O Brutamontes da minha vida (01) B

Um conto erótico de Matheus
Categoria: Homossexual
Contém 2562 palavras
Data: 03/07/2012 21:26:52

Parte 1 - B

OBSERVAÇÃO: Haverá violencia fisica nesse capitulo.

Ainda a 2 anos e 8 meses antes...

Acordou e se sentiu desnorteado com o que estava acontecendo. Tentou se mexer e percebeu que os pés e as mãos estavam amarradas. A escuridão o fez ter dificuldade de entender onde estava, até que o balançar que o fez bater a cabeça na tampa o fez perceber que estava na mala de algum automóvel. A pancada de Tiago o deixou vários minutos apagado e o maxilar estava dolorido.

Tentou se soltar mas estava bem amarrado. O seu irmão mais novo havia feito um bom trabalho com as cordas. Ainda assim ele tentou, não sabia o que o mandante da sua captura tinha em mente. Precisa encontrar uma maneira de pelo menos se defender, quem diria, do próprio irmão. Bruno e ele nunca se gostaram de maneira natural, mas dai a chegar ao ponto de ser traído dessa maneira pelo próprio irmão? Na verdade, ele começava a se sentir traído de todas as maneiras naquele dia.

Após alguns minuto o veiculo parou. Bruno tentava ainda mais intensamente se soltar quando a tampa da mala abriu.

Tiago com um enorme sorriso no rosto: -Olha! A bela adormecida acordou.

Ele e Jackson riram juntos.

Bruno se debateu forte dentro do porta-malas.

Tiago: -Ta bom, já vi que você ta doido para o show.

Ele e Jackson pegaram Bruno de dentro da mala e o arremessam no chão como se arremessa um saco de batatas. Bruno mesmo com a dor do impacto se virou de bruços e tentava se levantar.

Tiago com um cumprimentar malandro de mãos se despediu de Jackson: -Valeu man! Depois te dou sua parte, na moral.

Jackson: -Que nada rei, nem precisa! Já valeu pela brincadeira! Foi massa pegar esse mané!

E novamente riram juntos.

Jackson entrou no carro e partiu. Bruno olhou ao redor e não reconheceu onde estava, apenas que parecia ser a entrada de uma roça, mas por estar amarrado não conseguia ver uma casa ou algo parecido.

Tiago: -É vamo nessa, temos um encontro né? Não gosto de me atrasar.

Pegou Bruno pela corda que amarrava seus pés e começou a puxa-lo. Ele literalmente arrastou Bruno se debatendo pela estrada de chão e depois pelo gramado do pasto. Bruno intensamente tentava se livrar de Tiago, mas suas tentativas eram em vão. Ele não sentia medo, pânico, mas sim uma ansiedade, o não saber o que ele planeja o deixava preocupado. Agora que via o quanto Tiago podia ser cruel, o seu destino começava a ser preocupante.

As pedras, galhos, grama e areia começavam a rasgar sua camisa e sua costas começavam a se ferir pela fricção com o chão.

Tiago: -Não adianta todo esse barulho, já chegamos!

E largou os pés de Bruno. Ele não podia de sentar porque a amarra de suas mãos se ligavam com a dos pés pela suas costas, o que mantinha ele naquela posição deitada. Ele se debateu até que se virou e pode ver aonde Tiago se dirigia e viu ele conversando animadamente com um homem de pé em frente a um carro acompanhado de dois outros homens. Todos se dirigiram até ele no chão.

Tiago: -Aí doutor! Ta aí o muleque.

O homem olhou para Bruno amarrado e amordaçado no chão.

Tiago: -Mano esse é o Doutor Maurício.

Bruno com a respiração pesada encarava os dois em pé em frente a ele.

Tiago olhou para o homem e disse: -Desculpa douto, é meio mau educado entende?

E em seguida chutou Bruno na barriga.

Tiago em tom irritadiço: -PARA DE ENCARAR O DOUTOR!

Maurício em tom calmo: -Não precisa disso. Então você conseguiu pegar mesmo ele?

Tiago: -Moleza, moleza. Ele lati muito mas tem pouco dente pra morder.

Maurício: -Não foi bem essa a história que ouvi. Esses dois mesmo ai não quiseram ir buscar ele por medo.

Um dos homens atrás dele retruco: -Não foi medo não seu Maurício, foi o que...

