fazer ficar longe da pessoa que amo.

Mateus: Desculpa senhor me intrometer, mas creio que tenho esse direito já que também falam de mim, tudo que o Luis disse é recíproco, ao contrário dele me descobri gay ainda novinho e consegui lidar com isso, o Luis ainda tem os seus demônios e ficar contra ele nesse momento é jogá-lo as feras, é deixá-lo pra morrer, por favor, entenda o que é o nosso sentimento, que isso não é errado, que é amor tão igual quanto o que o senhor sente pela sua esposa.

Pai: Ca-la-a-bo-ca!

O velho disse pausadamente olhando com ira para o garoto, Mateus tremeu no sofá a se ver na mira daqueles olhos vermelhos de ira, Luis chorava compulsivamente, não aceitava ver o pai contra o amor que havia lhe dado um motivo pra existir, não era imaginável ver viver sem o amor, o carinho e o toque de Mateus, e sabia-se essencial para ele.

Luis observava o pai mira-los e pensar em toda aquela situação, parecia que uma eternidade havia passado e nada mais foi dito, o velho olhou mais algum tempo para os dois garotos e saiu em direção à cozinha.

Luis: Pai?!

Não houve resposta, ele apenas continuou andando e sumiu na porta da cozinha, Luis olhou para Mateus e procurou conforto e alento nos olhos do parceiro, mas a única coisa que encontrou foi o mesmo que havia em seus olhos, apenas medo e angustia. Mateus lhe estendeu a mão e sussurrando disse:

Mateus: Não importa como isso terminar, nos vamos viver esse amor, mesmo que tenha que ser contra tudo e contra todos, é a nossa vida, é o nosso sentimento e ninguém, ouviu ninguém vai nos separar, mesmo que eu tenha que matar e roubar ou mesmo te raptar. Sempre estaremos juntos por que eu te amo menino, eu te amo meu calanguinho!

Luis chorava e foi acalentado pelo namorado, Mateus segurou o seu rosto, com os dedos retirou as lágrimas que escorriam de seus olhos, aproximou-se do rapaz e o beijou ternamente, não era um beijo quente como os que costumavam trocar, era como um afago na alma, um carinho no peito machucado. Luis ainda arfante devido ao choro correspondia ao carinho do namorado, e o medo que antes era intenso foi se acalmando dando espaço a um sentimento de resignação, era como se aceitassem o fato de que seria sempre assim, um ou outro os apontaria, descriminaria ou mesmo que provocaria sentimentos como os daquele momento e que os magoaria, mas o que realmente importava era o fato de que um estaria sempre com o outro, que cada momento como esse seria apoiado pelo outro, e isso era o importante, era a razão de suportar tudo aquilo.

O velho regressou da cozinha trazendo consigo uma lata de cerveja. Os dois não souberam se ele havia visto o beijo, mas o barulho de suas pisadas fortes no chão os separou. O pai de Luis caminhou novamente ate a frente dos dois e saboreou a cerveja, seu rosto já não tinha a expressão de raiva e ódio de minutos antes, estava sereno como sempre esteve. Ele sentou-se diante dos rapazes colocando a cerveja na mesa de centro, com as mãos sobre os joelhos olhou novamente os dois e disse:

Pai: Só tenho uma coisa a te dizer meu filho, eu tenho vergonha de ti, tenho vergonha de ser pai, quisera eu poder esquecer...

Luis: Por favor, pai não me diz isso, (choro e soluços) e eu não escolhi ser assim, acredito que sempre fui só demorei a descobrir... Por favor, não me exclua da sua vida!

