O sol alto da tarde e o vento forte que vinha do mar fazia da paisagem de Morro Branco um lugar diferente, entre o agreste e o selvagem. A pequena aldeia de pescadores em cima das falésias, formava uma paisagem árida, cercada pela enormes dunas de areia branca por trás do povoado de uma rua só, aonde se chegava por uma estrada de terra vindo de Beberibe. Junto aos casebres dos moradores, estavam as casas dos primeiros veranistas e lá embaixo poucas barracas de praia e umas três dezenas de jangadas, A memória desse lugar marca na minha história onde e quando entendi pela primeira vez que eu era homossexual e como ia ser bom gostar de cu e rola.
Estávamos na segunda metade da década de 1970. Eu era um adolescente atípico, talvez por ser o único filho homem numa casa com muitas mulheres: mãe, irmãs, tia, primas, empregada, diaristas. Cercado por tamanho exército feminino, meu pai, o único homem da casa além de mim, machista como eram os homens da geração dele naquela época, tinha pânico, muito mal disfarçado, que eu pudesse virar viado e olha que quando eu era moleque não tinha trejeitos, não era afetado, nunca tinha sido chamado de mariquinha como os gays eram chamados naquele tempo. Na verdade, eu não entendia nada dessas porras, não tinha malícia, era um bobalhão e meus pais, cabeça retrógrada como eram os pais, não tinham conversa de falar de sexo com os filhos. Assunto interditado e pronto. Educação sexual nem existia no vocabulário escolar da época. O que eu vim aprender sobre putaria, sexo, sacanagem, veio depois, com os primos, colegas, vizinhos... nos maliciosos e safados ritos de iniciação sexual da época.
Por conta disso tudo, eu era proibido de brincar com minhas irmãs. PROIBIDO! Até porque minhas irmãs brincavam das coisas que eram de “meninas”: boneca e casinha. Então, atravessei minha infância ora dentro de casa com a cara enfiada nos gibis ou brincando com meus carrinhos, ora brincando na rua com os coleguinhas, coisa que eu nem sempre gostava. Quando era jogar bila (brincar com bola de gude), soltar arraia (empinar pipa, papagaio) ou coisas coletivas como pega-pega, esconde-esconde, até que eu curtia, mas quando vinha o famigerado futebol, eu pulava fora, não levava o menor jeito, meus amiguinhos me chamavam de perna de pau, que eu tinha duas pernas esquerdas, então sobrava jogar no gol e eu morria de medo de bolada, ou como zagueiro e eu tinha mais medo ainda de entrar em dividida e me machucar, ou seja, eu era bichinha, mesmo não dando nenhuma pinta.
Todos esses fatos ajudam a explicar por que fui crescendo isolado e um tanto tímido. Quando começaram a surgir os primeiros sinais da puberdade, entrei em pânico. Eu não entendia e nem tinha a quem perguntar por que meus mamilos empedraram e ficaram semanas doloridos, depois aqueles pelos pretos mais grossos que começaram a surgir no rosto, no sovaco e em cima do pau. Para piorar, meu pau do nada começou a crescer, engrossar e ficar duro sem aviso. Uma ereção quase sempre dolorida que eu não entendia a razão nem sabia o que fazer com ela, apenas que devia esconder, o que era cada vez mais difícil. Até que veio um feriado prolongado, Semana Santa, e lá fomos nós para a praia de Morro Branco, para a casa que um tio havia comprado, reformado e ampliado. O tio rico da família, empresário próspero e bon vivant, apreciador das coisas boas da vida. Tio Tota, irmão caçula de minha mãe, nos convidou e mais a família da minha tia mais velha. Lá fomos nós, na Belina de meu pai, a família de tia Guida na Rural de tio Osvaldo e tio Tota com tia Bel e meus primos em sua Caravan poderosa à frente.
Chegamos lá ainda de manhã, era pouco mais de uma hora de distância de Fortaleza. A casa reformada, tinha 6 quartos. Cada casal ficou em um, as meninas, em maior número, ficaram em dois e nós, os meninos, fomos literalmente empilhados no maior, alguns colchões no chão e as redes por cima. Já me bateu a primeira tensão: como eu ia trocar de roupa? Em casa, tinha a privacidade do meu quarto. Ali não existia isso. Meus primos na euforia de descer logo pra praia correram para trocar de roupa. Como eles tinham a convivência entre irmãos homens, estavam habituados a ficarem pelados e se trocarem na frente uns dos outros. Assim fizeram, foram abrindo suas bolsas e pegando seus shorts de banho (de Helanca, pareciam o sungão de hoje), se despiram e se vestiram na minha frente tão rapidamente que nem perceberam minha hesitação. Fiquei aliviado que eles cuidaram de si e nem se ligaram pra meu jeito vacilão. Eu ali, enrolando, fingindo procurar meu short na sacola, ganhando tempo, abestalhado.