Maurício o interrompeu: -Quieto. Foi medo sim. A fama de “brabo” (e fez as aspas no ar com a mão) de seu irmão correm a região.

Tiago com ar de desdém: -A toa. É que esses manés que tu chama de segurança são tudo bunda mole. Só servem pra encarar babacas, encarar lutadores não é tarefa pra eles. Eu mesmo quebro os dois e ainda vou batendo papo com você enquanto ponho eles na lona.

Os dois não gostaram do comentário de Tiago e fecharam a cara para ele. Tiago querendo se mostrar lutador resolveu provoca-lo

Com cara de brabo e falando de maneira raivosa: -Qual foi? Gostaram não!? Querem tirar a prova?

Maurício riu de leve: -Calma rapaz, eles se enfezaram por saberem que você só disse a verdade, não estrague minha mão de obra.

Tiago sério se voltou para Maurício: -E então? Quer que solte ele e arrebente pro doutor assistir a surra?

Maurício sério: -Ainda não. Se afastem um pouco, quero falar antes com ele, mas retire a mordaça dele primeiro.

Tiago se abaixou e grosseiramente arrancou a mordaça da boca de Bruno e em seguida deu um tapa de leve no rosto dele: -Se liga meu irmão. Respeita o doutor! Se você (nesse momento Bruno virou a cara, mas agora um tapa forte de Tiago puxou seu olhar de volta pra ele), Colé rapa? Ta querendo tanto apanhar que já ta me desrespeitando? Se ligue no que tô te dizendo. Respeite o doutor ou o castigo que vou te aplicar já já vai ser muito pior do que tô planejando, se ligou?

Bruno apenas olhava sério para Tiago que se levantou e passou por Maurício: -Todo seu doutor.

Maurício tinha movimentos calmos e tranquilos. Aparentava ter ser um pouco mais velho que a esposa. Deveria ter seus 59 anos quando sua esposa 52. Ainda assim ele se abaixou e se sentou no chão ao lado de Bruno que estava deitado de lado.

Maurício: -Sabe, eu pessoalmente detesto a violência física. Sou um homem das letras, desembargador, estou tentando inclusive carreira política agora. Um pouco tarde é verdade. Mas sempre é tempo para começarmos algo novo. Não concorda?

Bruno continuava apenas encarando ele fixamente.

Maurício ainda em seu tom calmo: -Você e seu irmão são apenas garotos. Quantos anos você tem? 26? 27 no máximo, não é verdade?

Bruno não respondeu mais uma vez.

Maurício: Minha esposa nunca foi uma santa. (riu um pouco) Aliás, tá ai uma palavra que não combina com ela. Santa. (após uma curta pausa que riu levemente consigo mesmo), mas é minha esposa. Tudo que não preciso agora é uma separação, não nesse momento da minha nova carreira política. Claro ela sempre deu seus pulos. Mas você se tornou ousado. Ela nunca havia dormido fora de casa, ela nunca deixou que tantas pessoas soubessem de um caso. Sabe, meu avô sempre me disse: “O problema do esperto é achar que só ele é esperto”, e você achou que só você era o esperto.

Bruno em tom sério: -Se você machucar Lícia...

Maurício riu levemente mais uma vez: -Machucar minha esposa? A mãe dos meus filhos? Que tipo de crápula você pensa que eu sou? Toda minha raiva contra ela vou deixar aqui. Ao ver seu irmão te espancar brutalmente vou me livrar da minha raiva e vou voltar para casa, ter uma conversa tranquila com ela e a perdoar. Assim como das outras vezes ela vai chutar você, se já não tiver chutado a essa altura, e ficar alguns meses bem mansinha e carinhosa comigo. Tempo para que eu resolva a minha vida política.

Bruno olhava pra ele mas agora não mais com raiva, e sim triste. Ele imagina ser o primeiro homem com quem a juíza traia o marido.

Maurício: -Pois é meu amiguinho. Você foi só mais um e assim como em um pacote de biscoitos...

Ele se levantou do chão e continuou: -Existem outros no pacote.

Bruno falou em voz alta: -Tiago faz o que tu quer e tu não machuca ela, né isso?

Maurício de costas para ele: -É claro, é por isso que gastei tanto com ele, precisava de alguém capaz de te dar uma surra. Afinal, só assim posso amansar meu coração e conversar calmamente com minha esposa.

