Parte 25- LAMBDA λ
Acordei meio tonto. Torporoso, como se tivesse bebido vinho a mais na noite anterior. Mas eu não estava em casa. Uma luz branca, suave, dominava tudo. O silêncio, total. Havia uma espécie de redoma transparente sobre minha cama. A redoma foi lentamente se erguendo. Após abrir bem os olhos e ajustar a visão, vi um braço , uma tarja com números : “”. Um belo par de olhos verdes me fitava, e um sorriso lindo. A mulher mais linda que eu já havia visto em toda minha vida.
“-Regina”, eu falei.
“-Hã?”
“-“”. Regina. Cada número é uma letra do alfabeto”.
“-Ah.”
“-Nossa, você fala demais. Acho bom eu parar de falar, ou você vai ficar tagarelando o dia inteiro...”
Ela gargalhou. Teve que conter o riso colocando a mão na boca. Era a mulher mais linda que eu já havia visto.
Fiquei parado um pouco, tentando me localizar. Parecia que eu havia tido vários sonhos. Sonhos dentro de sonhos dentro de sonhos. Era como se eu tivesse dormido por décadas. Então as coisas foram lentamente retornando. Eu era um especialista de reserva.
“- Ainda estamos ...”
Ela não me deixou terminar. “- Sim, ainda estamos viajando. E ainda falta muito para chegarmos”.
“-E o que aconteceu com...”
“- Ele morreu. Assim como vinte por cento da tripulação”
Ela ia completando tudo o que eu começava a perguntar, as questões eram óbvias.
“-Como foi?” Já fiz uma pergunta curtinha, para facilitar...
“- Um vírus. Dois exploradores desceram no planeta para explorar e analisar rochas, ver se havia algum sinal de vegetação que pudesse ser útil. As condições de gravidade e atmosfera aparentavam potencial para o desenvolvimento de vida como a conhecemos. Um deles facilitou quando estava no ambiente de descontaminação. Quando estava no período de isolamento obrigatório, começou a apresentar sinais gripais. O que nesta nave seria impossível, dado o tempo que estamos aqui. Só podia ser externo. Ele achou que não era nada de mais, só “uma gripezinha”, mas logo passou a ter insuficiência respiratória. Dois membros da equipe médica correram para salvá-lo, não observando as regras rígidas do isolamento. Assim que ele morreu, os outros também começaram com os mesmos sintomas. Foi um desastre. Todo o setor teve que ser isolado, e continua assim pois não sabemos quanto tempo o vírus permanece vivo, nem por quanto tempo as pessoas continuam transmitindo a doença. Então, estou acordando você para assumir a posição principal.”
...Posição essa para a qual eu estava mais do que capacitado. Eu tinha muito mais conhecimento ou experiência do que qualquer um ali, sem falsa modéstia, mas a influência política falou mais alto nessa questão.
“Ainda bem. Se eu estivesse desde o início da missão...”
“- Eu sei. Você era o mais capacitado. Todos sabiam. Mas aconteceu. Agora vamos correr atrás do prejuízo. Feliz ou infelizmente, dependendo do ponto de vista, temos menos peso e mais suprimentos, em caso de algum atraso na viagem”
“-Uma maneira meio ...” Interrompi o que eu ia dizer. Não valia a pena questionar se era ético ou moral comentar sobre o fato de que a morte daquelas pessoas deixaria o restante da tripulação mais confortável em relação a oxigênio e alimentos.
“- Os mortos?”
“- No espaço”. Antes que eu questionasse sobre cadáveres flutuando cheios de vírus, ela complementou “- Incinerados, claro. Nenhum vírus sobreviveria àquela temperatura.”
“-Quantos sobreviventes?” “- Dez . No isolamento por prazo indefinido. Mas eles podem exercer suas funções remotamente daquela ou de qualquer área da nave”.
Regina me acompanhou até o posto médico, agora eu era o responsável por toda a parte da missão que envolvesse Medicina, em todas as áreas. Os sistemas de diagnóstico nos mantinham informados da situação dos tripulantes que estavam em isolamento. Temperatura, pressão arterial, saturação de oxigênio, tudo enfim.
Ela me mostrou o alojamento onde ficaria, e tomei um banho. Há quanto tempo eu estaria sem banho? Meses? Anos? Décadas?
De repente, do nada, ouvi uma voz na minha cabeça. Nunca havia me acontecido nada assim antes. Era algo como “- Você está bem? Há alguma coisa acontecendo? “. De onde poderia ser? O que poderia ser? Parecia que alguma coisa queria vir à tona, alguma memória, mas nada...
“-Você está bem?” Agora era a voz de Regina. “-Tudo bem, acho que ainda não despertei por completo, só isso”. “- Ah”. Ela não tinha o jeito de ser lacônica assim, ela “apenas” tinha passado pelo trauma de perder uma boa parte da tripulação.
“-E os outros? Onde estão?”
“- Ainda não os acordei. Eu queria que você estivesse bem acordado e ambientado antes de despertar os outros reservas.” Nesse momento, ela me deu uma olhada diferente, como se quisesse alguma coisa. Nós estávamos sozinhos naquele setor inteiro, os outros estavam isolados, apenas ela não.
“-Desculpe dizer isto, não parece muito profissional neste momento, mas você é a mulher mais linda que eu já vi em toda a minha vida”
“-E a única aqui...se não eu diria que você diz isso para todas”, disse ela com um sorriso.