Só que enquanto fazia isso tive meu primeiro alumbramento: meus primos mais velhos tinham as mesmas características que eu: paus crescidos, pelos na virilha e no púbis, nas pernas, enfim, eram corpos de garoto que tá ficando adulto. Na minha posição de observação, pude comparar tamanhos e sentir pela primeira vez que eu não era uma aberração. Que aquelas mudanças eram comuns, meus primos da mesma idade ou mais velhos que eu estavam passando pela mesma mudança. Aos treze anos, foi um alívio e tanto...misturado a uma curiosidade e um interesse. Aqueles paus e sacos mexeram comigo. Sem que eu me desse conta, meu pau ficou duro e ninguém percebeu. Quando me dei conta, sentei na cama com minha bolsa no colo, mantendo o fingimento de estar a procura do meu short.
Quando finalmente me vi só, encostei a porta e rapidao arranquei minha bermuda com a cueca junto. Ao vestir o short, mesmo com medo de que alguém entrasse e me visse pelado, bateu uma sensação estranha, diferente, ao segurar meu pau pra guardar ele na roupa de banho. Dessa vez foi um toque diferente. A maciez da minha pele em contato com a dureza da minha rola fez subir um rubor, uma quentura gostosa, um comichão no saco. Que porra era aquela que eu nunca tinha sentido antes? Meu momento foi interrompido pelos gritos de meu primos me chamando. Antes que viessem atrás de mim, cravei as unhas no pau para que a dor afugentasse aquela sensação e, de fato, o pau começou a amolecer. Quando finalmente saí do quarto, os meninos já estavam do lado de fora indo na direção da descida pra praia, tive que correr para alcançá-los e Edson, meu primo mais velho, olhou pra mim e decretou o que seria meu rótulo durante um bom tempo:
- Mas tu é lerdo, hein Cecéu!
- Lerdo é teu cu, Edinho.
Respondi com a gentileza típica dos brucutus como eram os garotos da nossa idade. Aqui cabe um parêntese importante para entender a liberdade que a gente tinha naquela época. Nenhum dos nossos pais veio fazer mil recomendações e prevenir sobre riscos no banho de mar. A gente era criado solto, era um mundo com muito menos perigo. Nascidos e criados numa cidade litorânea, o banho de mar estava em nossos hábitos desde sempre. A gente sabia encarar as ondas e até onde a gente podia entrar no mar.
O restante da manhã foi de muitas brincadeiras, as meninas chegaram pouco depois, a maré estava baixa e formava muitas piscininhas, então fizemos muita bagunça, até que, perto de meio dia, Tia Bel, mulher de tio Tota, veio nos chamar pra almoçar. Morro Branco tinha uma coisa deliciosa que eram as bicas de água doce que caíam das falésias, canalizadas em tubos de água e calhas. Então, a gente saía do mar, tomava banho e subia a ladeira entre as falésias livre do sal na pele.
O almoço foi aquela confusão de casa com muita gente. Pire aí com seis adultos e nove crianças. Travessas enormes de comida e fila de refeitório. Os adultos e as crianças menores sentavam na mesa principal e a molecada ia pro alpendre comer nas mesas pequenas, onde mais tarde nossos pais jogavam buraco e outros tipos de carteado. Depois do almoço, redes armadas no alpendre que circundava a casa toda e o povo foi se espalhando para tirar um cochilo. Enquanto os adultos ocuparam o alpendre da frente, nós armamos nossas redes na lateral e ficamos zoando e levando bronca, aqui e acolá, minha mãe ou uma de nossas tias ou tios, mandava a gente se calar e fazer silêncio.
De fato, aos poucos a comida pesou e mesmo a molecada foi acalmando, uns dormiram, outros ficaram quietinhos e eu, que estava numa das redes mais afastadas fiquei lembrando da sensação que tive ao tocar meu pau mais cedo e ele logo ficou duro. Comecei a me tocar com o maior cuidado para ninguém perceber, mas logo ouvi barulho de gente levantando e coloquei a almofada entre as pernas. A sensação do pau pressionando a almofada aumentou a sensação gostosa e eu virei de bruços na rede comprimindo a rola na almofada. Aquela coisa boa foi crescendo, crescendo e de repente veio uma vertigem que me arrepiou todo quando subitamente senti uma explosão. Eu tava gozando e sem saber o que era um orgasmo. Levei longos segundos até passar aquele fogo que tomou conta de mim e quando me virei, tirando a almofada do colo, meu short estava todo lambuzado. Alguma coisa tinha sido expelida pela minha rola e eu não fazia ideia do que era. Senti uma onda de pavor. E agora, como eu ia dar um jeito naquilo? O que tinha acontecido, afinal?