Pai: Acho que você não me entendeu meu filho, jamais te excluiria da minha vida, te amo demais pra isso, e ainda mais depois de tanto tempo sem ter você aqui do meu lado (Luis Carlos coçava a cabeça, no rosto uma expressão de dúvida, de como prosseguir com aquela conversa)... O que eu quis dizer meu filho é que tenho vergonha de ti... Não por você ser gay, por que isso não o diminui em nada, tenho vergonha de ti por que não percebi isso. Quanta coisa você teve que suportar sozinho, e eu aqui diante de você e só agora consegui ver o que acontece em sua vida. Eu fui egoísta, somente me bastava a tua presença, não me preocupei em como você levava tua vida, se estava triste ou alegre, bastava-me a minha alegria. Tenho vergonha de ser teu pai por isso meu filho, não por você ser gay, e sim por que eu não fui pai no momento que você mais precisou e eu daria tudo pra poder esquecer, pra poder apagar cada segundo que estive longe de ti. Eu te aceito meu filho, aceito teu namorado, os dois sempre serão bem vindos aqui nesta casa, se é isso que lhe faz feliz a única coisa que posso lhe dizer é seja feliz...

Luis chorava intensamente, Mateus também não ficava atrás, os três estavam muito emocionados um não conseguia olhar nos olhos do outro sem chorar e soluçar. Luis Carlos abriu os braços e chamou Luis para um abraço, havia sentimento naquele ato, havia o desejo de realmente ocupar todo o espaço que a ausência de um causou na vida do outro. O choro, as lágrimas, os beijos, as caricias no cabelo e no rosto, era um amor paternal incomum, era aceitação, aprovação, tudo que Luis esperava. Era também o que Mateus esperava encontrar em casa, mas sabia que era impossível. Luis tinha o pai agora, mesmo após tanto tempo afastados.

Mateus mesmo perto dos pais, nunca os teve ou viu como tal, e sabia que jamais demonstrariam tanto afeto assim por ele.

Pai: Vem cá Mateus, dá um abraço no teu sogrão!

Mateus sorria enquanto abraçava o sogro e o namorado. O velho beijava a testa dos dois e os apertava fortemente contra o peito que batia descompassado.

Pai: Olha meus filhos uma coisa é certa, nem todos aceitaram assim numa boa quando descobrirem de vocês, haverá muita luta, muitos obstáculos, mas enquanto forem como vocês disseram a estela de sustentação do outro, enquanto houver amor, cumplicidade e compreensão, o amor de vocês será eterno. Eu desejo que vocês sejam felizes, mas peço que tenham paciência, essa cidade não esta preparada para ver uma prova de amor entre dois homens como o beijo que presenciei agora a pouco, ou mesmo os teus irmãos mais novos Luis, aqui dentro de casa, na rua, em qualquer lugar vocês são apenas amigos, mas diante daqueles que sabem e apoiam ou entre quatro paredes vocês são um casal...

Mateus: Obrigado seu Luis, eu não sei como agradecê-lo por confiar o teu filho a mim, sei que ele me faz feliz e acredito que também o faço, mas ter a sua aprovação a tua benção é para mim a maior vitória que poderíamos ter. Sabemos de todas as dificuldades que iremos enfrentar. Nada ficou sem ser medido, pesado, mas foi o amor que um tem pelo outro que nos deu forças para seguir juntos e enfrentar todas as diversidades que surgirem.

Pai: Eu acredito meu filho e fico feliz por saber que o meu filho encontrou um rapaz tão bom quanto você, sei que posso confiar em vocês... Agora vamos parar com esta choradeira, vão se aprontar e sair. Curtam a vida enquanto são jovens, diria para sair e beijar umas gatas, mas acho melhor que se beijem no quarto mesmo.

Os dois resolveram acatar as ordens do senhor Luis e resolveram encontrar com os amigos na pracinha, não tinham ânimo para namorar, aquela conversa havia consumido os dois, estavam mais preocupados em se divertir e esquecer o momento tenso que havia rolado naquele inicio de tarde.