“-Sério, nunca falei tão sério, parece que eu conheço você de outro tempo, outro lugar...e no entanto...”
“-Eu também sinto algo diferente também, desde que vi você. Mas nunca vamos saber ...”
Não perdi tempo. Segurei o seu rosto e beijei seus lábios de leve. Ela me abraçou forte e colou os lábios na minha boca, e nos beijamos apaixonadamente. “-Desliguei os monitores deste lugar”, sussurrou ela. Ela estava ansiando por contato físico. Rapidamente, fomos ao alojamento dela, e ela foi me ajudando a tirar meu uniforme. Eu a ajudei a tirar o dela, e fui descobrindo cada parte do seu lindo corpo. Ela era maravilhosa. Parecia uma deusa grega, corpo perfeito, olhos verdes, escultural. O rosto lindo, os belos seios com os mamilos durinhos pelo tesão, as coxas, pernas torneadas, os pés...que lindos pés! Fui beijando cada parte do seu corpo: rosto, nariz, olhos, orelhas, boca, pescoço, os seios que beijei e lambi longamente, ventre, pernas, os maravilhosos pezinhos que eu lambia e sugava, tudo. Ela gemia e suspirava. “- Vem, vem...” Eu queria sentir ela inteirinha , queria que o tempo não passasse, que pudéssemos ficar para sempre abraçados ali. E disse isso a ela. Ela, enigmática, respondeu entre suspiros: “- E o que é o sempre? Podemos viver para sempre? Hmmmm...Que não seja imortal, posto que é... ah... chama, mas que.... seja infinito enquanto ...aahhh...dure”. Eu beijava sua bucetinha linda, chupava seus grandes lábios, passeia lamber seu clitóris em movimentos ritmados, ela tremia, segurando minha cabeça entre suas lindas coxas, dizendo “-Não para, não para, aahh está gostooosooo...” logo ela teve um orgasmo muito, muito forte, ela apertava com força minha cabeça, e eu tinha que cuidar para não parar com meus movimentos, para não interromper o gozo dela, ela gozava alucinadamente. O tempo parou naquele momento, era como um orgasmo cósmico, onde as estrelas e as galáxias pareciam observar o êxtase de Regina. Ela suava e estremecia. Devagar , fui penetrando Regina com meu cacete, cuidando ao máximo para não gozar antes da hora, afinal eu estava há tanto tempo sem sexo que poderia estragar tudo.
Regina gozou novamente , ela também ansiava pela penetração... ela estremecia inteira em minhas mãos, num orgasmo intenso e muito prolongado... “ -Vem, vem...” ela repetia. E ficamos ali, nesse jogo de amor e sexo, por horas, até que ela relaxou. Então, bombei mais um pouco e também gozei.
“- Foi tão bom... confesso que eu tinha muita dificuldade , mas você foi tão carinhoso e parecia tão apaixonado que eu gozei logo”. “- E estou. Parece que eu conheço você há muito tempo, e no entanto essa foi a primeira vez que a vi. “-Parece estranho. Eu também senti alguma coisa parecida, mas achei que era imaginação”. Um sinal em um dos monitores nos fez ficar atentos. Tomamos um banho rápido ( juntinhos), e fomos ver o que era. Ao ligar o monitor ( fiquei um pouco de lado para não aparecer ), Regina ouviu uma voz ríspida e zangada , uma face apareceu na tela .
Ela falou baixinho: “ – MEISTER”. Levei um susto. Eu já havia ouvido esse nome antes, visto aquela face ... afinal , quem era esse Meister?
“-!!!” O que está havendo aí?
“- reportando”... “- Tivemos uma interferência no sistema , e demorei um pouco porque estava no setor de criogenia despertando o primeiro reserva”. Ela me olhou, com um ar entre safado e encabulado. Eu sorri.
“- Quero que libere o setor inteiro. Garanto que não há contaminação”.
“-Sinto muito, mas não há garantias que os contatos sem sintomas não estejam transmitindo o vírus”
“- E você quer o que? Incinerar todos nós ? Ou nos deixar aqui até o fim de nossas vidas?”
Regina me olhou com uma cara de quem queria deixar o fulano mofar eternamente por lá, parece que ela guardava um certo rancor ou ódio contra ele...
“-Não. Por isso mesmo, acordei o médico. Ele está habilitado a fazer todos os exames necessários para saber se há perigo ou não.” Em seguida, me aproximei. “ Olá. Sou o Dr...”
“-Sei quem você é. Sei quem é todo mundo neste pedaço de lata velha. Fui um dos organizadores desta missão. Então, libere todo mundo logo”.
“- Não é bem assim. Reg... me falou mais ou menos o que aconteceu, mas eu vou precisar analisar todos os registros da expedição ao planeta , em todos os detalhes ( olhei para Regina, dando a entender que demoraria bastante tempo nisso, e recebi um sorriso como resposta )
Para que um diagnóstico possa ser elaborado e a estrutura do vírus devidamente estudada”
“- Não será necessário. Tenho a certeza que não haverá nenhuma...” Nisso , ouvimos um ruído de tosse ao lado dele. Um dos tripulantes tossia e demonstrava intensa falta de ar.
A expressão de Meister era de ódio. Alguma coisa ali estava muito errada. Será que o vírus, além de provocar sintomas respiratórios, de alguma maneira estava afetando a mente também?
“MEISTER”. Por que esse nome me assombrava?
CONTINUA