Olhei em volta e ninguém tinha percebido. Levei mais alguns minutos fabulando como eu ia dar um jeito naquilo, até que criei coragem e levantei cuidadosamente. Quando fiquei de pé, vi meio de longe meu tio Tota andando na direção das dunas atrás da casa e, há uma certa distância, meu primo Pedro, filho da tia Guida e do tio Otávio, que parecia segui-lo. Como ambos olhavam pra trás com uma certa constância, algo dentro em mim deu o sinal de alarme. Alguma coisa tava rolando ali, não fazia a menor ideia do que pudesse ser, mas o jeito furtivo dos dois me chamou a atenção. Era a mesma atitude que eu tinha quando brincava de me esconder, a coisa de andar se esgueirando, procurando não ser visto...
Aquela situação foi tão buliçosa que não me contive e mudei de rota, ao invés de entrar na casa pelos fundos para tentar me limpar daquela gosma que tinha me melado, sai sorrateiro pelo mesmo portão que eles tinham saído e fui na direção de onde eles caminhavam. Nessa hora eu já nem via a figura de meu tio, ele já havia subido e desaparecido para o outro lado da duna. Me escondi atrás de uma moita e vi meu primo ir pela mesma trilha de tio Tota. Quando ele sumiu atrás da duna, peguei a trilha que eles tinham feito, algo facilitado pelas marcas dos pés na areia.
Quanto mais eu avançava pelas dunas, sentindo o sol do meio da tarde ardendo na pele mas um calor atenuado pelo forte vento do litoral cearense, mais sentia uma sensação estranha, uma espécie de bolo se formando no meu estômago, um misto de medo e perigo iminente com excitação e aventura. Ao me aproximar do alto da duna diminui o passo. A intuição me dizia que eu tinha que me manter escondido, mesmo sem fazer nenhuma ideia do que iria encontrar. Então, abaixei o corpo e comecei a andar de cócoras, pé ante pé, até que alcancei o topo do morro. Olhei para trás e vi que na casa ninguém parecia olhar na direção das dunas. Todos dormiam. Então estiquei o pescoço e olhei para o outro lado.
Nada... nem sinal de tio Tota e Pedro. Apenas as pegadas deles na areia que ia em direção a um arbusto que havia num pequeno morrete logo ali a frente. Era lá que eles estavam escondidos. O que será que estavam fazendo? Tio Tota tava dando bebida a Peu? Porque tia Guida era muita chata, careta e não admitia que seus filhos bebessem mesmo já sendo quase adultos. Notei que se eu desse a volta eu conseguia chegar ao alto do outro lado da moita sem que eles me vissem e assim eu fiz. Fui contornando pela cumeeira da duna até chegar diante daquela pequena vegetação no meio do areal. O choque foi imenso. Meu primo estava apoiado no tronco da pequena árvore, seus shorts arreados até o meio das coxas e aos seus pés, meu tio Tota, de joelhos, engolindo com a boca o pau de Peu. Meu tio também estava com seu calção abaixado e enrodilhado no tornozelo. De onde eu estava, não conseguia ver seu pau mas via sua mão fazendo movimentos repetidos. Ele estava se tocando com uma mão, enquanto a outra segurava a rola de Pedro que ele engolia e voltava, fazendo um vai e vem curioso. Ambos estavam de olhos fechados e por isso não me viram. Aos poucos entendi a cena, meu tio estava mamando a rola de meu primo. Ambos estavam de rola dura. Mas, porque...?
Enquanto eu divagava notei que meu pau estava super duro de novo e a situação tinha um efeito poderoso sobre mim. Eu queria aquilo pra mim. Queria fazer parte daquilo de alguma forma. Foi quando meu tio interrompeu o que estava fazendo e se levantou. Me abaixei imediatamente evitando que eles me vissem. Esperei alguns segundos e quando voltei a posição de observação, vi que os papeis tinham se invertido. Meu primo agora tentava engolir o pau enorme e peludo de meu tio, enquanto fazia aqueles movimentos de vai e vem de sua mão em sua rola. Intuitivamente, fui com a mão dentro do meu short, puxei meu pau pra fora e imitei os movimentos que meu primo fazia. Um sentimento poderoso brotou dentro de mim. Aquilo era bom pra caralho. Como minha rola estava lambuzada da gozada anterior, o deslizar da mão estava facilitado pela lubrificação. Um cheiro forte de água sanitária invadiu meu nariz. Levei a mão ao rosto e entendi que era o cheiro daquela gosma que recendia a Q-Boa. Isso não me deu repulsa, apenas assinalei a semelhança do aroma.