Na praça estavam somente Marcola, Pepeu, Vic e Kaio. Usavam a academia ao ar livre que a prefeitura havia mandado instalar ha alguns dias. Kaio assim que viu os dois sorrindo quase caiu de um dos aparelhos, esperava vê-los chorando, se debulhando após o sermão do pai, pois era assim que costumava ficar sempre que o pai o chamava para uma conversa sozinho.

Kaio: Ou, ou que sorriso é esse meu querido, vai dizer que não era o que pensei e o velho não descobriu nada?

Luis: Pelo contrário meu caro Watson o “velho” como você diz sabe de tudo, ele é um ótimo detetive pegou tudo no ar e montou o quebra-cabeça. Devo confessar que foi a conversa mais difícil que tive, acho que nunca chorei tanto como hoje, mas no fim deu tudo certo, o pai nos aceita como somos e não foi contra o nosso namoro!

Kaio: Fala sério, achei que teríamos dificuldade em reconhecer o Mateus depois que o pai o quebrasse todo por desvirtuar o filho primogemio!

Mateus: É primogênito expert!

Kaio, gênio ou genito tanto faz meu querido, o importante é fazer-se compreender, mas iai meu povo deixando o casal vinte de lado, vamo combiná um passeio pro próximo finde?

Marcola: Ah sei lá mano, ta chegando o natal e eu nem sei se o povo lá em casa vai viajar ou se vamos passar o natal aqui na cidade mesmo?

Pepeu: Como é? Tu ta pensando em viajar e não me falou nada? Aff...

Kaio: Ih! Mais um casal gay aqui. Vic, meu Deus to cercado de bambi!

Pepeu: Bambi é a merda que ti comeu rapah, e eu não sou gay meu querido!

Kaio: Ta bom mano, tu fingi que me convenceu e eu finjo que acredito, certo?

Pepeu: Vai à merda meu!

Pepeu saiu apressado sem dizer uma só palavra ao restante do pessoal, Marcola olhou para Luis como que se pedisse ajuda, o outro apenas balançou o ombro em sinal de indiferença.

Luis: Mano deixa ele, também o Kaio exagera quando quer ofender, né?

Kaio: Mano eu sou fodástico querido, só acho que isso de esconder quem é não passa de burrice, vocês acham mesmo que eu nunca percebi os olhares entre vocês, Marcola? Sou como meu pai pego tudo no ar! E o caso de vocês eu já saquei tem tempo, só não disse nada por que como amigo esperava que vocês viessem a mim e me contassem, mas já deu né? O Pepeu vive com ceninhas de ciúmes, você não demonstra assim tão descaradamente mais também vive com ciúmes dele cara!

Marcola: Mano quer saber vai à merda! Falou Luis, Mateus e Vic, aqui já deu o que tinha que dar, fui!

Marcola também saiu às pressas da praça, tanto ele como Pepeu ainda não estavam preparados para serem vistos como gays. Ambos ainda não se sentiam assim, havia amor entre eles isso era verídico, mas demonstrar este sentimento mesmo para os amigos que os aceitavam ainda estava fora de cogitação, seria como se tudo o que viveram até ali se tornasse mentira.

Vic: Quando você quer, consegue ser ainda mais idiota, né Kaio, era preciso mesmo expor os dois assim, você tem alguma coisa a ver com o que acontece entre os dois meu?

Kaio: Minha linda não enche tá, simplesmente acho que como amigos que somos não deveria haver segredos, ainda mais se nós os apoiamos e os aceitamos da forma que são. Eu já estou cansado de ouvir que confiam em mim, que gostam de mim, mas ficam se escondendo, mentindo, fingindo ser o que não são. Porra meu ta na hora de mostrar o que tem por baixo dessas máscaras...

Luis: Ai meu Deus, outro senhor Luis Carlos é demais na minha vida!

Mateus: Luh não acho que o Kaio tenha agido errado, se quando me descobri gay eu tivesse amigos assim como você, Kaio e Vic eu teria tido uma vida mais feliz, diferente do que foi a minha vida até me aceitar, ter ajuda para se abrir e deixar florir o que somos é a melhor oportunidade. São os amigos que nos separam do desespero da felicidade...