Bruno: -Você promete?

Maurício: -Eu sou um homem de palavra! Embora pareça uma contradição, já que estou entrando para política.

Maurício fez sinal chamando Tiago.

Maurício: -Se quer se enganar de que a surra que você vai levar agora vai ser justificada para proteger sua amada Lícia o problema eu seu, para mim já ficou claro que você não pode com seu irmão. (rindo de leve mais uma vez) Afinal ele te trouxe aqui com relativa facilidade.

Bruno não comentou da covardia do irmão para conseguir leva-lo até ali. Mas por mais que ele estivesse com raiva de Lícia por tudo que ela fez com ele, seu coração ainda nutria um forte sentimento por ela. Se era garantida a sua integridade em troca de uma surra, que fosse, ele não se importava com uns ossos quebrados e alguns hematomas, não seriam os primeiros de sua vida.

Maurício para Tiago: -Solte ele primeiro, coloque ele de pé e depois pode se divertir.

Tiago com aquele maldito sorriso cínico que Bruno tanto odiava girou a viseira do boné que usava para trás: -Deixe comigo doutor, tô doido pra brincar.

Se virou para o irmão ainda deitado no chão e começou a soltar as amarras, olhando para Ademir: -Doutor e quando devo parar?

Maurício: -Quando achar devido.

Tiago puxando a cabeça do irmão pra traz: -Ta fudido brow, hoje é o dia que tu vai conhecer o criador!

Maurício em tom firme: -Não!

Tiago soltou a cabeça de Bruno e olhou para Maurício: -Porque não?

Maurício: -Nenhum dano permanente e nem morte. Fui claro!?

Tiago não gostando muito do que ouviu: -Doutor se esse maluco sair daqui ele vai me complicar.

Maurício: -Não se preocupe. Você se complicando me complica também. E ele sabe que se algo complicar minha vida nos próximos meses... Bem ele entendeu o que estou dizendo.

Bruno entendeu sim a ameaça de Maurício. Em outras palavras Lícia pagaria o pato. Bruno estava amarrado a essa condição. E por mais que ao fim de tudo aquilo ele quisesse contar para os pais da ação do irmão, o que culminaria sem dúvida em sua expulsão de casa, poderia indiretamente causar alguma complicação a Maurício. Nem isso ele ganharia.

Tiago não muito feliz, ainda com cara fechada, voltou para desatar os nós das cordas que prendiam o irmão.

Maurício: -Não se preocupe, você se mostrou competente e útil até agora. Terei muitos trabalhos para você. Você vai ganhar muito dinheiro comigo.

Ao finalmente terminar de desamarrar o irmão o puxou para coloca-lo em pé: -Sua sorte é eu saber que ainda vou ganhar um, senão brow hoje tua ia sair daqui alejado.

Bruno calado estava, calado ficou. A realidade por mais que ele não quisesse aceitar é que aquilo não seria uma luta nem mesmo que ele não tivesse nada a perder. Os golpes que ele já havia levado de Tiago, ser jogado no chão e ser arrastado, já o deixavam em uma grande desvantagem física em relação ao irmão menor. Que ao desferir o primeiro soco no rosto dele foi mais uma vez covarde, já que mais uma vez nem deixou Bruno se por completamente de pé.

Bruno se desequilibrou com a pancada mas não caiu e quando se voltou a posição o irmão já estava praticamente em cima dele. Bruno protegeu o rosto mas acabou deixando o abdómen livre para uma sequencia de golpes rápidas e precisas de Tiago.

“Caralho, o filho da puta ta batendo certo.” Pensou Bruno enquanto levava as pancadas. Ele sabia que o irmão era lutador e famoso por ser bom de briga, mas pelo tamanho menor comparado a Bruno, ele esperava um força menor do que a que Tiago apresentava.

Bruno tentou acertar um soco em Tiago, mas esse foi mais rápido e esquivou, por terminar aplicando um uppercut que encaixou em cheio no queixo de Bruno. Dessa vez ele foi ao chão.

Tiago: -LEVANTA FROUCO! SABIA QUE IA SER FACIL ACABAR COM TU, MAS ASSIM TA BRINCADEIRA!