Meu primo tentava engolir a rola toda de meu tio sem sucesso. Era grande demais pra caber na sua boca, mas isso não importava, ele tinha fome e mamava aquela rola acariciando o sacão de meu tio, segurando aqueles ovos pesados como se fosse extrair dali a delícia mais saborosa do mundo (e depois eu constataria que era...). Tio Tota segurava a cabeça de Peu fazendo carícias em seus cabelos e em seu rosto, balbuciando algumas palavras faladas num tom de voz muito baixo, quase um sussurro que, pela distância, eu não conseguia ouvir. Como o vento estava contra mim, mesmo que eu me movimentasse e falasse algo, eles também teriam dificuldade pra ouvir.
Foi então que meu tio pegou Peu pelos ombros e o fez se levantar e se curvar na direção do tronco da árvore. Vi meu primo abrindo sua bunda e meu tio encostando nela. Não conseguia ver de onde me encontrava que ele estava metendo no cu de Pedro e nem tinha noção do que era sexo anal para sacar isso logo de cara, só via meu tio abraçando meu primo por trás e fazendo movimentos de vai e vem. A curiosidade matou o gato e, no meu caso, me tirou da condição anônima em que eu me encontrava. Arrisquei sair do meu “esconderijo” para tentar ver mais de perto o que eles estavam fazendo. Ao me deslocar pela cumeeira da duna pra tentar ver lateralmente o que significava aquele abraço, meu primo percebeu minha movimentação e virou o rosto na minha direção. Paralisamos os dois. Ficamos longos segundos nos encarando, até que Peu chamou a atenção de meu tio. O susto de tio Tota foi enorme, ele deu um pulo pra trás e já foi puxando seu calção enrolado nas pernas, tentando se cobrir.
Só que Peu era muito astucioso e tinha sacado que eu tava com o short abaixado, segurando meu pau duro, olhando para eles. Ele falou isso pra meu tio que olhou pra mim como quem escaneia uma imagem. Meu tio baixou o calção, aproximou-se de Peu novamente, aprumou o pau e o fez desaparecer entre as polpas da bunda de meu primo. Os dois estavam com o olhar cravado em mim. Esperando a minha reação e eu não conseguia me mexer. Até que Pedro falou:
- Chega aí, Cecéu
O chamado foi seguido do gesto do braço mandando eu me aproximar e com toda a hesitação do mundo, criei uma coragem que não sabia que eu tinha e fui chegando perto. Quando estava quase ao lado deles, Peu meteu a mão na minha rola, a segurou com força e me puxou em direção ao seu rosto. O susto só não foi maior do que o que veio a seguir. Ele engoliu meu pau e eu tive uma das melhores sensações da vida. Quem já teve seu pau chupado pela primeira vez, sabe do que estou falando. A boca úmida e quente envolvendo a pica, a maciez dos lábios e a viscosidade da língua. Um carrossel sensorial, uma vastidão de coisas boas que fazem a gente viajar e eu viajei naquela boca engolindo meu pau, enquanto Pedro me prendia pela coxas para eu não me afastar (como se eu quisesse sair dali) e, ao mesmo tempo, se apoiar porque tio Tota tinha aumentado o ritmo das socadas que estava dando no rabo de meu primo.
Não sei quanto tempo durou, deve ter sido menos de um minuto, mas senti de novo a mesma sensação que tinha rolado na rede com a almofada comprimindo meu colo, só que dessa vez a coisa era ainda mas forte, veio uma onda urgindo da região entre meu saco e o cu que de repente explodiu se espalhando como uma onda pelo meu corpo. Não, eu não avisei a meu primo que eu ia gozar, eu ainda não sabia que aquilo tinha nome e que o gozo anunciado tem um valor erótico imenso numa foda. Eu só queria morrer de prazer de novo. Era isso. Uma quase morte do qual a gente renasce em meio a uma lassidão, um contentamento, uma felicidade que inunda a alma da gente.