Vic: Muito me admira isso tudo Mateus, por que até onde sei eu sempre estive ao seu lado e sempre demonstrei que era confiável e te aceitaria da forma que tu fosses, e mesmo assim você só contou o que sentia quando foi pressionado pelo Nando!

Mateus: Vic isso é diferente, por mais amigos que fossemos, por mais cumplicidade que existisse, há uma enorme diferença entre amigo e irmã, tenho certeza que a coisas que você jamais me disse e tem vergonha de me dizer, mas que não teria tanto receio em contar para o Kaio, Diana ou mesmo pro Luis, estou certo?

Vic: Vendo por este lado esta sim!

A turma ainda ficou algum tempo divagando sobre como era ser gay em um mundo tão preconceituoso e o poder da amizade na hora de enfrentar os problemas que surgem diante este modo de vida. Era inicio de noite quando se despediram, Luis e Kaio seguiram pra casa, assim como Vic e Mateus que teriam que encarar o irmão e a nova namorada que agora parecia ter se mudado pra casa deles.

Luis estava no quarto, já havia tomado banho e jantado quando Lucia o chamou dizendo que havia um telefonema pra ele, o rapaz desceu as escadas sorrindo, acreditava que nada nem ninguém poderia ofuscar sua felicidade, mas estava completamente enganado.

Luis: Alô?

Leo: Luis, aqui é o Leo, mano preciso te falar uma parada, não posso compactuar com uma coisa que tão querendo fazer contra você...

Luis: Calma Leo, fala devagar, o que ta acontecendo, que parada é essa?

Leo: Mano é o seguinte, tu lembra que na tua festa, o Fernando disse que esta namorando com a Laila, não é?

Luis: Lembro sim, por quê?

Leo: Lembra que a Laila te disse que você havia deixado um presente inesquecível pra ela?

Luis: Lembro sim, mas como você sabe disso?

Leo: Olha é tudo uma armação dos dois, Nando e Laila querem te separar do Mateus de qualquer forma, a Laila diz que o que tu fez com ela não se faz nem com uma cadela e que você vai pagar caro!

Luis: Mano valeu por ligar, mas disso tudo eu já sabia, isso nunca foi segredo pra ninguém, conheço quem são meus inimigos!

Leo: Cara não é só isso, o presente que você deixou pra Laila... Cara senta que eu tenho certeza que por isso tu não espera!

Luis: Deixa de rodeios meu, fala logo!

Leo: A Laila ta grávida e o filho é teu!

Luis sentiu as pernas tremerem, a visão ficar escura, era como se o chão sumisse de seus pés, nada mais viu ou ouviu, caiu ali ao lado do telefone em choque.

As máscaras caíram ao chão, não só as de Mateus e Luis, ali naquele momento Leo deu a prova de que Luis precisava para voltar a acreditar nele, mesmo que parcialmente. Pepeu e Marcola estavam encurralados teriam que tomar uma atitude, era a hora de deixar de lado toda a fantasia, era hora de deixar de lado a felicidade como estava e procurar solucionar os problemas que surgiam, mesmo que assim conquistassem novos inimigos, mesmo que assim toda a felicidade que viviam tivesse que ser apagada e deixada de lado, era a hora de tomar atitude, de ser forte e lutar pelo que é certo.

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Comentários

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E vamos começar a acompanhar as aventuras de mais um casal fodastico e seus coadjuvantes! Esperei um bom tempo pra continuar lendo e agora devorando novamente. Tive de reler algumas coisas p relembrar… Mas bora seguindo! Sugiro que acompanhem!!!!!

Mais uma história TOPzera do Lukas!!!!!

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O Leo pode ter mudado como for, não consigo gostar dele, quanto ao Fernando, merecia uma boa surra.

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