Bruno se levantou e partiu para cima dele, aplicando alguns golpes, mas os que não foram evitados por Tiago, foram defendidos, Bruno estava cansado, com dor, desidratado, mau-alimentado e ferido. Aquela não tinha como ganhar aquela luta e mesmo que tivesse não poderia, já sabia disso. Mas esperava pelo menos poder se defender. Mas agora ele já sabia que nem isso iria conseguir.

Tiago evitou o ultimo golpe e castigou violentamente o irmão. Socos, chutes e por fim quando já com o supercílio aberto escorrendo sangue e com dificuldade de respirar pelas costelas fraturas, Bruno sentiu sua cabeça ser segurada firmemente pelo irmão e em seguida o puxão violento levou seu rosto de encontro ao joelho dele. Esse já teria sido o golpe de misericórdia. Bruno caiu derrotado no chão.

Mas para Tiago ainda não havia sido o suficiente. Ele precisa humilhar ainda mais o irmão. Já caído entre acordado e inconsciente, Tiago pegou o braço de bruno e aplicou um arm lock (chave de braço). A dor lacerante fez que ele instintivamente agisse como em uma luta justa e desse alguns tapas na perna de Tiago em sinal de submissão, mas Tiago ignorou o sinal mesmo sabendo o seu significado e continuou puxando, até que o grito de dor alto e sonoro dado por Bruno anunciou que seu braço havia sido quebrado.

Só então Tiago soltou o braço de Bruno, se pôs de pé, passou por ele e deu-lhe mais um chute no estômago: -Eu sabia que tu não podia comigo, mas na boa, isso foi ridículo.

E cuspiu no irmão.

Bruno se contorceu e agarrou o próprio braço e ficou no chão.

Tiago: -Por mim eu continuo socando até ele parar de respirar doutor, tu que manda.

Maurício: -Na verdade já estou satisfeito, eu bem que esperava mais dele por todas as histórias que me contaram, estou um pouco desapontado.

Tiago: -Fique não doutor, como te falei, se fosse os dois manés ali, a essa horas já estariam na UTI porque ele ia fuder com os caras. Mas comigo o papo é outro, ta ligado?

Maurício: -É, esta parecendo que sim mesmo.

Conversaram mais mas foi só o que Bruno ouviu, a dificuldade de respirar era grande e a dor muito forte, ele não aguentou mais se manter acordado e perdeu a consciência. Não sabe por quanto tempo, mas acordou com a dor de seu corpo machucado sendo movido e por fim jogado na mala do carro.

Maurício vindo por trás dos seguranças que colocaram Bruno na mala: -Não se preocupe, vamos deixar você no SUS. Se morrer não vai ser por minha causa, mas por causa de um péssimo atendimento médico.

Assim Maurício o fez, um amigo medico do hospital publico da cidade ja o esperava do lado de fora com um enfermeiro e uma cadeira de rodas um pouco afastado da entrada secundaria do hospital, que era menos movimentada, na verdade naquela noite, ninguém estava ali.

Bruno foi jogado na cadeira e levado para dentro do hospital, onde teve um atendimento medico aceitável. Pelo menos o suficiente para não deixar sequelas físicas no corpo. Mas as psicológicas essas sim se mantiveram...

CONTINUA...

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Comentários

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Que vida!!!!!! Que história!!! E isso todo vindo do irmão.... Muito triste!!!!

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Puts tiago FDP do caralho como ele teve coragem que cretino meu deus

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Tenso, muito tenso. Difícil fazer a leitura sem ficar ansioso.Com a qualidade de sempre. O melhor! Parabéns,Matheus!

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Nossa!!!Que emoção!!Perfeito...sempre paras na melhor parte não é?Não demore a continuar Matheus!10,sempre.Abraços

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Quem tem um irmão desse não precisa de inimigos >:/ eh um verdadeiro sem noção, sem carater... mas como sempre o conto esta maravilhoso, volte logo (nota 10)

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O problema do Bruno é não acietação que é gay,do resto ele tem tudo para ficar contigo.

O Thuago merce sofrer mais.

Volte logo.

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Abraços.

Bom Dia.

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Nunca gostei do Thiago mas agora eu passei a odiar. Ele está merecendo levar o troco do mesmo jeito que fez com o Bruno. Mais uma coisa:Sou só eu que estou ligando os fatos?Se o Matheus teve/está tendo acesso à essa versão da história é porque as coisas com o Bruno devem estar indo bem, né?

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