Pedro não se fez de rogado. Depois vim a saber por ele mesmo que estava bastante acostumado. Por isso recebeu minha esporrada completamente à vontade. Bebeu minha porra como deu, alguma coisa vazou pelos cantos da boca e escorreu na direção do queixo. Quando eu enfim parei de gozar, enquanto me refazia daquela descarga elétrica absurda de tão boa, ele disse:
- Caralho, Cecéu, que gozada da porra moleque, não fazia ideia de que tu já tinha tanta porra.
Ouvi o depoimento do meu primo tentando entender e juntando as peças do que aquilo significava. Ele ignorou minha cara de paspalhão e voltou a se apoiar em mim, quando meu tio anunciou sua gozada. Foram uns 4 ou 5 golpes de quadril puxando Pedro pela cintura, enquanto meu tio gemia alto e relinchava parecendo um garanhão. Meu primo, ao sentir a porra de meu tio enchendo o rabo o dele, acelerou sua punheta (fui apresentado ao nome mais tarde naquele mesmo dia) e, segurado por meu tio num abraço, esporrou e eu pude finalmente ver o que era a tal gozada, uma serie de jatos de uma coisa leitosa e esbranquiçada que saia pelo mesmo buraco da pica, por onde a gente mijava.
Findo o nosso gozo coletivo inesperado, eu de intruso nessa história, meu tio parece que entendeu o risco de me envolver naquela situação e começou a buscar meu sigilo.
- Cecéu, você sabe que não pode falar disso com ninguém, né?
Só balancei a cabeça concordando. Ele prosseguiu:
- se tua tia Bel descobre uma coisa dessas, ela me mata e a minha irmã também. Então, ó, boca de siri.
E arrematou com uma ameaça:
- você não quer ganhar fama de baitola né?
Balancei a cabeça ainda mais veementemente.
- Primo, tu já tinha feito sacanagem antes?
Me indagou Pedro e eu só consegui sacudir a cabeça, negando.
- Logo vi, tu tinha a maior cara de cabaço. Agora, não é mais...
As reticências que meu primo deixou no ar, seguido de um sorriso satisfeito, me deixaram intrigado. O que era ser cabaço e porque eu não era mais? Perguntas, perguntas, perguntas...
Meu tio tinha tirado uns pedaços de papel higiênico do bolso do seu calção e estava limpando sua pirocona, ao me estender um pedaço, após dar outro tanto a meu primo, ele olhou pro meu pau e comentou:
- eita que tu não nega que é um legitimo Sampaio. Olha o tamanho dessa caceta! E essa porra ainda vai crescer.
Sorri encabulado entendendo que aquilo era um elogio mas ainda sem alcançar que aquele cumprimento era um sinal do sucesso que eu iria fazer mais tarde e ao longo da vida.
Meu tio virou pra gente e falou enquanto se ajeitava pra voltar pra casa:
- cês dão um tempo, uns dez minutos e voltam mas é melhor que desviem pro lado da vila e cheguem pela frente, como se estivessem voltando da praia pra ninguém desconfiar.
Meu tio se afastou e fiquei ali, encabulado, sem saber o que dizer e fazer. Pedro, alguns anos mais velho que eu, o mais velho dos primos, entendeu que eu tava confuso com tudo que tinha visto e feito e me chamou pra ir com ele a praia:
- Cecéu, vamos tomar banho de mar, aí a gente conversa e eu te conto umas coisas que acho que tu vai gostar de saber.
Alguns minutos depois caímos na água do mar, demos uns bons mergulhos e Pedro me chamou para andar um pouco pela praia. Quando nos afastamos uns 300 metros das barracas de praia, ele me fez sentar numa das piscininhas e durante a próxima hora aprendi na "teoria" tudo que até então eu ainda não sabia sobre sexo. Pedro me explicou o que era punheta, gozar, chupar, meter, o que os homens faziam com as mulheres, sobre engravidar, etc. e, principalmente, porque homens que faziam sexo com homens tinham que manter sigilo, como foi que as coisas começaram a rolar entre ele e tio Tota, com quais homens ele já tinha feito putaria, inclusive entre nossos primos, tios etc...
Ouvi tudo atento e maravilhado, um mundo inteiramente novo se apresentava a mime eu tinha a sensação de que encontrava ali meu lugar no mundo. Tudo que eu senti fazendo sexo pela primeira vez era poderoso demais e de algum modo me definia. Ao final, quando me chamou pra voltar pra casa, Peu, muito safado, perguntou se eu queria experimentar fazer aquelas coisas com ele. Não precisei responder com palavras. Meu pau ficou duro imediatamente e ele sorriu entendendo tudo. Começava ali uma história de quarenta anos de muita putaria e contando...